Enfiei o canivete na
cabeça do primeiro, o segundo veio por trás. Cai e o canivete voou para longe
do meu alcance, rastejei pra trás e o errante veio em seus passos lentos até
mim, estiquei meu braço e peguei o machado de dentro do celeiro, um movimento
rápido corto a cabeça do zumbi o corpo caiu para um lado e a cabeça para outro.
Ethan me ajudou a levantar, ele passou a faca com um estrado na cabeça de outro
zumbi, dava para ver sua coluna espinal escorregando para fora do crânio.
-É na cabeça – Comentei,
depois de todos estarem no chão. Rei ergueu as sobrancelhas.
- Tio Rei enlouqueceu?
Atirando assim nesse grupo pequeno, esse tanto de barulho atrai muitos mais
deles, além do que estou vendo uma linha no horizonte acho que eles vão chegar
a qualquer momento – Ethan olhou em volta depois fixou o olhar no tio dele –
Vocês pensam que essa epidemia só atingiu os outros estados? Cara ta todo mundo
fodido, não adianta agir como se tudo estivesse nor...
- Chega Ethan! Você fala
como se soubesse de tudo.
- Sei mais do que você.
Porque não cometo a idiotice de ficar atirando...
- Senhor, não podemos
fazer mais barulho. Isso deve ter atraído muitos mais. Atraímos atenção demais
e não podemos fazer isso – Disse tentando parecer calma quando não estava –
passamos tempo demais lá fora, para saber que...
- Olha sem querer
ofender, mas enquanto estiverem em baixo do meu teto vamos fazer as coisas ao
meu modo. Tudo bem? – Ele não estava perguntando, estava estabelecendo limites.
Eu assenti. Havia me esquecido como os adultos são ridículos até num apocalipse
pensam que sabem mais do que nós. Uma mente que se abre a uma nova ideia, ou
realidade jamais voltará ao tamanho original, jamais voltará a ver as coisas
como são. O problema é que eles aqui não viram nada, pensam que uma horda
pesada é de vinte mutantes... Se eles soubessem... Pensam que somos burros ou
no mínimo infantis. Vivemos o bastante para entender como as coisas são, e não
é adulto que vai me dizer o contrário. Ele não viu o que eu vi. Peguei meu
canivete do chão. Rei pegou algumas galinhas do celeiro e voltamos a andar. Não
sei como um homem perneta consegue correr tão rápido, ele pegou sua muleta.
- Ótimo! Galinhas!
Podemos fazer uma canja – Sorria Mary. Alguns errantes saíram de dentro da casa
ao lado, vieram bem rápido em nossa direção. Tirei da meia – Para trás crianças
– Mary pegou um pé de cabra e enfiou na barriga de um zumbi, Rei tirou sua
arma. Mary enfiou a faca na barriga, tórax,garganta, perna qualquer coisa menos
cabeça. Ele cedeu ao peso do zumbi, este caiu em cima dela. Mordeu seu pescoço
e começou a jorrar sangue. Nathan correu por trás de mim, não socorreu sua tia.
Na verdade tirou o pé de cabra dela.
- Sinto muito tia Mary –
Ele enfiou a ferramenta na parte de trás da cabeça da mulher, e depois na do
zumbi.
- NÃO! GAROTO PORQUE FEZ
ISSO?! – Gritou Rei desesperado. Fui até ele e o arranquei a arma, atirei nos
errantes com golpes certeiros na cabeça.
- Porque ela voltaria e
mataria a todos antes mesmo de você recarregar a arma – Respondeu Nathan – Boa tia
Rei, esperar alguém morrer para pensar em nos ouvir e tomar alguma atitude
plausivel. Não sei o que vocês fazem por aqui mas são muito otários.
- Olha Nath... – Começou April.
- Espera – Nathan levantou
a mão, interrompendo-a – Não podemos correr o risco de perder as pessoas desse
jeito. Nascemos e já estamos em perigo, num apocalipse zumbi então... Não pode
ficar fazendo barulho atoa.
- Agora... Tio Rei –
Ethan se aproximou dele e fixou seu tio nos olhos – As coisas vão melhorar por
aqui vamos ficar em segurança... Porque agora essa porra vai ser ao nosso modo,
tudo bem?
- Ei caras... Onde estão
seus amigos Simas e Mason? Eles disseram que da proxima vez que os encontrasse
eles iriam caçar comigo.
- Sinto muito, estão
mortos – Respondeu Nathan. Jantamos todos em silencio aquela noite. Ninguém
olhava pra ninguém, me levantei antes dos outros e lavei meu prato. Subi as
escadas e parei no meio do corredor, olhei o espelho. Eu estou deplorável. Quinze medidas mais magras, com olheiras em
baixo dos olhos, cabelo sem vida, estou mais parecida com um zumbi do que
aquelas estirados no gramado lá fora.
Ethan passou atrás de mim e fechou a porta.
- Tudo bem? – Ele deitou
na cama eu me sentei ao seu lado. Demorou um pouco até ele balançar a cabeça
negativamente.
- Acho que poderia ter
sido menos grosseiro com meu tio.
- Você só disse a
verdade.
- Você acha?
- Acho – Ele me olhou por
um tempo nos olhos, foi uma sensação estranha. Senti o mesmo que sempre sentia,
que ele conseguia ver minha alma. Parecia até que Ethan era o único –depois de
Jason – que até hoje conseguia me ver de verdade, do jeito que eu sou.
- As vezes fico pensando:
Como não enlouqueci ainda?
- Acho que todos...
- Espera, se eu não
terminar de falar nunca vou falar – Ele engoliu com dificuldade – E então eu
penso: Talvez seja pelo meu irmão, Nath é ainda a única pessoa da minha família
que ainda eu posso chamar de amigo. Mas então eu olho pro lado e percebo
que... A única razão pela qual ainda
estou aqui, com a sanidade no topo é... Por você.
- Por mim? – Meu coração
parou de bater, o silencio comprimido contra meus ouvidos, me deixando surda
por um instante. Dava pra ver que era difícil para Ethan falar isso porém acho
que era pior pra mim ouvir. Nunca pensei que fosse ouvir isso, mas o pior é que
é o mesmo em relação a mim. E com sentimentos eu não sei lidar.
- Sim. Eu não acredito
que isso ta acontecendo comigo sério. É muito estranho. Mas quando eu olho nos
seus olhos tudo que eu vejo é meu mundo, e meu mundo não existe mais sem você.
Entendeu porque eu te protejo sempre? Não dá mais pra viver sem você Sarah.
- Ethan...
- Não espera, eu não
terminei – Meu coração apertou no meu peito. Não consigo me mexer. Ethan pegou
fôlego e disse – Sarah eu estou apaixonado... Por você – Eu fiquei
completamente perplexa – Eu sei, eu sei... Loucura não é? Nunca amei ninguém
antes, mas então chega você e de repente... – Aconteceu isso comigo também –
Não precisa falar nada por que... – Foi um impulso tão incontrolável. Não deu
pra refrear. Beijei Ethan. Um beijo quente, leve, doce, intenso, mexia no
cabelo dele enquanto o beijava. Eu não sabia o quanto queria fazer aqui até
fazer, além do que agora que fiz percebi que queria beijá-lo desde que o vi. Soltei-o.
Peguei fôlego – Tem certeza do que está fazendo?
- Nunca estive tão certa.
- Ainda bem que disse
isso – Ethan me beijou de novo, puxou minha perna para cima dele. Tirei a
camiseta de Ethan ele me beijou depois mordeu minha orelha. Me arrepiei. Minha
cabeça estava – depois de muito tempo – vazia. Não me lembrava de mais nada.
Não pensei em mais nada. Agora só tinha Ethan e eu. Ele tirou minha camiseta e
meu sutiã, passou cuidadosa, carinhosa e perigosamente a mão na minha tatuagem.
Puxei seus ombros largos e musculosos para cama e o deitei. Beijei seu pescoço,
senti sua respiração acelerar. Estava mais ofegante.
No outro dia acordei e
Ethan não estava do meu lado, me perguntei “será que isso foi um sonho?”, mas
então percebi que estava com a camiseta dele, esta noite não tive sonhos. Será
que isso é bom? Será que estou me recuperando? Ou será que eu só estou
esquecendo da minha vida antiga? Me troquei e desci as escadas. Peguei o
cupcake – que peguei na fazenda vizinha depois de um expedição que fizemos e
April fez o favor de esconder de Link durante a noite – coloquei uma vela a
ascendi. Não sei como, mas sabia onde Ethan estava. Todos ainda estavam
dormindo. Sai da casa e encontrei Ethan
sentado na grama com a cabeça encostada na casa.
- Ei – Disse, ele virou o
rosto pra mim e sorriu – Feliz aniversário.
- Ah eu não acredito –
Sorri pra ele. O primeiro sorriso verdadeiro e dias.
- Faz um pedido e sopra a
vela – Sentei ao lado dele, ele olhou pra mim.
- É sério isso? – Ele
ainda estava sorrindo. Eu assenti. Ele fechou os olhos e assoprou. Tirei a vela
e dei o cupcake pra ele.
- Espera, tem mais uma
coisa. – Tirei a pulseira do bolso da calça – É pra você.
- Uou, incrível – Nunca
vi alguém tão feliz por causa de um cupcake e um pulseira velha e roubada no
dia do aniversário – Como sabe que eu gosto de roxo?
- Nath.
- É claro – Coloquei a
pulseira nele. Ele pegou o cupcake, e colocou entre nós para eu comer também.
Mordi um lado ele mordeu o outro e depois me deu um beijo. Eu peguei um pouco
de glacê e passei no nariz dele, ele mordeu o cupcake e passou glacê no meu rosto.
- Oi cara eu...
- Oi Nath.
- O que é isso? Um guerra
de glacê? – Nathan não conseguia parar de sorrir. Estreitei os olhos.
- Bom... – Continuou
Nathan – Feliz aniversário mano – Ethan sorriu de novo, é bom ver ele
sorrindo. Nathan segurou a mão de Ethan
e o levantou, ele se abraçaram.
- Valeu mano – Limpei meu
rosto no guarda-napo.
- Pessoal temos um
problemão – JJ saiu correndo de casa.
- O que foi? – Perguntou
Ethan.
- Eles chegaram – Eu
corri sem pensar duas vezes para frente, não precisava andar tanto pra ouvir os
gritos desesperados das pessoas por todo lado do Tenneesse. Eles chegaram aqui,
estavam por toda parte. Não a para onde fugir agora.
- O que a gente faz? –
Perguntou April. Rei veio pra fora também.
- Algum plano pessoal? –
Perguntou Rei. Pensei por um momento olhando para todo lado, aqui fora não tem
chance de sobrevivência. Mas...
- Vão para o porão. Acho
que tem uma portinha que dá no esgoto. De lá a gente corre até o carro e saímos
do Tenneesse – Respondi.
- Parece bom pra mim –
Disse Rei.
- ótimo, então me dêem
cobertura. Vou pegar as armas no quarto.
- Eu vou com você – Disse
Nathan – Não vai sozinha.
- Ele tem razão. –
Respondeu Ethan – Eu cuido deles. Vai.
Quando você pula perto de
uma pomba elas se dispersam. Porque estão com medo. Quando esses errantes
chegaram eles se tornaram os humanos e nós... As pombas. Uma massa preta vindo
rápido até nós devorando tudo o que encontram. O dia estava ficando vermelho,
dava pra ver. E isso não está bom, não mesmo. Conseguia ouvir o barulho da luta
vindo de baixo entrei no quarto.
- Oi gatinha, o que está
fazendo aqui?
- Sarah... Eles chegaram!
Eles estão aqui!O que vamos fazer?– Clear estava em pânico, e não era pra
menos.
- Eu te prometo que nada
vai acontecer com a gente, calma. Vamos sair daqui rápido. Vai lá pra baixo
tudo bem? Com Ethan – Ela assentiu e foi até a porta – Clear... Leve isso –
Joguei uma faca pra ela, ela pegou e saiu.
- Quando na sua vida você
se imaginou dando uma faca para um criança? – Perguntou Nathan.
- Nunca – Muita coisa eu imaginei
nunca fazendo, e olhe só. Peguei minha mochila e Nathan a outra – Vamos Nath -
Ele abriu a porta, um errante pulou em cima dele, não pensei duas vezes antes
de pular em cima dele e enfiei o canivete na cabeça do zumbi – Você está bem? –
Ele não respondeu, apenas assentiu. Empurrei Nathan para fora do quarto, ele
estava estranho estava imediatamente mais fraco porém não olhei pra ele. Não
olhei pra trás, por medo de ver o que estava acontecendo. Eu desci correndo as
escadas atrás dele. Ele jogou a faca, ela girou no ar alguns segundos antes de
penetrar na cabeça de um zumbi e prender na parede. Nath correu e pegou a faca
a tempo de decapitar a cabeça de outro errante.
- Vamos, vamos – Ele me
chamou com a mão. Alguns errantes
estavam caídos no chão “Ethan...” Nath não viu e caiu, corri para ajudá-lo.
- Tudo bem?
- Precisa parar de
perguntar isso – Ele sorriu e eu ajudei-o a levantar. Nathan está mais pálido e
bem mais fraco, parece a ponto de cair no chão. Desmaiar aqui e agora, não
posso deixá-lo aqui. Corremos pelo corredor, não ta dando mais pra segurar.
Tinham pelo menos cinqüenta atrás de nós. Peguei a arma. Atirei. Mais vinham.
Eles pareciam Hidras, caiam e mais dois vinham para tomar seus lugares.
Empurrei Nathan.
- ETHAN ABRE A PORTA! –
April abriu a porta, continuei atirando, Nathan entrou deslizando no chão
dentro da sala, entrei.
Que barulho é esse? É
desesperador. Não são os grunhidos dos zumbis e os zumbidos nauseantes que causam
nos meus ouvidos. Mas outro som, um soluçante. Um choro. Virei o rosto. Ethan
estava em cima de Nathan.
- Cara... Vai ficar...
- Não minta pra mim agora
Ethan, sabe o que vai acontecer tão bem quanto eu. Só há uma coisa a se fazer.
-Odeio despedidas – Disse
Ethan, Nathan foi mordido na saída do quarto. Eu inconcientemente já sabia
disso, já sabia o que iria acontecer, e o pior sabia que eu teria de fazer. Como
eu pude prometer a Clear que eu os protegeria sendo que não consigo cuidar nem
de um sapo?
- Cara, nós brigamos mas
você foi o melhor irmão que eu poderia ter – As lagrimas de Ethan pingavam na
blusa de Nathan, minha visão embaçou minha pressão estava caindo eu conseguia
sentir. Pra que eu fui me apegar a eles? Seria mais fácil se nem soubesse como
são. Porque fiz isso? Esse maldito pacto. – Sarah... Você sabe o que fazer –
Parecia que a dor do mundo estava no meu coração. Nunca pensei que tantas
lágrimas poderiam sair dos olhos de uma mesma pessoa. Não sei se o desespero
estava me levando a loucura só sei que queria terminar com isso rápido. Nada
mais importa... O que eu tenho que fazer a livrar Nathan da dor. Eu me
aproximei, não consigo. Não posso matar Nathan. Ele levantou os três dedos –
Lembra do pacto?
- Que pacto? – Perguntou
Ethan. Eu balancei a cabeça na negativa, não dá. Não consigo.
- Você consegue Sarah.
Confio em você, por isso – Ele tossiu sangue – Pedi pra você fazer isso – Virei
o rosto, não consigo olhar pra ele. Mas tenho que fazer isso... Por Nath - Por
favor, faz a dor parar –Era um pedido desesperado pela morte. Eu pude ver os
olhos de Nath brilhando não de medo, mas de dor. Ethan se afastou. Eu sentei ao
lado de Nath.
- Você foi o melhor amigo
que eu já tive. Você é incrível – Passei a mão pelo cabelo de Nath e ele
segurou minha mão, sorriu pra mim. Olhei bem pra ele para tentar gurdar aquele
momento como uma foto na minha memória - não vou te esquecer. Eu te adoro cara
– Soltei a mão de Nathan. Coloquei a arma em sua cabeça.
- Eu também te adoro
Sarah – TAFF. E assim se vai, outro herói.
NAUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM Nathan!! <\\\\3
ResponderExcluirmdsssssssssssssss ´´vc prometeu Sarah´´ eu tenho 100timento sabia?
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