sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Capitulo 5 – O Traidor.



Senti o sangue latejar na minha cabeça. Meu punhos estavam serrados e ainda envolvendo meu celular. A raiva dentro de mim estava tão grande, que eu realmente poderia achar que poderia destruir qualquer coisa.
      Se for ele mesmo... Se realmente ele for meu pai... Eu juro que ele vai pagar pelo que fez.
Comecei a andar mais rapidamente para a praça. E quando cheguei lá a van sem placa já estava estacionada.
- Que demora foi essa em garoto? – O rosto do sequestrador hoje não estava encapuzado. Estava apenas com um óculos enorme, que cobria a metade do seu rosto. Eu não o respondi. Sua voz estava mais lúcida hoje. – Não vai responder não? Aonde estão seus bons modos? Seus pais não lhe ensinaram nada?
- Minha mãe me ensinou muita coisa – Disse eu com a voz tremula – Mas meu pai.... É um completo canalha cretino...
- Hey! Não fala assim do seu pai! Ele foi um grande homem!
- Aé? Você o conheceu?
- Sim... Melhor do que você pensa.
- É claro... Acho que as pessoas se conhecem melhor do que qualquer um não é?
Ouve uma pausa. Parece que ele começou a compreender.
- O que você quer dizer com isso moleque? – Disse com um tom de desafio.
- Que eu já sei quem você é Grege.
- Do que é que você esta falando?
- PARA DE SE FAZER DE TROXA! PARA DE ME FAZER DE OTÁRIO! PARA DE MENTIRAS! Pai – Berrei.
- Eu não... eu... não...
- AGORA VOCÊ FICOU SEM FALAS FOI?
- Olha...
- NÃO!! FALA! FALA LOGO! TIRA ESSES OCULOS RIDICULOS E ME FALA! VOCÊ É MEU PAI NÃO É?!
- Bom...
- FALA LOGO! SEU COVARDE! VAI! VAMOS! PARE DE MINTIRAS!
- TA! TA BOM GAROTO! SOU EU! – Berrou ele. Ele tirou os óculos. E meu coração deu um salto. Me senti ficar gelado. Minhas mãos tremeram. Mau percebi que meus olhos estavam começando a juntar lagrimas. Mas eu não iria chorar... A por favor.... fraquejar na frente dele? Daquele insano?
- Mas... – Minha voz estava tremula novamente – Mas porque você fez isso?! PORQUE VOCÊ FEZ EU E A MAMÃE PENSARMOS QUE VOCÊ ESTAVA MORTO! SABIA QUE VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA POR ISSO?!?!?! EU SEMPRE ME SENTI CULPADO POR SUA MORTE SEU CRETINO!
- NÃO FALA ASSIM COMIGO NÃO GAROTO! EU POSSO NÃO SER O MELHOR, MAS SOU SEU PAI!
- NÃO! NÃO É! VOCÊ NÃO É MEU PAI! EU FALO COMO EU QUISER COM VOCÊ! PORQUE MINHA MÃE ME ENSINOU A NÃO FALAR COM ESTRANHOS! E VOCÊ! AH....nunca te vi na minha vida... não te conheço! PORQUE MEU PAI DE VERDADE! JAMAIS! JAMAIS, FARIA SUA FAMILIA SOFRER ATOA! PORQUE ELE AMAVA A FAMILIA DELE!
- E EU AMO! – Seus olhos agora encheram d’agua, mas não me preocupei. Não me abalei. Naquele momento ele não significava nada pra mim – SEMPRE AMEI! OU AMAVA!
- QUEM AMA NÃO MACHUCA! VOCÊ.... VOCÊ TEM NOÇÃO DE COMO ISSO AFETOU MINHA VIDA? AH... É CLARO QUE NÃO, NÉ! VOCÊ NÃO ESTEVE PRESENTE NELA!
- EU FIZ ISSO PRO SEU BEM!
- PRO MEU BEM?! PRO MEU... AH POR FAVOR! VOCÊ NÃO SABE DE NADA!
- NÃO TAYLOR! VOCÊ... VOCÊ NÃO SABE DE NADA!
- BOM.... ME CONTE. Temos tempo não é? A final... o dinheiro é seu.
- Bom – ele respirou fundo. Sentou numa enorme pedra que tinha do lado da van – No dia do acidente. Eu estava bêbado. E com raiva. Muita raiva...
- Raiva? – interrompo – Raiva de que?
 - Ah... então você não sabia? – Ele da um sorriso sarcástico. E Diz: - Sua amada mamãzinha... me traia.
Quando ele falou isso foi como se tivessem me esfaqueado. Minha mãe? A pessoa que eu mais confiava no mundo inteiro... Pelo visto, não dava pra se confiar em mais ninguém nessa vida.
-Com quem? – Pergunto, com medo da resposta.
- Bom... isso eu nunca pude saber. Eu não o conhecia. Nunca o vi na vida. Ela disse que se conheceram numa viajem que ela fez a trabalho para Nova York, mas .... sabe como é né... não da pra se confiar mais em ninguém. Em fim... como estava dizendo: Eu estava bêbado. E com tanta raiva que não percebi um cervo que se aproximava da estrada. Na hora que eu o vi já era tarde. Tentei desviar porem não consegui. Meu carro derrapou pelo barranco, levando a mim e ao cervo as alturas. Rolei barranco a baixo ... apaguei. E quando acordei já era o dia seguinte. Não queria voltar pra casa... para ver a cara da sua mãe... Então fui pra casa do seu avô. Ele no inicio não quis me receber... mas o que fazer? Eu era seu filho não é?Depois de um tempo, não tive coragem de voltar pra casa... mesmo se eu quisesse. Eu sei garoto... eu destrui sua vida não foi? Eu sei... mas a culpa não é minha... é da sua mãe...
- Não foi ela quem fingiu morrer foi?
- Olha, posso terminar minha história ou ta difícil?
- Prossiga.
-Bom... Um dia estava eu calmamente andando pelas ruas do Tenesse e lá  estava... ela. – Ele apontou pra minha mãe. Na qual eu até esquecera a presença; - E você é claro... acho que estavam de férias... não sei, tanto faz também... pra mim não importa. No entanto quando a vi, foi como se toda a raiva do passado tivesse voltado com força total. Aquilo mexeu numa ferida ainda aberta. Então foi ai que eu pensei. Eu tava duro mesmo.... não tinha nenhum dinheiro... e se eu fizesse um sequestro? Eu faria minha vingança e ainda conseguiria dinheiro... um pacote completo.
- Você é doente – Disse enojado.
- Será? Será mesmo que sou? Eu não acho. Acho isso uma solução completamente plausível.
- Lógico... agora vou pegar todos que odeio e fazer um sequestro com eles... Isso é ridículo.
- Não, não é não. Olha eu já cansei de olhar pra cara de vocês dois... estou ficando até enjoado.
- Você nem parece um pai. Não parece o MEU pai.
- Bom... depois de um tempo... Depois de sofrer tanto na vida, agente muda. Endurece. Agora aqui ó – Ele bateu no local onde deve estar seu coração – Aqui... Agora só tem gelo. Uma pedra enorme de gelo. Não sinto nada. Quer falar que sou ridículo e blá blá blá? Fala... desabafa... não me importo. Agora... cadê minha grana?
- Ta aqui – Jogo a mala azul pra ele. Ele pega.
- Traz ela. – Seu parceiro sai de dentro da van, abre o porta malas e tira minha mãe de lá de dentro. Grege coloca o dinheiro dentro da van e pega uma arma. – Sabe... Não sei se assim minha ferida sara...
- Como assim? – Seguro minha mãe pelo pulso. – O que você quer dizer?
- Quero dizer , que isso não é o suficiente. Eu preciso de mais.
- Mais? O que você quer?
- Isso – Ele ponta a arma pra minha mãe que esta com a boca ainda amordaçada, e atira. Por pouco não acerta nela. Corremos e vamos pra trás da van.
- MAIS QUE DROGA VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO?!?!
- Olha Taylor... não é nada pessoal só que.... Não... não... é pessoal sim. Sai daí garoto! Isso vai ser bem rápido
Então eu olho pelo retrovisor da van, e vejo ele do outro lado dela. Mas lá.... lá em baixo, no canto do vidro, eu vejo... dentro do carro. Eu vejo... eu vejo uma arma. Penso rápido e pego ela. “Taylor não” – minha mãe sussurra. Não dou ouvidos a ela. Saio de trás da van.
- Agora estamos empatados! – Digo – Agora é você e eu Grege!
- Ah ora! – Ele ri – Pelo amor de Deus Bárbara! Não sabia que você era tão medrosa a ponto de deixar nosso filho fazer o trabalho todo por você!
- Cala boca! – Digo irritado – Como disse antes... eu e você!
- Ora... Você não teria coragem para matar ninguém garoto!
Sinto minhas mãos tremerem, fico com cada vez mais raiva, mas isso não muda, o fato dele estar certo. Eu não tenho coragem pra isso.
- EU SEI QUE VOCÊ SABE QUE EU TENHO RAZÃO! – Grita ele – EU SEI! VOCÊ É UM MEDROSO GAROTO! UM MEDROSO! NÃO TERIA CORAGEM PARA NADA QUE FOSSE! EU SEI QUE VOCÊ POR MAIS QUE TENTE! POR MAIS QUE TODO SEU CORPO PESSA QUE NÃO, EU SEI QUE VOCÊ AINDA ME AMA! E EU NÃO VOU ....
TA! Um barulho me ensurdece. Percebo meus olhos fechados, e os abro imediatamente. Eu... eu atirei nele. Eu... matei meu próprio pai. Fico apenas olhando para ele caído no chão. Sangrando. Minhas mãos ainda segurando com força a arma que esta ainda apontada pra frente. Jogo ela pro lado. E caio no chão. Minhas pernas não aguentam o peso do meu corpo. Olho pro lado, o parceiro dele fugira. Minha mãe estava sentada do meu lado, com um celular na mão:
- Eu peguei esse celular na van. Liguei pra policia. Eles estão vindo aqui filho.
Ela me abraça e ficamos ali parados, até os policiais chegarem. Sou obrigado a dar depoimento, e digo exatamente o que aconteceu. Não acontece nada comigo, porque matei ele em legitima defesa. Esse caso todo aparece nos jornais... todos sabem disso. Na semana seguinte quando volto a escola todos me olham meio estranho e cochicham quando passo, mas a maioria me pergunta “como é matar alguém??.’’ Ou se eu me sinto bem. Ou coisa do tipo. Meus amigos assim como antes estão comigo até agora. E eu não estou nem ai contanto que uma pessoa esteja do meu lado:
- Taylor – Fleur vem andando falar comigo chorando. – Você esta bem? Como foi? Ele te machucou? Como se sente? Ai que homem horrível aquele seu...
A interrompo. Com um beijo. Era tudo que eu precisava. Um pouco de conforto. Abraço ela. Mas então aquele único momento bom em dias para mim é interrompido por minha professora de biologia:
- MAIS O QUE ISSO SIGNIFICA?!?!
- Hmm... desculpa morcega eu não percebi que...
- COMO!?!!? – Diz ela completamente irritada. E eu percebo que falei merda. – COMO FOI QUE VOCÊ ME CHAMOU?!
- Ah... nada!
- E ai Taylor.... cara!– Douggie e Tayson entram na sala e não percebem que a professora esta nela. - Ainda bem que aquele morcega velha da professora de bio....
- OQUE DISSERAM! – Berro a professora.
- Ops...
- OPS?!?!!? – Grita ela. - Mas que falta de respeito de você três!
- Ah... Desculpa professora – Diz Tayson.
- Desculpa professora – Repete ela numa voz de falsete – SEMPRE A MESMA COISA NÃO É SENHORES?!?! JÁ ESTOU CANSADA DAS SUAS DESCULPINHAS!
- Mas ... Mas... –Começa Tayson a falar.
- Mas... Mas... – Repete novamente a professora na sua voz de falsete – Mas nada senhor Tayson!! Já estou farta de vocês conversando sempre que eu entro na sala!
Tayson e Douggie tentavam responder, porem não conseguiam... Estavam ocupados de mais rindo. A professora ficara cor púrpura de tanto raiva que carregava. O resto da classe dava altas gargalhadas incluindo Fleur. E foi ali naquele momento que eu percebi. Que eu tive quase perder minha mãe para perceber. Meu pai teve que voltar do mundo dos mortos para me fazer notar. O que estava na minha frente todo esse tempo. Por menos que ele quisesse meu pai me fez perceber uma coisa que já estava na minha cara todo este tempo e eu não percebi. Naquele momento eu notei que eu realmente era muito feliz. E nunca notara antes. Alem do que ali olhando para Fleur, percebi também que não iria ter problemas em ter um par para o baile de fim de ano agora.

3 comentários:

  1. Estou totalmente sem palavras! Como eu disse essa fic fica melhor a cada capitulo! Então por favor não demore para postar o proximo!

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  2. Nossa cara!! Parabeeens! Muito perfeita! sos! Posta a próxima fan fic logo! Acho q vai ser tão boa quanto essa haha :)

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  3. OH MY GOD! Sugar Cube ficou P-E-R-F-E-I-T-O!! Continua escrevendo, tu é muito boa *-*

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