domingo, 19 de maio de 2013

Capitulo 19 – Numa guerra não há vencedor. Apenas vitimas


Meus dedos dos pés estavam formigando. Mas meu cérebro estava completamente ciente que eu deveria encontrar Ethan.
-ETHAN! – Nenhuma resposta, tudo que eu ouvia eram os gritos de desespero que ecoava pela fazenda. Não vou subir aquela montanha sem ele. Não vou. Corri ao redor da casa, enfiei o canivete na testa de um errante. Passei pela garganta do outro, não cortei a cabeça toda só queria ver se um zumbi poderia se afogar no próprio sangue. Olhei ao redor, tinha uma faca no chão ao lado de um corpo. Enfiei essa faca na cabeça do homem – não to afim que ele volte – e voltei a correr – ETHAN – Não é uma coisa inteligente gritar no meio de um horda, mas eu não ligo. Só quero Ethan de volta. Apunhalei o zumbi no olho, um outro pulou sobre as minhas costas me apoiei com as mãos no chão e deitei de costas deixando o errante preso no chão. Troquei o lado na faca deixando a lamina pra baixo e enfiando na cabeça do zumbi. Voltei a correr, mutante frente joguei a faca pegou no ombro dele, prendendo-o numa árvore – estou começando a ficar boa em facas – fui até ele e enfiei o canivete em sua cabeça depois tirei a faca, ele caiu – ETHAN – Um dos cabeças ocas estava atrás da árvore, ele agarrou meu pescoço. Mais dois chegaram, coloquei minha perna pra frente prendendo um errante e outro atrás. O aperto no meu pescoço piorou, me sentia sufocada quase não podia respirar. Empurrei com o pé os dois errantes, A primeira se levantou eu peguei a faca e enfiei na cabeça dela, minhas mãos estavam ficando brancas, o sangue parando na minha cabeça, agarrei o braço morto do mutante e tentei arrancar do meu pescoço. Não consegui, a outra se levantou também enfiei na parte de baixo da cabeça e depois na testa. Minha mão machucada voltou a doer, e eu estava perdendo a força nas duas mãos. Tentei chutar o errante mas a árvore protegia ele.
Ele me mordeu.
No pescoço. Eu gritei. Senti o sangue queimar dentro da minha pele, e em segundos senti uma explosão de adrenalina, peguei o braço do errante e empurrei tanto pra frente que quebrou no meio fazendo cair uma poça da sangue na grama, agarrei a jaqueta rasgada do errante e joguei no chão. Enfiei a faca na cabeça dele.
O sangue desceu da lateral direita do meu pescoço – na mordida – e foi pra minha blusa, algumas imagens estranhas passaram pelo meus olhos, o mesmo que eu via, só que cinza. Tudo cinza e depois voltava, já estava acontecendo. A mutação. Sacudi minha cabeça, e meu pescoço doeu. Parecia que estava rasgando e a qualquer minuto minha cabeça sucumbiria. Preciso achar Ethan antes.  Voltei a andar cambaleando pela grama, a adrenalina ainda estava dentro de mim. O sangue fervendo loucamente, a pele ficando mais clara.
-ETHAN! – Eles estava sentado no chão atrás da casa, atirando pra trás, sua camiseta estava ensopada de sangue. Foi mordido na costela. Fui até ele e senti minhas pernas bambas, cai do lado de Ethan. Ele olhou pra mim, e eu nos olhos dele. Passei a mão no cabelo dele, e ele me abraçou.  Não dissemos nada. O que há para ser dito?
Beijei ele.
Não vou ter outra oportunidade pra isso, então.
-Foi bom te conhecer Sarah – Odeio despedidas.
- Foi bom te conhecer Ethan – Ajudei ele a levantar. Não da pra fazer nada, com esses errantes por aqui. Mas então eu vi a mochila de Nathan na frente. E automáticamente lembrei de uma coisa – Vem - Eu e Ethan voltamos a correr. Ele também estava com a adrenalina correndo as veias, ele atirou em três errantes um atrás do outro. Peguei uma arma também, fui atirando até chegar na mochila. Abri a mochila e tirei duas granadas – não usamos as granadas, que pegamos na cadeia ainda – Vamos! – Eu e Ethan corremos e escalamos montanha a cima. Girei a chave a joguei a primeira granada.  BUM. Segurei firme numa arvore, o calor quente soprando no meu rosto. Joguei a outra. Depois que poeira baixou todos estavam no chão, as pessoas que ainda lutavam, e os errantes que se alimentavam. Pedaços de pessoas e mortos por toda parte. Ganhamos a batalha.
E a guerra continua. Sempre vai continuar.



O sol já estava no topo, o dia estava lindo. Nunca imaginei minha morte, mas é um bom dia para morrer. Eu e Ethan estávamos dentro dos destroços da casa. Não pensei que ainda restassem lágrimas para serem gastas dentro dos meus olhos, mas pode apostar que restam muitas. Minhas lágrimas lavavam meu rosto e eu nem tentei limpar.
-Só pode ser você Sarah...
- Eu não consigo. Não de novo – Disse com a voz embargada – Porque não pode ser eu primeiro.
- Porque eu não vou conseguir ver você morrendo – Disse Ethan com os olhos tristes, porém brilhosos. Como antigamente. Eu balancei a cabeça negativamente – Sarah quer que eu me transforme? – Balancei a cabeça de novo – Então por favor, atire – Respirei fundo, minha mão tremia loucamente. Destravei a arma, levantei – Espera – Ethan olhou nos meus olhos, na minha alma. Ele segurou na minha mão, beijou minha bochecha – Eu te amo Sarah – Engoli um soluço. Sorri, um sorriso triste. Com lágrimas caindo na minha boca.
- Eu também te amo Ethan – Atirei. Ethan caiu, mas ainda segurava minha mão, e eu não ousei soltá-la. Um vazio extremo veio no meu peito. Não tem outra saída, não tem nada mais me aguardando. Não tem mais nada pra mim aqui. Será que a morte é tão ruim assim? Acho que não. Talvez seja melhor, ficarei com meus pais, meu irmão, Ethan, Nathan, Clear, Mason, Simas... Todos que eu amei se foram, devo ir também.
Um dia a morte falou pra vida: Porque a mim todos odeiam e a você todos amam? E então a vida respondeu: Porque eu sou uma doce mentira, e você uma triste verdade.” E eu vou abraçar essa verdade como uma antiga amiga. Atirei na minha cabeça. Caí. Caí na minha própria poça de sangue.
Eu pensei que pudesse sobreviver a isso, ficar quem sabe pra sempre com Ethan. Mas nada é pra sempre, mas podemos fingir não saber disso.

Capitulo 18 – Cheque mate.


Qualquer arvore que queria chegar ao céu, tem que ter raízes tão profundas para tocar o inferno. E é por isso que acredito que Nath está melhor agora, já está no Paraíso, adeus purgatório.
-Quer saber de uma coisa? – Disse Rei – Não podemos deixar eles tomarem a casa. Temos que subir e lutar.
- Essa é a coisa mais otária que ouvi – Respondeu Link – São pouco de nós, para muitos deles – sempre foi.
- Não vou deixar que tirem minha casa! – Rei andou até a escada e abriu e portinhola, olhou para os lados e depois saiu.
- Tio Rei! – Disse Ethan, mas já era tarde demais. Ele já tinha ido – Não podemos deixar ele ir sozinho lá fora. Temos que sair com ele -Eu respirei fundo, passei a mão no rosto tirei todas as lágrimas. Sinto muito por não podermos dar um enterro decente para Nath, mas agora não a tempo.
- Tudo bem? – Perguntou Clear. A minha regra número um sempre foi: Não prometa o que não pode cumprir. E de repente me vejo quebrando minha própria regra.  Assenti, levantei. Peguei minha mochila, e a que está com Nathan levantei e fui até Ethan, ele passou o braço sobre meus ombros e beijou meu bochecha, enquanto eu ainda olhava Nath. Não vou quebrar minha promessa a Nath “não conte a meu irmão sobre nosso pacto”não vou.
- Vamos – Ethan saiu primeiro, eu sai depois e ajudei Clear a sair. Isso que está acontecendo aqui fora é uma guerra. Tinha várias pessoas que eu nunca na minha vida imaginei que fosse ver, lutando, atirando, esfaqueando errantes, chorando por entes queridos agora caídos no chão.
- Meu Deus do céu – Sussurrou April. Não dava para ver quase nada de grama, por que todos os mortos – os que continuavam andando e os caídos no chão – estavam tampando toda grama. Aquele cheiro insuportável de carne rançosa, decomposição, morte misturados e aumentados 90 vezes mais. JJ vomitou atrás de mim. Um zumbi se aproximou de nós, April gritou enfiei calmamente o canivete na cabeça dele, se estava me sentindo fria antes agora nem se fala.
- Não grite – Disse a ela – Vem gatinha – Segurei o braço de Clear.
 - Como a gente chega ali? – Perguntou Link apontando para o carro que estava na entrada da propriedade... No meio deles.
- Vamos com outro carro – Disse Ethan – Ali na frente tem alguns – Ele apontou para trás da casa. Os tiros de Rei ecoavam por todo Tenneesse. Os errantes estavam se fechando ao redor dele.
- Paraíso – Clear fechou os olhos com as mãos, parecia um tabuleiro de xadrez, onde os errantes eram os peões, cavalos e torres, a rainha – Mary – já foi comida – literalmente – e eles não deram mais saída ao Rei – Cheque – Rei sabia que não tinha para onde ir, mas o homem não parava de atirar um só segundo. As balas acabaram, ele recarregou – Cheque – atirou na cabeça do outro e do outro. No entanto como o previsto Rei foi mordido – Cheque Mate – tapei os ouvidos de Clear. Não senti nada. Nem felicidade, nem pena, nem tristeza, nem mágoas, muito menos remorso, por não tê-lo ajudado. Pra mim: Que se foda. Não escutou quando avisei, agora vai morrer. E se ele virar um deles e eu tiver que matar, farei com gosto – Vem gatinha – Arrastei Clear em direção ao carro, um horda veio de lá April estava rápido demais e não conseguiu se refrear, Ethan puxou sua blusa bruscamente jogando a garota no chão.
- Toma cuidado - Disse ele a ela - não se desespere, porque desesperado ninguém pensa direito.
- E como vocês não estão desesperados? Olha isso, estamos lascados.
- Já vimos muita coisa, e já passamos por muita coisa. Nada mais me surpreende - Respondeu ele.
- Precisam de ajuda? – Noah apareceu atrás de nós. E um errante atrás dele, soquei o rosto do zumbi ele caiu, empurrei Noah para trás e desferi séries de socos no rosto do zumbi com toda raiva que eu tinha. O rosto do mutante se desmanchou deixando sangue, e pedaços de qualquer coisa na minha mão. Sacudi minha mão e limpei o sangue na blusa.
-Vamos – Disse. Noah pegou o machado e passou cortando a cabeça dos errantes com a agilidade de um cortador de lenha, chegamos no carro. Zumbis saíram de trás dos carros.
- Não dá pra continuar... – Disse JJ.
- Não da pra continuar com esses filhos da mãe por aqui – Completei.
- Então o que a gente faz pra tirar eles daqui? – Perguntou Link. Olhei ao redor, as extremidades da fazenda são preenchidas com montanhas.
- Link, April, e JJ vocês tem que subir lá em cima.
- Pra que? – Perguntou Link.
- Pra sair da área de guerra Linkon... Sarah tem razão... Vão – Ethan empurrou April, voltamos correndo pela área em direção a montanha, ainda conseguia ouvir os gritos de desespero de Rei. Não olhei pra trás, e nem passou pela minha cabeça ajudá-lo. Viemos para o Tenneesse buscando paz e tudo que conseguimos foi Nathan morto depois de um dia aqui. Puta que pario. Noah estava ao meu lado e estava se divertindo cortando as cabeças de errantes, Clear estava na minha frente um mutante estacou na frente dela – não sei o que foi aquilo, mas parecia um curso a jato para o circo de soleil – apertei o botão do canivete fazendo a lamina ficar para fora, pulei por cima de Clear enfiando a faca na cabeça Mutante, dei uma cambalhota no chão, levantei peguei o braço de Clear e voltamos a correr. Minha respiração ofegante comprimindo meu pulmão – Tia Mary tinha razão está esfriando, dava pra ver minha respiração em fumaças no ar – April agarrou um tronco de uma árvore e começou a subir.
- Rápido April – Disse Ethan enquanto passava a faca de Nathan na cabeça de um Mutante – Ethan tinha um brilho novo no olhar, não era aquele sedutor que sempre acontecia quando a luz pegava em seus olhos, mas um brilho vingativo, e raivoso. Já vi esse brilho antes. Nos meus olhos – JJ começou a subir também, me descuidei por um segundo olhando para JJ e não vi um Mutante arrastando Clear.
- SARAH – Olhei pra trás, o Mutante não tinha um perna, mas nem por isso que ele não era um ameaça. Outro se juntou a ele. O pânico encheu meu cérebro, não conseguia pensar em nada que não fosse salvar Clear. Corri.
- SARAH NÃO! – Ethan veio atrás de mim – EU TE DOU COBERTURA! – Clear estava muito na minha frente, não vou conseguir chegar a ela a tempo.
- Ethan vai atrás dela.
- Onde você vai? – Corri em direção aos carros, Ethan balançou a cabeça como quem diz “menina teimosa”. Peguei um isqueiro que Noah tinha no bolso, e voltei a correr até os carros. Não da pra chegar até os carros, os zumbis estão tampando o caminho. Ascendi o isqueiro. Um grito. Parei.
- ETHAN! ETHAN! – Ele não respondeu. Meu coração apertou. Eu queria voltar e ver se ele estava bem, mas tenho que salvar Clear. Joguei o isqueiro pra de baixo do carro. O fogo pegou no tanque de gasolina, o carro explodiu, explodindo o outro e o outro e a casa. Fui arremessada para o outro lado da fazenda. Por um instante não vi nada, e depois minha visão piorou pela fumaça. Meus pulmões e narinas estavam ardendo por causa da fumaça e ela era tudo que eu conseguia ver. Tossi, e tossi de novo, tossi tanto que cuspi bile. Tentei levantar, mas não consegui.
- SARAH! SOCORRO! – Levantei e depois cai na grama de novo. Fechei os olhos por um tempo e depois abri de novo. Vi Clear. Boa noticia: Ela não foi mordida. Má notícia: Estava em chamas – SARAH! POR FAVOR! – Ela não estava pedindo para eu ajudá-la a sair do fogo, estava pedindo para eu acabar com o sofrimento. Eu me vi dentro do meu sonho. Não conseguindo mexer um músculo. Apenas olhando – SARAH! – Não vou deixar acontecer o que aconteceu no sonho agora de novo. Eu tentando salvar a vida de Clear, apenas acabei com ela. Andei um pouco em direção a ela.
- Clear, sinto muito.
- Tudo bem, não foi culpa sua. Agora por favor, acaba com isso – Joguei o canivete pra frente. Ele pegou na testa dela. Clear caiu. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capitulo 17 – Herói.


Enfiei o canivete na cabeça do primeiro, o segundo veio por trás. Cai e o canivete voou para longe do meu alcance, rastejei pra trás e o errante veio em seus passos lentos até mim, estiquei meu braço e peguei o machado de dentro do celeiro, um movimento rápido corto a cabeça do zumbi o corpo caiu para um lado e a cabeça para outro. Ethan me ajudou a levantar, ele passou a faca com um estrado na cabeça de outro zumbi, dava para ver sua coluna espinal escorregando para fora do crânio.
-É na cabeça – Comentei, depois de todos estarem no chão. Rei ergueu as sobrancelhas.
- Tio Rei enlouqueceu? Atirando assim nesse grupo pequeno, esse tanto de barulho atrai muitos mais deles, além do que estou vendo uma linha no horizonte acho que eles vão chegar a qualquer momento – Ethan olhou em volta depois fixou o olhar no tio dele – Vocês pensam que essa epidemia só atingiu os outros estados? Cara ta todo mundo fodido, não adianta agir como se tudo estivesse nor...
- Chega Ethan! Você fala como se soubesse de tudo.
- Sei mais do que você. Porque não cometo a idiotice de ficar atirando...
- Senhor, não podemos fazer mais barulho. Isso deve ter atraído muitos mais. Atraímos atenção demais e não podemos fazer isso – Disse tentando parecer calma quando não estava – passamos tempo demais lá fora, para saber que...
- Olha sem querer ofender, mas enquanto estiverem em baixo do meu teto vamos fazer as coisas ao meu modo. Tudo bem? – Ele não estava perguntando, estava estabelecendo limites. Eu assenti. Havia me esquecido como os adultos são ridículos até num apocalipse pensam que sabem mais do que nós. Uma mente que se abre a uma nova ideia, ou realidade jamais voltará ao tamanho original, jamais voltará a ver as coisas como são. O problema é que eles aqui não viram nada, pensam que uma horda pesada é de vinte mutantes... Se eles soubessem... Pensam que somos burros ou no mínimo infantis. Vivemos o bastante para entender como as coisas são, e não é adulto que vai me dizer o contrário. Ele não viu o que eu vi. Peguei meu canivete do chão. Rei pegou algumas galinhas do celeiro e voltamos a andar. Não sei como um homem perneta consegue correr tão rápido, ele pegou sua muleta.
- Ótimo! Galinhas! Podemos fazer uma canja – Sorria Mary. Alguns errantes saíram de dentro da casa ao lado, vieram bem rápido em nossa direção. Tirei da meia – Para trás crianças – Mary pegou um pé de cabra e enfiou na barriga de um zumbi, Rei tirou sua arma. Mary enfiou a faca na barriga, tórax,garganta, perna qualquer coisa menos cabeça. Ele cedeu ao peso do zumbi, este caiu em cima dela. Mordeu seu pescoço e começou a jorrar sangue. Nathan correu por trás de mim, não socorreu sua tia. Na verdade tirou o pé de cabra dela.
- Sinto muito tia Mary – Ele enfiou a ferramenta na parte de trás da cabeça da mulher, e depois na do zumbi.
- NÃO! GAROTO PORQUE FEZ ISSO?! – Gritou Rei desesperado. Fui até ele e o arranquei a arma, atirei nos errantes com golpes certeiros na cabeça.
- Porque ela voltaria e mataria a todos antes mesmo de você recarregar a arma – Respondeu Nathan – Boa tia Rei, esperar alguém morrer para pensar em nos ouvir e tomar alguma atitude plausivel. Não sei o que vocês fazem por aqui mas são muito otários.
- Olha Nath... – Começou April.
- Espera – Nathan levantou a mão, interrompendo-a – Não podemos correr o risco de perder as pessoas desse jeito. Nascemos e já estamos em perigo, num apocalipse zumbi então... Não pode ficar fazendo barulho atoa.
- Agora... Tio Rei – Ethan se aproximou dele e fixou seu tio nos olhos – As coisas vão melhorar por aqui vamos ficar em segurança... Porque agora essa porra vai ser ao nosso modo, tudo bem?

- Ei caras... Onde estão seus amigos Simas e Mason? Eles disseram que da proxima vez que os encontrasse eles iriam caçar comigo.
- Sinto muito, estão mortos – Respondeu Nathan. Jantamos todos em silencio aquela noite. Ninguém olhava pra ninguém, me levantei antes dos outros e lavei meu prato. Subi as escadas e parei no meio do corredor, olhei o espelho. Eu estou deplorável.  Quinze medidas mais magras, com olheiras em baixo dos olhos, cabelo sem vida, estou mais parecida com um zumbi do que aquelas estirados no gramado lá fora.  Ethan passou atrás de mim e fechou a porta.
- Tudo bem? – Ele deitou na cama eu me sentei ao seu lado. Demorou um pouco até ele balançar a cabeça negativamente.
- Acho que poderia ter sido menos grosseiro com meu tio.
- Você só disse a verdade.
- Você acha?
- Acho – Ele me olhou por um tempo nos olhos, foi uma sensação estranha. Senti o mesmo que sempre sentia, que ele conseguia ver minha alma. Parecia até que Ethan era o único –depois de Jason – que até hoje conseguia me ver de verdade, do jeito que eu sou.
- As vezes fico pensando: Como não enlouqueci ainda?
- Acho que todos...
- Espera, se eu não terminar de falar nunca vou falar – Ele engoliu com dificuldade – E então eu penso: Talvez seja pelo meu irmão, Nath é ainda a única pessoa da minha família que ainda eu posso chamar de amigo. Mas então eu olho pro lado e percebo que...  A única razão pela qual ainda estou aqui, com a sanidade no topo é... Por você.
- Por mim? – Meu coração parou de bater, o silencio comprimido contra meus ouvidos, me deixando surda por um instante. Dava pra ver que era difícil para Ethan falar isso porém acho que era pior pra mim ouvir. Nunca pensei que fosse ouvir isso, mas o pior é que é o mesmo em relação a mim. E com sentimentos eu não sei lidar.
- Sim. Eu não acredito que isso ta acontecendo comigo sério. É muito estranho. Mas quando eu olho nos seus olhos tudo que eu vejo é meu mundo, e meu mundo não existe mais sem você. Entendeu porque eu te protejo sempre? Não dá mais pra viver sem você Sarah.
- Ethan...
- Não espera, eu não terminei – Meu coração apertou no meu peito. Não consigo me mexer. Ethan pegou fôlego e disse – Sarah eu estou apaixonado... Por você – Eu fiquei completamente perplexa – Eu sei, eu sei... Loucura não é? Nunca amei ninguém antes, mas então chega você e de repente... – Aconteceu isso comigo também – Não precisa falar nada por que... – Foi um impulso tão incontrolável. Não deu pra refrear. Beijei Ethan. Um beijo quente, leve, doce, intenso, mexia no cabelo dele enquanto o beijava. Eu não sabia o quanto queria fazer aqui até fazer, além do que agora que fiz percebi que queria beijá-lo desde que o vi. Soltei-o. Peguei fôlego – Tem certeza do que está fazendo?
- Nunca estive tão certa.
- Ainda bem que disse isso – Ethan me beijou de novo, puxou minha perna para cima dele. Tirei a camiseta de Ethan ele me beijou depois mordeu minha orelha. Me arrepiei. Minha cabeça estava – depois de muito tempo – vazia. Não me lembrava de mais nada. Não pensei em mais nada. Agora só tinha Ethan e eu. Ele tirou minha camiseta e meu sutiã, passou cuidadosa, carinhosa e perigosamente a mão na minha tatuagem. Puxei seus ombros largos e musculosos para cama e o deitei. Beijei seu pescoço, senti sua respiração acelerar. Estava mais ofegante.

No outro dia acordei e Ethan não estava do meu lado, me perguntei “será que isso foi um sonho?”, mas então percebi que estava com a camiseta dele, esta noite não tive sonhos. Será que isso é bom? Será que estou me recuperando? Ou será que eu só estou esquecendo da minha vida antiga? Me troquei e desci as escadas. Peguei o cupcake – que peguei na fazenda vizinha depois de um expedição que fizemos e April fez o favor de esconder de Link durante a noite – coloquei uma vela a ascendi. Não sei como, mas sabia onde Ethan estava. Todos ainda estavam dormindo.  Sai da casa e encontrei Ethan sentado na grama com a cabeça encostada na casa.
- Ei – Disse, ele virou o rosto pra mim e sorriu – Feliz aniversário.
- Ah eu não acredito – Sorri pra ele. O primeiro sorriso verdadeiro e dias.
- Faz um pedido e sopra a vela – Sentei ao lado dele, ele olhou pra mim.
- É sério isso? – Ele ainda estava sorrindo. Eu assenti. Ele fechou os olhos e assoprou. Tirei a vela e dei o cupcake pra ele.
- Espera, tem mais uma coisa. – Tirei a pulseira do bolso da calça – É pra você.
- Uou, incrível – Nunca vi alguém tão feliz por causa de um cupcake e um pulseira velha e roubada no dia do aniversário – Como sabe que eu gosto de roxo?
- Nath.
- É claro – Coloquei a pulseira nele. Ele pegou o cupcake, e colocou entre nós para eu comer também. Mordi um lado ele mordeu o outro e depois me deu um beijo. Eu peguei um pouco de glacê e passei no nariz dele, ele mordeu o cupcake e passou glacê no meu rosto.
- Oi cara eu...
- Oi Nath.
- O que é isso? Um guerra de glacê? – Nathan não conseguia parar de sorrir. Estreitei os olhos.
- Bom... – Continuou Nathan – Feliz aniversário mano – Ethan sorriu de novo, é bom ver ele sorrindo.  Nathan segurou a mão de Ethan e o levantou, ele se abraçaram.
- Valeu mano – Limpei meu rosto no guarda-napo.
- Pessoal temos um problemão – JJ saiu correndo de casa.
- O que foi? – Perguntou Ethan.
- Eles chegaram – Eu corri sem pensar duas vezes para frente, não precisava andar tanto pra ouvir os gritos desesperados das pessoas por todo lado do Tenneesse. Eles chegaram aqui, estavam por toda parte. Não a para onde fugir agora.
- O que a gente faz? – Perguntou April. Rei veio pra fora também.
- Algum plano pessoal? – Perguntou Rei. Pensei por um momento olhando para todo lado, aqui fora não tem chance de sobrevivência. Mas...
- Vão para o porão. Acho que tem uma portinha que dá no esgoto. De lá a gente corre até o carro e saímos do Tenneesse – Respondi.
- Parece bom pra mim – Disse Rei.
- ótimo, então me dêem cobertura. Vou pegar as armas no quarto.
- Eu vou com você – Disse Nathan – Não vai sozinha.
- Ele tem razão. – Respondeu Ethan – Eu cuido deles. Vai.
Quando você pula perto de uma pomba elas se dispersam. Porque estão com medo. Quando esses errantes chegaram eles se tornaram os humanos e nós... As pombas. Uma massa preta vindo rápido até nós devorando tudo o que encontram. O dia estava ficando vermelho, dava pra ver. E isso não está bom, não mesmo. Conseguia ouvir o barulho da luta vindo de baixo entrei no quarto.
- Oi gatinha, o que está fazendo aqui?
- Sarah... Eles chegaram! Eles estão aqui!O que vamos fazer?– Clear estava em pânico, e não era pra menos.
- Eu te prometo que nada vai acontecer com a gente, calma. Vamos sair daqui rápido. Vai lá pra baixo tudo bem? Com Ethan – Ela assentiu e foi até a porta – Clear... Leve isso – Joguei uma faca pra ela, ela pegou e saiu.
- Quando na sua vida você se imaginou dando uma faca para um criança? – Perguntou Nathan.
- Nunca – Muita coisa eu imaginei nunca fazendo, e olhe só. Peguei minha mochila e Nathan a outra – Vamos Nath - Ele abriu a porta, um errante pulou em cima dele, não pensei duas vezes antes de pular em cima dele e enfiei o canivete na cabeça do zumbi – Você está bem? – Ele não respondeu, apenas assentiu. Empurrei Nathan para fora do quarto, ele estava estranho estava imediatamente mais fraco porém não olhei pra ele. Não olhei pra trás, por medo de ver o que estava acontecendo. Eu desci correndo as escadas atrás dele. Ele jogou a faca, ela girou no ar alguns segundos antes de penetrar na cabeça de um zumbi e prender na parede. Nath correu e pegou a faca a tempo de decapitar a cabeça de outro errante.
- Vamos, vamos – Ele me chamou com a mão.  Alguns errantes estavam caídos no chão “Ethan...” Nath não viu e caiu, corri para ajudá-lo.
- Tudo bem?
- Precisa parar de perguntar isso – Ele sorriu e eu ajudei-o a levantar. Nathan está mais pálido e bem mais fraco, parece a ponto de cair no chão. Desmaiar aqui e agora, não posso deixá-lo aqui. Corremos pelo corredor, não ta dando mais pra segurar. Tinham pelo menos cinqüenta atrás de nós. Peguei a arma. Atirei. Mais vinham. Eles pareciam Hidras, caiam e mais dois vinham para tomar seus lugares. Empurrei Nathan.
- ETHAN ABRE A PORTA! – April abriu a porta, continuei atirando, Nathan entrou deslizando no chão dentro da sala, entrei.

Que barulho é esse? É desesperador. Não são os grunhidos dos zumbis e os zumbidos nauseantes que causam nos meus ouvidos. Mas outro som, um soluçante. Um choro. Virei o rosto. Ethan estava em cima de Nathan.
- Cara... Vai ficar...
- Não minta pra mim agora Ethan, sabe o que vai acontecer tão bem quanto eu. Só há uma coisa a se fazer.
-Odeio despedidas – Disse Ethan, Nathan foi mordido na saída do quarto. Eu inconcientemente já sabia disso, já sabia o que iria acontecer, e o pior sabia que eu teria de fazer. Como eu pude prometer a Clear que eu os protegeria sendo que não consigo cuidar nem de um sapo?
- Cara, nós brigamos mas você foi o melhor irmão que eu poderia ter – As lagrimas de Ethan pingavam na blusa de Nathan, minha visão embaçou minha pressão estava caindo eu conseguia sentir. Pra que eu fui me apegar a eles? Seria mais fácil se nem soubesse como são. Porque fiz isso? Esse maldito pacto. – Sarah... Você sabe o que fazer – Parecia que a dor do mundo estava no meu coração. Nunca pensei que tantas lágrimas poderiam sair dos olhos de uma mesma pessoa. Não sei se o desespero estava me levando a loucura só sei que queria terminar com isso rápido. Nada mais importa... O que eu tenho que fazer a livrar Nathan da dor. Eu me aproximei, não consigo. Não posso matar Nathan. Ele levantou os três dedos – Lembra do pacto?
- Que pacto? – Perguntou Ethan. Eu balancei a cabeça na negativa, não dá. Não consigo.
- Você consegue Sarah. Confio em você, por isso – Ele tossiu sangue – Pedi pra você fazer isso – Virei o rosto, não consigo olhar pra ele. Mas tenho que fazer isso... Por Nath - Por favor, faz a dor parar –Era um pedido desesperado pela morte. Eu pude ver os olhos de Nath brilhando não de medo, mas de dor. Ethan se afastou. Eu sentei ao lado de Nath.
- Você foi o melhor amigo que eu já tive. Você é incrível – Passei a mão pelo cabelo de Nath e ele segurou minha mão, sorriu pra mim. Olhei bem pra ele para tentar gurdar aquele momento como uma foto na minha memória - não vou te esquecer. Eu te adoro cara – Soltei a mão de Nathan. Coloquei a arma em sua cabeça.
- Eu também te adoro Sarah – TAFF. E assim se vai, outro herói. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Capitulo 16 – Cabeças Ocas.


Quanto mais entramos para dentro do país mais árvores eu vejo. Eu vi um casal pulando de um prédio, se suicidando. Mas o que eles não entendem é que... O suicídio começa por dentro. O mundo foi e sempre será perigoso, pra morrer basta viver. Parece que as árvores estão cada vez mais mortas, como nós. Parece que a natureza está enfraquecendo com os humanos. Parece que o poder de Deus se virou contra ele.
- Eu vim pra cá ano passado – Disse Link – Missouri era o lugar mais maneiro que eu já conheci, mas agora só parece mais um pedaço de terra.
- É, mais um pedaço de terra – Comentei – está tudo igual.
- Pois é, agora a Disneyland é a mesma coisa que o parquinho da praça – Disse Ethan. Peguei um pirulito e coloquei na boca. Passamos por um grupo de três pessoas que tinham acabado de enterrar um amigo(a) pelas roupas sujas... Colocaram flores em cima do monte de terra. Sorri, não um sorriso de graça e sim um sorriso de sarcasmo. Porque os mortos recebem mais flores que os vivos, porque o remorso é mais forte que a gratidão.
- Quanto tempo para chegar no Tenneesse? – Perguntou Clear.
- Dois segundos – Nathan virou a rua, e eu vi placa escrito “Bem Vindos visitantes ao Tenneesse. População...” o número “13 mil foi pichado e escrito por cima “População cabeças ocas”  mais a frente mais uma pichação numa loja “Se tiver opção, vá embora” “não entre”  e depois “População: Zero”  Apesar de tudo isso vi um sorriso do rosto de Ethan. Fomos mais a dentro na cidade, fazenda para todo lado. Eu não sei o que mais foi fascinante ver vacas pastando, ou pessoas andando por ai. Nathan parou o carro em frente a uma casa enorme incrível no meio de uma fazer mais incrível ainda cercada.
- Nathan?
- Oi April – Uma garota loira com o cabelo preso num rabo de cavalo, veio andando até nós.
- Pensei que tivessem mortos.
- Bom... Não estamos. Oi prima – Ethan saiu do carro.
- Eita que são os irmãos de nomes parecidos! – Um homem de meia idade sem uma perna sendo sustentado por uma muleta veio rápido ao nosso encontro e bagunçou o cabelo dos dois – Olha só... Quem é essa belezura?
- Tio por favor... – Ethan revirou os olhos.
- Ora, ora, ora... Amiga sua Nath?
- Sarah esse é meu tio Reinold., tio Reinold essa é Sarah.
- Prazer , pode me chamar de Rei. Todo mundo me chama de Rei.– Nos cumprimentamos com as mãos.
- Vem cá – Nathan colocou a mão nas minhas costas e me guiou pra dentro da casa – Minha prima April. Meu primo Jeff Jackson.
- Pra você JJ, gatinha.
- JJ ela não é pra você – Ele levantou as mãos como se tivesse se rendendo. Eu sorri.
- Prazer.
- Ora, essa é a voz do meu menino? – Uma voz com sotaque nenhum pouco sutil veio de cima da escada. Um mulher limpando as mãos no avental veio descendo correndo as escadas – Nathan querido!
-Oi tia Mary. Sarah essa é minha tia Mary, esposa de Rei.
- Olá querida!
- Oi tia Mary.
- Pelo amor de Deus Ethan Wichester não se aproxime – Ethan parou de andar – Suba as escadas agora mesmo e vá tomar um banho.
- Mas eu...
- Vá logo, antes que fiquemos intoxicados com seu cheiro – April entrou. Ethan revirou os olhos, balançou a cabeça e subiu.
- Vocês tem água aqui? Pra tomar banho? – Perguntei. Nunca pensei que fosse ficar tão maravilhada por tem um chuveiro que funciona na casa.
- Temos cinco poços nessa propriedade. Todos com acessos aos canos que dão aos chuveiros – Disse Rei. Sorri, um latido. Um cachorro preto e grande veio correndo até mim.
- Cuidado! – Gritou JJ - ele é morde!
- Não parece - Pulou na minha barriga, latiu feliz, eu me ajoelhei e passei a mão na cabeça dele.
- Ele gostou de você – Disse April.
- Ele é o Chester.
- Oi Chester! Tudo bem garoto? - Pensei que não existissem mais cães. Pensei que não existisse mais vacas, cavalos, galinhas, vida normal. Mas ainda há. Esfreguei o pescoço do grande cachorro preto e olhei pra trás, um pedaço de madeira - Isso é seu? - Ele olhou pra madeira e latiu, foi instinto, olhei pra fora a procura de algum errante atraído pelo latido.
- Não se preocupe. Eles não andam por aqui - Disse April. "Eles não andam por aqui" porque será que isso não me acalma? Peguei o medaço de madeira e joguei pra fora. Chester correu fazenda a fora e eu fui andando atrás dele.
- Oi? - Um homem com os dois braços praticamente inteiro tatuados, cabelos negros bagunçados, usando uma blusa chadrez com colete jeans por cima com as mangas rasgadas, calças jeas também rasgadas e sapatos pretos de borracha, carregando lenha.
- Oi, meu nome é Sarah Birmigam. Amiga de Ethan e Nathan.
- Ah... Os irmãos Wichester - O homem tinha olhos castanhos grandes e brilhantes muito parecidos com os de Clear, que passou correndo por mim pra brincar com Chester - Meu nome é Noah - Apertei a mão dele - Que bom que chegaram, já estavamos perdendo as esperanças.
- Não é fácil chegar da Califórnia para o Tenneesse de carro, principalmente com aquelas coisas lá fora.
- Mutantes? Eles dão tanto trabalho assim? Só estive três vezes com eles, e em todas as vezes estavam em grupos pequenos.
- Vocês nunca lidaram com uma horda?
- Não.
- Não sabem a sorte que tem - Recomecei a andar, Noah colocou a lenha no meio de um amontoado de lenhas e veio junto comigo.
- O que você fazia antes disso tudo acontecer?
- Bom... - O que eu ia dizer? Que era uma drogada, que fingia procurar imprego? - Nada... Na verdade. E você?
- Eu era tatuador - Eu parei de andar.
- Ainda tem as coisas ai?
- Claro, porque?


- Prontinho... Você não pode comer chocolate, nem tomar refrigerante, ou comer batatas fritas sabe? Frituras em geral - Disse Noah. Cara nunca sonharia que fazer isso doeria tanto, mas acredite dói pra caralho.
- Relaxa não to comendo isso a mais de um mês - Levantei da cama. Desci as escadas.
- Deixe eu ver - Disse Nathan. Pedi para Noah fazer uma tatuagem em mim. Começando do ombro, indo pras costas e terminando nas costelas. Uma fênix. Vermelha com contornos pretos. Incrível. É só um jeito de eu sempre ter um pouco do meu irmão junto comigo - Nossa ficou incrível.
- Claro, obra de quem? Aé... Minha - Se vangloriou Noah. Ethan sorriu e balançou a cabeça. Subi para o quarto do qual Mary me dissera para ficar,entrei de baixo do chuveiro. Água quente. Peguei um buchinha e passei por de baixo das unhas tirando toda sujeira e sangue seco. Lavei meu cabelo, olhei para a água do chão. Preta. Meu Deus, você não tem noção do poder rejuvenecedor de um banho até ficar um mês e meio sem tomar um.
Tem dois banheiros nesse quarto e eu não sei porque estou aqui, já que estou sozinha. Peguei uma toalha, e comecei a me vestir. Esqueci a camiseta na cama.
-Ai meu Deus, desculpa. Não sabia que você estava aqui.
- Tudo bem – Peguei minha blusa rápido e coloquei. Tentei não ficar olhando muito, mas era quase impossível. É sério Ethan poderia ser confundido com Taylor Lautner sem camisa. Uau, Ele balançou a cabeça como se fosse um cachorro respingando água nas paredes – Eai? O Tennesse é tão maneiro quanto você achava?
- Não sei. Tem alguma coisa estranha com esse lugar – Respondeu Ethan colocando a camiseta – Não tem nenhum errante por aqui. As pessoas andam livremente pela rua. Agem como se estivesse tudo normal. Entendeu o problema?
- A ausência dele.
- Exato. E meu tio está estranho.
- Estranho como?
- Ele saiu com a espingarda. – Olhei pra Ethan.
- ETHAN WINCHESTER DESSA JÁ AQUI!
-Fala tia Mary – Desci junto com Ethan, e vi April e JJ cochichando e rindo.
- Que bom que já se acertaram – Disse Mary.
- Como?
- Bom... Não tem mais quartos então vocês vão ter que dormir no mesmo...
- Mas tia eu não...
- Quieto Winchester, preciso de um favor – Ethan respirou fundo.
- Qual?
-Preciso que você vá até a cidade e pegue mais comida para Chester.
- Mas...
- Eu vou com você.
- Vá com o carro do seu tio.
- Ta bom tia Mary – Ethan pegou a chave e foi até o carro, fui atrás dele.
- O que seu tio está fazendo na fazendo vizinha?
- Tia Mary disse que ele estava caçando.
- Caçando?
- Ta acabando a comida da cidade, Chester é o único cachorro ainda vivo por aqui então ele está bem.
- Você disse que ele saiu com uma espingarda? – Ethan olhou pra mim, depois voltou o olhar para a estrada.
- Ele não seria tão burro de fazer isso... Ou seria...? – Ficamos quietos por um tempo.
- Porque sua tia te chama pelo sobrenome?
- Ela ama meu sobrenome, porque é a única coisa que ainda me liga a família. Que me faz parecer filho dos meus pais. Entende? – Assenti. Quando eu tinha oito anos eu sempre sonhei por um príncipe e olha só... Estou do lado de um agora. Mas agora que o conheci penso “Será que meu eu com oito anos, se orgulharia do meu eu agora?”   Eu mudei. Minhas ideologias mudaram. Não sei mais o que é certo e o que é errado, tudo o que sei é minha relação com Ethan está ficando muito complicada. E não consigo definir se isso é bom ou não. – É aqui.
Entramos na loja, pegamos o saco de ração de Chester e saímos.
- Acho que esse lugar esconde mais coisas do que parece – Disse, olhei com atenção para fora da janela. Uma linha escura no horizonte – Ethan você ta vendo aquilo?

-Uhum... O que você acha que é? – Olhei de novo.
- O que você pensa que é Ethan? Está se movendo.
-Droga – Ethan aumentou a velocidade. A massa em movimento estava vindo por toda costa do Tenneesse. Ethan estacionou, e começamos a andar até a casa.
-Ethan... Escuta – Ele parou de andar.
- Isso é o que eu estou pensando que é?

Andamos sem fazer barulho nenhum até a fazenda vizinha, era bem distante na verdade e mesmo assim conseguia ouvir o barulho dos tiros.
-Ethan – Ele se virou pra mim, mas eu continuei a andar – Você acha que seu tio está realmente... – Tropecei no tronco do chão e Ethan me segurou.  Eu sei em seu pescoço e ele na minha cintura.
-Opa... Preste mais atenção gatinha – Ele sorriu.
- Desculpa – Eu me recompus, porém meu rosto ainda continuava a centímetros do dele. Tiro. Corremos pra trás do celeiro, Rei saiu correndo de dentro do celeiro. Tinham alguns errantes ali de dentro, cinco pelo menos. Mas pelo desespero dele parecia que nunca tinha visto o que é uma horda de verdade. Rei começou a atirar nos errantes,no torax, pernas, garganta, qualquer coisa menos a cabeça. Peguei o canivete e corri até lá. Enfiei o canivete por trás da cabeça de um, Ethan pegou sua faca e passou a me ajudar.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Capitulo 15 – Paranóia.


Kansas é conhecido por ser o menor estado norte americano, vamos chegar e saír em 7 horas. Eu quero acabar com isso logo, eu já estou ficando paranóica. Qualquer estralo é um errante atrás da árvore tentando me matar. Os sonhos mudaram, não é mais Jason ou minha mãe ou pai, agora é só Ethan. Um Ethan zumbi, tentando me matar e eu deixando ele fazer isso.  Eu me apaguei a essas pessoas, e isso não é bom. Nós agora somos uma família. Sinto como se devesse protegê-los de tudo.
- Anda logo com isso Nathan.
- Eu não controlo a velocidade que a gasolina cai – Nathan estava reabastecendo nosso carro. Link e Clear estavam comendo Cupnuoodles - tinha um incendio mais a trás, pegamos uma garrafinha de água e esquentamos no fogo - Ethan mascando chiclete e eu comendo Doritos. Nathan entrou no carro, e começou a dirigir.
- Não é melhor a gente parar um pouco? – Perguntei – Já são quase 18:30, está ficando tarde. Estamos todos cansados.
- Temos que chegar no Tennesse – Disse Ethan ao meu lado.
- Sei que temos. E vamos. Mas precisamos parar um pouco Ethan.
- Cara nós já estamos na metade de Kansas. Daqui a pouco é Missouri, já estamos chegando – Interveio Nathan. Ethan olhou de Nathan pra mim, respirou fundo balançou a cabeça e disse:
- Ah ta bom. Mas vamos ficar dentro do carro, se tiver que sair correndo já estamos prontos – Nathan subiu a rua e parou num acostamento em frente a floresta e do outro lado da rua, um mirante. Kansas é um lugar bonito, mas agora está sinistro. As arvores ao redor fazem sombras horríveis pela rua, tudo bem eu sei estou muito paranóica, mas a essa altura... Quem não está? Não gosto da ideia de passar a noite aqui, mas já é um milagre Ethan nos deixar parar. Nathan desligou os faróis e sentou no banco ficando de frente para o passageiro – no caso Link – e encostou a cabeça na janela, Clear estava aqui atrás na porta, Ethan no meio eu na outra ponta. Não conversamos, ninguém falou nada. Estavam todos cansados demais pra isso, não deu uma hora e Link já estava roncando. Clear dormiu rápido também, fiquei observando Nathan em toda sua sanidade física e provavelmente insanidade mental. Aposto que o garoto esta enlouquecendo por dentro e completamente calmo por fora. Como Nathan não surta?  Talvez ele faça o mesmo que Ethan, que é outro calmo. Entre tanto já vi Ethan perdendo o controle, e isso só é um reflexo por guardar tanto. Cada um lida com isso do mesmo jeito “matando os bichos” mas todos temos diferentes efeitos colaterais, eu por exemplo os sonhos, fumo muito, não consigo ficar parada, masco chiclete o tempo todo porém o pior até hoje são os sonhos.

Fumaça, muita fumaça. Acordei tossindo. Não conseguia respirar de jeito nenhum, o ar não chegava aos meus pulmões por mais que eu puxasse. Me virei na cama e vomitei, pensando que sairia minhas tripas junto. Um grito.
- CLEAR! – Gritei, tentei levantar porém fiquei tonta e sentei de novo respirei fundo, mas respirar o que? Fumaça. Tossi mais ainda. A casa de madeira estava tomada pelas chamas.Levantei da cama sem conseguir enxergar nada, me segurei nas paredes para me orientar meus olhos ardiam. Eu via sombras correndo arrastados pela minha frente.
- SARAH! SARAH! SOCORRO! ME AJUDA! SARAH!
- EU TO INDO CLEAR! TO CHEGANDO!- Eu não faço ideia de onde ela está, o fogo se alastrava. Onde estão os outros? – ETHAN! NATHAN! LINK! CADÊ VOCÊS?!
- SARAH! SOCORRO!
- EU TO INDO CLEAR! – Eu não vi a escada. Cai. Levantei dolorida, olhei ao redor Clear estava ali. Boa noticia: Não foi mordida. Má noticia: Estava em chamas.
- SARAH – As chamas estavam devorando das pernas da garotinha até o tórax, o rosto dela estava começando a queimar também. Era um cena horrível.
- CLEAR! – O que eu poderia fazer? Apagar o fogo? Ela já estava derretendo. Eu fiquei apenas olhando Clear gritando pedindo ajuda, agoniando. Sem me mover. Sem fazer nada. Sua pele derretida como chocolate pingava em gotas no chão.
Acordei pulando no banco com tanta violência que bati a cabeça no banco do passageiro. Não conseguia respirar direito, eu ainda conseguia sentir o cheiro ardido o sufocante da fumaça. Tossi, coloquei a mão no peito que mostrava meu coração batendo violentamente. Olhei para esquerda e vi Clear dormindo alheia ao meu sonho. Ela dormia muito bem, como um anjinho. Não consigo respirar. Sai do carro, fechei a porta coloquei as mãos nela e abaixei a cabeça. Pensei que fosse vomitar, mas vomitar o que? Doritos? Faz tempo que eu não como. E não é porque não tem, mas porque não estou afim. E eu não estar com fome? Isso é um grande problema. Olhei para dentro do carro, Nathan não estava lá. O sol estava nascendo, o vendo frio do Kansas passava suavemente pelo meu corpo. Olhei pra frente, lá estava Nathan  no mirante, observando as montanhas. Estávamos acima de algumas nuvens, por isso aqui é tão frio. Andei até ele.
- Não sabia que você fumava – Comentei.
- Não sou viciado. Mas as vezes é bom, sabe? – Eu assenti. Eu tragou profundamente o cigarro soltou a fumaça e jogou-o no chão.
- Porque está acordado agora?
- Não consegui dormir. Ethan ficou chutando a cadeira e isso não é coisa boa.
- Porque?Uns roncam. Ele chuta.
- Não, não é assim que funciona. Ethan começou a chutar enquanto dormia quando nossos pais morreram. Ele só chutava ou quando estava tendo um pesadelo ou quando tinha muita coisa na cabeça ou sei lá. Mas o que eu sei é que: Faz 10 anos que Ethan não dorme chutando. Tem alguma coisa encomodando ele.
- Tem alguma coisa incomodando todo nós.
- E o que é?
- A vida – Ficamos em silencio por um tempo.
- Então esse é o nosso fim? É assim que o mundo acaba? Com os mortos voltando? Que coisa irônica.
- “A morte não é o fim”
- Que disse isso?
- Buda – Nath sorriu, e depois disse:
- A morte pergunta pra vida: Porque a mim todos odeiam e a você todos ama?  E a vida respondeu: Porque eu sou uma feliz mentira. E você uma triste realidade - Verdade.
- Quem disse isso?
- Um sábio.
- Qual?
- Eu – Eu ri. Depois passei meu braço por cima do ombro de Nathan;
- Só você pra me fazer sorrir agora.
- Fazer alguém sorrir numa situação normal, é bom. Agora fazer alguém sorrir numa situação difícil, é a melhor sensação do mundo.
- Quem disse isso?
- Você – Nathan bagunçou meu cabelo, como se fosse meu irmão. Eu soltei ele e pulei nas suas costas.
- Você me lembra a Jason.
- E isso é bom?
- Muito – Ouvi um barulho. Não disse nada, o barulho se aproximou. Estava atrás de mim. Chutei sem olhar, não sei se é um de nós e não me interessa. Pulei das costas de Nathan, errante. Peguei o canivete e enfiei na cabeça dele. Olhei pra frente. Uns quinze errante em cima do carro balançando, tentando tirar todos de lá. Eu consegui ouvir os gritos deles dentro do carro, não posso deixar eles morrerem. – Nath, tem uma corda no carro?
- Tem no... – Ele enfiou a faca na cabeça de outro – porta-malas.
- Me ajuda a pegar? – Nathan me olhou como se eu fosse louca, mas depois assentiu, corremos em direção Nathan me deu cobertura matando dos errantes, e chamando a atenção deles abri o porta malas peguei a corda, peguei a cabeça de um zumbi coloque no porta malas e bati a porta, sangue escorreu do carro e pingou no chão – NATH AMARRA NAQUELA ARVORE – Joguei a corda pra ele –EI SEUS BOSTA VENHAM! – Os errantes vieram pra mim, enfiei o canivete no nariz dele.
- PRONTO!
- TA FIRME?
- Bastante. Porque? – Não respondi – NÃO! NÃO! SARAH, NÃO FAZ ISSO! NÃO! NÃO!
- VENHAM! – Corri em direção a arvore que tinha na ponta do mirante, os errantes atrás de mim. Corri com tanta velocidade que tudo virou um borrão ao meu redor,não estava mais ouvindo Nathan porque precisa protegê-lo, proteger a todos. Peguei a corda e pulei para a depressão do mirante, os errantes pularam junto e caíram rolando nas pedras pontiagudas e alguns enfiados como espetinhos nos troncos das árvores. Eu estava pendurada a corda que estava quebrando o tronco. Segurei nas rochas da montanha a soltei a corda e comecei a escalar. Eu escorreguei na rocha e machuquei minha perna, cai. Nathan segurou minha mão, Ethan segurou a outra mão e os dois meu ajudaram a subir. Levantei ofegando – Todo mundo bem ai?
- A gente ta ótimo, mas e você? – Perguntou Link.
- Eu to bem. Tem energético ainda? – Clear jogou monster pra mim. Agradeci com a cabeça.
- Acho que um band-aid cura o machucadinho do neném não acha Nath? – Ethan trouxe um band-aid do carro e colocou no meu machucado. Depois deu um beijo.
- Ethan que merda você está fazendo?
- Minha mãe sempre beijava meus machucados pra sarar mais rápido – Eu ri alto.
- Então ta bom mamãe – A verdade é que quando ele encostou os lábios na minha perna eu senti uma eletricidade percorrer meu corpo, e um calor subir da perna até a cabeça. Mas esse é o tipo de coisa que eu guardo pra mim mesma - E agora?
-  Vamos pra Missouri.

sábado, 11 de maio de 2013

Capitulo 14- A Mudança.


No resto daquele dia Ethan continuou dirigindo. Eu dividi o resto dos janks que Nathan, estava mais gostoso hoje do que nunca. Deve ser porque eu sinto falta de casa, ele hoje tem gosto da minha vida antiga. Os dias estavam passando e o aniversário de Ethan chegando, ainda estava com a pulseira no meu bolso, eu sei que é ridículo comemorar aniversário num apocalipse, quer dizer o que eu vou fazer? Uma festa surpresa no meio de uma horda pra gente dançar Triller com os zumbis? De todo modo acho que deveria fazer algo especial pra ele, trazer um pouco mais de felicidade pra vida dele. Esses dias está ficando difícil de arrancar um sorriso de Ethan. Da até pra sentir o calor da felicidade se esvaindo do corpo dele, Nathan é a única família que Ethan tem deve ser também  a única coisa que ainda o prende no chão. Com a cabeça no lugar, isso até agora não mudou. Outra coisa que não mudou foram meus sentimentos por ele, apenas se tornaram mais fortes. Acho que já está na hora de admitir pra mim mesma que pela primeira vez na minha vida, eu estou apaixonada.
Que coisa bizarra, parece que eu precisei perder tudo pra ver o que ainda é importante, precisei que os mortos voltassem pra me apaixonar?
A noite foi chegando e todos foram dormindo. Link colocou as pernas pra cima do banco e deitou com a cabeça sobre os joelho. Nathan colocou a cabeça na janela e dormiu. Ainda estava chovendo, estava muito frio, o rosto de Nathan estava até pálido. Peguei uma jaqueta do assoalho e vesti em Nathan, e depois coloquei o capus da jaqueta nele. Clear estava no banco do passageiro tão quieta que pensei que estava dormindo. Deitei a cabeça e tentei fazer o mesmo.
- Por favor Ethan não me obrigue a fazer isso. Se afasta! –Empurrei o zumbi, e ele caiu. Cuspia sangue para todo lado, Ethan voltou. Minha lágrimas eram tantas que se eu não piscasse me cegariam.Meu coração estava pesado, em pedaços parecia até que os pedaços dele estavam machucando meu pulmão. Não dava pra respirar. Apontei a arma para Ethan ele vinha pesada e lentamente até mim, eu vou atirar. Ele está aqui. É fácil só puxar o gatilho. Não consigo. Ethan mordeu minha mão. Não consigo matar você. Não você.

Acordei assustada.
Meu coração ainda estava pesado. Minha respiração estava ofegante. É por isso que eu odeio dormir.
-Tudo bem boneca? – Ouvi  voz de Ethan.
- Uma mochila, ali – Respondeu Clear. Ethan diminuiu a velocidade, Clear saiu rápido na chuva e voltou com uma mochila laranja.
- O que tem ai?
- Bom – Ela limpou a mão molhada no banco – Dois salgadinhos, uns quinze Cupnudolls, blusas de moletom, uma manta, um boné com o nome Foo Fighters, duas facas e dois rifles pequenos – Ethan parou o carro.
- Me da essa manta e o moletom do Red Hot Chilli Peppers. – Clear entregou pra ele. Ethan se arrumou no banco, fingi que estava dormindo. Ele colocou com muito cuidado e até carinho o moletom em mim. E depois estendeu a manta entre mim e Nathan. Depois voltou pra frente, senti Ethan me observando por um tempo.
- E ai? O que você sente por ela? – Que garotinha mais bandida. Ela fez o mesmo comigo.
- Como é? – Ethan voltou a dirigir. O sol estava começando a surgir no horizonte. Era uma das poucas coisas que continuaram lindas depois da Mudança.
- Olha está na cara que você também gosta dela.
- Não tem nada haver – Clear riu sarcástica.
- Se você diz...
- Porque pergunta? Ela disse alguma coisa?
- E se disse?
- Olha menina não é legal brincar com o sentimentos dos outros – Ethan esticou a mão direita e fez cócegas na barriga de Clear – Vai me dizer?
- Não é legal chantagem – Disse Clear quase sem conseguir para de rir.
- Se você dizer eu paro. Vai dizer?
- Tudo bem, tudo bem. Mas para por favor – Clear recuperou o fôlego – Ela só disse que não rola nada, mas eu vi os olhos dela quando falei de você.
- Como assim?
- Ela gosta de você.
- Não, ela gosta do meu irmão – Consegui sentir a amargura de Ethan em sua voz.
- Nossa senhora, mas que ilusão é essa? Acho que Sarah só vê o Nathan como um melhor amigo, irmão no Maximo.
- Você acha?
- Acho – Vi o primeiro sorriso (por menor que tenha sido) em dias de Ethan. Ethan não disse mais nada, Clear também não. Eu apenas sorri como um criança.
Algumas horas mais tarde saímos de Utha, chegamos em Colorado. Colorado é um estado pequeno, no meio dessa madrugada a gente chega em Kansas. O pesadelo já está acabando.
- Que cheiro é esse? – Perguntou Link quando ele acordou.
- Comida podre – Respondeu Nathan. Saímos do carro.
- Ai que merda – Respondeu Link.
- O que vocês esperavam? A comida agüentou muito bem fora da geladeira – Respondi.
- O que você sugere? – Perguntou Clear. Olhei ao redor. Colorado parece uma floresta gigante com uma estrada no meio. Tem algumas árvores em chamas, um lado mais ao lado e um posto de gasolina na frente – Loja de conveniência no posto de gasolina.
Eu, Link e Clear entramos. Eu coloquei toda comida que tinha nas pratileiras na mochila.
- Nathan cuidado cara, tem gente que ainda quer usar isso – Nathan quebrou a mangueira da gasolina – Vão terminando de colocar as coisas ai – Eu sai. De uns dias pra cá eu tenho fumado mais. Não sei porque, talvez ansiedade. Ascendi o cigarro com um isqueiro velho e depois joguei ele no chão. Dei a volta no posto e fiquei a frente dele, observando.
A uns quatro anos eu vim pra cá com a minha família, abastecemos o carro nesse mesmo posto e o balconista da loja de conveniência ficou dando em cima de mim, eu não estava interessada e Jason como um bom irmão percebeu isso e fingiu ser meu namorado. Fiquei devendo essa pra ele. Fomos na casa da minha tia avó Grace que provavelmente já está morta agora. Fiquei a viajem toda ouvindo musica e trocando sms no meu celular. Saudades disso. Traguei profundamente o cigarro e segurei um pouco a fumaça pra depois soltar. Ainda estava com o moletom do Red Hot que Ethan pois em mim, e nem ele nem Clear imaginam que eu ouvi a conversa dos dois. Um errante chegou de surpresa atrás de mim, me assustei e deixei o cigarro ascesso cair. Tirei o canivete do bolso e enfiei na cabeça dele. Como sempre o mesmo erro segurei forte demais com a mão machucada.
- Ta vendo o que você fez idiota? – Reclamei com o errante morto, balancei a mão. Olhei pra frente o fogo do cigarro se juntou a gasolina que Nathan deixou cair – Ai caralho. LINK, CLEAR! SAIAM DAÍ! VENHAM, CORRAM! – Nathan olhou e entendeu, veio correndo Ethan atrás dele e puxou o irmão para o carro. Clear veio correndo também o fogo estava indo com rapidez e Link ainda não tinha saído. Corri até ele – Cara vem logo!
- Eu achei uma Ruger aqui em baixo!
- Se não sair daqui, não vai viver pra usar essa Ruger! Vem Link!! – Ele nem parecia estar me ouvindo. Fui até ele e o arranquei de lá, deitei no chão e chutei a Ruger ela veio deslizando por de baixo da balcão, Link pegou a arma. Olhei pra frente, horda. Ethan passou com o camaro por nós gritando:
- CORRE PRO LAGO, PRO LAGO! – Como ele quer que eu saia daqui? Esse lugar vai explodir e tem zumbis vindo pra cá. Não sei o que fazer.
- Vem comigo – Link correu pros fundos da loja abriu uma porta e depois fechou, entramos num corredor. Nos fundos deste tinha outra porta que dava na floresta. Me senti estranhamente em casa, na hora que estava fugindo. Isso não é legal. Um sentimento horrível subiu do meu estomago pra garganta. Corremos. O fogo chegou no tanque de gasolina, tudo explodiu. Eu e Link fomos arremessados. O corredor foi tomado pela fumaça não conseguia ver nada, não conseguia respirar – Então é essa a sensação de ser explodido... Não é tão maneiro quanto nos filmes. – Link se levantou e me ajudou a levantar – Vem – Saímos para a floresta, andamos até o lago. Estavam sendo atacados  peguei meu canivete e Link a ruger corri em direção ao primeiro afundei na cabeça dele. E no próximo, no coração do outro  caí em cima dele e depois na cabeça. Mais chegavam.
- Ethan não dá! Tem muito aqui, temos que sair!
- Eu sei, to pensando.
- Eu tenho uma ideia – Gritou Nathan. Ele atirou na cabeça de um e depois correu pro carro, puxou Clear pelo pulso e jogou ela dentro do carro. Andou com o carro...
- É ESSA SUA IDEIA NATH? – Perguntei pegando uma espada perdida no chão e passando pelo pescoço de três errantes.
- MELHOR QUE NADA! – Clear abriu a porta de trás do carro, Nathan dirigiu com mais velocidade Link pulou dentro do carro. Eu estava ficando encurralada. Os errantes estavam chegando com mais vontade, ferocidade, violência. Olhei ao redor, segurei numa arvore e escalei. Segurei num tronco ele quebrou agarrei outro e me segurei a ele. Ethan pulou dentro do carro também, o tronco estava quebrando. Os errantes mais aglomerados em baixo de mim. Não dá pra sair daqui, Nathan foi atropelando os errantes, como eu vou entrar? O tronco quebrou eu cai em cima do capo do carro, agarrei o carro – SARAH?! TA BEM?
- TO VIVA!
- É ISSO QUE IMPORTA! – Riu Nathan, acho que é isso que mais gosto em Nathan “o senso de humor”. O vento calmo do dia em Colorado vindo com violência no meu rosto, e não dava pra respirar apesar disso. A fumaça ainda queimava minha narina, senti alguma coisa quente na minha mão.
- Vou te ajudar Sarah – Ethan segurou minha mão, era como uma eletricidade um ponto de partida, o toque dele me deu força pra continuar. Ele agarrou meu braço e me puxou pra dentro do carro. Balancei minha cabeça.
- Bom... – Disse Link – Próxima parada... Kansas.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Capitulo 13 – Quem eu sou?


Meu nome é Sarah Birmigam, tenho 22 anos. Meus olhos são verdes por causa dos da minha mãe. Minha pele é bronzeada pelo sol. Moro no mundo onde tudo foi pra merda, agora os mortos andam pelo terra, e os vivos vivem com medo deles. Minha família morreu, e depois eu matei eles.
As vezes eu tenho que repetir isso na minha cabeça pra lembrar quem eu sou. Só que o problema é que e não consigo lembrar, quem eu sou. Parece tudo muito vago, todas as melhores lembranças da minha vida agora são apenas lembranças, momentos felizes que não vão mais voltar. As vezes eu sinto como se nunca mais fosse ser feliz. Provavelmente não vou.
Chegamos em Utha era mais ou menos 16:50. Utha não está melhor que todos os outros estados. Parece que quanto mais eu vejo, pior a situação está, ninguém está a salvo aqui, e ninguém nunca vai estar. O cheiro que podre está no ar, a cidade está empreguinada com o cheiro da morte. Talvez seja do medo.
Nathan deu pontos na minha mão e depois enfaixou.
- Prontinho.
- Obrigada – Passei a mão direita massageando a mão esquerda. Passou o efeito da anestesia, caralho parece que um caminhão passou por cima da minha mão.
- Quanto tempo é daqui até Colorado? – Perguntou Clear engolindo Doritos.
- Quarenta e oito horas – Respondeu Link – podemos seguir mais um pouco, e ficar em algum lugar até amanha.
- Não – Disse Ethan – Eu não agüento mais, eu to cheio disso – Pela primeira vez Ethan parecia triste, as olheiras em baixo dos seus olhos ele estava cansado – Só quero chegar logo no Tennesse. Eu só quero descançar um pouco, ter um pouco de paz.
- Calma Ethan, todos estamos cansados e por isso precisamos dormir. Link seu tio Matthew não mora aqui?
- NÃO! Não podemos parar agora, temos que continuar temos que prosseguir –Exclamou Ethan- Não podemos parar num lugar pra acordar, e ter que sair correndo. Ou com um amigo morto! Eu não quero mais isso!
- Ei, calma Ethan. Calma – Passei a mão nas costas dele – Nada foi culpa sua.– Eu vi uma perolada lágrimas escorrer da ponta do nariz de Ethan e cair no chão. Só agora eu consegui ver toda a carga, toda a tristeza, toda culpa que ele carregava. Acho que do grupo, ele é o único que sabe como eu me sinto. E eu a única que o intendo – Nós vamos prosseguir nenhum de nós vai morrer mais. Apenas quando estivermos quentinhos embaixo de nossas cobertas – Sorri pra ele, tentando animá-lo. Ele engoliu com dificuldade e respondeu:
- Promete? – Apenas saiba: Não prometa algo que não posso cumprir.
- Prometo que eu vou tentar.
- Isso basta pra mim - Trovão, uma chuva chegou. O carro estava lotado de garrafas, o que não nos deixava com espaço para ao menos esticar as pernas. Link estava cansado, dava pra ver suas pupilas dilatadas, ele esta lívido.
- Link troca de lugar comigo - Saímos todos do carro, colocamos as garrafas amarrotadas no porta malas, Link,Ethan e Nathan ficaram atrás. Clear no banco do passageiro e eu dirigindo. Meu pé escorregava um pouco por causa da água da chuva então fui devagar. Alguns minutos se passaram e os três já tinham dormido, não sabem a inveja que tenho deles.
- Você sabe como sair de Utha? - Perguntou Clear.
- Não faço a minima ideia. Mas talvez tenha algum mapa por ai.
- Uma agencia de viajens ali na frente, na esquina - Ela apontou. Eu parei na porta da loja, tranquei o carro. Se alguma coisa acontecer eles tem tempo de acordar antes de me chamar pelo walkie talkie. Peguei a lanterna e entrei na agencia com Clear aos meus calcanhares.
- Gatinha fica perto de mim - Ela assentiu, estava tudo muito bem arrumado. Parecia até que ninguém entrava aqui a meses, tinha até uma grossa camada de poeira por cima dos moveis. Talvez a praga tenha atacado Utha primeiro, com mais força, e as pessoas lutaram com menos esperança. O mais estranho é que eu sentia aquele abtual cheiro de morte, e medo no ar. Eles estão aqui, passei a lanterna pelo chão do recinto,vi um pouco de sangue no chão, apertei a lanterna. Grande erro, era minha mão machucada. Grunhi e deixei a lanterna cair. Clear pegou.
- Tudo bem? - Sussurrou ela. Eu assenti, ela passou a luz da lanterna pelos moveis - Achei - Ela foi até a mesa e tirou de cima dela um grande mapa dos Estados Unidos da América. Ela dobrou e virou pra mim - Foi mais fácil do que eu pe... - Por de baixo da mesa alguma coisa agarrou o tornozelo de Clear e ela foi arrastada. A poeira levantou, e eu não conseguia ver nada. Clear não gritou, manteve a calma em quanto tentava se soltar. Pulei por cima de mesa, e enfiei o canivete na coxa do zumbi com a mão esquerda. Cara sou destra como se coordenção com a mão esquerda? Sentei em cima da zumbi de roupa de aero moça bati com força a cabeça dela no chão depois disso enfiei a o canivete na cabeça dela. Ouvi passos arrastados e pesados  atrás de mim, não precisei nem olhar apenas enfiei o canivete na canela dele, ele caiu me virei e afundei o canivete na garganta dele, um segundo filete de sangue se espalhou pela poeira do chão e da cadeira. Matei dois errantes e gostei disso. É bom. É como se eu tivesse despejando toda raiva, tristesa, e culpa neles. É o único jeito de manter a sanidade numa época assim. Ouvi mais passos vindos dos fundos.
- Bom, já foi muito bom o comitê de recepção não acha? - Clear estava em estado de choque - Não podemos esperar para a festa começar. Vem - Agarrei o braço de Clear e corri para a porta, ouvi os paços pesados dos errantes atras de mim fechei a porta - Clear pega aquele pedaço de madeira ali, obrigada - Prendi as maçanetas da porta com o pedaço de madeira. Ta explicado porque esse lugar não está aberto e tanto tempo.
Mau saímos e nossos corpos já foram castiguados pela fria chuva da noite, o vento aumentou então as gotas vinham com mais violencia contra nossas peles. Entramos no carro congeladas e molhadas, como se tivessemos tomado banho com roupa - banho... Ta ai uma coisa que não tomo faz tempo - e os três meninos dormindo, roncando, babando um no ombro do outro sonhando tão distintos de tudo que tinha acontecido. Fiquei alguns segundos observando os três atrás e de repente me peguei olhando Ethan. Com o barulho violento da chuva no teto do camaro, me peguei pensando como Ethan era nos tempos bons. Ele parecia o típico musculoso, tatuado e gostoso líder do time de futebol da escola onde as líderes de torcida corriam atrás, mas não... Conheci Ethan o bastante para saber que ele não era assim.
- O que vocês tem? - Clear me assustou, por um instante eu tinha até esquecido que ela estava aqui. Tinha esquecido que eu estava aqui - Qual o lance?
- Nenhum - Liguei o carro e voltamos ao caminho.
- Como não? Eu percebi vocês dois. Ninguém fica tão louco porque a outra estava arrancando a faca da mão. A não ser um irmão. E ele não é.
- Como assim louco? - Eu apaguei por dois minutos quando tirei a faca da mão, segundo Nathan por ter perdido muito sangue.
- Ele pirou, correu direto pra você pegou você no colo e te colocou no carro, disse pro Nathan que ele tinha que te curar e te trazer de volta de qualquer jeito, nunca vi alguém tão vermelho. Não sabia se eu ria ou ficava com medo - Eu sorri.
-Não rola nada. Agora podemos voltar ao caminho? - Ela deu de ombros.
- Sou criança, mas não sou ingenua. Uma hora ou outra vai acontecer.
- Ta bom gatinha continue sonhando ok? - Ela sorriu e olhou pra mim - Agora me diz por onde eu tenho que ir? - Ela abriu o mapa encharcado de água, limpou com a manga da jaqueta que tinha acabado de pôr e disse.
- Esquerda - Virei. Foi ai que tudo começou a dar errado. Errantes. Os zumbi saiam de prédios, casas, lojas comerciais, esquinas, avenidas estavam todas lotadas. Não dava para mexer o carro, eles viram a luz baixa do farol do carro e como se fossem vagalumes vieram correndo para ela.
- E ai estamos nós na festa de novo. Clear tem outro caminho?
- Meu Deus, eu nunca vi tantos - Ela estava com muito medo.
- Nem eu gatinha, mas veja o caminho por favor.
- Eles vão matar a gente.
- Clear, presta atenção. Em mim, só pra mim - Ela virou o rosto pra mim olhando nos meus olhos - Não vamos morrer aqui. E tudo que você tem que fazer é me dizer como vamos para o Colorado. Tudo bem? Isso depende de você, você é minha comisária de bordo.
- Não existe lugar seguro. Podemos ficar bem no Tennesse, mas e então? Pra onde vamos?
- Paraíso - Ela me olhou como se tivesse me visto pela primeira vez - Uma hora vamos pra lá; Tem razão, não tem lugar seguro. Mas enquanto estivermos bem, pelo menos por um tempo é o melhor lugar - Os errantes estavam a um metro do carro - Pra onde vamos? - Eu falava com muito mais calma do que eu estava - Clear? - Ela procurava frenéticamente pelo mapa - Clear Nevada está aqui - Eu passei o dedo pela direita do mapa, um deles pulou em cima do vidro dianteiro e rachou a metade dele - CLEAR!
- Volta e vira a direita - Dei a ré e voltei pela avenida virei bruscamente para direita, cheia  de errantes, eu já estava entrando em pânico. Todas as ruas estão lotadas?- Volta e vira a esquerda - Fiz isso, vinha mais pela lateral da avenida mas eu passei reto, a chuva piorou. Brequei abruptamente. Todos fomos para frente, Ethan caiu do banco, Link bateu a cabeça na minha cadeira e Nathan voou, bateu na marcha e caiu em cima de mim. O peso do seu corpo fez com que eu eu pisasse no acelerador. Nathan levantou e eu brequei de novo.
- O que ta acontecendo aqui? - Perguntou Ethan passando a mão no pescoço.
- Estamos sendo perseguidos. Clear não tem outro caminho?
- Não, tem que ser esse - A rua era muito ingrime. Parecia mais uma montanha reta do que uma rua.
- Temos mesmo que descer isso aqui?
- Você consegue Sarah - Droga. Olhei o retrovisor, uma massa preta de cabeças mortas em movimento vindo ao nosso encontro. Respirei fundo, e acelerei um pouco. Comecei lentamente, estava muito molhado - Devagar - Um solavanco nos fundos do carro, um errante escorregou e caiu aqui. Droga. Alguns outros estavam escorregando pela rua, não é facil sustentar o carro quando se tem "pessoas" caindo em cima dele. Meu pé molhado escoregou no acelerador, perdi o controle do carro e ele derrapou pra baixo. Os errantes escorregaram e rolaram rua abaixo batendo no carro. Os gritos de todos encheram o camaro, não dava pra fazer nada a não ser, ser levada pelo balanço descontrolado do carro. Eu vi o chão, freiei, o pneu cantou tão alto que explodiu nos meus ouvidos. O carro tombou pra frente e o para-choque raspou no chão, depois ele caiu pra trás. O errantes continuaram a rolar pela ladeira, alguns batiam nos postes e assim faziam seus cerebros se espalharem pelo chão. Ofeguei, tentando recuperar o ar. A chuva piorou ainda mais.
- É... - Disse Nathan - Foi divertido.

domingo, 5 de maio de 2013

Capitulo 12 – Por um bem maior.


Será que eu sou tão melhor que Lisa? Nem tentei ajudá-la, não senti pena. Não sinto pena. Talvez eu esteja perdendo o senso de compaixão, mas o que tem? Não se pode sentir tanta pena, sentir tanta compaixão, sentir tanto amor ao próximo,  muito menos sentir remorso, porque em dias como hoje não se pode sentir muito. Dane-se se eu deixasse a porta aberta, nós poderíamos ter morrido, DJ não merecia isso mas tudo foi por bem maior. Talvez tenha sido melhor ele ter ido também, quem disse que ele é melhor que elas?
- Paraíso – Disse Ethan, Clear fechou os olhos e tampou os ouvidos com as mãos. Ainda dava para ouvir os gritos desesperados dos dois morrendo, era carnificina pura. Dava para ouvir até a pele rasgando e se desprendendo do músculo quando um errante arrancava uma parte do corpo. Olhei para Nathan ele não tinha pena, talvez raiva mas pena não, parecia com nojo, por incrível que pareça nojo de Lisa. Nojo dos gritos pedindo por socorro dela. Nojo do almoço incrível que os zumbis estavam tendo. Eu poderia jurar que ele ficaria com raiva de mim, mas estendeu a mão  pegou a minha e me puxou para que começássemos a andar para fora dali. Talvez para não continuar sentindo o cheiro do medo.
- O que aconteceu aqui? – Perguntou Link.
- Ela sabia que tinham zumbis ali dentro, trancou Sarah e foi embora como se nada tivesse acontecido – Respondeu Ethan – vadia – Sussurrou. Ethan estava vermelho, enojado tanto quanto o irmão.
- E eu pensando que ela era uma pessoa boa. Confiamos nela – Comentou Link.
- Então pare de confiar tanto – Respondeu Ethan – Você fez o certo Sarah.
- Espero que sim – Murmurei. Olhei para os carros ao redor, como a Gold Motors tem teste drive todos os carros tem gasolina – Podemos pegar a gasolina de todos os carros e levar.
- Podemos levar aquele camaro branco? – Link apontou.
- Tudo bem – Respondeu Ethan.
- Link onde você deixou nossas coisas? – Perguntei.
-Atrás do balcão – Fui até o balcão que um dia foi de um atendente e peguei algumas garrafas que tínhamos – Onde vamos conseguir outras garrafas? – Olhei ao redor, e vi o posto policial.


Logo quando se abre a porta já dava pra sentir o cheiro de podre, já me acostumei tanto que nem tampei o nariz. Tinham moscas por todo lado, a mesa de mármore que tinha do lado da porta estava ensopada de sangue, sangue fresco que pingava para o chão.
- Cuidado Nathan – Ele assentiu. Ethan e Link estavam dentro da conceissionaria quebrando o tanque de gasolina, deixando-a escorrer na garrafa. Eu e Nathan viemos para o posto policial pra ver o que acontece. Continuamos a andar em silencio, abri uma porta Nathan ligou a lanterna.
- Sarah... Acho que nenhum policial saiu daqui - Sussurrou Nathan.
- Se você estiver certo, deve ter uns 25 policiais aqui - Disse.
- Eles não estão bem, não é? - Balancei a cabeça.  A lanterna piscou, e apagou. Acabou a pilha.
- Nathan? - Se tem uma coisa que eu odeio, é escuro. Eu me sinto agoniada, perdida, pior ainda se tem a probabilidade de terem vinte e cinco zumbis aqui dentro.
- Eu to aqui Sarah -Era reconfortante saber que eu tinha Nathan do meu lado,pelo menos não estou sozinha. Fui procurando com a mão alguma coisa pra me apoiar segurei na parede, não sei o que é pior ficar no escuro, ou no escuro e em silencio.
- Nathan me explica uma coisa, quando a gente se conheceu você disse que ficou com a sua avó depois que seus pais morreram, mas onde estava Ethan nessa história?
- Eu fiquei com a vovô porque ela estava doente e precisava de alguém, Ethan ficou com meus tios. A gente se via na escola e saia de vez em quando.
- Ah entendi, mas e.... - Eu escorreguei.
- Sarah?
- Eu to bem, to aqui. Eu só escorreguei.
- Em que?
- Água - Respondi.
- Água? - Água? Como assim água? Porque teria água no chão?
- Nathan... - Murmurei.
- Não é agua, é? - Alguém pulou em cima de mim, outro. E mais um. Um tentava agarrar meu braço. O outro minha garganta. E outro mordendo meu pé.  Ouvi um baque surdo atrás de mim, o que significa que Nathan caiu. Chutei pra qualquer lugar tentando me livrar do errante que mordia meu pé. A sorte é que ele mordia a parte plástica do all star, chutei com força o errante e senti ele cair aos meus pés com alguma gosma derramando pela minha meia. Menos um. Sentei e peguei o canivete da meia.
- Nathan você ta bem?
- Eu to legal - Ele estava ofegante, o que significa estava tendo trabalho. Me levantei, analisei o meio obscuro que eu estava. São policiais então são musculosos, sentem cede do meu sangue, querem minha carne custe o que custar. Golpeei um deles no que eu esperava ser seu torax, ele se curvou golpeei em cima. Na cabeça. Ele caiu. Golpeei outro mais em cima expeliu muito sangue. Provavelmente a garganta. Cabeça depois. Um outro tentou morder meu pescoço tentei impurrar ele e ele não cedeu continuou aqui. Então se não pode com eles junte-se a ele. Trouxe ele pra mais perto e o preencei contra a parede. Só que ele agarrou minha mão,  tentei puxar ela porém ele agarrava com força. Babou em cima dela,  u ele tentou morder-la só que eu puxei e ele passou a lingua nela. Peguei o canivete, o errante puxou a minha mão pra cima. A decomposição estava avaçada, o corpo podre, pele mole, enfiei o canivete na parte de trás da cabeça dele com força, e acabei furando minha mão. Cai de joelhos. Gritei.
-Nathan? Nathan cara ouvi um grito - Link estava no walkie talkie.
- Sarah o que aconteceu?! - Gritou Nathan pra mim. Não consegui responder, minha garganta estava dopada pela dor, pânico e subita ensanidade. Minha mão ainda estava presa a cabeça do errante e ficaria assim até eu desprender a faca dela. Senti o sangue escorrendo pelo chão e se espalhando pelos meus joelhos. A adrenalina que a muito eu não sentia se espalhou estanane a pelo meu corpo. Não dava pra me mexer sem a dor acabar comigo,  segurei o corpo do errante e me levantei com ele. Outro grito.
- NATHAN?!
- SARAH?! - Ouvi coisas caindo no chão e quebrando, luz. Nathan conseguiu uma lanterna. Agora eu consigo ver o estrago que eu estou fazendo, um errante veio correndo em minha direção com mais quatro atrás dele. Impurrei o errante preso a minha mão para cima deles,me joguei em cima dos quatro eles estenderam os braços tentando me agarrar. Me levantei com a mão ainda abaixada e peguei uma caneta numa mesa, enfiei na cabeça do primeiro e afundei tão fundo que a matade da minha mão ficou dentro da cabeça dele. Joguei a caneta no chão e apalpei minha cintura "só para emergencias" e distravei a arma com o dedão atirei nas outras três cabeças.
- NATHAN... - Dessa vez era Ethan falando.
- Cara você não vai acreditar se eu te contar.
- NATHAN FALA A PORRA QUE ESTÁ ACONTECENDO AI PORQUE... - Atirei de novo - CARALHO FALA ALGUMA COISA - Agarrei a cintura do errante preso a minha mão esquerda e o levantei. Olhei ao redor dois errantes, Nathan se aproximou e enfiou a faca na cabeça de um, eu fiz o errante preso a mim de escudo coloquei ele entre eu e o zumbi e atirei nas costas dele, o tiro passou pelas costas dele e pegou na barriga do outro. Peguei uma tesoura e enfiei várias vezes na cabeça deste.
A adrenalina se esvaiu do meu corpo. Eu me senti mais fraca do que nunca. Me senti mau, e vazia como se meu corpo fosse uma crosta e dentro só ouvesse dor e desespero, o pânico tomando conta do meu cérebro. Minha mão sangrava sobe a cabeça do errante. Um canivete preso no meio da minha mão, e eu caída no chão, ofegando, cansada, eu agradecia por estar escuro e Nathan não poder ver as lágrimas caindo dos meus olhos e pingando pelo nariz. Agarrei o errante - como se ele fosse minha fonte de sobrevivencia. Se eu não pegar ele minha mão rasga por completo - e andei até uma porta. Abri.
- Não vou poder te ajudar a pegar as garrafas - Nathan se aproximou e segurou minha mão, eu me contrai - Não faz isso.
- Eu pego as garrafas sozinho. Senta, se não o sangue sai mais.


Nathan me ajudou a sair do posto policial, Clear abriu o portão e Link saiu com o carro, Clear correu até a gente e se deteve ao ver o errante. Nathan não disse nada, apenas estendeu o braço e lhe entregou as garrafas e ela voltou correndo. Ethan chegou correndo até nós.
- O que aconteceu?
- A lanterna acabou a bateria. Tinham errantes lá dentro - Disse Nathan - Você vai ter...
- Que tirar o canivete. Eu sei.
- Ele pode te dar anestesia - Disse Ethan - e então...
- Não dá cara. Não tem anestesia o suficiente pra dar agora e na hora que eu arrumar esse buraco na mão dela.
- Ta me dizendo que ela vai ter que tirar isso sem anestesia? - Ethan colocou as mãos na cintura, como sempre acontece quando está bravo. Acho que agora só está preocupado. Eu gosto disso.
- Não posso fazer nada.
- Espera deve ter alguma coisa lá dentro. Vem comigo - Ethan arrastou Nathan para dentro do carro, e os dois procuraram dentro das mochilas. Mas nós sabiamos que isso é em vão. Não vai ter nada, isso só está adiando o inevitavel. Me ajoelhei, olhei para minha mão. Os olhos perdidos na escuridão eterna da morte duas vezes vivida olhando direto nos meus. O canivete no meio da minha mão perfurando sua testa, respirei fundo. Meu coração batendo loucamente. Agarrei o cabo e comecei a puxar.
Com certeza essa merda doí mais que um tiro. A pior parte é ter que tirar lentamente. O canivete está preso nos musculos, não da pra tirar com rapidez. Sangue passou a cair ainda mais e escorregar para dentro da boca aberta do zumbi abaixo. Não deu pra segurar o grito agudo do desespero, da agonia, da sanidade no limite de uma pessoa psicologicamente instavel. O grito de alguém que só quer acabar com a dor, por um pouco de piedade. O grito da decadencia de um alma cansada e uma mente nenhum pouco sã. Quanto mais eu tirava mais desesperada eu ficava, mais lágrimas rolavam, mais agonia se instalava em mim. Com o canto do olho vi Ethan e Nathan congelados, imoveis olhando. Da pra imaginar, por que isso é enlouquecedor. Imagine um estaca de gelo perfurando seu coração. É mais ou menos assim. Aquele pedido inconciente para que a dor acabe, só que ela nunca para.
Quando o canivete finalmente saiu, eu não conseguia mexer minha mão. Apenas respirei fundo, tentando reconseguir a sanidade e orientar minha cabeça. Mas tudo que vinha a minha mente era apenas uma voz "Acaba com essa porra toda. Queima esse lugar, queima esse mundo. Acaba com essa merda agora porque queridinha não importa você tentar fazer as coisas melhorarem, elas não vão. O maximo que você pode fazer é ser, ou tentar ser feliz enquanto pode. Você sabe, a vida é um jogo onde ninguém ganha. Todo mundo uma hora tem que perder. Pois é assim que as coisas funcionam, e agora... O mundo acaba"

sábado, 4 de maio de 2013

Capitulo 11 – Gold Motors


Nevada é um dos mais frios estados dos Estados Unidos, e quando digo frio quero dizer "provavelmente vai nevar". Qualquer vento que entrasse dentro da Ferrari congelava meus ossos em instantes, ao longo da viajem trocamos de roupa para as que eu peguei na loja. Eu coloquei um gorro cinza, jaqueta cinza e calça jeans. Continuei com meu all star vermelho, e sem ninguém ver coloquei a pulseira de Ethan no bolso da calça. As horas se passavam e Clear acabou virando a mascote do grupo. Ela disse que seus pais foram mordidos e se mataram antes da transformação, depois disso ela e sua irmã Betanie de 25 anos estão tentando sair de nevada, para qualquer outro lugar.  Fora da janela conseguia ver alguns pontos de incendios, pessoas correndo, errantes comendo. Pessoas matando pessoas. Não mudou muita coisa.
- Que isso? – O carro deu um solavanco na parte de trás, parou.
- O pneu furou – Respondeu Link.
- Nossa mais que ótimo – Grunhiu Nathan. O sol já estava nascendo. Saímos do carro, Link andou até a floresta provavelmente para se aliviar, se é que vocês me entendem. Ethan olhou o pneu e depois o chutou frustrado.
- Onde estamos? – Perguntei, com a fumaça de frio saindo da minha boca. Os nós dos meus dedos estavam brancos, tremia.
- Hold Made Center avenue – Respondeu Clear – Estamos com sorte.
- Como pode chamar isso de sorte? – Perguntou Lisa, com desdém.
- Porque a uma quadra daqui tem um Gold Motors – Respondeu a menina com os olhos brilhando de excitação, aposto que não tanto quanto os meus.
- Maravilhoso! Simplesmente maravilhoso! – Comecei a andar em linha reta, os outros vieram atrás de mim
- Porque isso é bom?
- Porque a Gold Motors é uma das melhores concessionárias americanas – Respondi.
- E...?
- E, que elas tem teste drive – Respondeu Clear.

A Gold Motors não usa paredes concretas e sim vidro, como a maioria das concessionárias, a diferença é que o vidro deles é a prova de balas um dos mais resistentes da história. Ou seja, ninguém conseguiu entrar. Mas isso é porque ninguém aqui era irmã de Jason Birmigam. Na rua da frente tinha um posto policial com uma viatura na frente, me aproximei. Um homem com uma faca enfiada na cabeça, mosquitos rodeando seu corpo em decomposição, seus ossos marrons com a boca aperta e a cabeça caída para o lado. O suporte onde deveria estar sua arma estava vazia. Alguém pegou é claro. Na parte de trás do carro tinham Donat’s e refrigerante, o cheiro era horrível. Carne morta e comida podre. Que ótimo. Em seu peito em baixo do distintivo tinha um crachá com o nome dele “Official John Keller”  e em seu colo uma prancheta escrita “Sobrevivente Sarah, Los Angeles. Walkie Talkie 33490, Official Louis Flint morto”  lembrei do dia em que meu irmão morreu, eu estava indo pra casa e John falou comigo. Fiquei pensando, será que ele morreu assim que desligou o walkie talkie? Ou será que estava tentando avisar outros?  Como será que ele morreu? Espero que não tenha demorado. Era um homem bom. Senti ancia de vomito subindo minha garganta, balancei a cabeça pigareei e segui em frente. Abri a porta, que estava enrolada com uma corrente e cadiado de aço. O cheiro de carro novo ainda estava impreguinado da estrutura da loja. A porta bateu atrás de nós.
- A porta não quer abrir – Disse Link.
- Como assim não abre? - DJ foi até a porta, segurou a maçaneta e sacudiu a porta. Nada.
- Deve ter outro jeito de sair daqui - Respondeu Ethan calmo.
- Então a gente se divide? – Perguntou Nathan. Ethan olhou pela loja pensando e depois assentiu.
- Link vai por ali – Ele apontou para a esquerda – Com DJ.
- Eu vou com Sarah – Disse Lisa. Não é surpresa para ninguém que Lisa me odeia. Me odeia desde o dia que eu matei sua prima zumbi. Mas o que ela queria que eu fizesse? Que a deixasse matar o resto de nós? Já não bastava Mason? Desde que tudo isso começou eu estou tentando dar uma nova chance as pessoas, estou tentando crescer como uma. Estou tentando confiar mais nelas, bom começo. Eu acho.– Vamos por aqui. Tudo bem? – Ela apontou com o dedão pra trás.
- Tudo bem – Disse Ethan – Vamos eu e você irmão.
- OK – Nathan estava com o walkie talkie, e eu com o outro dentro da jaqueta. Lancei um olhar significativo com Nathan como quem diz “se eu demorar, me chama” e ele assentiu, acho bom ele ter entendido. Lisa não disse uma única palavra, passamos pela parte da parede de vidro e chegamos nos fundos da loja onde a parede é de concreto e gesso, a nossa frente tinha uma porta nominada como "apenas para funcionários" pelo o que eu conheço sobre lojas aquilo é um corredor que da ascesso a uma cozinha dos funcionarios. Continuamos a andar quietas e a cada passo que dava me sentia mais presa, mais encurralada, não gosto disso.
- O que você quer? - Perguntei.
- Sua cabeça em uma redoma de prata.
- O que? – Ela me impurrou e me prensou contra a parede de gesso.
- Você cometeu o pior erro da tua vida quando matou minha prima.
-Sua prima já estava morta quando eu a matei. Ela já era um zumbi.
- Ela estava doente! Quando ela voltasse ao normal ela...
- Voltar ao normal? Enlouqueceu? Isso não tem cura! Sou culpada, culpada de salvar a merda da sua vida garota. Matar sua prima não é o termo o termo é salvá-la de si própria -  Impurrei Lisa para longe, ela cambaleou e depois olhou pra mim mais furiosa do que nunca.
- Não ligo pra porra do termo! Você acabou com o que restava da minha família... Você não é Deus pra decidir quem vive e quem morre. Mas já que quer fazer assim – Ela abriu a porta– Duas podem jogar esse jogo – Ela agarrou meu braço e me jogou dentro do corredor.
- Lisa! Lisa, abre essa porta! Abre logo!
- Desculpa, mas o grupo não precisa de uma assassina.
- Será que você é tão diferente de mim? Você está me deixando aqui pra morrer - O sangue fervilhava de raiva na minha cabeça, mordi meu lábio.
- A diferença entre mim e você é que você tem chance de viver um pouco mais.
- Como é que é?
- Se eu fosse você falava mais baixo. Ouvi grunhidos vindos daqui - Congelei. Me recuperei do choque e continuei, falando mais baixo.
- E o que você acha que vai acontecer? Ninguém vai notar minha ausência? Ethan? Nathan?
– Posso dizer que você foi mordida e se matou pois não conseguiu ficar como um deles – Ela fez uma voz de falsário- eles não precisam de você, vão ficar tristes. Mas Nathan não precisa de você, ele terá a mim. O que acha disso?
- Que você é uma vadia louca e sem noção.  Me tira logo daqui... Lisa por favor.
- Poxa... Não vai dar – Ela falou com um falso arrependimento – Mas cuidado com os bichos ai dentro – Ela chutou a porta pra fazer barulho e foi embora.  Não... Não isso não pode ser verdade. Droga, vadia filha da mãe!  Olhei pra trás, a porta dava para um corredor escuro iluminado por uma janelinha. Um corredor estreito e completamente nojento. A única janela em cima na parede estava cheia de sangue e com mosquitos em volta dele, os grunhidos vinham do final do corredor. Sete errantes rodeando um corpo, sobe uma poça de sangue. Uma porta nos fundos, tinham mais grunhidos vindos de lá, e eu não ousaria abrir. Andei devagar pra trás, sem fazer ruído nenhum. Olhando os errantes, tendo certeza de que nenhum vai me ver. É só eu ir bem quieta.
- Sarah? Sarah você está bem? –A voz de Nathan chamou atenção dos errantes, ele se viraram pra mim com suas bocas pingando sangue e as mãos cheias de órgãos. Boa Nathan, muito boa. Corri pra trás.
- Não era uma boa hora Nathan! – Ainda de costas chutei o estomago de um e derrubou o de trás, peguei o canivete da meia e enfiei na cabeça dele, apunhalei o errante com tanta força que perfurou o crânio do de baixo também. Voltei a correr.
- Porque? – Chutei o rosto de um deles e este caiu, recomecei a correr porém ele agarrou meu tornozelo e eu cai. Gritei – Sarah?! Onde você tá? O que está acontecendo ai? Lisa está com você?– Ethan pegou o walkie talkie.
- Só um minuto – Chutei o rosto do errante com a perna livre, o rosto foi se desfazendo a cada chute, ele me soltou e eu pisei em seu crânio espalhando pedaços do cérebro pelo chão. Voltei a correr, achei uma corda no chão. Peguei. Fiz um nó na corda corri de costas para a porta e de frente para ele, girei a corda no chão e lancei dois errantes. Puxei eles pra mim, e passei a apertar o nó peguei o canivete e afundei no crânio dos dois. O ultimo. Este me pegou de surpresa, veio com as mãos esticadas e agarrou meu pescoço eu cai, deixei o walkie talkie cair também, minha cabeça bateu com força no chão gritei baixo.
-SARAH?! FALA ONDE VOCÊ ESTÁ EU VOU AI TE SALVAR! O QUE ESTÁ ACONTECENDO SARAH?! – Ethan gritava descontrolado no walkie talkie, não respondi - SARAH?! - O errante tentou me apertou com mais força depois de ouvir a voz de Ethan. Flexinionei as pernas e as levantei chutei ele com elas. Depois levantei e pisei no tórax dele com um pé, agachei e enfiei o canivete na cabeça dele. – SARAH RESPONDE!
- Voltem por aquele corredor que eu vim com a Lisa. Aquela vadia me deixou pra morrer aqui
Eu me sentei com as costas encostadas na porta e fiquei batendo com a cabeça nela.
- Sarah? – Ouvi a voz de Ethan.
- Eu to aqui – Me levantei,  Ethan pediu espaço e depois chutou a porta até ela abrir. Meus olhos demoraram  um pouco até se acostumarem com a luz do lado de fora. Clear correu ao nosso encontro pelo corredor.
- Caramba você está horrível - Minha roupa estava cheia de sangue. Ainda ouvia grunhidos vindos do fundo do corredor.
- Gente descobri o problema, tem um pino no piso por isso a porta estava tranc... - Lisa veio correndo até nós e quando me viu não conseguiu evitar a surpresa
– Ah olá Lisa.
- Oi... Sarah – Andei até ela.
- O que aconteceu aqui? - Perguntei Nathan.
- É Lisa, o que aconteceu aqui?
- Nada.
- Nada? É claro. É ela só me deixou com um monte de errantes trancada, e depois foi embora sem culpa na mente. Isso sim é um nada bem grande.
- Como é que é? – DJ andou até nós – Do que ela está falando Lisa?
- Eu não sei...
- A não?
- Não. Isso é mentira, está delirando.
- Aé? Então entre no corredor e me diga que estou delirando – Estiquei o braço para a porta, dando espaço pra ela passar. Aposto que foi ela que trancou a porta da frente depois de todos entrarem. Ela planejava desde que entramos. Boa Lisa, mas não o bastante. Ela andou hesitante até o corredor.
- Viram? Nada – A ponta dos fundos cedeu. Quinze errantes vieram correndo por cede de sangue. Antes que Lisa se desse conta um deles derrubou ela no chão. Não fiz nada, apenas observei. DJ correu até Lisa, tentou ajudá-la mas acabou caindo também. Alguns zumbis notaram nossa presença e começaram a andar em nossa direção. Eu fechei a porta.

É isso que a gente ganha dando uma nova chance para as pessoas, elas sempre mentem.  Se não fosse por Mary ser mordida e não dizer nada Mason ainda estaria vivo. Se Lisa entendesse o que está acontecendo não tentaria me matar. Incrível como temos o dom de nos enganar. Confiamos para depois nos levarem para lama sem hesitação. Sem duvidas. Com consciência limpa.  A vida ensina com o tempo, você decide aprender ou não. Apenas entendam, que num apocalipse  é a sobrevivência do mais forte.

Moral da história: Não confie em ninguém.