segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Capitulo 2 – Uma questão de vida ou morte


Quando vejo minha mãe naquela situação, eu não sei o que fazer. Tudo o que sei é que não posso perder ela. Sou invadido por uma onda de pânico. Sinto meu coração bater muito mais rápido do que deveria, mas fico ali. Parado, imóvel, cada músculo do meu corpo tenso, por que não sei se corro até ela ou se fico apenas encarando o tal estranho encapuzado. Tayson e Douggie estão atrás de mim, com cara de horror pra situação.
- SOLTA ELA!! – Grito e saio correndo antes que eu possa me conter.
- É MELHOR VOCÊ VOLTAR EXATAMENTE PRA ONDE ESTAVA GAROTO! A MENOS QUE VOCÊ QUEIRA, QUE ELA MORRA! – Grita o homem em resposta.
Eu paro repentinamente.
- VAI! DEVAGAR! DE FRENTE PRA MIM! VAMOS GAROTO!
Eu volto pro lado dos meus amigos, de costas pra eles. Fico olhando com repugnância para o encapuzado.
- O.K ,Agora que essa palhaçada de ficar gritando, parou, podemos conversar como pessoas civilizadas.
- Não sou eu quem está apontando uma arma pra cabeça de uma pessoa!! – Digo furioso.
- Ora... Vamos garoto. Se nós conversarmos, nós vamos nos entender.
- Aé? Então... TIRA ESSA DROGA DE ARMA DE PERTO DA MINHA MÃE!!
- Desculpe garoto. Não posso.
- E por que não?
- Por que sua mãe.... É meu prêmio.
- Premio de que? Pra que? O que você quer?
- Dinheiro. Dinheiro garoto. Não é isso que todos queremos, nessa nossa vidinha miserável? Dinheiro? Aquele pequeno pedaço verde de papel, que dependendo do numero, torna o valor alto ou não.
- Você quer dinheiro em troca da minha mãe?
- Isso.
- Quanto?
- Hm... Uma pechincha... 50 mil.
Meus ouvidos de repente tamparam.Sinto sangue pulsar na minha cabeça. 50 MIL?!Onde eu ia arranjar 50 MIL!
- Quanto tempo? Quanto tempo eu tenho pra arranjar essa grana?
- Hmm... até quarta.
- Calma... Tenho 2 dias pra arranjar 50 MIL?! Como eu vou conseguir isso?
- Isso não é problema meu garoto. Se vira. – Disse o estranho com um sorriso.
O pânico dentro de mim estava se expandindo. Minhas juntas, meus músculos, meus corpo, então parecendo chumbo. Eu não conseguia mexer nada.
- Olha, eu não tenho como...  conseguir todo esse dinheiro em 2 dias. Não da pra abaixar a quantia não?
- Você por um acaso pede pro padeiro abaixar o preço do pão? E quando seus vizinhos pedem pra você abaixar o volume da musica. Você por um acaso abaixa? Acho que não né, moleque. Se você não conseguir meu dinheiro em 2 dias pode dar adeus a sua mamãe.
Eu estava cada vez mais prestes, a atravessar a rua e dar um soco naquele cara.
- Não vai chegar a tanto! Eu do um jeito. Vou conseguir seu dinheiro.
- Ótimo!
- Como eu te encontro?
- Tem uma praça a 2 quadras daqui – Disse o encapuzado que pro meu eterno desprezo, ainda apontava aquele maldita arma pra cabeça da minha mãe.
- Sei onde é.
- Lá, nós fazemos a troca.
- Espera ai! Como assim “fazemos a troca” ? Você vai levar minha mãe?! –A raiva estava crescendo, cada vez mais dentro de mim.
- Nossa, você é muito lento em garoto! Mais é CLARO que vamos levar tua mãe! O que você acha que agente é? Simples assaltantes? Não... Já to cansado de ficar roubando casas, ou assaltando bancos. Dinheiro de seqüestro é mais rápido. E a quantia é maior. – O encapuzado agora tinha um amigo. O mesmo cara que me entregou o papel chegara, dando a volta na minha casa. Ele abriu o porta - malas de uma van que estava estacionada ao lado na minha casa.
- Ah como eu ia dizendo – Continuou ele – Quero meu dinheiro daqui em 2 dias, na praça que tem a 2 quadras daqui, sem policia. Você vai sozinho – Ele olhou para Douggie e Tayson – SOZINHO, OUVIU GAROTO!
E dizendo isso foi indo até a van e colocando minha mãe dentro do porta malas, minha garganta deu um nó.
- SE VOCÊ MACHUCAR ELA EU JURO QUE... – Gritei.
- Calma aé garoto! Segura a onda! Eu não vou machucar sua mãe.
- Acho bom.
Minha ultima visão da minha mãe foi ela chorando no porta malas de uma van sem placa, completamente desconhecida, indo rumo a um lugar que eu não faço ideia de qual seja.
- Taylor? Cara, você ta legal? – A voz de Douggie me traz de volta, do mundo do puro silencio.
- Eu pareço legal Douggie?! Você viu o que acabou de acontecer?! – Gritei muito irritado – Minha mãe foi seqüestrada, e eu tenho 2 dias pra conseguir o dinheiro de um cara que eu não sei quem é, e que por um acaso eu não tenho a menor ideia de onde e como vou conseguir aquela grana! Você acha mesmo que eu vou ta bem Douggie?!
Tayson e Douggie ficam ali. Parados. Olhando pra mim. Olhando minha pequena explosão. Eu respiro fundo e digo:
- Desculpa. Desculpa cara. Sei que você não tem nada a ver com isso. Foi mau.
- Ta tudo bem. Taylor... Agente te ajuda cara. A conseguir essa grana. – Diz Douggie, colocando sua mão no meu ombro e falando com solidariedade.
- Valeu gente.
- Taylor. Se você quiser ficar na minha casa, até sua mãe voltar... -  Tayson faz um convite irrecusável. Não quero ficar em casa. Só pra ficar lembrando da minha mãe e me sentindo mais sozinho do que nunca. Sempre me senti só. Mas antes eu gostava da solidão. Do silencio. Mas agora... Esse silencio era perturbador... e  o problema é que não da pra fugir dele.
- Eu adoraria. Obrigado Tayson.
-Não foi nada. Vamos?
- Claro. Só vou pegar umas coisas no meu quarto.
- Ta bom. Agente te espera aqui.
- Ta bom.
Eu levei minha mochila da escola pra dentro. E percebi que a casa estava toda revirada, é... minha mãe não deixou seqüestrarem ela facilmente. Subi pro meu quarto coloquei minha mochila em cima da cama, peguei um monte de roupas e coloquei tudo dentro. Quando fui saindo, peguei a mochila da cama e caiu um papel da minha dela. Foi escrito pela minha mãe. Peguei o bilhete e sai de casa.
- Ta pronto? – Perguntou Tayson
- Am... sim. Só que...
- O que?
- Olhem o que eu achei.
Mostrei pra eles o papel.
- Vamos abrir quando chegarmos na minha casa – Disse Tayson com uma voz de preocupação - Não to achando nada seguro por aqui.
Concordamos em irmos embora. Quando chegamos na casa do Tayson, Douggie foi embora e disse pra contarmos pra ele o conteúdo do bilhete, na escola, no dia seguinte.
Entrei dei “Oi” pra mãe de Tayson. E subimos pro seu quarto.
- Ta bom Taylor. Fala ae. O que ta escrito ai?
- Vejamos – Disse.


Um comentário:

  1. Muito bom essa narrativa, mas to curiosa pra saber como continua!! Parabéns.

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