domingo, 19 de maio de 2013

Capitulo 19 – Numa guerra não há vencedor. Apenas vitimas


Meus dedos dos pés estavam formigando. Mas meu cérebro estava completamente ciente que eu deveria encontrar Ethan.
-ETHAN! – Nenhuma resposta, tudo que eu ouvia eram os gritos de desespero que ecoava pela fazenda. Não vou subir aquela montanha sem ele. Não vou. Corri ao redor da casa, enfiei o canivete na testa de um errante. Passei pela garganta do outro, não cortei a cabeça toda só queria ver se um zumbi poderia se afogar no próprio sangue. Olhei ao redor, tinha uma faca no chão ao lado de um corpo. Enfiei essa faca na cabeça do homem – não to afim que ele volte – e voltei a correr – ETHAN – Não é uma coisa inteligente gritar no meio de um horda, mas eu não ligo. Só quero Ethan de volta. Apunhalei o zumbi no olho, um outro pulou sobre as minhas costas me apoiei com as mãos no chão e deitei de costas deixando o errante preso no chão. Troquei o lado na faca deixando a lamina pra baixo e enfiando na cabeça do zumbi. Voltei a correr, mutante frente joguei a faca pegou no ombro dele, prendendo-o numa árvore – estou começando a ficar boa em facas – fui até ele e enfiei o canivete em sua cabeça depois tirei a faca, ele caiu – ETHAN – Um dos cabeças ocas estava atrás da árvore, ele agarrou meu pescoço. Mais dois chegaram, coloquei minha perna pra frente prendendo um errante e outro atrás. O aperto no meu pescoço piorou, me sentia sufocada quase não podia respirar. Empurrei com o pé os dois errantes, A primeira se levantou eu peguei a faca e enfiei na cabeça dela, minhas mãos estavam ficando brancas, o sangue parando na minha cabeça, agarrei o braço morto do mutante e tentei arrancar do meu pescoço. Não consegui, a outra se levantou também enfiei na parte de baixo da cabeça e depois na testa. Minha mão machucada voltou a doer, e eu estava perdendo a força nas duas mãos. Tentei chutar o errante mas a árvore protegia ele.
Ele me mordeu.
No pescoço. Eu gritei. Senti o sangue queimar dentro da minha pele, e em segundos senti uma explosão de adrenalina, peguei o braço do errante e empurrei tanto pra frente que quebrou no meio fazendo cair uma poça da sangue na grama, agarrei a jaqueta rasgada do errante e joguei no chão. Enfiei a faca na cabeça dele.
O sangue desceu da lateral direita do meu pescoço – na mordida – e foi pra minha blusa, algumas imagens estranhas passaram pelo meus olhos, o mesmo que eu via, só que cinza. Tudo cinza e depois voltava, já estava acontecendo. A mutação. Sacudi minha cabeça, e meu pescoço doeu. Parecia que estava rasgando e a qualquer minuto minha cabeça sucumbiria. Preciso achar Ethan antes.  Voltei a andar cambaleando pela grama, a adrenalina ainda estava dentro de mim. O sangue fervendo loucamente, a pele ficando mais clara.
-ETHAN! – Eles estava sentado no chão atrás da casa, atirando pra trás, sua camiseta estava ensopada de sangue. Foi mordido na costela. Fui até ele e senti minhas pernas bambas, cai do lado de Ethan. Ele olhou pra mim, e eu nos olhos dele. Passei a mão no cabelo dele, e ele me abraçou.  Não dissemos nada. O que há para ser dito?
Beijei ele.
Não vou ter outra oportunidade pra isso, então.
-Foi bom te conhecer Sarah – Odeio despedidas.
- Foi bom te conhecer Ethan – Ajudei ele a levantar. Não da pra fazer nada, com esses errantes por aqui. Mas então eu vi a mochila de Nathan na frente. E automáticamente lembrei de uma coisa – Vem - Eu e Ethan voltamos a correr. Ele também estava com a adrenalina correndo as veias, ele atirou em três errantes um atrás do outro. Peguei uma arma também, fui atirando até chegar na mochila. Abri a mochila e tirei duas granadas – não usamos as granadas, que pegamos na cadeia ainda – Vamos! – Eu e Ethan corremos e escalamos montanha a cima. Girei a chave a joguei a primeira granada.  BUM. Segurei firme numa arvore, o calor quente soprando no meu rosto. Joguei a outra. Depois que poeira baixou todos estavam no chão, as pessoas que ainda lutavam, e os errantes que se alimentavam. Pedaços de pessoas e mortos por toda parte. Ganhamos a batalha.
E a guerra continua. Sempre vai continuar.



O sol já estava no topo, o dia estava lindo. Nunca imaginei minha morte, mas é um bom dia para morrer. Eu e Ethan estávamos dentro dos destroços da casa. Não pensei que ainda restassem lágrimas para serem gastas dentro dos meus olhos, mas pode apostar que restam muitas. Minhas lágrimas lavavam meu rosto e eu nem tentei limpar.
-Só pode ser você Sarah...
- Eu não consigo. Não de novo – Disse com a voz embargada – Porque não pode ser eu primeiro.
- Porque eu não vou conseguir ver você morrendo – Disse Ethan com os olhos tristes, porém brilhosos. Como antigamente. Eu balancei a cabeça negativamente – Sarah quer que eu me transforme? – Balancei a cabeça de novo – Então por favor, atire – Respirei fundo, minha mão tremia loucamente. Destravei a arma, levantei – Espera – Ethan olhou nos meus olhos, na minha alma. Ele segurou na minha mão, beijou minha bochecha – Eu te amo Sarah – Engoli um soluço. Sorri, um sorriso triste. Com lágrimas caindo na minha boca.
- Eu também te amo Ethan – Atirei. Ethan caiu, mas ainda segurava minha mão, e eu não ousei soltá-la. Um vazio extremo veio no meu peito. Não tem outra saída, não tem nada mais me aguardando. Não tem mais nada pra mim aqui. Será que a morte é tão ruim assim? Acho que não. Talvez seja melhor, ficarei com meus pais, meu irmão, Ethan, Nathan, Clear, Mason, Simas... Todos que eu amei se foram, devo ir também.
Um dia a morte falou pra vida: Porque a mim todos odeiam e a você todos amam? E então a vida respondeu: Porque eu sou uma doce mentira, e você uma triste verdade.” E eu vou abraçar essa verdade como uma antiga amiga. Atirei na minha cabeça. Caí. Caí na minha própria poça de sangue.
Eu pensei que pudesse sobreviver a isso, ficar quem sabe pra sempre com Ethan. Mas nada é pra sempre, mas podemos fingir não saber disso.

3 comentários:

  1. PUTA QUE PARIO O O O O O O O O O O NÃO ACREDITO QUE A SARAH E O ETHAN MORRERAM, CARALHO O O O O O

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  2. PORRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MUITOOOOOOOOO BOOOOOOOOOOM

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