quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Capitulo 17 – Protótipo Better Days


- Neve?! – Exclamou Logan, mais tarde naquele dia, contemplando o vidro embaçado pelo frio, todo embrulhado numa jaqueta.
- Pelo meu celular – Disse Caterine – Hoje é dia 22 de Dezembro.
- Caraca daqui a pouco é Natal! – Disse Daniel. Tanto tempo nesse apocalipse, e eu nem notei o tempo que passava. Não fiquei vendo as horas. Estava completamente perdido... Natal. Caramba...
    Brenda por outro lado,  estava inerte em sua musica. Olhei para ela e a vi deitada, enrolada em cobertores, com fone de ouvido, música no máximo – Sei disso porque conseguia ouvir o solo da guitarra de me against the world do Simple Plan daqui – Ela geralmente fica bem quieta quando esta ou pensativa ou chateada, e ouve música também. Acho que neste momento está os dois – Chateada pelo irmão... Matt morreu, e parece que deixou um vazio quando se foi. E pensativa pelo nosso plano de...
- Que tal uma viajem? – Perguntou ela alguns minutos mais tarde, depois de tirar o fone e sentar no sofá. Ela até pausou a música para falar. Logan, Daniel e Caterine estavam com um feição de completo atordoamento.
- Do que você está falando? – Perguntou Daniel.
- Estamos num apocalipse zumbi... Não a tempo para viagens...
- É exatamente por isso que quero fazê-la... Não interessa que vamos fugir deles hoje. Amanha eles estarão de volta. E com mais força e em maior número. – Silencio. E depois.
- Pra onde?
- Eu estava pensando em ir pro Caribe... Que tal? – Logan abriu um largo sorriso.
- Ai sim em...
- É loucura – Disse Caterine.
- Ir no shopping também foi – Respondo.
- Ta mais – Começou ela – Aquilo foi necessário.
- E isso também – Digo enquanto ando e me sento ao lado de Brenda. Fizeram  silencio mais uma vez. E depois Logan disse:
- É necessário... Quando você ta pensando em ir?
- O mais rápido possível.
- E como vamos? – Perguntou ele.
- Seu pai trabalhava com manutenção de aviões , não?
- Sim porque?
- E você dirigia alguns jatinhos não é?
- Sim.
- ótimo...
- NÃO! – Disse Logan entendo – EU NÃO VOU DIRIGIR UM AVIÃO! NÃO É O MESMO A UM JATINHO! MUITAS VIDAS EM RISCO...
- Sempre teve muitas vidas em risco... – Respondi – Logan você é a nossa única esperança, para sair daqui... – Ele me encarou e depois respondeu:
- Ta bom...
- Ótimo! Se arrumem... Vamos sair.
- Mas você disse – começou Caterine.
- Eu disse “o mais rápido possível” e isso é agora... VÃO! – Todos subimos. Nos arrumamos. E depois descemos.
- Qual é o plano? - Pergunto.
- Todos vocês sabem onde é o Aeroporto With Us?
-Aquele grandão com a frente de vidro? Todo branco? – Pergunta Caterine.
- Exatamente.
-Misericórdia! Porque diabos tudo tem que ter vidro?! – Disse Logan irritado.
- Bom... – Continuou Brenda – Não temos carro, e não seria uma boa usar um, então vamos andando até lá. Dois dias de caminhada.
- DOIS DIAS?! – Gritou Daniel.
- Pois é... Não vai ser fácil. Mas quando é não é? – Brenda sorri. E olha pra mim. Sorriu para ela de volta. Logan olha de um para outro e ri. Brenda continua – Prontos?
- Sempre. – Vou até a porta, e a abro. Todos estamos agasalhados com duas blusas e uma jaqueta. A neve se intensificou – Vamos torcer para que os zumbis morram de frio – Digo sorrindo. E esfregando as mãos com luvas. Ajeito minha toca cinza e vou em frente – Sugiro que usem machados. Não armas. Menos barulho. Menos atenção.- Andamos por meia hora, sem muitas interrupções. Estou quieto. Pensando. Olho para Brenda, que parece ter apenas meia atenção aos zumbis, e ao caminho. Como eu. Ela está atrás, dando conta da retaguarda. Em quanto Logan meio cuida de Caterine, meio cuida de se mesmo, e de Daniel de quebra – Pensando?
- Como sempre – Responde sem olhar para mim.
- No mesmo que eu, suponho.
- Se você está pensando no...
- Kendall? Sim estou – Completo – Ele não vai desistir tão fácil vai?
- Nenhum pouco. Não me preocupo com o tempo que ele vai demorar a chegar. Me preocupo quando ele chegar. – Sussurrou.
- Vai ser difícil.
- E como. Só um minuto. Logan é melhor você vir aqui... Eu cuido dos dois – Logan assenti com a cabeça, e troca de lugar com Brenda. Quando começo a andar para voltar ao meu lugar, Logan puxa meu pulso.
- É complicado se apaixonar num tempo como este não é? – Diz sorrindo. Eu riu.
- É complicado se apaixonar... – Ele sorri. Volto ao meio de Daniel e Caterine e continuamos a andar. Meus ossos já estão congelando. Minhas juntas estão duras de frio. Era difícil me mover, com todo aquele frio. Meus dedos congelavam em volta do machado. E era quase impossível andar sem sentir mais frio ainda. O que foi uma péssima noticia. Porque um grupo de dez zumbis saíram correndo, de uma loja detonada. Começamos a correr. Logan arrancou a cabeça de um zumbi que vinha mais próximo. Deixando para trás, um rastro de sangue preto.
Uma zumbi saia de dentro de um prédio, acompanhada de um amigo. Este andava vagarosamente, com a cabeça inclinada, boca semi aberta o que fazia seu sangue preto asqueroso cair pelo canto da boca. A pele dos zumbis estava azulada pelo frio. Quando tocaram na neve que se acumulava no chão, ficaram ainda mais lentos, e barulhentos. E isso atraia a atenção de mais zumbis escondidos em outros lugares.
Dez zumbis nos seguindo? Não é nada comparado com os quarenta que começaram a aparecer. Cortar a cabeça de um, e depois a do outro, não ajudava em nada. Apenas enrolava a nossa ida embora. Não da para sair daqui.
- Merda... – Disse – Não tentei matá-los, apenas corram... – Começamos a correr, com toda a velocidade que nossas juntas congeladas nos permitiam. Um zumbi estava muito perto de Caterine, olhei e quando pensei em ir até ela a ajudar, Logan já tinha feito isso por mim. Ele passou Caterine para frente, para protegê-la. Esse momento de descuido fez eu me desligar dos outros zumbis a nossa volta. Tinha um - Que um dia deveria ter sido uma mulher bonita, de olhos azuis, pele clara, cabelos negros, parecia a Megan Fox zumbizada – Caído no chão, com a metade da perna esquerda e sem a perna direita, com o sangue caindo por todo seu queixo. Não a vi e tropecei nela. Ela me impediu de prosseguir agarrando meu tornozelo. Na queda meu machado voou da minha mão. Me agarrei na fina camada de deve que tinha no chão. Estava ofegante. Respirava pela boca. Meu hálito fazia nuvens de ar, a minha frente.
Tentei me puxar, mas a zumbi segurava com aquela sua mão morta verde-azulada com muita força, chutei seu rosto com meu outro pé, mas nem assim ela me soltou.
Ela arreganhou sua boca podre pronta para me morder, e iria. Fechei meus olhos.
- A ZUMBI MALDITA! ELE NÃO - PLAFF
Reabri meus olhos. Brenda voltou. Ela arrancou a cabeça do zumbi.
- Cretina – Disse ela com puro nojo no olhar. Ela estendeu a mão e me ajudou a levantar. – Eu não iria te deixar morrer aqui Justin. Você realmente... – Não sei o que me deu. Simplesmente deu vontade. Beija-a.
- Você fica tão sexy com raiva – Ela sorri.
- Gente isso é hora?! – Grita Logan desconcertado. Eu ri.
- Foi mau. VAMOS! – Estávamos rodeados de zumbis. Zumbis saíam daqui. E dali. Tinha tanto zumbi que eu nem imagino da onde eles saíram. Minha barriga estava embrulhada. Me agachei e peguei meu machado. Coloquei minha mão livre nas costas de Brenda, e corri. Corremos por umas cinco quadras. O problema é que a cada esquina que virávamos, mais zumbis apareciam. Minha barriga estava tão embrulhada quanto na noite em que Marcos morreu, e isso não é um bom sinal.
Então de repente. Senti uma queimação na orelha esquerda. Parei de repente. Tinha alguma coisa ali. Era um zumbi. Ou talvez não. O que está acontecendo? Espera. Eu sei o que é. Não... Isso não é bom.
- CORRAM! RÁPIDO! CORRAM! RÁPIDO!
- JUSTIN O QUE FOI? – Os zumbis grunhiam tão alto agora, e tão fora de sintonia que era difícil ouvir até os próprios pensamentos. Brenda teve que gritar para eu poder ouvi-la.
- SE VOCÊS ACHAM QUE ZUMBIS SÃO RUINS, NÃO QUEREM FICAR PARA VER ISSO! CORRAM! RÁPIDO!
- PRA ONDE A GENTE VAI?! – Perguntou Caterine em um grito esganiçado. Brenda parou olhou freneticamente ao redor. Mas então olhou para o horizonte, e retomou a corrida.
- PRA LÁ! – Ela apontou para um prédio preto e em boas condições no final da rua. Andamos a no mínimo uma hora. Não dá.
- NÃO! TEM QUE SER MAIS LONGE! TEM QUE SER MAIS LONGE! – Gritei.
- E ONDE VOCÊ ACHA? – Perguntou Brenda, lutando contra um zumbi negro, grande que parecia ter sido um dia um jogador de basquete. Brenda cortou o braço do grandão, e depois fincou a parte pontuda do machado onde deve estar o cérebro dele. O zumbi caiu, e ela retomou a corrida. Pensei por um momento. E então disse:
- O HOTEL LIFE STYLE!
- A DUAS QUADRAS DAQUI?!
- NÃO PODEMOS FICAR TÃO PERTO! ME ESCUTE! NÃO PODEMOS!
- ESTA BEM! GALERA EU VOU FAZER UMA COISA QUE VAI ATRAIR MUITA ATENÇÃO! MAS NÃO TEMOS OUTRA OPÇÃO SE QUEREMOS IR TÃO LONGE! – Brenda correu até Daniel e arrancou-lhe a mochila das costas. Depois enquanto corria, tirou três bombas relógio. E uma granada. Deu uma bomba relógio para os irmãos Myer. E uma para Logan. Deu a granada pra mim. E depois pegou uma bomba eletrônica. E guardou na cintura. - JUSTIN NÃO JOGA AGORA! SÓ QUANDO EU DISSER! ESTÁ BEM? – Eu assenti. Naquele momento eu pensei “Porque Brenda é nossa “chefe”?”. E a resposta não é o fato dela arquitetar bons planos. Ou de ser boa com improvisos. Ou boa lutadora. Ou boa com emoções. E com palavras – Na verdade as vezes tenho a impressão de que ela escolhe bem as palavras. Por não ser boa com ela – O real motivo, eu acho, é o seguinte “O que tem mais a perder. E o que perdeu mais. Se tornam o chefe” E ela tem os dois – CATERINE PRENDE SUA BOMBA RELOGIO NA PAREDE DAQUELA LOJA! – Brenda apontou para uma loja laranja, saqueada por sobreviventes, e atacada por zumbis, Caterine assentiu, e correu, plugou o dispositivo e ainda matou um zumbi que a surpreendeu – DANIEL PRENDE A SUA NO CHÃO! ALI NA ESQUINA! – Daniel foi ainda mais longe que Caterine. Plugou a bomba e apertou o botão das laterais o que fez a contagem de dois minutos começar – LOGAN A SUA BOMBA VAI AQUI – Logan correu até a parede e plugou, e depois voltou – AGORA CORRAM!
Corri com tanta velocidade, que meus pulmões estavam até congelando também. O vento gélido cortava meu rosto. Pelas minhas contas restavam um minuto para as bombas explodirem.
Um zumbi segurou meu ombro. Cortei seu pulso que começou a jorrar sangue e depois cortei sua cabeça, o que o fez cair como um saco de farinha vazio. Trinta segundos. Não parávamos de correr. Era como se fosse a ultima coisa que eu precisava fazer. Dez segundos. Estávamos bem longe das bombas. Dobramos uma esquina, seguidos pelos zumbis ainda mais de perto. A coisa que eu senti chegando, estava se distanciando. Minhas orelha parara de queimar. Mas eu não me sentia completamente seguro. Três segundos.
- JUSTIN! JOGA A GRANADA... AGORA! – Diminui a velocidade, tirei a granada da minha cintura, girei a chave, e usei os dentes para arrancá-la. Virei para trás ainda correndo, e joguei. A grana pairou por uns 2 segundos no ar antes, de explodir levando a metade dos zumbis com ela. As bombas relógio explodiram segundos depois da granada. Apesar de no mínimo duzentos zumbis terem morrido – ou pelo menos a parte deles que ainda vivia para matar – Ainda sobrara quatrocentos. Tenho em impressão de que Brenda preverá isso. Porque notei que ela ainda tinha segura em sua cintura a bomba eletrônica. Continuamos correndo, dobramos outra esquina. O Hotel Life Style estava no fim da rua. Estávamos quase lá. Agora entendo. Matamos os zumbis que nos veriam entrar no hotel. E quando os mais viessem já teríamos entrado. O hotel estava a 2 metros de mim. Quinhentos zumbis aglomerados. Umas duas quadras de zumbis amontoados. Correndo atrás de nós. Minha barriga embrulhando.
Brenda jogou a bomba eletrônica, no meio da multidão. O que passou despercebida por eles. Ela pegou o controle manual da bomba.
- MAIS RÁPIDO – Aumentamos a velocidade. – SE ABAIXEM! – Logan, Caterine e Daniel se jogaram no chão mais a frente, Brenda segurou minhas costas e se abaixou comigo. Olhou pra mim, com o controle nas mãos. Contou até três com os dedos e depois “click”. Ela apertou o botão, e a bomba explodiu. Com o resto dos zumbis. Eu e ela caímos no chão, com a força da bomba.  Um jato momentâneo de calor passou por mim, e depois rápida como começou, ela terminou. Me levantei e ajudei Brenda a se levantar também. Olhei para trás e vi aquela multidão de zumbis caídos no chão. Como se fosse um assassinato em massa. Não posso dizer que estava triste com isso. Ouvi alguns grunhidos distantes agora se aproximando.
- É melhor irmos logo – Disse. Eles assentem, e começamos a andar. Entramos no hotel de luxo. Completamente vazio. Subimos até o sétimo andar, e nos acomodamos naquele espaço incrível de cores bege, branca e marrom; De televisão de 47 polegadas. Na parede. Linda, mas no momento sem utilidade nenhuma. Sentei no sofá. E fiquei pensando. Caterine ligou o aquecedor, que tinha no canto.
- O que foi? – Perguntou Brenda sentando no chão a minha frente, e recarregando as armas – O que você sentiu? O que pode ser pior que zumbis? Além de pessoas é claro – Sabia que ela se referia a Kendall, e todos da Vírus e Vários, mas quanto a isso eu nada disse.
- Um zumbi aprimorado? – Todos me olham com terror no rosto – A Vírus e Vários, não usou o A Cura aprimorado em mim porque tavão afim... Não. Usaram para domesticar os zumbis. O que não funcionou é claro... Eles criaram um... Protótipo Better Days

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