sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capitulo 17 – Herói.


Enfiei o canivete na cabeça do primeiro, o segundo veio por trás. Cai e o canivete voou para longe do meu alcance, rastejei pra trás e o errante veio em seus passos lentos até mim, estiquei meu braço e peguei o machado de dentro do celeiro, um movimento rápido corto a cabeça do zumbi o corpo caiu para um lado e a cabeça para outro. Ethan me ajudou a levantar, ele passou a faca com um estrado na cabeça de outro zumbi, dava para ver sua coluna espinal escorregando para fora do crânio.
-É na cabeça – Comentei, depois de todos estarem no chão. Rei ergueu as sobrancelhas.
- Tio Rei enlouqueceu? Atirando assim nesse grupo pequeno, esse tanto de barulho atrai muitos mais deles, além do que estou vendo uma linha no horizonte acho que eles vão chegar a qualquer momento – Ethan olhou em volta depois fixou o olhar no tio dele – Vocês pensam que essa epidemia só atingiu os outros estados? Cara ta todo mundo fodido, não adianta agir como se tudo estivesse nor...
- Chega Ethan! Você fala como se soubesse de tudo.
- Sei mais do que você. Porque não cometo a idiotice de ficar atirando...
- Senhor, não podemos fazer mais barulho. Isso deve ter atraído muitos mais. Atraímos atenção demais e não podemos fazer isso – Disse tentando parecer calma quando não estava – passamos tempo demais lá fora, para saber que...
- Olha sem querer ofender, mas enquanto estiverem em baixo do meu teto vamos fazer as coisas ao meu modo. Tudo bem? – Ele não estava perguntando, estava estabelecendo limites. Eu assenti. Havia me esquecido como os adultos são ridículos até num apocalipse pensam que sabem mais do que nós. Uma mente que se abre a uma nova ideia, ou realidade jamais voltará ao tamanho original, jamais voltará a ver as coisas como são. O problema é que eles aqui não viram nada, pensam que uma horda pesada é de vinte mutantes... Se eles soubessem... Pensam que somos burros ou no mínimo infantis. Vivemos o bastante para entender como as coisas são, e não é adulto que vai me dizer o contrário. Ele não viu o que eu vi. Peguei meu canivete do chão. Rei pegou algumas galinhas do celeiro e voltamos a andar. Não sei como um homem perneta consegue correr tão rápido, ele pegou sua muleta.
- Ótimo! Galinhas! Podemos fazer uma canja – Sorria Mary. Alguns errantes saíram de dentro da casa ao lado, vieram bem rápido em nossa direção. Tirei da meia – Para trás crianças – Mary pegou um pé de cabra e enfiou na barriga de um zumbi, Rei tirou sua arma. Mary enfiou a faca na barriga, tórax,garganta, perna qualquer coisa menos cabeça. Ele cedeu ao peso do zumbi, este caiu em cima dela. Mordeu seu pescoço e começou a jorrar sangue. Nathan correu por trás de mim, não socorreu sua tia. Na verdade tirou o pé de cabra dela.
- Sinto muito tia Mary – Ele enfiou a ferramenta na parte de trás da cabeça da mulher, e depois na do zumbi.
- NÃO! GAROTO PORQUE FEZ ISSO?! – Gritou Rei desesperado. Fui até ele e o arranquei a arma, atirei nos errantes com golpes certeiros na cabeça.
- Porque ela voltaria e mataria a todos antes mesmo de você recarregar a arma – Respondeu Nathan – Boa tia Rei, esperar alguém morrer para pensar em nos ouvir e tomar alguma atitude plausivel. Não sei o que vocês fazem por aqui mas são muito otários.
- Olha Nath... – Começou April.
- Espera – Nathan levantou a mão, interrompendo-a – Não podemos correr o risco de perder as pessoas desse jeito. Nascemos e já estamos em perigo, num apocalipse zumbi então... Não pode ficar fazendo barulho atoa.
- Agora... Tio Rei – Ethan se aproximou dele e fixou seu tio nos olhos – As coisas vão melhorar por aqui vamos ficar em segurança... Porque agora essa porra vai ser ao nosso modo, tudo bem?

- Ei caras... Onde estão seus amigos Simas e Mason? Eles disseram que da proxima vez que os encontrasse eles iriam caçar comigo.
- Sinto muito, estão mortos – Respondeu Nathan. Jantamos todos em silencio aquela noite. Ninguém olhava pra ninguém, me levantei antes dos outros e lavei meu prato. Subi as escadas e parei no meio do corredor, olhei o espelho. Eu estou deplorável.  Quinze medidas mais magras, com olheiras em baixo dos olhos, cabelo sem vida, estou mais parecida com um zumbi do que aquelas estirados no gramado lá fora.  Ethan passou atrás de mim e fechou a porta.
- Tudo bem? – Ele deitou na cama eu me sentei ao seu lado. Demorou um pouco até ele balançar a cabeça negativamente.
- Acho que poderia ter sido menos grosseiro com meu tio.
- Você só disse a verdade.
- Você acha?
- Acho – Ele me olhou por um tempo nos olhos, foi uma sensação estranha. Senti o mesmo que sempre sentia, que ele conseguia ver minha alma. Parecia até que Ethan era o único –depois de Jason – que até hoje conseguia me ver de verdade, do jeito que eu sou.
- As vezes fico pensando: Como não enlouqueci ainda?
- Acho que todos...
- Espera, se eu não terminar de falar nunca vou falar – Ele engoliu com dificuldade – E então eu penso: Talvez seja pelo meu irmão, Nath é ainda a única pessoa da minha família que ainda eu posso chamar de amigo. Mas então eu olho pro lado e percebo que...  A única razão pela qual ainda estou aqui, com a sanidade no topo é... Por você.
- Por mim? – Meu coração parou de bater, o silencio comprimido contra meus ouvidos, me deixando surda por um instante. Dava pra ver que era difícil para Ethan falar isso porém acho que era pior pra mim ouvir. Nunca pensei que fosse ouvir isso, mas o pior é que é o mesmo em relação a mim. E com sentimentos eu não sei lidar.
- Sim. Eu não acredito que isso ta acontecendo comigo sério. É muito estranho. Mas quando eu olho nos seus olhos tudo que eu vejo é meu mundo, e meu mundo não existe mais sem você. Entendeu porque eu te protejo sempre? Não dá mais pra viver sem você Sarah.
- Ethan...
- Não espera, eu não terminei – Meu coração apertou no meu peito. Não consigo me mexer. Ethan pegou fôlego e disse – Sarah eu estou apaixonado... Por você – Eu fiquei completamente perplexa – Eu sei, eu sei... Loucura não é? Nunca amei ninguém antes, mas então chega você e de repente... – Aconteceu isso comigo também – Não precisa falar nada por que... – Foi um impulso tão incontrolável. Não deu pra refrear. Beijei Ethan. Um beijo quente, leve, doce, intenso, mexia no cabelo dele enquanto o beijava. Eu não sabia o quanto queria fazer aqui até fazer, além do que agora que fiz percebi que queria beijá-lo desde que o vi. Soltei-o. Peguei fôlego – Tem certeza do que está fazendo?
- Nunca estive tão certa.
- Ainda bem que disse isso – Ethan me beijou de novo, puxou minha perna para cima dele. Tirei a camiseta de Ethan ele me beijou depois mordeu minha orelha. Me arrepiei. Minha cabeça estava – depois de muito tempo – vazia. Não me lembrava de mais nada. Não pensei em mais nada. Agora só tinha Ethan e eu. Ele tirou minha camiseta e meu sutiã, passou cuidadosa, carinhosa e perigosamente a mão na minha tatuagem. Puxei seus ombros largos e musculosos para cama e o deitei. Beijei seu pescoço, senti sua respiração acelerar. Estava mais ofegante.

No outro dia acordei e Ethan não estava do meu lado, me perguntei “será que isso foi um sonho?”, mas então percebi que estava com a camiseta dele, esta noite não tive sonhos. Será que isso é bom? Será que estou me recuperando? Ou será que eu só estou esquecendo da minha vida antiga? Me troquei e desci as escadas. Peguei o cupcake – que peguei na fazenda vizinha depois de um expedição que fizemos e April fez o favor de esconder de Link durante a noite – coloquei uma vela a ascendi. Não sei como, mas sabia onde Ethan estava. Todos ainda estavam dormindo.  Sai da casa e encontrei Ethan sentado na grama com a cabeça encostada na casa.
- Ei – Disse, ele virou o rosto pra mim e sorriu – Feliz aniversário.
- Ah eu não acredito – Sorri pra ele. O primeiro sorriso verdadeiro e dias.
- Faz um pedido e sopra a vela – Sentei ao lado dele, ele olhou pra mim.
- É sério isso? – Ele ainda estava sorrindo. Eu assenti. Ele fechou os olhos e assoprou. Tirei a vela e dei o cupcake pra ele.
- Espera, tem mais uma coisa. – Tirei a pulseira do bolso da calça – É pra você.
- Uou, incrível – Nunca vi alguém tão feliz por causa de um cupcake e um pulseira velha e roubada no dia do aniversário – Como sabe que eu gosto de roxo?
- Nath.
- É claro – Coloquei a pulseira nele. Ele pegou o cupcake, e colocou entre nós para eu comer também. Mordi um lado ele mordeu o outro e depois me deu um beijo. Eu peguei um pouco de glacê e passei no nariz dele, ele mordeu o cupcake e passou glacê no meu rosto.
- Oi cara eu...
- Oi Nath.
- O que é isso? Um guerra de glacê? – Nathan não conseguia parar de sorrir. Estreitei os olhos.
- Bom... – Continuou Nathan – Feliz aniversário mano – Ethan sorriu de novo, é bom ver ele sorrindo.  Nathan segurou a mão de Ethan e o levantou, ele se abraçaram.
- Valeu mano – Limpei meu rosto no guarda-napo.
- Pessoal temos um problemão – JJ saiu correndo de casa.
- O que foi? – Perguntou Ethan.
- Eles chegaram – Eu corri sem pensar duas vezes para frente, não precisava andar tanto pra ouvir os gritos desesperados das pessoas por todo lado do Tenneesse. Eles chegaram aqui, estavam por toda parte. Não a para onde fugir agora.
- O que a gente faz? – Perguntou April. Rei veio pra fora também.
- Algum plano pessoal? – Perguntou Rei. Pensei por um momento olhando para todo lado, aqui fora não tem chance de sobrevivência. Mas...
- Vão para o porão. Acho que tem uma portinha que dá no esgoto. De lá a gente corre até o carro e saímos do Tenneesse – Respondi.
- Parece bom pra mim – Disse Rei.
- ótimo, então me dêem cobertura. Vou pegar as armas no quarto.
- Eu vou com você – Disse Nathan – Não vai sozinha.
- Ele tem razão. – Respondeu Ethan – Eu cuido deles. Vai.
Quando você pula perto de uma pomba elas se dispersam. Porque estão com medo. Quando esses errantes chegaram eles se tornaram os humanos e nós... As pombas. Uma massa preta vindo rápido até nós devorando tudo o que encontram. O dia estava ficando vermelho, dava pra ver. E isso não está bom, não mesmo. Conseguia ouvir o barulho da luta vindo de baixo entrei no quarto.
- Oi gatinha, o que está fazendo aqui?
- Sarah... Eles chegaram! Eles estão aqui!O que vamos fazer?– Clear estava em pânico, e não era pra menos.
- Eu te prometo que nada vai acontecer com a gente, calma. Vamos sair daqui rápido. Vai lá pra baixo tudo bem? Com Ethan – Ela assentiu e foi até a porta – Clear... Leve isso – Joguei uma faca pra ela, ela pegou e saiu.
- Quando na sua vida você se imaginou dando uma faca para um criança? – Perguntou Nathan.
- Nunca – Muita coisa eu imaginei nunca fazendo, e olhe só. Peguei minha mochila e Nathan a outra – Vamos Nath - Ele abriu a porta, um errante pulou em cima dele, não pensei duas vezes antes de pular em cima dele e enfiei o canivete na cabeça do zumbi – Você está bem? – Ele não respondeu, apenas assentiu. Empurrei Nathan para fora do quarto, ele estava estranho estava imediatamente mais fraco porém não olhei pra ele. Não olhei pra trás, por medo de ver o que estava acontecendo. Eu desci correndo as escadas atrás dele. Ele jogou a faca, ela girou no ar alguns segundos antes de penetrar na cabeça de um zumbi e prender na parede. Nath correu e pegou a faca a tempo de decapitar a cabeça de outro errante.
- Vamos, vamos – Ele me chamou com a mão.  Alguns errantes estavam caídos no chão “Ethan...” Nath não viu e caiu, corri para ajudá-lo.
- Tudo bem?
- Precisa parar de perguntar isso – Ele sorriu e eu ajudei-o a levantar. Nathan está mais pálido e bem mais fraco, parece a ponto de cair no chão. Desmaiar aqui e agora, não posso deixá-lo aqui. Corremos pelo corredor, não ta dando mais pra segurar. Tinham pelo menos cinqüenta atrás de nós. Peguei a arma. Atirei. Mais vinham. Eles pareciam Hidras, caiam e mais dois vinham para tomar seus lugares. Empurrei Nathan.
- ETHAN ABRE A PORTA! – April abriu a porta, continuei atirando, Nathan entrou deslizando no chão dentro da sala, entrei.

Que barulho é esse? É desesperador. Não são os grunhidos dos zumbis e os zumbidos nauseantes que causam nos meus ouvidos. Mas outro som, um soluçante. Um choro. Virei o rosto. Ethan estava em cima de Nathan.
- Cara... Vai ficar...
- Não minta pra mim agora Ethan, sabe o que vai acontecer tão bem quanto eu. Só há uma coisa a se fazer.
-Odeio despedidas – Disse Ethan, Nathan foi mordido na saída do quarto. Eu inconcientemente já sabia disso, já sabia o que iria acontecer, e o pior sabia que eu teria de fazer. Como eu pude prometer a Clear que eu os protegeria sendo que não consigo cuidar nem de um sapo?
- Cara, nós brigamos mas você foi o melhor irmão que eu poderia ter – As lagrimas de Ethan pingavam na blusa de Nathan, minha visão embaçou minha pressão estava caindo eu conseguia sentir. Pra que eu fui me apegar a eles? Seria mais fácil se nem soubesse como são. Porque fiz isso? Esse maldito pacto. – Sarah... Você sabe o que fazer – Parecia que a dor do mundo estava no meu coração. Nunca pensei que tantas lágrimas poderiam sair dos olhos de uma mesma pessoa. Não sei se o desespero estava me levando a loucura só sei que queria terminar com isso rápido. Nada mais importa... O que eu tenho que fazer a livrar Nathan da dor. Eu me aproximei, não consigo. Não posso matar Nathan. Ele levantou os três dedos – Lembra do pacto?
- Que pacto? – Perguntou Ethan. Eu balancei a cabeça na negativa, não dá. Não consigo.
- Você consegue Sarah. Confio em você, por isso – Ele tossiu sangue – Pedi pra você fazer isso – Virei o rosto, não consigo olhar pra ele. Mas tenho que fazer isso... Por Nath - Por favor, faz a dor parar –Era um pedido desesperado pela morte. Eu pude ver os olhos de Nath brilhando não de medo, mas de dor. Ethan se afastou. Eu sentei ao lado de Nath.
- Você foi o melhor amigo que eu já tive. Você é incrível – Passei a mão pelo cabelo de Nath e ele segurou minha mão, sorriu pra mim. Olhei bem pra ele para tentar gurdar aquele momento como uma foto na minha memória - não vou te esquecer. Eu te adoro cara – Soltei a mão de Nathan. Coloquei a arma em sua cabeça.
- Eu também te adoro Sarah – TAFF. E assim se vai, outro herói. 

2 comentários:

  1. NAUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM Nathan!! <\\\\3

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  2. mdsssssssssssssss ´´vc prometeu Sarah´´ eu tenho 100timento sabia?

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