quinta-feira, 9 de maio de 2013

Capitulo 13 – Quem eu sou?


Meu nome é Sarah Birmigam, tenho 22 anos. Meus olhos são verdes por causa dos da minha mãe. Minha pele é bronzeada pelo sol. Moro no mundo onde tudo foi pra merda, agora os mortos andam pelo terra, e os vivos vivem com medo deles. Minha família morreu, e depois eu matei eles.
As vezes eu tenho que repetir isso na minha cabeça pra lembrar quem eu sou. Só que o problema é que e não consigo lembrar, quem eu sou. Parece tudo muito vago, todas as melhores lembranças da minha vida agora são apenas lembranças, momentos felizes que não vão mais voltar. As vezes eu sinto como se nunca mais fosse ser feliz. Provavelmente não vou.
Chegamos em Utha era mais ou menos 16:50. Utha não está melhor que todos os outros estados. Parece que quanto mais eu vejo, pior a situação está, ninguém está a salvo aqui, e ninguém nunca vai estar. O cheiro que podre está no ar, a cidade está empreguinada com o cheiro da morte. Talvez seja do medo.
Nathan deu pontos na minha mão e depois enfaixou.
- Prontinho.
- Obrigada – Passei a mão direita massageando a mão esquerda. Passou o efeito da anestesia, caralho parece que um caminhão passou por cima da minha mão.
- Quanto tempo é daqui até Colorado? – Perguntou Clear engolindo Doritos.
- Quarenta e oito horas – Respondeu Link – podemos seguir mais um pouco, e ficar em algum lugar até amanha.
- Não – Disse Ethan – Eu não agüento mais, eu to cheio disso – Pela primeira vez Ethan parecia triste, as olheiras em baixo dos seus olhos ele estava cansado – Só quero chegar logo no Tennesse. Eu só quero descançar um pouco, ter um pouco de paz.
- Calma Ethan, todos estamos cansados e por isso precisamos dormir. Link seu tio Matthew não mora aqui?
- NÃO! Não podemos parar agora, temos que continuar temos que prosseguir –Exclamou Ethan- Não podemos parar num lugar pra acordar, e ter que sair correndo. Ou com um amigo morto! Eu não quero mais isso!
- Ei, calma Ethan. Calma – Passei a mão nas costas dele – Nada foi culpa sua.– Eu vi uma perolada lágrimas escorrer da ponta do nariz de Ethan e cair no chão. Só agora eu consegui ver toda a carga, toda a tristeza, toda culpa que ele carregava. Acho que do grupo, ele é o único que sabe como eu me sinto. E eu a única que o intendo – Nós vamos prosseguir nenhum de nós vai morrer mais. Apenas quando estivermos quentinhos embaixo de nossas cobertas – Sorri pra ele, tentando animá-lo. Ele engoliu com dificuldade e respondeu:
- Promete? – Apenas saiba: Não prometa algo que não posso cumprir.
- Prometo que eu vou tentar.
- Isso basta pra mim - Trovão, uma chuva chegou. O carro estava lotado de garrafas, o que não nos deixava com espaço para ao menos esticar as pernas. Link estava cansado, dava pra ver suas pupilas dilatadas, ele esta lívido.
- Link troca de lugar comigo - Saímos todos do carro, colocamos as garrafas amarrotadas no porta malas, Link,Ethan e Nathan ficaram atrás. Clear no banco do passageiro e eu dirigindo. Meu pé escorregava um pouco por causa da água da chuva então fui devagar. Alguns minutos se passaram e os três já tinham dormido, não sabem a inveja que tenho deles.
- Você sabe como sair de Utha? - Perguntou Clear.
- Não faço a minima ideia. Mas talvez tenha algum mapa por ai.
- Uma agencia de viajens ali na frente, na esquina - Ela apontou. Eu parei na porta da loja, tranquei o carro. Se alguma coisa acontecer eles tem tempo de acordar antes de me chamar pelo walkie talkie. Peguei a lanterna e entrei na agencia com Clear aos meus calcanhares.
- Gatinha fica perto de mim - Ela assentiu, estava tudo muito bem arrumado. Parecia até que ninguém entrava aqui a meses, tinha até uma grossa camada de poeira por cima dos moveis. Talvez a praga tenha atacado Utha primeiro, com mais força, e as pessoas lutaram com menos esperança. O mais estranho é que eu sentia aquele abtual cheiro de morte, e medo no ar. Eles estão aqui, passei a lanterna pelo chão do recinto,vi um pouco de sangue no chão, apertei a lanterna. Grande erro, era minha mão machucada. Grunhi e deixei a lanterna cair. Clear pegou.
- Tudo bem? - Sussurrou ela. Eu assenti, ela passou a luz da lanterna pelos moveis - Achei - Ela foi até a mesa e tirou de cima dela um grande mapa dos Estados Unidos da América. Ela dobrou e virou pra mim - Foi mais fácil do que eu pe... - Por de baixo da mesa alguma coisa agarrou o tornozelo de Clear e ela foi arrastada. A poeira levantou, e eu não conseguia ver nada. Clear não gritou, manteve a calma em quanto tentava se soltar. Pulei por cima de mesa, e enfiei o canivete na coxa do zumbi com a mão esquerda. Cara sou destra como se coordenção com a mão esquerda? Sentei em cima da zumbi de roupa de aero moça bati com força a cabeça dela no chão depois disso enfiei a o canivete na cabeça dela. Ouvi passos arrastados e pesados  atrás de mim, não precisei nem olhar apenas enfiei o canivete na canela dele, ele caiu me virei e afundei o canivete na garganta dele, um segundo filete de sangue se espalhou pela poeira do chão e da cadeira. Matei dois errantes e gostei disso. É bom. É como se eu tivesse despejando toda raiva, tristesa, e culpa neles. É o único jeito de manter a sanidade numa época assim. Ouvi mais passos vindos dos fundos.
- Bom, já foi muito bom o comitê de recepção não acha? - Clear estava em estado de choque - Não podemos esperar para a festa começar. Vem - Agarrei o braço de Clear e corri para a porta, ouvi os paços pesados dos errantes atras de mim fechei a porta - Clear pega aquele pedaço de madeira ali, obrigada - Prendi as maçanetas da porta com o pedaço de madeira. Ta explicado porque esse lugar não está aberto e tanto tempo.
Mau saímos e nossos corpos já foram castiguados pela fria chuva da noite, o vento aumentou então as gotas vinham com mais violencia contra nossas peles. Entramos no carro congeladas e molhadas, como se tivessemos tomado banho com roupa - banho... Ta ai uma coisa que não tomo faz tempo - e os três meninos dormindo, roncando, babando um no ombro do outro sonhando tão distintos de tudo que tinha acontecido. Fiquei alguns segundos observando os três atrás e de repente me peguei olhando Ethan. Com o barulho violento da chuva no teto do camaro, me peguei pensando como Ethan era nos tempos bons. Ele parecia o típico musculoso, tatuado e gostoso líder do time de futebol da escola onde as líderes de torcida corriam atrás, mas não... Conheci Ethan o bastante para saber que ele não era assim.
- O que vocês tem? - Clear me assustou, por um instante eu tinha até esquecido que ela estava aqui. Tinha esquecido que eu estava aqui - Qual o lance?
- Nenhum - Liguei o carro e voltamos ao caminho.
- Como não? Eu percebi vocês dois. Ninguém fica tão louco porque a outra estava arrancando a faca da mão. A não ser um irmão. E ele não é.
- Como assim louco? - Eu apaguei por dois minutos quando tirei a faca da mão, segundo Nathan por ter perdido muito sangue.
- Ele pirou, correu direto pra você pegou você no colo e te colocou no carro, disse pro Nathan que ele tinha que te curar e te trazer de volta de qualquer jeito, nunca vi alguém tão vermelho. Não sabia se eu ria ou ficava com medo - Eu sorri.
-Não rola nada. Agora podemos voltar ao caminho? - Ela deu de ombros.
- Sou criança, mas não sou ingenua. Uma hora ou outra vai acontecer.
- Ta bom gatinha continue sonhando ok? - Ela sorriu e olhou pra mim - Agora me diz por onde eu tenho que ir? - Ela abriu o mapa encharcado de água, limpou com a manga da jaqueta que tinha acabado de pôr e disse.
- Esquerda - Virei. Foi ai que tudo começou a dar errado. Errantes. Os zumbi saiam de prédios, casas, lojas comerciais, esquinas, avenidas estavam todas lotadas. Não dava para mexer o carro, eles viram a luz baixa do farol do carro e como se fossem vagalumes vieram correndo para ela.
- E ai estamos nós na festa de novo. Clear tem outro caminho?
- Meu Deus, eu nunca vi tantos - Ela estava com muito medo.
- Nem eu gatinha, mas veja o caminho por favor.
- Eles vão matar a gente.
- Clear, presta atenção. Em mim, só pra mim - Ela virou o rosto pra mim olhando nos meus olhos - Não vamos morrer aqui. E tudo que você tem que fazer é me dizer como vamos para o Colorado. Tudo bem? Isso depende de você, você é minha comisária de bordo.
- Não existe lugar seguro. Podemos ficar bem no Tennesse, mas e então? Pra onde vamos?
- Paraíso - Ela me olhou como se tivesse me visto pela primeira vez - Uma hora vamos pra lá; Tem razão, não tem lugar seguro. Mas enquanto estivermos bem, pelo menos por um tempo é o melhor lugar - Os errantes estavam a um metro do carro - Pra onde vamos? - Eu falava com muito mais calma do que eu estava - Clear? - Ela procurava frenéticamente pelo mapa - Clear Nevada está aqui - Eu passei o dedo pela direita do mapa, um deles pulou em cima do vidro dianteiro e rachou a metade dele - CLEAR!
- Volta e vira a direita - Dei a ré e voltei pela avenida virei bruscamente para direita, cheia  de errantes, eu já estava entrando em pânico. Todas as ruas estão lotadas?- Volta e vira a esquerda - Fiz isso, vinha mais pela lateral da avenida mas eu passei reto, a chuva piorou. Brequei abruptamente. Todos fomos para frente, Ethan caiu do banco, Link bateu a cabeça na minha cadeira e Nathan voou, bateu na marcha e caiu em cima de mim. O peso do seu corpo fez com que eu eu pisasse no acelerador. Nathan levantou e eu brequei de novo.
- O que ta acontecendo aqui? - Perguntou Ethan passando a mão no pescoço.
- Estamos sendo perseguidos. Clear não tem outro caminho?
- Não, tem que ser esse - A rua era muito ingrime. Parecia mais uma montanha reta do que uma rua.
- Temos mesmo que descer isso aqui?
- Você consegue Sarah - Droga. Olhei o retrovisor, uma massa preta de cabeças mortas em movimento vindo ao nosso encontro. Respirei fundo, e acelerei um pouco. Comecei lentamente, estava muito molhado - Devagar - Um solavanco nos fundos do carro, um errante escorregou e caiu aqui. Droga. Alguns outros estavam escorregando pela rua, não é facil sustentar o carro quando se tem "pessoas" caindo em cima dele. Meu pé molhado escoregou no acelerador, perdi o controle do carro e ele derrapou pra baixo. Os errantes escorregaram e rolaram rua abaixo batendo no carro. Os gritos de todos encheram o camaro, não dava pra fazer nada a não ser, ser levada pelo balanço descontrolado do carro. Eu vi o chão, freiei, o pneu cantou tão alto que explodiu nos meus ouvidos. O carro tombou pra frente e o para-choque raspou no chão, depois ele caiu pra trás. O errantes continuaram a rolar pela ladeira, alguns batiam nos postes e assim faziam seus cerebros se espalharem pelo chão. Ofeguei, tentando recuperar o ar. A chuva piorou ainda mais.
- É... - Disse Nathan - Foi divertido.

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