sábado, 11 de maio de 2013

Capitulo 14- A Mudança.


No resto daquele dia Ethan continuou dirigindo. Eu dividi o resto dos janks que Nathan, estava mais gostoso hoje do que nunca. Deve ser porque eu sinto falta de casa, ele hoje tem gosto da minha vida antiga. Os dias estavam passando e o aniversário de Ethan chegando, ainda estava com a pulseira no meu bolso, eu sei que é ridículo comemorar aniversário num apocalipse, quer dizer o que eu vou fazer? Uma festa surpresa no meio de uma horda pra gente dançar Triller com os zumbis? De todo modo acho que deveria fazer algo especial pra ele, trazer um pouco mais de felicidade pra vida dele. Esses dias está ficando difícil de arrancar um sorriso de Ethan. Da até pra sentir o calor da felicidade se esvaindo do corpo dele, Nathan é a única família que Ethan tem deve ser também  a única coisa que ainda o prende no chão. Com a cabeça no lugar, isso até agora não mudou. Outra coisa que não mudou foram meus sentimentos por ele, apenas se tornaram mais fortes. Acho que já está na hora de admitir pra mim mesma que pela primeira vez na minha vida, eu estou apaixonada.
Que coisa bizarra, parece que eu precisei perder tudo pra ver o que ainda é importante, precisei que os mortos voltassem pra me apaixonar?
A noite foi chegando e todos foram dormindo. Link colocou as pernas pra cima do banco e deitou com a cabeça sobre os joelho. Nathan colocou a cabeça na janela e dormiu. Ainda estava chovendo, estava muito frio, o rosto de Nathan estava até pálido. Peguei uma jaqueta do assoalho e vesti em Nathan, e depois coloquei o capus da jaqueta nele. Clear estava no banco do passageiro tão quieta que pensei que estava dormindo. Deitei a cabeça e tentei fazer o mesmo.
- Por favor Ethan não me obrigue a fazer isso. Se afasta! –Empurrei o zumbi, e ele caiu. Cuspia sangue para todo lado, Ethan voltou. Minha lágrimas eram tantas que se eu não piscasse me cegariam.Meu coração estava pesado, em pedaços parecia até que os pedaços dele estavam machucando meu pulmão. Não dava pra respirar. Apontei a arma para Ethan ele vinha pesada e lentamente até mim, eu vou atirar. Ele está aqui. É fácil só puxar o gatilho. Não consigo. Ethan mordeu minha mão. Não consigo matar você. Não você.

Acordei assustada.
Meu coração ainda estava pesado. Minha respiração estava ofegante. É por isso que eu odeio dormir.
-Tudo bem boneca? – Ouvi  voz de Ethan.
- Uma mochila, ali – Respondeu Clear. Ethan diminuiu a velocidade, Clear saiu rápido na chuva e voltou com uma mochila laranja.
- O que tem ai?
- Bom – Ela limpou a mão molhada no banco – Dois salgadinhos, uns quinze Cupnudolls, blusas de moletom, uma manta, um boné com o nome Foo Fighters, duas facas e dois rifles pequenos – Ethan parou o carro.
- Me da essa manta e o moletom do Red Hot Chilli Peppers. – Clear entregou pra ele. Ethan se arrumou no banco, fingi que estava dormindo. Ele colocou com muito cuidado e até carinho o moletom em mim. E depois estendeu a manta entre mim e Nathan. Depois voltou pra frente, senti Ethan me observando por um tempo.
- E ai? O que você sente por ela? – Que garotinha mais bandida. Ela fez o mesmo comigo.
- Como é? – Ethan voltou a dirigir. O sol estava começando a surgir no horizonte. Era uma das poucas coisas que continuaram lindas depois da Mudança.
- Olha está na cara que você também gosta dela.
- Não tem nada haver – Clear riu sarcástica.
- Se você diz...
- Porque pergunta? Ela disse alguma coisa?
- E se disse?
- Olha menina não é legal brincar com o sentimentos dos outros – Ethan esticou a mão direita e fez cócegas na barriga de Clear – Vai me dizer?
- Não é legal chantagem – Disse Clear quase sem conseguir para de rir.
- Se você dizer eu paro. Vai dizer?
- Tudo bem, tudo bem. Mas para por favor – Clear recuperou o fôlego – Ela só disse que não rola nada, mas eu vi os olhos dela quando falei de você.
- Como assim?
- Ela gosta de você.
- Não, ela gosta do meu irmão – Consegui sentir a amargura de Ethan em sua voz.
- Nossa senhora, mas que ilusão é essa? Acho que Sarah só vê o Nathan como um melhor amigo, irmão no Maximo.
- Você acha?
- Acho – Vi o primeiro sorriso (por menor que tenha sido) em dias de Ethan. Ethan não disse mais nada, Clear também não. Eu apenas sorri como um criança.
Algumas horas mais tarde saímos de Utha, chegamos em Colorado. Colorado é um estado pequeno, no meio dessa madrugada a gente chega em Kansas. O pesadelo já está acabando.
- Que cheiro é esse? – Perguntou Link quando ele acordou.
- Comida podre – Respondeu Nathan. Saímos do carro.
- Ai que merda – Respondeu Link.
- O que vocês esperavam? A comida agüentou muito bem fora da geladeira – Respondi.
- O que você sugere? – Perguntou Clear. Olhei ao redor. Colorado parece uma floresta gigante com uma estrada no meio. Tem algumas árvores em chamas, um lado mais ao lado e um posto de gasolina na frente – Loja de conveniência no posto de gasolina.
Eu, Link e Clear entramos. Eu coloquei toda comida que tinha nas pratileiras na mochila.
- Nathan cuidado cara, tem gente que ainda quer usar isso – Nathan quebrou a mangueira da gasolina – Vão terminando de colocar as coisas ai – Eu sai. De uns dias pra cá eu tenho fumado mais. Não sei porque, talvez ansiedade. Ascendi o cigarro com um isqueiro velho e depois joguei ele no chão. Dei a volta no posto e fiquei a frente dele, observando.
A uns quatro anos eu vim pra cá com a minha família, abastecemos o carro nesse mesmo posto e o balconista da loja de conveniência ficou dando em cima de mim, eu não estava interessada e Jason como um bom irmão percebeu isso e fingiu ser meu namorado. Fiquei devendo essa pra ele. Fomos na casa da minha tia avó Grace que provavelmente já está morta agora. Fiquei a viajem toda ouvindo musica e trocando sms no meu celular. Saudades disso. Traguei profundamente o cigarro e segurei um pouco a fumaça pra depois soltar. Ainda estava com o moletom do Red Hot que Ethan pois em mim, e nem ele nem Clear imaginam que eu ouvi a conversa dos dois. Um errante chegou de surpresa atrás de mim, me assustei e deixei o cigarro ascesso cair. Tirei o canivete do bolso e enfiei na cabeça dele. Como sempre o mesmo erro segurei forte demais com a mão machucada.
- Ta vendo o que você fez idiota? – Reclamei com o errante morto, balancei a mão. Olhei pra frente o fogo do cigarro se juntou a gasolina que Nathan deixou cair – Ai caralho. LINK, CLEAR! SAIAM DAÍ! VENHAM, CORRAM! – Nathan olhou e entendeu, veio correndo Ethan atrás dele e puxou o irmão para o carro. Clear veio correndo também o fogo estava indo com rapidez e Link ainda não tinha saído. Corri até ele – Cara vem logo!
- Eu achei uma Ruger aqui em baixo!
- Se não sair daqui, não vai viver pra usar essa Ruger! Vem Link!! – Ele nem parecia estar me ouvindo. Fui até ele e o arranquei de lá, deitei no chão e chutei a Ruger ela veio deslizando por de baixo da balcão, Link pegou a arma. Olhei pra frente, horda. Ethan passou com o camaro por nós gritando:
- CORRE PRO LAGO, PRO LAGO! – Como ele quer que eu saia daqui? Esse lugar vai explodir e tem zumbis vindo pra cá. Não sei o que fazer.
- Vem comigo – Link correu pros fundos da loja abriu uma porta e depois fechou, entramos num corredor. Nos fundos deste tinha outra porta que dava na floresta. Me senti estranhamente em casa, na hora que estava fugindo. Isso não é legal. Um sentimento horrível subiu do meu estomago pra garganta. Corremos. O fogo chegou no tanque de gasolina, tudo explodiu. Eu e Link fomos arremessados. O corredor foi tomado pela fumaça não conseguia ver nada, não conseguia respirar – Então é essa a sensação de ser explodido... Não é tão maneiro quanto nos filmes. – Link se levantou e me ajudou a levantar – Vem – Saímos para a floresta, andamos até o lago. Estavam sendo atacados  peguei meu canivete e Link a ruger corri em direção ao primeiro afundei na cabeça dele. E no próximo, no coração do outro  caí em cima dele e depois na cabeça. Mais chegavam.
- Ethan não dá! Tem muito aqui, temos que sair!
- Eu sei, to pensando.
- Eu tenho uma ideia – Gritou Nathan. Ele atirou na cabeça de um e depois correu pro carro, puxou Clear pelo pulso e jogou ela dentro do carro. Andou com o carro...
- É ESSA SUA IDEIA NATH? – Perguntei pegando uma espada perdida no chão e passando pelo pescoço de três errantes.
- MELHOR QUE NADA! – Clear abriu a porta de trás do carro, Nathan dirigiu com mais velocidade Link pulou dentro do carro. Eu estava ficando encurralada. Os errantes estavam chegando com mais vontade, ferocidade, violência. Olhei ao redor, segurei numa arvore e escalei. Segurei num tronco ele quebrou agarrei outro e me segurei a ele. Ethan pulou dentro do carro também, o tronco estava quebrando. Os errantes mais aglomerados em baixo de mim. Não dá pra sair daqui, Nathan foi atropelando os errantes, como eu vou entrar? O tronco quebrou eu cai em cima do capo do carro, agarrei o carro – SARAH?! TA BEM?
- TO VIVA!
- É ISSO QUE IMPORTA! – Riu Nathan, acho que é isso que mais gosto em Nathan “o senso de humor”. O vento calmo do dia em Colorado vindo com violência no meu rosto, e não dava pra respirar apesar disso. A fumaça ainda queimava minha narina, senti alguma coisa quente na minha mão.
- Vou te ajudar Sarah – Ethan segurou minha mão, era como uma eletricidade um ponto de partida, o toque dele me deu força pra continuar. Ele agarrou meu braço e me puxou pra dentro do carro. Balancei minha cabeça.
- Bom... – Disse Link – Próxima parada... Kansas.

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