quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Capitulo 20 – O aero porto.


A sensação que eu tinha como meio mutante, é como se tivesse um trator passando por cima de mim, minha barriga estava dando uma volta, suava frio, ficava fechando meu punho com força na mão suada, minha respiração ofegante não ajudava também.
E a sensação que eu tinha como pessoa normal, era como se todos os zumbis estivessem encolhidos, escondidos juntos esperando o momento certo de nos atacar, apenas nos observando.
Nenhuma das duas sensações eram muito acolhedoras.
- O que fazemos? – Sussurrou Caterine. E mesmo com a voz dela tão baixa que era difícil dizer se estava falando mesmo ou só mexendo a boca, mesmo assim era bem audível naquele silencio.
- Vamos andando. Sair daqui o mais rápido possível – Sussurrou Brenda em resposta, olhando para o número “quatro mil”. Começamos a andar, cada paço mais torturante que o outro, até chegarmos na área onde um dia foi de atendimento, e entrega das passagens, passamos por ele, abri a porta de vidro, segurando-a até todos passarem. A cada passo uma nova parte do meu estomago afundava, minhas pernas tremiam, minhas mãos cada vez mais suadas segurando o machado, andamos por um largo corredor, com cadeiras reviradas, sofás quebrados, e revistas rasgadas, com a parede de vidro deixando a luz solar entrar, e a visão do avião, e de dois mil zumbis atacando o vidro, ao nos ver. O baque é tão alto que Caterine pula pra trás, colocando uma mão no coração e a outra na parede.
- Como a gente chega lá? – Pergunta Daniel, com a voz tremula de terror. Eu não respondi, porque não fazia ideia. Brenda por outro lado, estava andando até um extintor de incêndio, e trazendo.
- Não tem como a gente sair daqui... Quer dizer, são dois mil dessas pestes... Não dá – Diz Logan.
- E não tem carro pra nos proteger – Respondeu Caterine.
- E se a gente jogasse uma bomba – Falou Daniel.
- Iria atrair a atenção dos outros dois mil – Respondeu Brenda – Porem... Não tem outro jeito. Não quero que vocês acabem com as bombas, não sei o que vamos achar no Caribe então... Vamos usar duas bombas de explosão controladas, e isso aqui – Ela mostrou o extintor de incêndio.
- O que? Vamos jogar espuma nos zumbis? – Perguntou Logan sarcasticamente.
- Não exatamente –Respondeu Brenda – O.K o plano é o seguinte – Daniel pegou uma das bombas, e correu até a parede de vidro, e plugou, os zumbis se atiçaram ainda mais, batendo no vidro com toda suas forças mortas. Me sentia como um ratinho preso numa ratoeira, sabendo que iria morrer. Caterine correu até a outra ponta do vidro e plugou a outra bomba. Daniel foi até o extremo esquerdo da sala, e ficou parado atrás de uma barra de cimento, segurou em dois fios com espessuras de cordas de pular, e puxou, depois fez um sinal positivo com o dedão para Brenda. Logan e Caterine andaram até o extremo direito da sala, e fizeram o mesmo que Daniel. Eu e Brenda andamos juntos até a barra a nossa frente.
- Isso deveria ser ruim? – Sorriu para ela, e ela para mim. Ela puxou a corda duas vezes, e depois fez positivo com a cabeça. Brenda olha para trás da barra, para ver quando tempo ainda nos resta, depois com rapidez ela virou colocou uma terceira bomba dentro do extintor de incêndio – Uma bomba relógio – e segurou. Segundos depois as duas bombas explodem. Os zumbis entram sedentos por carne humana, alguns deles morriam ao passarem pela barra em que Logan estava, e alguns morriam ao passar por Daniel, que esta me surpreendendo. Tirei o machado da minha cintura, e cortei a cabeça de alguns que passavam por nós.
- JUSTIN – Gritou Brenda, sobrepondo sua voz aos grunhidos de dois mil zumbis – NÃO A TEMPO! VAI LOGO! EU TE DOU COBERTURA!
- VAI VOCÊ PRIMEIRO! – Não esperei resposta, segurei a cintura de Brenda e a coloque as minhas costas, encostando-a na barra, ela segurou na corta e começou a escalar a barra, olhei para Daniel que estava subindo a pilastra o mais rápido que pode. Caterine também subia enquanto Logan dava cobertura, furo o crânio de um zumbi com o machado. E depois – um grandessíssimo erro – corto o abdômen de um que um dia foi o segurança desse aero porto, suas pernas caem sem mais utilidades no chão, mas seu tronco cai no chão, e tenta freneticamente achar minha perna e abocanhar qualquer humano por perto, passo o machado 360º por eles, o que mata muitos mas não é o bastante. Eles não param de aparecer. Começo a me sentir sufocado. Olho pra trás, Brenda está na metade da barra, não tenho para onde ir. Se continuar vou ser mordido. Fui para trás, segurei as duas cordas da barra, e comecei a escalar, ou tentar escalar.
Antes mesmo de eu poder colocar um pé na barra, eu sinto ele preso no chão. Olho pra baixo. O ex-Segurança agarra meu tornozelo. Chuto, sacudo meu pé, mas nada adianta. Tentei segurar meu machado que estava na cintura, o homem arranhava minha calça, fazia de tudo para me por para baixo, me segurei na corda, o homem me puxava, minha mão escorregava e começou a queimar, o homem zumbi continuou a puxar, minha mão começou a sangrar, eu não ia cair, não conseguia segurar meu machado, não vou cair, chutei o zumbi, peguei o machado, ele escorregou, caiu no mar de zumbis sedentos por sangue, não consigo pegar, o homem me puxa, eu caio no chão, solto a corda, soco o rosto do homem, depois com um movimento rápido quebro o pescoço dele. Segurei a corda, me levantei e comecei a escalar, zumbis seguravam minha camiseta preta da Corporação Apocalipse, continuei subindo, o peso dos zumbis que se agarravam a mim, fazendo de tudo para morder meu braço começou a pesar as minhas costas. Parei de subir. Me agarrei as cordas, suspirei, dei impulso na barra, uma, duas, três, quatro vezes, eu estava no ar ainda, e me virei, e prensei os zumbis contra o cimento da barra, não é o suficiente para matá-los, mas serve pra tirar eles da minha cola, virei de novo, coloquei meus pés na barra, fiz e burrice de olhar para baixo e vi todos aqueles zumbis rodeando a barra de cimento, com as mãos esticadas para cima, pulando, tentando arrancar um pedacinho de mim. Fiz ainda a maior burrice e olhei para Logan – O cara tem medo de altura, e devagar, e tremendo ele vai subindo – Não da para ver o chão branco da sala, só da pra ver os zumbis. Não tem nenhum fecho de luz do azulejo branco.
- JUSTIN! RÁPIDO! – A voz de Brenda, me tirou do transe. Assenti, e retomei a escalada. Minha mão que sangrava, e doía ainda mais depois disso. A corda começou a ficar vermelha, pelo meu sangue. Algumas gotas caíram no chão, os grunhidos dos zumbis a baixo de mim cessaram o tempo suficiente para eles agacharem, cheirarem, lamberem o sangue, e depois voltarem a pular e grunhir com mais ferocidade. Cheguei ao topo da barra de cimento, e segurei na barra de ferro que segurava o teto.
- QUANTO TEMPO? – Perguntei.
- DOIS MINUTOS – Respondeu Brenda. Puxado pelas mãos, eu “andei” pelas barras de ferro do teto. Logan estava branco, não sei nem como ele conseguia colocar mão após mão nas barras de ferro do teto. Indo em direção a porta, antes que a bomba relógio dentro do extintor de incêndio, preso na cintura de Brenda explodisse. Chegamos na barra continua do teto, que segurava o vidro da sala,  restavam  um minuto, mão após mão iam em direção a parede. Quarenta segundos. Eu e Brenda estávamos quase na barra da parede. Trinta segundos, Caterine estava começando a descer. Vinte segundos, Daniel estava quase no chão. Dez segundos. Brenda chegou a parede, eu estava a dois metros dela. Cinco segundos. Logan começou a descer, Três segundos. Brenda jogou o extintor. Acabou o tempo. A bomba relógio explodiu, lançando Caterine, Logan, Brenda, Daniel e eu a trezentos quilômetros de distancia.
Cai no chão, com tanta força que eu pensei que tinha quebrado todos os ossos do meu corpo; Tudo doía. Abri meus olhos e tudo que eu vi era a fumaça branca proporcionada pelo extintor. Comecei a tossir. Não ouvi mais nada, e isso que começou a me preocupar. Sentei, sentindo a minha perna alucinantemente dolorida. Pensei ter quebrado ela, mas acho que não.
- Brenda?! – Gritei.
- Aqui – Não conseguia ver muita coisa, mas vi um vulto de roupa preta tentando se levantar em meio a fumaça branca. Ela começou a tossir – Você ta legal?
- To. – Com esforço tentei levantar e sacudi meu cabelo, pra tirar a poeira. Com minha visão melhorando e a poeira sumindo – Foi mordida? Machucada?
- Não. Você também não né? – Balancei a cabeça – ótimo. Ta doendo? – Perguntou ao pegar meu braço e me ajudar a levantar.
- Um pouco... Mas eu vou ficar legal.
- A GENTE TA BEM TAMBÉM! – Gritou Logan, um pouco mais de dois metros afastado de mim, ajudando Caterine a se levantar – OBRIGADO POR PERGUNTAR! – Nós simplesmente rimos. Começamos a andar vacilantes em direção ao avião. Ele estava a dez metros de nós. Ouvia grunhidos que foram atraídos pela explosão. Apertamos o passo. Ouvi um barulho de helicóptero, olhei pra cima. Cinco figuras desceram do helicóptero por uma escada, antes do helicóptero desaparecer no horizonte eu vi uma tão odiada marca de uma bola azul, com uma bolinha preta no centro. Olhei para as cinco figuras que desceram do céu, e para minha total desanimação minhas duas orelhas arderam como se tivessem atacado um ferro quente nelas. Três daquelas figuras, eram Better Days, seguidos e sendo controlados por Kendall e o Ex-Protegido da Corporação Apocalipse.
- Ora, ora, ora! Quem é vivo sempre aparece – Disse Kendall com um largo sorriso no rosto. Kendall fez um aceno com a cabeça, e depois disso percebi o ex protegido saindo de cena, mas não me importei.
- Infelizmente – Respondi.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou Brenda, num tom agressivo e frio.
- Vocês explodiram minha corporação. E eu preciso de uma coisa.
- Do que? – Perguntei.
- Lute – Respondeu Kendall – Preciso saber quem é mais forte. Poderoso. Lute com minhas mais novas criações.
- Sem chance.
- Você luta com dois mil zumbis, mas com três Better Days não?
- Tive ajuda.
- Aqui você também tem – Ele jogou um machado. – Eles tem uma arma. E você também.
- Mas eles são três – Disse Brenda.
- E dai? Eram dois mil... Vamos lute.
- E se eu não lutar?
- Seus amigos morrem... Começando pela bonitinha aqui... – O ex protegido estava atrás de nós, e eu nem percebi. Ele segurou Brenda por trás, e a levou para perto de Kendall, Brenda chutou a canela do homem, que caiu no chão, levando ela junto, quando Brenda tentou se levantar Kendall colocou uma arma na cabeça dela – Não tente lutar querida... Vai ser pior pra você. Acredite. Quer saber o que eu acho?
- Dane-se o que você acha – Disse Brenda, sem olhar ele. Kendall meramente sorriu.
- Acho que você não tem opção. Vai ter que fazer o que eu mando ou...
- Pro inferno você – Respondeu – Dane-se o que você manda. Ta afim de fazer estrago? Puxa a droga do gatilho! Você vai morrer de qualquer maneira... Então vamos nós dois pro inferno. Que tal? – Kendall não respondeu. E desapareceu com seu sorriso. Seu olhar era frio, e duro. – Em? Puxa o gatilho! – Kendall se agachou, e colocou um pedaço de pano na boca dela, puxando para trás da cabeça.
- Escuta aqui bonitinha – Disse Kendall num tom ameaçador – Fica bem quietinha, se não quiser ver seus amiguinhos morrendo. Está bem?
- Vai se ferra – Respondeu Brenda, com a voz abafada pelo pano em sua boca.
- Querem – Disse Kendall virando-se para nós, e pegando um objeto de aço na cintura – Saber o que acontece quando não fazem o que eu mando? – Segundos depois Kendall apertou um botãozinho azul, e tocou a ponta do objeto no braço de Brenda. Que se contorceu e gritou. Corri em direção a eles, chutei o estomago de Kendall, que colocou a ponta do aparelho de choque, no meu tornozelo. A dor cruciante no meu tornozelo, foi o suficiente para eu cair no chão, gritando, me contorcendo de dor, com  uma bola vermelha que ficou marcada na minha perna, a tremulência que correu meu corpo, e o suor frio que escorreu pela minha nuca, Logan me puxou para longe de Kendall.
Fiquei caído no chão, atrás do avião.
- O que vamos fazer? – Sussurrou Caterine.
- Não temos nenhuma escolha – Respondi.
- Cara, você não pode fazer isso. – Respondeu Daniel.
- Você vai morrer se fizer isso – Interveio Logan.
- O.K Logan – Disse irritado – Tem algum plano? Ã? Tem? Acho que não.
- Justin...  – Começou Logan.
- Não. Nem adianta. Eu vou fazer isso.
- Tem certeza? – Perguntou Caterine. Eu assenti. Sai de trás do avião, andei até Kendall. Que estava parado, de pé apenas observando.
- Decidiu garoto? – Perguntou. Eu assenti. – Silver leva a garota daqui. Coloca ela ali. – O homem foi o ex protegido e tem o nome de Silver, pegou Brenda pelos baços e colocou-a encostada ao avião. Depois Silver fez o mesmo com Caterine, Daniel e Logan – Boa Sorte garoto. – Disse Kendall se afastando. Depois se virou pra mim sorrindo – Vai precisar.
Ouvi um barulho de correntes sendo arrastadas. O primeiro Better Day  estava vindo em minha direção.

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