terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Capitulo 4 – Apareço na TV.


O tiro acertou minha perna, eu caio no chão. Minha perna sangra, e dói muito.
- CEÇAR FOGO! CEÇAR FOGO! – Meu tiro acertou o ombro direito do Ted. Seu rosto estava indecifrável, estava vermelho de ódio provavelmente pelo motivo de eu ter atirado nele. Mas também ele parecia com raiva de eu ter atirado nele pra “proteger”o Justin. Dizendo isso todos imediatamente pararam de atirar, e o silencio profundo acolheu as palavras de Ted e ecoaram na casa. Justin pressiona minha perna no lugar onde levei o tiro. – Não precisava acabar assim Megan. Você poderia muito bem ter deixado o garoto levar o tiro, e você poderia ir embora e voltado a sua vida normal. Ou você poderia ter fugido comigo Megg... Mas as coisas mudam depois que levamos um tiro de quem amamos não?
- Não seja ridículo... Você não me ama, nunca me amou.
- Poxa Megg, não pense assim, mas é claro que eu amo. No entanto – Ted começa a andar em direção a porta pressionando com a mão esquerda o ombro direito, e assim deixando o sangue escorrer pelo ferimento – Não vou deixar você estragar meus planos ouviu? E pode se preparar, porque isso... Não vai ficar assim. – Ele não estava na verdade se dirigindo a mim, mas sim ao Justin. Ted parece ter recolhido toda raiva do mundo no olhar, que lançou a Justin. Não parecia que ele estava com raiva de mim, mas sim dele. -  VAMOS!
Eles saíram da casa, com o barulho da porta fechando Justin se levantou e olhou pela única janela que tinha na sala, ouvi um barulho de carro saindo e depois que o barulho estava se afastando Justin se voltou pra mim, pegou o kit primeiros socorros que usei nele e colocou ao meu lado, ele se agaixou e olhou meu ferimento, tocou minha perna. Parecia que ele tinha enfiado uma faca na minha perna, mas não ele apenas tocou ela, a dor estava cada vez mais forte, Justin olhou pra mim e eu pra ele, seu rosto estava cheio de suor, ele olhou pra minha perna pegou na parte da cauça que estava rodeando meu ferimento e rasgou ela. Depois ele pegou uma pinça que tinha na caixa dos socorros, e com muito cuidado tirou a bala da minha perna,foi a pior dor que eu já sentira na vida. Depois disso ele me deu uma almofada e disse:
- Coloca na boca, e morda quando sentir dor. Faça o que fizer, não grite – Justin estava sério e parecia extremamente irritado.
Fiz o que ele disse. Acho que ele não queria que eu gritasse, pra não chamar mais atenção do que já aviamos chamado, quer dizer lógico que os vizinhos ouviram os tiros e viram os mafiosos saírem, e depois ouviriam eu gritando, não, não poderia gritar. Fiquei observando ele. Ele pegou a pinça e tirou todos os estilhaços da bala, e depois pegou um pano e limpou o ferimento por dentro. Eu mordi com toda minha força a almofada, ele “costurou” o ferimento aberto, deu uns pontos e depois quando fechado ele limpou o sangue que tinha na minha perna. E disse:
- Pronto. – Eu tirei a almofada da boca e vi que eu mordi com tanta intensidade que a almofada que rasgou, Justin estendeu a mão pra me ajudar a levantar, segurei ela e levantei, e depois sentei numa poltrona que tinha atrás de mim – Você esta bem?
- Bom... vivendo.
- É, não por minha causa ... Não acredito que eu permiti que você levasse esse tiro. – Ele parecia mais irritado do que nunca agora. Acho que estava irritado com si mesmo.
- Não importa.
- Não importa? – Repetiu ele – Mas que CLARO que importa!Eu... te PROMETI!
- Não foi culpa sua... Olha eu vi e fiz, você não teve nada haver com isso. Além do mas eu faria tudo de novo.
- Mas...
- Não podemos só agradecer que estamos vivos? Que eu estou viva? E que nada de mais ruim aconteceu?
Fizemos um silencio tão profundo que eu poderia jurar que conseguira ouvir os batimentos do coração do Justin, e se for seu coração mesmo, esta batendo rápido demais.
- Você sabe quem são? Os mafiosos. Você sabe seus nomes? Daqueles que invadiram minha casa?
- Não. Eu só os vi, não sei seus nomes.
- Eu sou policial, se forem perigosos como você diz então saberei quem são. Descreva-os.
- Bom – Justin hesitou por uns instantes e depois começou a falar – Um deles tem cabelos escuros, extremamente arrumados, seu rosto tem traços bruscos, e seus olhos são profundos e verdes. Sua pele é clara mas muito castigada pelo sol, ele tem uma marca escura no braço, eu não sei o que é mas...
- Trash Cugley, - Disse eu interrompendo ele - essa marca é porque quando ele era criança e fazia algo errado, como castigo seus pais pegavam um ferro em braza e colocavam em seu braço. Ele é procurado em todos os estados dos Estados Unidos, por motivos um mais ediondo que o outro. Continue...
- O.K Hm... O parceiro de Cugley hm... Ele é careca, muito branco, braços do tamanho da minha cabeça, hm... lábios finos, olhos pretos... Ele parece ter carregado tanto dor durante a vida que se tornara mais frio ao caminhar dela. Ele é cruel ao matar alguém, não parece ter remorso por isso, na verdade parece até gostar... hm... Orelhas grandes, sobrancelhas grossas...
- Grogger Nelton, ele é procurado nos Estados Unidos e Canadá, já foi preso, mas fugiu todas as vezes que entrou... Prossiga...
- Bom... Tem só mais um... O chefe... Esse cara faz parecer que EU não faço nada... Ele é muito bom, acho que nunca foi pego... Mas todos sabem seu nome, já saiu várias vezes daqui e volta com a mesma facilidade que se abre um lata de leite moça... Só vi ele uma vez, ele tem muito cabelo, cabelos rebeldes e ele tem uma certa mania de ficar despenteando ele o tempo todo, olhos azuis claros, pele clara também, boca carnuda e rosada, nariz meio torto e...
- tem uma cicatriz perto da orelha direita... – Completei eu.
-É... sabe quem ele é?
- Jason Flint... O caso dele não é arquivado no FBI, então só a CIA tem acesso ... Isso significa que o caso dele é grande de mais pra meros policiais como FBI...
- E como VOCÊ sabe quem ele é?
- Porque eu não ligo pra regras quando se trata de criminosos como Flint... Ele matou meu pai... Eu sei porque eu vi, mas eu estava escondida, foi num beco escuro durante a noite... Jason Flint nunca deixa testemunhas mas daquela vez deixou, ele sabe quem eu sou e também sabe o que eu sei, mas até hoje eu não morri porque trabalhava no FBI. Você sabe de mais algum? Mafioso.
- Hm... Sim. Jou Gregorovich – Disse Justin apoiando os cotovelos, nos joelhos – Esse você conhece. – Justin ficou com uma raiva contraída de raiva – Ele é Russo, mas aprendeu a falar inglês com tanta fluência que até parece americano. Acho que o caso dele também é da CIA porque é grande demais como você disse. Ele já assaltou o banco nacional de Santa Bárbara, acho que você deve ter visto nos jornais. E também já roubou o castelinho blindado da Rainha da Inglaterra... Nunca foi pego... deve ser por isso que não tem nada nos seus arquivos... O último feito grande dele foi ter se listado no FBI, e ter roubado toda a grana apreendida bem de baixo do nariz de vocês... Mas ai eu estava por perto no dia... Rondando a região porque como você sabe, eu te seguia... Assim que você saiu, uns 15 assaltantes entraram na fortaleza armada do FBI que até então vocês pensaram ser IMPOSSIVEL entrar...  Jou provou que não é... Eu vi e o segui... No dia seguinte, quando ele saiu pro trabalho eu entrei na casa dele e peguei o dinheiro... Foi difícil... devo admitir mas depois eu devolvi na sua sala... E Jou desconfiou que foi eu e desde então trabalha com todas as suas forças para que VOCÊ me pegasse...
Ouvir aquilo, foi uma das coisas mais difíceis que eu pude fazer, mas eu já estava com tanto ódio de Jou que eu acho que não ligaria se Justin o matasse.
- Fala sério – Continuou ele – você não sabe escolher muito bem sua companhia, não é?
- Como é?
- É sim... Bom, Jou é mafioso e aquele... Ted – Justin Fez uma voz debochada de falsete pra dizer o nome de Ted, seu rosto recomeçou a ficar vermelho de raiva – ridículos... Como você conseguiu namorar aquele cara? Arg... Jou até entendo porque ele é profissional... Mas o Ted? Ora por favor... ele é ridículo, além de ser péssimo no que faz ele não fala coisa com coisa, um IDIOTA! Mas a pior coisa que ele poderia fazer além de entrar na minha casa e ficar atirando pra lá e pra cá com um bando de comparsas, foi ter dito que te amava... Porque é obvio que ele ainda gosta de você, e ele é do tipo que não esta nem ai com nada até conseguir o que quer... e agora que você atirou nele pra me... pra me proteger ele não vai largar do seu pé entende? Ora, eu devia ter atirado no meio da cara daquele idiota, só pra ele sentir o quanto dói... o quanto... Do que é que você esta rindo?! – Quando percebi o que estava acontecendo não consegui me conter, e tive que rir, porque no meio dessa confusão toda, Justin conseguia estar preocupado com isso?
- Ah Justin, você esta com ciúmes?
- Ciúmes? Eu? NUNCA! Jamais!
- Aé?
- Bom... eu posso até ter achado meio ... ruim... talvez... e... PARE DE RIR!
- Esta bem... eu não vou mais rir... Mas você tem que admitir que esta com ciúmes...
- E se eu tiver em? – Ele se levanta e eu também.
- Nada, não faz nada de mal é só que eu ... Acho muito fofo
- Ah então você acha fofo? – Ele está sorrindo e chegando mais perto de mim, e ele pega no meu rosto e me beija... Se afasta e liga a TV. Ele senta no sofá e eu também. Sentamos no mesmo sofá, ele passa o braço por trás do meu pescoço e eu deito minha cabeça em seu ombro. Da pra imaginar nisso? A 24 hrs atrás eu queria mata-lo... Agora eu nunca mais quero me afastar dele. Eu estava realmente gostando do Justin, e faria de tudo pra ficar com ele, eu poderia até deixar meu emprego... E eu amo meu emprego, mas agora isso não importa mais...
Justin esta passando os canais rapidamente, e deixou num jornal:
- Pra que você vê jornal?
- Pra saber o que está acontecendo. Se meus inimigos foram mortos ou pegos, se descobriram sobre mim...
- Entendi.
De repente, ouço meu nome. A apresentadora do jornal estava falando de mim e do Justin, e eles tinham minha foto, e olhei atentamente para a TV e Justin aumentou o volume.
“A agente do FBI Megan Portman, parece ter desaparecido. Aparentemente fugiu de casa com um procurado. Um dos casos que ela estava lidando. O FBI ainda não sabe se ela foi seqüestrada ou foi de boa vontade. Portman não foi vista a mais de 24 hrs, e não se sabe seu paradeiro. Vizinhos disseram ter visto um rapaz ter entrado na casa de Megan noite passada, e depois ela entrou, e foram embora juntos, parece que esse rapaz é o procurado, o FBI está a procura de Megan e não vão descansar até a encontrarem e saberem exatamente o que aconteceu”
- Megan fica calma.
- Eu to calma – Disse eu com a voz controlada. A verdade é que eu estava controlada mas não calma, eles tem uma foto, agora eu sou uma fora da lei e não vou poder mais aparecer no FBI... Porque agora ... – Eu sou uma procurada

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Capitulo 3 – Jou não é quem eu pensei.


Meu coração bate mais rápido. Fico pensando como o Jou pode roubar minhas fitas...
- Você tem um informante no FBI...
- Um informante?
- Sabe aqueles mafiosos que estavam atrás de mim e foram na sua casa?
- Sei.
- Então... Jou é um deles.
- Não... o Jou é meu amigo. – Digo eu incrédula. Não conseguia acreditar no que ouvia.
- Não, não é. Agora eu descobri como ele sabia onde eu estava. – Justin da um soco no carro. – Sabia que ele vem te usando pra conseguir informações minhas a 2  ANOS?!
-Não... Ele não...
-A quanto tempo Jou, trabalha com você no FBI??
Penso por um instante, e depois percebo que ele está certo.
- Ah 2 anos – sussurro - Mas e aquele dinheiro que você esta devendo a eles? O que o Jou tem a ver com isso?
- O dinheiro é do FBI, sumiu uns 7 mil dólares do FBI ano passado, porque o Jou roubou, mas não pois no banco porque policias não recebem tudo isso, e iria ficar estranho, então ele colocou na casa dele.
- Como sabe disso?
- Sabe quando eu disse que não fui eu que roubou o dinheiro do ladrão? Então... eu menti.
- E porque você roubou o....
- É roubo se você rouba o que é já roubado? Não acho. E eu não iria usar essa grana pra futilidades... Eu ia devolver.
- Você ia devolver o dinheiro do FBI?
- Sim.
- A quanto tempo Jou é mafioso?
- Desde antes de ir pro FBI, na verdade ele só entrou pra policia porque era um disfarce. – Justin parou numa rua estreita e muito escura. Desceu do carro, pegou as fitas e disse – Me segue.
Desci do carro também. Justin, vai na frente. Começamos a andar bastante, meu carro agora esta tão longe que eu não consigo mais vê-lo. O céu já esta clareando agora. Estamos numa rua aberta e até bonita. Tem alguns comerciantes nas ruas agora, como camelôs. Justin vai andando tranquilamente, até que ele pega um boné vermelho de um dos camelôs distraído e coloca na cabeça de modo a esconder o rosto. Olho pros lados e vejo uns cartazes escritos “O Procurado”, e entendo porque ele esta com o boné agora. Coloco minhas mãos nos bolsos e ando com a cabeça baixa, para não chamar a atenção. Olho de relance para o fim da rua, e vejo uma casa grande, branca e fechada, ela praticamente não tem janelas. Continuamos a andar e percebo que aquela casa é a de Justin.
- Pensei que você quisesse ser discreto – Digo a ele.
- E sou. Ninguém vai pensar em procurar, um fugitivo procurado em mais de 45 países, que lida com mafiosos numa área publica com uma casa chamativa dessas. Eles pensam que quem é procurado tem que se esconder em favelas, subúrbio ou coisa assim... Nunca procurariam aqui. – E mais uma vez ele tem razão. Eu nunca ao menos tive a mais remota ideia de procurar algum fugitivo lá.
Entramos, e ele senta no sofá. A casa é incrível. Sento no sofá na frente dele e fico o observando.
- O que foi? – Pergunta ele pra mim. Eu olho melhor seu rosto, e percebo que a parte esquerda está sangrando.
- Ah meu Deus o que aconteceu com você?!
- Você. – Eu olho pra ele. Lembro que chutei seu rosto, sinto uma pontada de remorso por isso e não sei porque, quer dizer é o meu trabalho. Pego minha mochila, e tiro de dentro um kit primeiros socorros, e vou até ele – Não, não faz isso comigo.
- Fazer o que?
- Não cuida de mim.
- E porque não? Porque é bizarro uma agente do FBI cuidando de um ladrão?
- Não. Porque é estranho alguém cuidar de mim.
Olho pra ele por um instante, e ele também esta olhando pra mim. Começo a limpar seu rosto e cuidar do ferimento dele.
- O que aconteceu com você? – Pergunto baixinho pra ele.
- Bom, você chutou minha cara, e depois explodiram sua casa e eu estava lá então acho que é por isso que meu rosto esta...
- Não é disso que estou falando. Quando estávamos na minha casa você disse “as vezes temos que fazer coisas porque temos, não porque queremos” o que você quis dizer com isso?
- Meus pais foram assassinados bem na minha frente, quando eu tinha 12 anos. Desde então tive que cuidar de mim mesmo sozinho. E sabe, não tem muita coisa que uma criança de 12 anos possa fazer. Então eu comecei pequeno. Roubando pães na padaria, e etc. Mas não era o bastante, eu iria ser despejado se eu não pagasse o aluguel, ou iria ser jogado no conselho tutelar se descobrissem que morava sozinho e eu não queria nada disso. Então comecei apostar racha. Foi uma das sensações mais gostosa que tive em anos... Liberdade, é... liberdade.
-Seu rosto esta no banco de dados do FBI... Como você foi pego?
- Bom... Uma noite eu estava numa corrida particularmente importante, um dos figurões do lugar estava apostando em mim. Ele me deu uma Ferrari vermelha pra correr. – Ele fez uma pausa, soltou um suspiro e depois continuou – Eu ganhei. Mas enquanto pegava o dinheiro, alguns policiais chegaram e nos cercaram. E me levaram pra cadeia... Fiquei 6 meses lá, e me soltaram por bom comportamento. E quando sai continuei com o racha e fui pego de novo, mas desta vez eu fugi. Fiz uns documentos falsos e etc, mas não era o bastante. Não para viver, porque as corridas pra mim já era... então comecei a roubar coisas grandes.
 Continuo a tirar o sangue do seu rosto:
- Me desculpe por chutar seu rosto.
- Não tem problema... era seu trabalho.
Eu sorrio.
- Sabe, você é um cara legal, Bieber.  –  Ele sorri.
- É, sério. Não cuida de mim. Não fica comigo por muito tempo. Não sorria pra mim. Não seja legal comigo.
- E porque não?
- Porque todos que se aproximam morrem. E eu não quero que você morra Megan.
- Eu não vou morrer. Eu sei me cuidar.
- Não, não sabe – Disse ele tirando minha mão do seu rosto – Você não sabe quem são eles. Você não sabe como são eles. Eles não deixam ninguém sair ileso. Se não tem o que eles querem, morre.
- E se eu morresse? O que, que tem? Você nem me conhece.
- Conheço, na verdade conheço. E conheço melhor do que você pode imaginar.
- Como assim?
- Sabe como eu sei de tudo aquilo sobre você?
- Não faço ideia.
- Eu te observava Megan. Sempre. Eu via como você era boa no que fazia. Eu via como você era sempre tão linda e sorridente, e o pior de tudo... Eu via como você era gentil com aquele otário do Jou – Justin fez uma careta – Não posso deixar que você se machuque Megan. E sabe porque??
- Não.
- Porque eu gosto de você. Mas eu não posso gostar de você... Porque no meu ramo de trabalho não tem lugar para hm... Amor. Ou relacionamentos.
-Não sabemos o que vai acontecer daqui pra frente,O que vai acontecer no final disso tudo, agora vira pra lá.
- Mas...
- Não me questione – Digo a ele – vira logo. – Continuo a limpar seu rosto – Sabe, eu não vou contar pra ninguém sobre você...
- Mas ai você pode ser demitida. O que você vai fazer se não ficar no FBI?
- Bom... Eu posso ir com você.
- Comigo?
- É... Olha não me pergunte o porque. Mas eu quero ir com você, eu não sei onde você vai e também não importa. Mas eu vou com você pra onde você for.
- Awwn que coisa mais linda – Alguém entrou na casa. Estava batendo palmas, olho pra trás com rapidez, Justin esta de pé agora, com a arma na mão e apontando pra pessoa que entrou. – Não sabia que crianças poderiam se apaixonar.
Fiquei olhando pra ele e pensando: O Justin... me ama? E eu... não sei, o que fazer.
- Quem é você? E o que está fazendo na minha casa?
- Meu nome não importa. Quero falar com você ... Só isso – Disse ele sentando no sofá. Não conseguia ver seu rosto porque a luz esta desligada. Mas sua voz é estranhamente reconhecível. Já ouvi ela antes. – Mas estou vendo que está ocupado... Com sua amiguinha não é? – A pessoa se aproxima e olha pra mim. E agora meu coração da um salto.Meu estomago embrulha, fico de pé agora. Minhas mãos e pernas tremem – Oi Megan. Como vai?
- Oi Ted.
- Vocês se conhecem? – Pergunta o Justin. Olhando do Ted pra mim, e depois voltando seu olhar pro Ted.
- É... hm... Sim. Ele trabalhava no mesmo departamento que eu . Bom, mas isso foi antes dele também entrar no mundo do crime.
- E isso depois de namorar com a Megg. – Diz o Ted
- Seu ex?
- É... infelizmente sim. Mas... Já faz 4 anos não é?
- Ah Megan... Pode fazer 4 anos mas admita... Você nunca me esqueceu, não é? – Disse ele tranquilamente. O rosto do Justin estava ficando cada vez mais vermelho. Ele destravou a arma, e o Ted olhou pra ele – Garoto, saiba que não é porque você goste dela, que ela goste de você. Acredite ela ainda me ama.
- Cala Boca Ted. – Ele voltou sua atenção pra mim.
- Ah coração, não aja como se você não me quisesse.
- Ted eu nunca te quis... Você foi o meu pior erro. – Ele olhou pra mim, e depois olhou pro Justin, ele parecia mais irritado do que nunca. Ele puxou a arma e eu peguei a minha e apontei pra ele.
- Ah já entendi o esta acontecendo aqui... Você me trocou por ele não foi Megg... – Não respondi. Justin olhou com rapidez pra mim mas depois já estava olhando pro Ted – Bom, vim aqui pra falar com você Megan.
- Co... comigo?
- Sim.
- Sinto muito mas você não vai poder falar com a Megan.
- Aé?
- Sim e sabe porque?
- Porque? – Eu pergunto a ele.
- Por isso. – Justin me segura pela cintura, passa a mão pelo meu rosto e depois me beija. Depois ele me solta e me olha, nos olhos. 
-  O que foi isso? – Sussurro pra ele.
- Estamos cercados. – Sussurra ele de volta, seus lábios quase nem mexiam – Tem mafiosos por todos os lados.Não sei o que vai acontecer aqui hoje, mas não queria morrer sem fazer isso.
- Você não vai morrer. Porque você é melhor que eles.
- E você também não, sabe porque?
-Porque??
- Porque eu não vou deixar. Eu vou proteger você.
Sorrio pra ele. E depois olho pra um Ted de rosto púrpura. De repente ele grita:
- AGORA!
Pelo menos 10 mefiosos entram em cada canto da casa. De repente estávamos cercados por no mínimo 40 deles. Justin como sempre tinha razão. Eu já estava metida o suficiente para pegar pelo menos 15 anos na prisão publica. Mas não me emportava, não estava nem ai. Porque neste momento nada mais importa. Os mafiosos começaram a atirar em nós. E nós neles. Fiquei sem munição:
- MEGAN TOMA PEGA A MINHA ARMA!
- O QUE? NÃO! – Tenho que gritar para ele me ouvir. Os tiros não muito altos – VOCÊ AI FICAR DESPROTEGIDO!
-NÃO! EU TENHO UM PLANO! VAMOS! TOMA! – Peguei a arma do Justin, e atirei num bandido a minha esquerda. Tive que me segurar pra não cair, a arma dele era decididamente mais potente que a minha – MEGAN ME AJUDA A DERRUBAR O SOFÁ!
Atirando em qualquer alvo que se mexia eu ajudei o Justin a derrubar o sofá, ele pegou uma caixa que estava em baixo do sofá, depois sentou atrás dele.
- VOU TE DAR COBERTURA!
- MEGAN! – Chamou ele – TOMA CUIDADO!
Eu aceno pra ele com a cabeça, e continuo a atirar em todo mundo que se mexia. 5 minutos mais tarde Justin levanta do sofá e atira com uma arma parecida com uma metralhadora em outros mafiosos, olho pra ele rapidamente e vejo que ele esta com um cinto de balas preso na cintura. Sorrio pra ele e balanço a cabeça, ele anda até meu lado, e me da outra arma, ainda mais potente do que a que ele tinha me dado antes, e mais pesada também. Olho pra direita e vejo Ted apontando pro Justin. Justin está olhando pro outro lado, ele ia ser baleado. Mas não. Não se eu pudesse enpedir. No exato momento em que Ted atira no Justin eu empurro ele e atiro no Ted. Justin cai no chão, e eu tomo o lugar dele. Levo o tiro por ele. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Capitulo 2 – Fujo com ele.


Tomo um susto tão grande que deixo meu copo escapar da minha mão, Justin percebe isso e pega o copo antes que ele caia no chão e quebre.
- Isso aqui é seu – Ele me devolve o copo. Acho incrível seu reflexo, mas não digo isso a ele. Na verdade não digo nada – Não vai agradecer não?
- Am... Obrigada. – Ele acena com a cabeça - Como você entrou aqui?
- Ué, como todo mundo, eu entrei pela porta da frente. – Diz ele tranqüilamente – Como acha que eu entrei? Pela janela como o Homem Aranha? – Ele ri.A risada dele é tão fofa, que eu não consigo sentir raiva dele. E isso me deixa com raiva de mim;  
- Você não tem chave. Como entrou pela porta?
- Com isso – Ele mostra uma chave de fenda.
- Ah... É claro. – Fico impressionada, mas não demonstro. Não quero que ele perceba que o acho incrível - O que você ta fazendo na minha casa?
- Bom... Procurando por você...
- Porque? O que você quer comigo?
- As fitas.
- As... As fitas? Como... Como você... Como você...
- Sei de muita coisa.
- Bom isso é óbvio não é? Porque você me deu aquelas flores?
- Já disse no cartão. Lembrei imediatamente de você quando as vi... – Ele faz uma pausa. Ele me olha. De um jeito diferente. Parecia até estar me avaliando - Sabe, você é uma garota muita bonita Megan... Não deveria desperdiçar seu tempo, com aquele atraso de vida que é o FBI.
Agora sim eu fiquei irritada.
- Não diga que o FBI é um atraso de vida! Eu amo o meu trabalho. E o que exatamente você acha que é um trabalho bom? O seu? Ser assassino é um trabalho bom?
- Ei eu não sou um assassino! Ah meu deus que horror! Não, não... Eu nunca matei ninguém.
- A não?
- Não...
- Então quem foi?
-Eu não vou ficar contando minha vida inteira pra uma agente do FBI.  – Ele faz uma pausa novamente. E depois solta um suspiro - Olha certas coisas, não fazemos por escolha, mas sim por que precisamos fazer.
- O que você quer dizer com... – Ouvi um barulho. Virei com rapidez, passei a mão pelo meu abdômen a procura da minha arma, mas ela não estava lá.
- Acho que você vai precisar disso. – Justin anda até minha frente e me entrega minha arma. Ele vasculha a casa com o olhar, e depois anda calmamente até minha frente, com sua própria arma em punho.
- Como foi que você...
- Xiiiiiii eles vão te ouvir – Sussurra ele pra mim. – Agora fique quieta. E mantenha-se atrás de mim – Ele aponta a arma dele em direção ao meu quarto, e depois para a sala, e depois para a porta – Droga... Tem muitos deles aqui.
- Eles quem? – Sussurro em resposta.
- Os gânsters que estão na minha cola a uns... 2 anos.
- Porque eles tão na minha casa?

- Porque sabem que eu estou aqui. Agora fica quieta.
- Mas porque eles...
- Fica quieta!
-Mas eu só queria perguntar...
- Xiiiiiiu, eles vão ouvir
- Olha não sei se você sabe, mas eu sou a melhor no meu...
- Qual parte do “fica quieta e atrás de mim” você não entendeu? Você pode até ser boa no que faz, mas isso não vai adiantar nada aqui. Eu não sei se VOCÊ sabe... Mas aqui... Não é seu departamento. – Ele sussurra pra mim ameaçadoramente, tem alguma coisa em seu tom de voz que me fez ficar quieta. – Vem comigo.
Não questiono. Nós vamos em direção a porta. Justin faz sinal com a mão para eu parar, ele me empurra para a parede e cola o ouvido na porta da frente, escuta pro um momento e depois:
- CORRE! – Berra ele. Eu corro e fico na cozinha com Justin logo atrás de mim. De repente a minha porta da frente explode.
- MAS QUE DROGA FOI ISSO?!
- Um explosivo. Nós precisamos sair daqui se não morremos.
- O que?!
- Você me ouviu, vai até o seu quarto e pega o Maximo de roupa que conseguir achar.
- Mas e ....
- VAI LOGO!
- Ta bom. - Vou até meu quarto e pego uma mochila em baixo da cama, que eu já deixei pronta com tudo que eu poderia precisar se um dia tivesse que sair correndo, como agora. Quer dizer... Quando você trabalha no FBI precisa ser prevenida. Saio correndo do meu quarto e o Justin esta trocando tiros com alguém que eu não consigo ver, por causa da fumaça do explosivo.
- Vem – sussurra ele pra mim.  Vou abaixada até ele, com a arma na mão. A mochila esta nas minhas costas;
- Como você esta vendo onde eles estão?
- Depois que você vive nisso, você se acostuma. – Dizendo isso, ele prendeu alguma coisa na minha calça jeans. Ele levanta rápido e começa a atirar em direção a porta, me levanto junto a ele, depois ele segura minha cintura e começa a andar para trás.
- O que você esta fazendo?
- Você confia em mim?
- Hmm... – Eu queria dizer não, quer dizer ele é um assassino... Ou será que não? Mas, ele é muito bom e não me deixaria morrer... Ou será que deixaria. Não sei muito bem o porque disse isso. Mas alguma coisa me fez falar – Confio.
Ele sorri.  Depois saímos correndo em direção a grande janela que tinha logo atrás da gente, e então entendi. Corremos cada vez mais rápido. E passamos pela janela, senti ela quebrar com o peso dos nossos corpos. Percebi que o que ele tinha prendido na minha calça era uma corda, uma corda para nos segurar quando passássemos pela janela.  A corda começa a nos puxar para cima. Chegamos no telhado e Justin pega a corda e enrola ela. Coloca ela dentro da caixa d’água, junto com a minha mochila, que ele tirou das minhas costas.
- Entre. – Diz ele pra mim, apontando para a caixa d’água.
- O que? Enlouqueceu?
- Eles vão vir atrás da gente. Temos que nos esconder! Vamos entre!
- Mas se eu ficar ai, eu me afogo...
- Não se você fizer o que digo. Vamos!
- Está bem.
- Ótimo – Ele abre a tampa da enorme caixa d’água, olhando para os lados, para ver se alguém estava vindo, entro nela.- Olha, fique deitada, quando fecharmos a tampa vai sobrar uma um espaço entre a tampa e a água, então coloque seu nariz nesse espaço e poderá respirar. Entendeu?
- Sim. – Me deito na água e depois ele deita do meu lado, ouvimos passos vindos da escada, atrás da porta que dá no telhado, então ele se apressa para fechar a tampa. Respiramos pelo espaço que ele disse que teria. Ficamos em silencio tentando respirar sem fazer barulho. Ouço passos vindos da porta. E depois ouço uma voz dizer:
- Droga! Cadê eles ?! – Era uma voz grave, e ressonante.
- Não sei cara! – Disse outra voz – Talvez tenham fugido!
- Ah você acha?! Droga! Eu tenho que pegar aquele garoto! Nem que seja a última coisa que eu faça! – Diz a voz grave de novo. Ouço a porta fechar e eles descem as escadas. Justin espera um tempo até abrir a tampa.
- Achei que eles nunca iriam embora! – Diz ele ofegante.
- O que eles querem de você?
- O que mais? Dinheiro né... Eles acham que roubei uma grana deles... Mas eu não roubei.
- Bem... Diz a eles.
Justin sorri.
- Ta na cara que você nunca conversou com um mafioso não é? Não se conversa com um mafioso. Com eles é assim “Eu perdi o meu dinheiro, mas não quero admitir isso, então vou culpar alguém e transformar a vida dele num inferno, só pra ser feliz” – Ele me olha, com aqueles olhos castanhos profundos, fico um tempo observando seu rosto, e ele o meu. Depois, como quisesse sair do transe ele balança a cabeça e vira ela pro outro lado em quanto se levanta na caixa d’agua – Precisamos sair daqui.
- E pra onde eu vou?
- Você vem comigo...
- O que?
- É... bizarro não é?
- Muito... Uma agente do FBI fugindo com um procurado...
- Aé... o FBI, nós precisamos pegar aquelas fitas.
- O que? Você ainda esta preocupado com as fitas?
- Lógico, com quem eu me preocuparia?
- Bom, que tem um bando de mafiosos atrás de você...
- Ah mas isso tem a 2 anos...
- Como você consegue fugir deles a 2 anos?
- Não sei se reparou, mas eles são meio tapados. Se esta em busca de alguém, tem que olhar em TODOS os lugares, quer dizer como eu disse não somos o Homem Aranha e sendo assim não podemos subir no telhado e evaporar.- Ele faz uma pausa. Ele tem toda a razão – Além do mas eu não posso deixar o FBI saber como é meu rosto. Alem do que você vai se encrencar e muito, se descobrirem que você sabe qual é meu rosto e não voltar pro trabalho depois.
- Pera, como assim “não voltar pro trabalho depois” ?
- Eles sabem quem é você, qual é o seu nome, onde você trabalha, onde você mora... Quer dizer morava.
- Mas...
- E o pior – Me interromper ele – Você me ajudou a fugir.
- Bom, tecnicamente você me ajudou a fugir.
- É... Mas você também ajudou.
- O que a gente faz agora?
- Vamos até a cede do FBI.
- Mas se eu entrar lá e pegar as fitas e não voltar mais, eles vão ver que tem alguma coisa errada.
- Eu sei, e é por isso que EU vou ir lá.
- Como é?
- Você vai ser a “seqüestrada” e eu vou continuar sendo “O Procurado” .Vou pedir dinheiro pra eles por você, e você volta a sua vida normal depois...
- Mas eu vi seu rosto e sei seu nome.
- Não sei se você vai falar alguma coisa, mas quando te devolver já vou estar longe demais pro FBI me encontrar – Diz ele com um olhar sonhador para as estrelas. A luz do luar refletindo seu rosto. Acho que nunca conheci um cara com ele. Acho que ele é o cara mais bonito que eu já conheci. Ele pega minha mochila coloca nas costas, levanta e estende sua mão para eu poder levantar também – Vamos.
Levanto e começo a descer as escadas junto com o Justin, pego meu carro e vou até o FBI, chegando lá, Justin diz:
- Espere aqui.
5 minutos depois ele desce com todas as fitas e diz:
- Sai daí, agora eu vou dirigir. Você não sabe onde vamos.
- Am... Esta bem. – Justin parecia muito agitado – O que foi? O que aconteceu?
- Mudança de planos.
- O que foi?
- Alguém me viu.
-Como é? Quem?
- Seu amigo. Jou.
- O QUE?! O QUE O JOU ESTAVA FAZENDO AS 3 DA MANHA NO FBI?!
- Roubando suas fitas.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Capitulo 1 – O Procurado.


Quem ele é? Quem ele é a pergunta que o FBI,CIA, e polícia de Nova York vem se perguntando a mais de 6 anos. Tudo o que sabem é que o cara é bom. Que ele já matou milhares de pessoas, e que já roubou tantos ladrões e gângsters que até eles tem medo. Sua aparência, seu nome, muito menos fotos... eles não tem nada. Eles não sabem de nada. O garoto? É um fantasma. Entra e sai dos lugares sem ser notado. Faz o que faz e ninguém consegue dete-lo.
     Era um dia tranqüilo no departamento de policia de Nova York, até que:
- O que é isso Jou? –Pergunto. Eu sou Megan Portman sou a melhor agente do seu departamento. Pelo menos é o que dizem. Quando meus supervisores querem realmente pegar alguém, sou eu quem eles escolhem.
- A sirene do alarme...
- Pra?
- Pra informar que um assalto está acontecendo agora, no banco da quinta avenida.
- Bom, o que agente ta esperando? Vamos lá.
Saímos correndo do quartel general da policia e vamos direto pro banco da quinta avenida.
- Não se aproximem – Disse o policial mais próximo da porta do banco. Olho pros lados e noto que teria no mínimo 10 carros de policia parados na porta do banco, e com pelo menos 30 policias apontando armas para a porta dele. Aquilo não poderia ser um assalto qualquer... se não, não teria todos esses policias lá.
-Quem está lá dentro?
- Aquele cara. Aquele que fez aquelas pessoas reféns em Long Island.
- O que? Eu tenho que entrar lá dentro.
- A senhorita não pode.
- Veremos.
 Pego minha arma e entro correndo dentro do banco, quando entro vejo o assaltante. Ele estava inteiro encapuzado, a única parte visível dele eram seus olhos.
- Se entregue agora e não machucaremos você! – Digo a ele.
- Acho que você deveria se preocupar com você mesma. Não comigo. – Diz ele em resposta.
A voz dele era tão cortante, doce e audível que era difícil não querer parar para ouvir. Olho diretamente em seus olhos e eram castanhos, castanhos penetrantes e profundos. Começo a prestar atenção nele, e ele tinha uma arma na cintura. A questão é: Porque ele não estava usando ela? Ele não parecia querer usar ela. Ele agachou pra um dos reféns, e disse alguma coisa para ele que não dava para ouvir. Mas o refém não parecia com medo. E ele não parecia agressivo. Eu não sabia o porque, mas estava até simpatizando com o rapaz.  O refém colocou quase toda a quantia do cofre numa mochila preta. Ele começou a andar na minha direção. Eu não poderia, deixar ele  fugir, mirei a arma no peito dele, ele deu uma risadinha abafada:
- O que? Você vai atirar em mim? Sério?
- E porque não?
- Bom, porque aqui. EU to no controle.
- Não vejo aonde. Tem uns 30 policiais lá fora, prontos pra atirar quando você sair. Você ainda acha mesmo que está no controle?
- Sim. Veja, eu estou com o dinheiro, e essa roupa, é aprova de balas e armas muito mais potentes do que essa sua calibre 36. E quem é que disse que eu ia sair? – Não entendi nada. Se ele não iria sair como ele... iria sair?... Ele começa a andar de novo na minha direção, e eu começo a atirar nele, as balas não fazem efeito, assim como ele disse, de repente percebo que estou sem balas e tento dar um soco dele e ele para minha mão com uma de suas mãos. Ele para todos os golpes que tento atingir nele, dou um chute em seu rosto e ele cai, ele me da uma rasteira e eu também caio, apoio minha mão no chão para me levantar mas ele segura meu braço, e depois o outro, tira a parte debaixo da sua mascara e deixa seus lábios a mostra abaixa até meu ouvido e depois diz:
- Acho – Sua voz esta mais doce e reconfortante agora, não sei porque mas não consigo ficar com raiva dele. - Sra. Megan Portman, que você não deveria entrar numa luta sozinha. – Ele me da um beijo da bochecha e levanta. Pega sua mochila com dinheiro, olha um tempo pro chão, e deita. Fecha sua mão em um punho, e bate no chão como se fosse uma porta. O som que sai dele é oco. Ele se levanta e atira no chão. O chão se abre num buraco, ele joga a mochila pra dentro do buraco olha pra mim com sua boca já tampada novamente ele acena com sua mão. Posso jurar que ele estava sorrindo. Ele entra no buraco e vai embora. Olho um tempo pro buraco feito no chão e tento imaginar... porque ele não atirou em mim? Porque ele me deixou praticamente ver seu rosto inteiro só pra se dar ao trabalho de me dar um beijo na bochecha? E o pior... Como ele sabia meu nome? Me levanto e pergunto pros reféns:
- Vocês estão bem?? – a um murmúrio de concordância da parte deles. Eu abro as portas do banco e os policiais entram. Eu saio do banco.
- Você está bem? – Perguntou Jou me olhando assustado – Ouvi tiros.
- Ah é.. hmm... eu to bem. Ele não atirou em mim. Só no chão.
- No chão?
- Ele fugiu por lá.
- Ele fugiu pelo chão?
- Sim. – Eu faço uma pausa – AGORA OLHEM TODOS VOCÊS! – Grito eu.  Todos olham pra mim imediatamente. A um silencio absoluto que acolhem minhas palavras – EU QUERO QUE VOCÊS ME DIGAM O QUE TEM DE BAIXO DESSE BANCO, E EU QUERO TAMBÉM QUE ALGUEM ME DE TODAS AS FITAS DE SEGURANÇA DO ULTIMO MÊS! E RÁPIDO! – Depois que digo isso todos os policiais começam a se mexer com rapidez.
Eu sento dentro do carro, com minhas mãos tremulas.
- Tem certeza de que está bem? – Jou está ao meu lado.
- Ah, sim sim. Estou. Eu só não... É que eu nunca vi um ladrão como ele...
- Ele é profissional... Ele causa esse efeito em qualquer um...
- É eu sei. Bom, vamos lá. – Ligo o carro e começo a dirigir. Vou pro distrito policial e vou para a minha sala. Pego um café, e fico sentada em silencio. Pensando, no que mais ele sabia. Quer dizer, ele sabia meu nome. Ele sabia até mesmo o calibre da minha arma... como isso?
- Sra. Portman? – Um mensageiro entra na minha sala.
- Sim?
- Chegou uma coisa para a senhorita.
- Pra mim?
- Sim.
- O que?
- Bom...Essas flores aqui.
- Flores? – O mensageiro entrega algumas flores. Não apenas flores mas as mais bonitas que já vi. Elas eram vermelhas e eram aos montes. Estavam numa cesta, lindas flores vermelhas. E tinha um cartão branco com escritas de computador, que no meio das flores . – Ah.. esta bem. Quem entregou?
- Não sei dizer. Cheguei no meu trabalho e elas estavam na porta.
- Aé? Bom, obrigada.
- Não a de quê. – Ele sorri para mim e eu retribuo.
Fico olhando por um tempo para as flores na minha mesa. Depois pego o cartão e leio:
Olá Megan, como vai hoje? Espero que goste das flores. Soube que vermelho é sua cor favorita. E quando as vi no florista não pude deixar de compra-las para você.
Beijos, do seu querido amigo. O procurado
Eu quase deixei cair minha caneca de  café quando terminei de ler a carta. “O procurado”, como é que ele sabia minha cor favorita. Acho que ele sabe demais da minha vida, e o que mais me incomoda é que eu não sei nada sobre a dele. Preciso de respostas, Já!
- Megan eu... – Jou entra na sala, e para de falar quando olha pra mim – O que foi? Que flores são essas?
- Dele... dele Jou!
- Dele quem?
- Do procurado.
- Do cara do banco?!?!?
- É... Olha Jou, não quero ser rude, mas se você não está aqui para me dar respostas, então por favor... saia.
- Bom, então eu vou poder ficar. Eu já sei onde o chão do banco dá;
- Ah Graças a Deus alguma coisa boa nesse dia! Vamos! Diga!
- No esgoto, de Nova York.
- O QUE?!
- É... Nossa amigo procurado, foi pro esgoto.
- Mas... ele pode ter ido pra QUALQUER lugar de Nova York! Como vou descobrir pra onde ele foi?!
- Eu disse que tenho respostas e não soluções.
- Bom... está bem, Jou obrigada.
- Sr. Jou Gregorovick?
- Sim?
- Preciso de você na minha sala agora.
- Esta bem senhor. Estou indo.
- Bom, Megan, depois agente se fala.
-Ta bom. Tchau.
- Tchau.
Jou sai da sala,  me deixando mais uma vez sozinha. Mas não por muito tempo.
- Sra. Portman, estou com as fitas de vídeo que a senhorita pediu.
- Bom, o que você esta esperando? Me de elas.
-  Estão todas aqui.
O policial que entrou na minha sala agora estava deixando ela com a mesma rapidez. Ele deixou uma caixa pequena como uma caixa de sapatos em cima da minha mesa, com pelo menos 30 fitas de vídeo. Começo a ver as fitas inteiras, uma por uma. Estava na penúltima e já era 22:30 da noite. Já estava quase desistindo de terminar de ver aquela fita quando de repente eu vi. Eu vi um garoto de pele clara, cabelo liso, bem cuidado e que me pareceram muito macios e bonitos e castanhos, com seus olhos. Usava roupas comuns. E um boné dos Lakers. Ele não estava fazendo nada no banco, na verdade estava apenas observando. Era um dia movimentado lá, então ninguém notara a presença do garoto. Ele aparentava ter uns 18 anos. Alto, magro, braços fortes, e muito muito bonito. Ele poderia se passar muito bem por um adolescente comum. Parei a imagem e dei zoom nela. Olhei bem de perto pro rosto dele, e percebi a visível semelhança entre ele e o procurado. Seus olhos brilhantes e profundos, seus lábios rosados e grossos, só podiam ser. Era ele. Peguei a foto dele e coloquei no banco de dados do meu computador. Ele procurou por um tempo e depois associou com uma pessoa, apareceram informações embaixo das fotos:
Justin Bieber, procurado em 43 países, por roubos, furtos,latrocínios, assassinatos,e seqüestro. Tem passagem pela policia, mas não ficou por muito tempo lá. Uma vez saio por bom comportamento, outra vez ele fugiu. Troca de nome com facilidade, e já saio ilegalmente do país.
Eu sorrio
- Então.. Agora o nosso procurado, tem um nome... Justin Bieber.
Sou a única que ainda está no quartel general do FBI. Desligo meu computador, guardo as fitas,  pego minha bolsa, as flores e o cartão e entro no meu carro. Entro em casa. Ligo a luz do corredor e jogo as minhas coisas no sofá da sala, que ainda esta com a luz apagada. Vou até a cozinha pego um copo e coloco água, me viro e vejo o abajur acessa. Acho isso muito estranho, porque não estava assim quando eu cheguei. Vou até ele e o desligo. Viro as costas e ouço um “clique” que indica que o abajur acendeu de novo. Quando viro me deparo com Justin Bieber logo atrás de mim.









segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Capitulo 7 – Big Mac


Recupero os sentidos. Minha visão fica embaçada de inicio, mas depois volta ao normal. Olho pro meu lado esquerdo e Clear esta deitada numa poltrona marrom; Sinto uma claridade irritando meus olhos que vem da janela que tem atrás de Clear. Olho do meu lado direito e vejo uma enfermeira, colocando soro num saquinho plástico.
- Você teve muita sorte sabia?                                
- Hm – No começo não entendo o que era diz. Meus ouvidos não voltaram ao normal ainda – Desculpe. O que disse?
- Que você teve muita sorte. Sabia disso?
- Hm... aé?
- Sim... Você perdeu muito sangue. Pensei que não resistiria. Mas conseguimos parar o sangramento, a tempo.
- Que bom.
- É sim. Sabia que seu tipo sanguíneo é “O negativo”?
- Hm... Aé?
- Sim... foi realmente difícil encontrar alguém com esse tipo sanguíneo aqui. Ainda bem que você tem bons amigos.
- Como disse?
- Ela – A enfermeira apontou para a Clear adormecida na poltrona – Ela deve que fazer uma cirurgia de emergência também, sabia?
- Cirurgia de emergência?
- Sim... Acho que ela caiu de um lugar muito alto, ou alguma coisa muito pesada caiu na perna dela... Não sei, mas estava fraturada, e como não foi tratada com antecedência inflamou.
- Ela ta...?
- Sim, ela esta bem – Interrompeu a enfermeira.
- Mas como eu ia dizendo. – Ela olhou nos meus olhos – Ela foi a única que pode realmente te ajudar. Mas do que eu e os médicos pudemos.
- Aé? Por que?
- Porque ela é a única que tem o mesmo tipo sanguíneo que você.
Olho para o saquinho plástico com no mínimo meio litro de sangue da Clear que agora estava indo pro meu corpo. De uma forma engraçada me sinto muito bem por ter o sangue dela em mim... Uma parte a amais dela dentro de mim.
- Não fico surpresa que você tenha desmaiado. Perdeu mais de 2 litros de sangue... Não podemos tirar tudo dela de uma vez só. Se não ela também desmaiaria. Mas a cada dia tenho que retirar meio litro de sangue dela pra por em você.
- Então eu tenho que ficar 4 dias internado aqui?
- Sinta-se grato por isso garoto.
- Pode acreditar... me sinto. Mas acima disso me sinto inútil por não conseguir fazer nada aqui.
- Não se sinta. Imagino que você tenha passado maus bocados perdido não é?
- Sim... pode crê
- Como conseguiu esse ferimento na perna?
- Um leão me mordeu.
- UAU! – A enfermeira arregalou os olhos para mim – Você tem mesmo sorte não é?
-Bertani, por favor vem aqui. Tem paciente muito insistente aqui e... – Um médico entra na sala, parecendo não notar minha presença – Ah... sinto muito por... Bom... quando puder vem aqui esta bem?
- Sim sim...
O médico fechou a porta e a enfermeira. Disse:
- Sabia que ela tinha que estar de repouso na sala dela? Depois da cirurgia... passada 1 hora ela veio pra cá.
- Mas por que? Porque ela esta aqui?
- Porque ela pediu... Quase exigiu que a deixássemos entrar. Ela passou a noite inteira acordada ao seu lado. Caiu no sono a quase 30 minutos. – A enfermeira olha pra porta e depois pra mim – Vou ter que ir. Bom... boa recuperação. Adeus.
- Adeus.
Ao ver a porta fechar, fixo meu olhar nela por um tempo. E depois desvio meu olhar para Clear. Ela, passou a noite inteira aqui. Ao meu lado. Um estranho pensamento me ocorreu. Não tive pesadelos esta noite. É a primeira vez que não tenho um pesadelo desde a morte do meu cachorro. E é a primeira vez que eu não me senti tão sozinho desde a morte dele. Acho que meu subconsciente esta ciente de que alguém estava ao meu lado, e que esta pessoa gosta de mim, e isso fez com que eu não me sentisse tão só. Isso fez com que eu me sentisse muito melhor. E muito mais feliz do que a muito tempo não sentia. Estava tão absorto em meus pensamentos que não percebi que ainda olhava para Clear quando ela acordou:
- Que foi?
- Am... nada.
- Sei – Ela se levantou. Então notei que seu pé estava enfaixado. Parecendo que estava lendo meus pensamentos ela disse – Não queria ter colocado isso no meu pé. Mas os médicos disseram ser preciso, então... Quem sou eu para discordar não é? Mas iai? E você?? Como esta?
- Bom... – Não poderia dizer que estava mau, porque não estava pois não estava mais naquela ilha. Mas também não dava pra dizer que estava bem... Porque ainda sentia dor – Vivendo. – Ela sorri – Pelo menos saímos daquela ilha.
- Graças a Deus.
- É... Clear eu quero te dizer uma coisa – Eu não sabia o que fazer. As palavras estavam saindo da minha boca antes que eu pudesse pará-las.
- Hm – Ela parece ao mesmo tempo confusa e interessada. – Então diga.
- Eu ... – Eu ia dizer... ia dizer que a amo. E que queria ficar com ela pra sempre. Porque eu nunca gostei tanto de alguém como gosto dela, e não queria ninguém a não ser ela. Mas antes mesmo que eu pudesse começar a dizer 3 médicos entraram no quarto e a empurravam para fora dele – Clear... Clear! – Chamei. Ela só olhou pra mim mas nada pode dizer.
   Passaram –se 3 dias antes que eu tivesse alta do hospital. Quando sai, tive que ir embora de muleta. Minha mãe, Sra. Kirk e Clear estavam na porta me esperando.
- Awwn – Disse minha mãe me dando um abraço tão apertado que chegava a doer minha costelas.
- Não... consigo.... res...pi...rar....
- A desculpe querido. É que faz tanto tempo!
- Como assim?
- Vocês ficaram perdidos por 5 dias. – Disse minha mãe. Até então eu não tinha parado para pensar em quanto tempo eu passara na ilha. Fiquei impressionado. – Ai vocês estão tão magrinhos! O que querem comer? Hoje vocês escolhem!
- Hm... – Penso por um instante – Vão na frente pegar o carro que eu queria conversar rapidinho com Clear.
Minha mãe e Sra. Kirk se entreolham entre risadinhas e depois saem.
- Que foi?
- Olha não diga nada, antes que eu posso ser interrompido de novo!
- Ah O.K.
- Clear eu gosto de você. E eu não quero que agente volte as nossas vidas normais com você pra um lado e eu para outro. Eu quero nós dois juntos. Eu quero você Clear. Quero namorar com você. E não só namoro de verão porque... não sou assim... quero uma coisa séria com você. Quer dizer só se você quiser... Você... você quer?
Ela não fala por um tempo. Só olha pra mim. Ela sorri e sinto seus braços em volta do meu pescoço. Clear me beija.
- Você acha que mesmo que eu iria recusar...?
- Am.. eu...
- Meninos! Ei vamos! – Ouço a voz da Sra. Kirk nos chamando. Seguro na mão dela, e saímos juntos do hospital.
- Tem Mc Donald’s aqui? - Pergunto
- Como disse? – Pergunta Sra. Kirk – Hm... sim tem,
- Bom... então queremos 2 Big Macs... Queremos que joguem fora todas as frutas que tiver em casa. E nunca mais queremos peixes... – Digo.
Nossas mães me olham sem entender nada. Clear apenas sorri.
- Bom... Mc Donald’s então! Agora me digam... O que aconteceu lá? Nem acredito que seu avião explodiu! Só passava isso em tudo quanto era jornal do mundo! Como saíram dele a tempo? Como conseguiu essa ferida na perna TAYLOR!
- Mãe... me deixa respirar...
- Estou deixando, mas me conte tudo!
- Esta bem... – Clear começa a contar tudo a nossas mães... Elas ouvem tudo em silencio. Porem ficam com uma reação de horror. Mas duas coisas eram certas... A 1ª era: Nunca comi um Big Mac com tanto gosto na vida! E a 2ª era: Que eu e Clear não íamos nos separar por um longo tempo. E apesar dessa viajem começar horrivelmente me serviu para conhece-la...  E isso... não tem preço.
    

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Capitulo 6 – S.O.S



No dia seguinte a dor na minha perna estava pior do que nunca. Não conseguia mexer minha perna. Clear não estava na caverna quando acordei. Sai me arrastando pra fora dela. Clear estava pegando gravetos, e troncos.
- Hey! Bom Dia Cabeção! Ta melhor?
- Bom Dia, Cabeçuda! Não muito. O que você ta fazendo?
- Não agüento mais ficar nessa ilha ridícula! Então estou pegando vários gravetos e troncos pra fazer um SOS gigante na areia, e de noite vou por fogo nele. Quem sabe um navio, avião ou até satélite não vêem agente?
- É – Disse eu impressionado – Pode ser que de certo.
Clear passou o dia inteiro fazendo isso. Queria muito poder ajudá-la mas ... Não posso. Não nos falamos ao longo do dia. Acho que por causa do dia anterior. As frases dela ainda ecoavam na minha cabeça “Por que eu te amo!” “Porque tenho medo desse sentimento” ... Clear obviamente tinha medo de se apaixonar, para não sofrer como acontecera com seu pai. Mas, acho que ela não deveria se sentir assim em relação a mim. Também gosto dela, então nunca a machucaria. Acho que ela esta pensando o mesmo que eu, por que as vezes me olha e da um sorriso tímido, mas logo depois volta ao trabalho. Ela não para nem para comer ou coisa assim. Eu por outro lado fiquei o dia inteiro sentado. Parado. Foi na verdade muito frustrante. O dia foi passando e logo a noite chegou. Fui me levantar para tentar fazer uma fogueira mas Clear não me permitiu. Então ela mesma fez a fogueira.
- Como você sabe fazer fogueira?
- Bom, você não é o único a ser obrigado pela mãe a fazer alguma coisa. Quando eu era criança fui uma escoteira por 3 anos seguidos. Lá aprendemos a sobreviver na selva.
- Hum... entendo.
Depois de fazer a fogueira, Clear pegou um dos troncos que colocara em seu “SOS” gigante e colocou a ponta dele no fogo. Depois disso, ela pegou o tronco e o levou ao SOS que estava na areia. Colocou o tronco em chamas nele e minutos depois o SOS estava inteiro em chamas. Aquilo era uma boa ideia, mas... será que daria certo? Será que alguém veria agente? Ou morreríamos nessa droga de ilha? Perguntas vão ser respondidas a qualquer momento. Clear ficou por no mínimo 1 hora sentada olhando para seu trabalho do dia inteiro, agora em chamas. Depois sentou na caverna. Me olhou por um instante e depois disse:
- O que você... hum... o que você disse, hoje, mais cedo...hum... estava falando sério?
- Bom, o que eu disse hoje mais cedo?
- Alguma coisa sobre... hum... “Se fosse pra ficar numa ilha pro resto da minha vida... seria com você”... Era... Serio?
- Hum – Eu sorri timidamente. Eu senti meu rosto quente... – Sim.
- Bom, acho se aquilo ali – Ela aponta pro SOS – não der certo. Sim, nós ficaremos pro resto das nossas vidas aqui.
-Bom não pense como um pessimista. Vamos sair!
- É... Quem sabe...
- E se não sairmos... Esta pronta com a perspectiva de passar o resto da sua vida,com um cara problemático tipo eu?
- Problemático?
- É... pesadelos esquisitos durante a noite e etc... Dizem que isso é um problema.
- Estou, sim estou pronta. Até porque se você começar a gritar durante a noite eu jogo água do mar na sua cara...
- Ah... Bom método. – Eu rio e ela também - Clear... – Meu rosto estava muito quente agora – Porque exatamente você iria embora?
- Porque...Olha eu não iria poder ficar aqui. Porque não sabia o que você sentia sobre mim, e não queria nem me magoar com isso e nem te magoar.
- Hum – Acho que nunca senti meu rosto tão quente na vida. – Mas agora você sabe.
- Idai?
- Idai que... o que você vai fazer agora... Quando voltar pra casa?
- Vou, tomar um banho. Comer Big Mac. E mandar minha mãe jogar toda fruta em casa, e nunca mais vou comer um peixe na vida.
- Só isso?
- Bom... Quem sabe...  Alguém  novo entre na minha vida? Ou... alguém que eu já conhecia mas nunca conversei, essa pessoa poderia entrar na minha vida.
- Aé?
- É... Ela poderia até ser mais do que ... hum... um ... um amigo se quisesse.
- Aé? Tipo... – Disse eu animado – Um namorado?
- É... Quem sabe. – Disse ela timidamente – E você?
- Bom... Depois que minha mãe me buscasse da psicóloga que ela provavelmente vai me mandar voltar... Eu posso... Ir até o Mc Donald’s pra encontrar alguém... Alguém que queira ... comer um Big Mac comigo.
Clear apenas sorriu... Não respondeu nada. Ficamos acordados o tempo todo. Acho que deveria ser no mínimo umas 6 horas da manha quando ouvimos uma bozinha muito alta. Olhamos assustados para fora da caverna e vemos a melhor coisa em dias na beira do mar. Vemos um navio.
   A visão daquele navio ancorado na beira do mar foi tão feliz q              ue eu até esqueci que minha perna estava péssima. E tentei levantar de um pulo só. O que não foi uma boa ideia, porque quase cai na areia... se a Clear não tivesse me segurando. Comecei a andar para fora da caverna sorrindo para os marinheiros. Eles retribuíram o sorriso e saíram correndo na minha direção.
- Hey Garotos! Como estão?!
- Agora muito melhor!! -  Disse Clear para eles.
- Vamos! Subam!
- Obrigado muito obrigado!
- Não tem de quê, Garoto!
Subimos no navio, e ficamos sentados nele. Um dos marinheiros chegou em nós e disse:
- Vocês devem estar morrendo de fome.... Querem peixes?
- NÃO! – Disse eu e Clear num uníssono. Nos entreolhamos e rimos juntos.
- Acho que eu nunca mais vou comer nenhum peixe na vida! – Eu falei entre risos para ela. – Ei! Pra onde estamos indo?! – Pergunto para um marinheiro.
- Para ilha de Cauai no Hawaii.
- Ah fala sério! – Diz Clear rindo pra mim.
- Bom, merecemos um pouco de diversão, não é?
- Com certeza.
Quando chegamos na ilha de Cauai eu e Clear agradecemos aos marinheiros. E depois fomos até um bar próximo ao mar:
- Alô? Mãe?
- AH!!!!!!! TAYLOR! FILHO! NÃO ACREDITO!! – Ela gritou no telefone. – O que ? o Taylor? AH MEU DEUS! PERGUNTE ONDE ELE ESTA! PERGUNTE SOBRE CLEAR! – Ouvi a voz da Sra. Kirk no fundo. Falando com a minha mãe – Ah filho onde você esta? Clear esta com você?
- Sim mãe. Ela esta do meu lado. Estamos no porto da ilha de Cauai.
- Ótimo! Estou a 15 minutos daí. Eu te encontro...
- Ah Sra. Lautner? – Clear pega o telefone de mim – Não. Taylor precisa ir imediatamente pro hospital.
- OQUE?! TAYLOR! A MEU DEUS! O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?! AH TAYLOR! CLEAR! CLEAR! QUERIDA VOCÊ SABE ONDE É O HOSPITAL MAIS PRÓXIMO??
- Sim... sim. Nos encontramos lá. Adeus.
- Tchau. Estou indo direto para lá!
Quando desligamos o telefone. Clear começou a me arrastar até o hospital:
- Não quero ir ao hospital.
- Não posso fazer nada Taylor. Você não quer, mas você tem.
- Mas... Mas...
- Mas nada. Nós vamos e pronto.
Tentei argumentar... Mas não dá. Com ela não. É impressionante como ela sempre tem o que falar... Adoro isso.
Antes mesmo de chegar ao hospital meu ferimento começa a sangrar muito. E quando digo muito quero dizer uma poça de sangue em cada lugar que eu piso. Clear apertou o passo. Andamos mais rápido. A dor aumentou. Quando chegamos no hospital, uma enfermeira olha pra mim, e sai correndo pra pegar uma maca. Me coloca em cima dela e de repente um monte de médicos e enfermeiros estão ali. Ao meu redor. Correndo comigo até uma sala. Olho pra trás de vejo Clear na mesma situação.
A ultima coisa que vejo é uma enfermeira tentando parar meu sangramento e dizendo “ Ele sangrou demais.Perdeu sangue demais. Se não parar de sair sangue logo ele não vai agüentar.” Depois disso minha visão escureceu e eu desmaiei.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Capitulo 5 – O Leão.


Eu pareço ter pedido a fala porque não sei o que dizer. Acho que Clear é a única pessoa no mundo capaz de me fazer perder a fala. Mesmo que eu tente, não sai palavras da minha boca.
- VIU! – Grita Clear pra mim. Ainda chorando. – VIU! PORQUE EU TENHO QUE IR EMBORA! EU NÃO POSSO FICAR AQUI!
- E... – Digo eu cuspindo as palavras da boca – E porque não?
- PORQUE EU NÃO POSSO! – Clear esta chorando mais do que nunca agora – EU NÃO POSSO FICAR ! NÃO POSSO COMEÇAR A AMAR! E SABE PORQUE NÃO? PORQUE AMAR É SE MACHUCAR! E SE MACHUCAR É BRIGAR! E BRIGAR É PERDER! – Ela soluçava. Mas estava parando de chorar; Ela volta ao seu tom normal e diz – E eu...E eu não quero perder você Taylor.
Eu a encarei. E por mais que tentasse eu não acreditava que isso era real. Então notei que agora eu sabia o que era aquela sensação engraçada que nunca sentira antes. E era amor.
- Eu também não quero te perder Clear. – Me aproximei de vagar até ela. E quando fui toca-la. Ela se afastou. Enxugou as lágrimas do rosto, e depois se virou pra mim:
- Você não precisa ter medo. –Digo eu a ela – Não de mim. Não de... de nós. Eu nunca iria te machucar.
- Aé? Como você sabe disso?
- Porque eu também gosto de você. E se fosse pra passar a vida inteira numa ilha... Só seria com você.
Ela me olha. Por um instante pensei que ela fosse me socar. Mas para minha surpresa ela só me abraçou.
- Nunca mais me de um susto desse – Disse eu a ela – Como eu já disse. Não vou te perder.
O abraço ganha mais intensidade. Meus olhos estão fechados. Mas quando os abro tenho uma surpresa que me faz quase pular. Clear faz menção a falar e ela tampo sua boca, com minha mão. E com a outra livre eu a viro, de modo a ela poder ver o que esta atrás dela. Ela arregala os olhos ao ver o leão que tinha as suas costas. “Não diga nada” sussurro pra ela. O leão nos encara. E nós ficamos parados. Olho pros lados e percebo que tem uma andorinha morta caída no chão. Acho que era a presa do leão até ele achar agente. Então bem de vagar inclino pro lado e pego a andorinha, levo Clear pra trás de mim e ela sussurra “cuidado Taylor”. Jogo a andorinha pra ver longe. O leão só olha. Mas não vai atrás. Acho que ele viu em nós uma presa melhor do que um pequena andorinha. Quando percebo que o perigo é eminente digo a Clear:
- Corre.
- O que? Não. Não vou te deixar sozinho aqui com esse leão.
- Vai logo.
Ela hesita. Mas acho que viu alguma coisa e então correu. Ao ver Clear correndo, o leão tentou correr em direção a ela, então peguei um tronco caído e bati na cabeça dele. Ele caiu no chão e pareceu tonto.  Mas não durou muito tempo, logo eu já vi a boca dele mordendo minha perna. Dei um grito. E bati agora e com mais força na cabeça dele com o tronco. Ele soltou minha perna, e eu comecei e bater nele na altura das costelas, ele caiu no chão e ficou imóvel. Então eu comecei a andar pra trás, ainda olhando pro leão, mas isso foi um grande erro, porque eu não vi os troncos caídos no chão atrás de mim, e cai. Quando cai o leão subitamente acordou, como se soubesse o que iria acontecer e veio na minha direção. Não deu tempo de me levantar e ele já estava em cima de mim, coloquei o tronco na sua boca, e medi força contra ele. O tronco começou a quebrar ao meio. O tronco estava quebrando. Ele não ia conseguir resistir ao leão. Quando eu já estava aceitando a morte, alguma coisa úmida começou a molhar minha camiseta. O leão parou de fazer esforço. Seus olhos começaram e fechar e então ele caiu pro lado. Ofegando eu olhei pra cima e vi Clear ali. Acho que foi isso que ela viu antes de sair correndo. Um tronco com uma extremidade pontuda. Ela apunhalou o leão no meio com a parte pontuda do tronco.
- Você... você matou um leão pra me salvar? – Pergunto pra ela.
- Bom... Isso não foi tão diferente do que você fez por mim.
Minha camiseta está encharcada de sangue. Ela estende a mão pra mim. E me ajuda e levantar. Quando piso no chão sinto uma dor brutal vindo da minha perna. Isso fez parecer que a pontada do Ouriço do Mar, fosse brincadeira de criança. Minhas pernas não estavam me segurando mais. Uma queimação estava saindo da mordida do leão. Eu não iria conseguir andar.
- Ai meu Deus Taylor! O que aconteceu com a sua perna?
- Ele me mordeu – Aponto pro leão.
Clear praticamente me carrega até o mar.
- Porque agente ta no mar? Não é melhor eu ir pra caverna?
- Não. Você tem que molhar essa perna.
- Mas...
- Taylor... Fica quieto. E me deixa cuidar de você.
Não digo nada. Clear limpa meu ferimento. Ela rasgar quase a metade da camiseta dela, e enrola na minha perna. O sangramento pára. Mas a dor ainda é horrível. Clear passa o resto do dia me trazendo frutas. E fritando peixes na fogueira, que ela fez e trazendo pra mim também. A noite, ela me leva pra caverna e eu durmo.
    
        

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Capitulo 4 – Ouriço do mar.


No dia seguinte, o dia estava ensolarado. Eu acordo e Clear acorda quase ao mesmo tempo. A fogueira se apagou no meio da noite. Comemos algumas frutas mas não é o bastante. Temos que pescar. Eu tiro minha camiseta e fico só com a bermuda que eu estava desde ontem. Clear me olha.
- O que foi?
- Am... – Ela ainda me olha – nada. Nada.
Ela pega um tronco que esta no chão. Pega um pedra e começa a cortar a ponta do tronco de modo a fazer uma lança. Depois disso ela levanta, sacode a areia do short e vem em direção a mim.
- Pronto. E agora?
- Bom, vamos pegar um peixe!
Saio em direção ao mar, com Clear ao meu lado. Faço uma tentativa... nada. 2,3,4,5,6,7.
- AH QUE DROGA! ESSES PEIXES IDIOTAS!
- O que você esperava? Que eles viessem direto pra ponta da lança? Calma. Me da isso aqui. Deixa eu tentar.
Dou a lança pra ela e na 2ª tentativa ela pega um grande peixe.
- Sorte de principiante...
- É claro – ela sorri pra mim e eu retribuo. Depois ela consegue pegar mais no mínimo 14 peixes. Um maior que o outro.
- Ora! Me de isso aqui! – Eu pego a lança e começo a espetar todos os vultos que vejo, que penso ser peixes. Depois de um tempo consigo pegar um peixão – Viu só como é que se faz!
- Parabéns! Conseguiu pegar um!
- Ora não seja tão rabugenta. Seje mais feliz, olha, sorria, sorria – Eu começo a fazer cócegas nela. Ela começa a rir e se contorcer. Joga água na minha cara e tenta fugir mas não consegue.
- Não! Para – Diz ela, quase nem conseguindo falar de tanto rir. – Ai meu DEUS! SOCORRO! AH!
Acho que Clear pisou em falso na areia do mar, porque ela escorregou. Eu a segurei a tempo. Seguro ela pela cintura. Seu coração agora esta colado no meu. Sinto ele bater rapidamente.  Tanto quanto o meu. Seu rosto esta bem perto do meu. Seu nariz quase esta grudado na ponta do meu. Seus lábios também. Agora ela não ri. Nem eu digo nada. Sinto meu estomago dando uma volta completa. Alguma coisa esta acontecendo comigo, mas o que é isso?! Nunca senti isso antes. É estranho. Ela me afasta e eu a solto. Piso pra traz o que é um grande erro porque eu senti uma dor terrível no meio do meu pé. Dou um grito.
- O que foi?! Te machuquei?
- NÃO! – Digo quase gritando – NÃO! AH! EU PISEI EM ALGUMA COISA! UMA AGULHA SEI LÁ!
- Mas – Clear começa a rir – Como você vai pisar numa agulha aqui? No meio do nada? No mar?
- AH! SEI LA! AH!
- Calma Taylor. Vou te ajudar. Vem cá.
Ela me sustenta com um braço e eu vou indo até a areia firme, pulando com uma perna só.
Sento na areia. A dor começa a quase me matar por dentro. Acho que cortar meu pé fora, doeria menos. Clear olha meu pé. E começa a rir.
- Mas porque você esta rindo?!?!
- Caramba cara! – Ela voltou a rir – Você é muito azarado!
- PORQUE?!
- Bom, porque você pisou num ouriço do mar!
- OQUE?! – Tendo mexer a perna pra ver o ouriço, mas Clear não permite.
- Você não pode mexer sua perna, enquanto ele estiver no seu pé. Se não o veneno se espalha pelo seu corpo todo.
- OQUE?! VENENO! AH TIRA ISSO LOGO!
- Calma que vai doer um pouco!
- TA TA! VAI LOGO!
Quando Clear tirou o Ouriço do Mar no meu pé, senti como se a ponta de uma agulha em chamas tivesse sido colocada no meu pé.
- Pronto. Pronto. Calma.
- VOCÊ DISSE QUE IA DOER UM POUCO! ISSO NÃO FOI UM POUCO PRA MIM!
Clear riu.
- Porque você continua rindo?
- Bom... por que Ouriços do Mar,são muito raros. Eles só existem nas ilhas de Madagascar e você....
-E...?
- TAYLOR! AI MEU DEUS! TAYLOR! AH!
- Que foi, que foi?
-EU JÁ SEI ONDE AGENTE TA!
- O que? Onde?
- Agente esta em Madagascar!
- O que? Bom... Não é tão longe dos EUA assim... Talvez passem aviões aqui...
- É, pode ser.
Eu deito na areia. E Clear continua sentada com as mãos nos joelhos.
- O que você vai fazer quando voltar pra casa? – Pergunto a Clear.
- Bom, tomar um banho. Comer um Big Mac hummm.... E não vou comer nem frutas, nem peixes, e nem tomar água de coco por muito tempo – Ela ri e eu também. 
- É acho q comer frutas e peixes todos os dias não é pra qualquer um....
- Nem pra mim. – Ela ri novamente, eu sorrio. – E você Sr. Lautner? O que vai fazer?
- Bom... – Eu penso – Acho minha mãe vai me mandar voltar pra psicóloga.
- Voltar? Como assim? Você já foi na psicóloga?
- Sim. Quando meu cachorro morreu. Porque depois disso eu passei a ter pesadelos.
- Pesadelos?
- É... Nos quais eu morria. Ou minha mãe. Ou meu pai. Ou qualquer outra pessoa que eu ame.
- Ah... Então é por isso... – Sussurra ela.
-É por isso o que? – Eu me sento. Clear olha nos meus olhos e diz calmamente:
- Bom... Você passou a noite inquieto.Falou dormindo. Alguma coisa sobre “me mate. Não a ela.” Acho que era sua mãe. E de repente você começou a gritar. Então... você deve ter tomado um tiro...
- ah... – Me lembrei do meu sonho dessa noite. É... Ela não poderia estar mais errada. Na verdade na noite passada, eu sonhei que estava na mira de um assaltante, e era ou eu ou a Clear a morrer. E eu preferi morrer. Mas.... porque? –  É.... Foi isso sim.
Ficamos um tempo em silencio.
- Acho melhor eu.... hm... Acender a fogueira.Daqui a pouco escurece. – Disse ela. Com uma careta Clear arrumou a perna no chão e se levantou. E começou a pegar gravetos. Eu fiquei olhando para o mar. Vendo o sol se pôr em Madagascar. A noite chega mais de pressa do que eu imaginava. De repente já estava escuro e eu entrei na caverna. Eu e Clear comemos em silencio. Ela dormiu e eu fiquei fitando o mar. De repente percebi que Clear tremia. Fui pra perto dela. Coloquei minha mão em sua cabeça e percebi que ela estava muito quente. Estava suando frio. Estava com febre. Toquei sua perna e ela deu um grito de dor:
- MAS O QUE QUE VOCÊ TA FAZENDO!!! – Gritou ela.
- Ah, nada. Eu só toquei em você.
- Ah... Parecia que você tinha apertado a minha perna.
- Bom, não apertei. Apenas toquei. Acho que esta fraturada e agora esta começando a inflamar.
- É... Talvez. – Dei a volta na fogueira e me sentei atrás de Clear – O que foi agora?
- Deita.
- O que?
- Lá no mar. Quando eu apaguei. Você cuidou de mim. Agora é minha vez de cuidar de você.
Ela hesitou, e depois deitou. Comecei a passar a mão em seu cabelo. E novamente senti aquela sensação engraçada no estomago. Uma sensação esquisita. Meu coração estava batendo muito rápido de novo. Mas porque isso ta acontecendo?! . Não dou atenção a essa sensação estranha. Então quando Clear adormece. Ela começa e ficar mais quente ainda. Então rasgo um pequeno pedaço no final da minha blusa e molho ele com água do mar. Coloco na cabeça dela e torço pra que ela melhore. No dia seguinte acordo e não a vejo mais ao meu lado. Saio de dentro da caverna. E a vejo mancando até a floresta.
- CLEAR! – Chamo, mas ela não olha pra mim – CLEAR! 
- Que é?!
- Onde é que você esta indo?
- Pra qualquer lugar longe de você.
- O que? – Não estou entendendo nada. E começo a me irritar – Por que? O que eu fiz?
- Nada! O problema não é você – Sua voz começa a embargar. Ela esta chorando. Me irritação desaparece quando vejo seu rosto lavado de lágrimas – Sou eu!
- Mas... Olha, não me interessa onde você vá! Você não vai conseguir muita coisa com essa perna! E de qualquer forma vou com você aonde for.
- PARA! – Agora ela esta começando a chorar muito. Ela cai de joelhos na areia. Eu fico parado – PARA! PARA DE FALAR ESSA COISAS!
- Mas... que coisas?!
- O tipo de coisa que me faz sentir como se eu fosse a pior pessoa do mundo.
- Mas... você não é. – Ando até ela. Ajoelho ao seu lado. Ela não olha pra mim – Você é a garota mais legal e engraçada que eu já conheci.
- PARA COM ISSO!
- Não chora. Olha, olha pra mim – Pego no seu rosto e a obrigo a olhar pra mim. Mas não dura muito. Ela vira o rosto se levanta e começa a mancar para a floresta. – DO QUE VOCÊ TEM MEDO?!
-DE VOCÊ! – Agora ela se vira pra mim – DE MIM! DE NÓS! DESSE SENTIMENTO!
- Sentimento? – Lembro da sensação engraçada no meu estomago.
- ORA VAMOS! SERÁ QUE VOCÊ É TÃO TAPADO QUE AINDA NÃO PERCEBEU?!
- SOU!! SOU SIM! – Ando em direção a ela – SOU TAPADO A PONTO DE NÃO PERCEBER! O QUE? OQUE EU NÃO PERCEBI?
- QUE... – Ela para de andar, agora esta de costas. Se vira rapidamente - QUE EU AMO VOCÊ!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Capitulo 3 – Ela não é tão ruim assim.


- CLEAR! CLEAR! – Ajoelhei ao lado dela. Ela estava com os olhos abertos – CLEAR! FALA COMIGO! VOCÊ TA BEM? SE MACHUCOU?
- Parece que todo o ar dos meus pulmões  fugirão de mim – Disse ela ofegante.
- Consegue de mexer?
- Não. Acho que não – Ela tentou se levantar – É... não.
- Ah! Droga eu disse pra você não subir!
- Se eu não subisse agente iria conseguir água como gênio? Pelo o que eu saiba não pode se beber água do mar!
- Sim... Mas não sou eu o cabeça oca que foi pisar num tronco pobre.
- Ora vamos! Agora eu vou olhar “ah esse tronco é bom... Aquele ali é podre, não posso pisar nele” Da um tempo, garoto!
- “Garoto”... você fala como se não tivéssemos a mesma idade.
- Podemos até ter a mesma idade mais mentalmente sou mais velha.
- A PELO AMOR DE DEUS! – Gritei - NÓS CAIMOS DE UM AVIÃO! DEPOIS ELE EXPLODIU! ESTAMOS NO MEIO DO NADA! VOCÊ CAIU DE UMA ÁRVORE E NÃO CONSEGUE DE MEXER! ISSO NÃO É HORA PARA BRIGAS! QUE DROGA!
Clear pareceu surpresa.
- É... Tem razão.
- Vamos ficar naquela caverna próxima ao mar. Vou te ajudar a chegar lá. Depois venho pegar as frutas.
Segurei Clear pela cintura, e a levantei. Levei-a até a caverna, e fui pegar as frutas. Minutos depois começou a escurecer e então fiz uma fogueira. Comemos algumas frutas, porem não todas. Ficamos em silencio durante todo esse tempo. Mas o silencio foi quebrado quando Clear disse:
- Todas... todas aquelas pessoas no avião.... Morreram... Elas... Explodiram. – Ela estava com uma voz tremula - Tem jeito pior pra morrer?
-Talvez.
- Aé? Qual?
- Envenenado.
- O que?
- Meu cachorro foi envenenado quando eu tinha 10 anos. É... não foi muito legal pra mim não.
- Uau – Clear deu uma risadinha – Porque?
- Meus vizinhos não gostavam dele. – Ela pareceu surpresa - Mas é... Aquelas pessoas no avião morreram de um jeito horrível.
- É... Ainda bem que as nossas... – Clear parou de falar – MINHA MÃE!!! AI MEU DEUS! ELA DEVE ESTAR MUITO PREOCUPADA!
- Vish... é verdade. Minha mãe também. Mas não to nem ligando pra ela agora.
- Porque?
- Bom, só porque eu estou no meio do nada agora só por isso.
- É – Disse Clear tristemente – Olha Taylor... eu não faço ideia de quando vamos sair daqui,mas espero que seja rápido.
- Eu também... Não quero ficar aqui pra sempre. Já pensou? Não ver mais os amigos?
- Pra mim tanto faz... não tenho amigos mesmo.
- Clear, agente se conhece desde nossos 10 anos. Mas nunca conversamos. Porque?
-Bom, acho que pelo fato de você não ser do tipo “quieto”.
- Como assim?
- Você está sempre rodeado de gente. Como se conversa com alguém assim?
- Eu... Você é realmente na sua, não é?
-Não gosto muito de me misturar. Porque não gosto de sofrer... ficar brigando, chorar por alguém. Odeio isso.
- “Chorar por alguém”? Por quem você chorou?
- Não faça perguntas, se você não quiser saber a resposta.
- Bom... Mas eu quero.
- Então... Não faça perguntas se não quiser que eu minta Taylor.
- Ah... – Não sabia o que responder. O que era realmente estranho, porque sempre sei o que dizer – Ei você notou? Estamos a 5 minutos sem brigar...
- Recorde.
-É. – Eu fiquei pensando um pouco – Dia longo hoje. Eu nem queria vir nessa viajem.
- Nem eu.
- Nem acredito que eu fui expelido pra fora de um avião – Eu ri – Uau! Acho que fiz muita merda na minha vida passada!
Clear riu.
- Acho – Fiquei sério – Que a minha mãe pensa que eu morri.
- A minha também.
- Bom, quase morremos não é? Acho que alguém lá em cima gosta muito da gente.
- Acho que sim.
- Clear. Eu não lembro de conhecer seu pai.
-Bom, nunca conheceu mesmo. Ele nunca esteve lá
- Como assim?
- Bom, você não queria saber do porque “chorar por alguém”? É... Meu pai. – Os olhos de Clear estavam quase transbordando suas lagrimas agora – Ele morreu cedo. Era uma criança na época. Não sabia o que ... fazer. Mas de uma coisa eu sempre tive certeza... Ele nunca me amou.  Não tem problema. Acontece...
- Sinto muito.
- Eu também.
De repente sinto uma onda de simpatia por ela. É uma garota legal. Mas, que perdeu muita coisa. Talvez seja por isso que ela não fala muito. Tem medo de conhecer. Gostar. Amar. E perder.
- E você ta bem? – Lembro dela caindo da árvore. – Como você ta? Tipo, como foi cair de uma árvore? Eu disse pra você não subir, em Cabeçuda?!
- Bom, nada mau. É até gostoso. Você deveria tentar um dia desses! Cabeção! – Disse ela rindo pra mim. Eu ri pra ela também.
- Quando você caiu... E... Hum... Não levantou. Eu pensei que...
- Eu nunca mais fosse conseguir me mexer? – Completou ela. Eu assenti. –É... eu também.Mas.. não... vou ficar bem, acho que fraturei a perna. Esta doendo mas não parece que quebrou.
- Bom... Bom. Ei você notou que quase morreu 3 vezes só hoje?
- É – ela sorriu – Um avião me cuspiu. Porem agradeço ele por isso. Se não eu teria explodido. Depois caímos na água. E chegamos numa ilha. Cai de uma árvore e estamos aqui agora. Longo dia...
- É.
- Taylor, na hora que agente caiu do avião. Por que você me abraçou e me virou de cabeça pra água?
- Bom – Senti meu rosto quente, o que era estranho porque só fico assim quando estou com vergonha. E porque ficaria assim agora? – Eu fiz natação por 4 anos. E fiz um curso de “Como sobreviver no mar” por 3 anos. Lá aprendi que não se pode cair de qualquer maneira no mar, se não quiser quebrar o pescoço é melhor virar de cabeça para baixo.
- Ah... Entendi. E, o que nós vamos fazer amanha? – Disse ela. Seu rosto refletido as chamas flamejantes da fogueira. Ela mirava o fogo.
- Bom. Sobreviver. Não é? Não podemos viver só de frutas. Então que tal tentar pescar amanha?
- Eu não sou nada boa com essas coisas.
- Nem eu. Mas tudo tem sua primeira vez. Vamos tentar sozinhos.
- Esta bem. – Ela virou pro lado. Deitou no chão ao lado da fagueira, fazendo uma careta ao mover a perna e depois falou – Boa Noite... Cabeção.
Eu sorri.
- Boa Noite...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Capitulo 2 – A Ilha


Volto a consciência. Abro meus olhos. Minha visão fica fora de foco, e depois volta ao normal. Me vejo fitando o céu. Me levanto mas sinto mãos envolvendo meus braços e me impedindo de levantar. Deito novamente:
- Você tem que descançar um pouco garoto – Clear me puxa pra ela – Vamos deite –se.
Fico novamente na posição inicial. Estava deitado na porta caída do avião , minha cabeça estava no colo de Clear. Ela estava sentada, olhando pro horizonte. Sua mão estava nos meus cabelos.
- O que aconteceu? – Pergunto a ela.
- Bom... Você estava distraído olhando o mar, e não ouviu quando te chamei. Os pedaços do avião estavam caindo . E eu estava tentando te avisar mas você não ouviu. E eu não sou forte o bastante pra te mover sozinha. Então o bico do avião caiu direto na sua cabeça. E você começou a sangrar incessantemente,  mas eu acho que estanquei o sangramento por um tempo. – Olho para ela. Tem lágrimas caindo pelo seu rosto. Não falo nada sobre isso. Continuo olhando para ela e meu olhar se deteve em sua blusa. Esta manchada de sangue.
- Como exatamente você parou o sangramento?
- Bom... Tirei minha camiseta enquanto você estava desmaiado, amarrei ela na sua testa... e molhei com água do mar. Acho que funcionou. Mas não vai pará-lo por muito tempo. Olha....  Agente tem que -  Sua voz estava tremula. Me sento. Miro seu rosto. Ela enxuga as lágrimas que ainda estavam nele – Pensar numa maneira, de sair daqui. Não podemos....
- Naufragar para sempre – Completo sua frase.
- Exato.
Ficamos um tempo em silencio. Em não fazia a melhor ideia de como sair dali. Na verdade eu não sabia nem onde estava. Só sabia que estava no meio do mar onde não tinha terra e não... Espere. Espere só um instante. Eu miro o horizonte e lá eu vejo:
- Terra.
- É nós precisamos mesmo encontrar...
- NÃO! TERRA! OLHE – Aponto para uma ilha no horizonte. – VAMOS! REME!
Começamos a remar com os braços. Chegando um pouco mais perto da ilha, mergulho e começo a nadar com Clear logo atrás de mim. Chegamos na areia ofegando. Deito de costas na areia com Clear ao meu lado.
- Bom – Diz ela ofegante com a mão no peito – Conseguimos alguma coisa. Achamos terra.... Mas onde estamos?
- Não faço a mínima ideia.
- Será que estamos em Cauai?
- Não... com certeza não.... Ficamos só 1 hora no avião.  Cauai é a pelo menos 5.
- Então ainda estamos próximos aos Estados Unidos.
- Acho que não.... Olha essa ilha... nunca a vi antes.
- Mas – disse Clear frustrada. – deve ter civilização aqui por perto não é? Deve passar pelo menos 1 avião por aqui.... Alguém ter que ver agente!
- É... Talvez- Disse eu pouco convencido. – Vamos dar uma olhada por aqui e ver o que encontramos.
- Como é?
- Bom... Não faço ideia do tempo que vamos passar por aqui... Temos que conseguir comida, um lugar pra dormir e etc.
Nos levantamos e começamos a andar. A ilha parece ser interminável. Ela é incrível. Realmente incrível. De repente me deparo com vários tipos de frutas. Alimento não nos faltara. Voltando para praia ouço Clear falar:
- Olhe.... Ali. Nas pedras bem próximas ao mar. – Olho pro lugar onde ela esta apontando. Tem um amontoado de grandes pedras, a uns 5 metros a frente. No meio do amontoado de pedras tem um buraco. La é uma caverna. Começamos a andar nessa direção – Ei espere. Olhei ali em cima – Olho novamente pra onde ela aponta. Em cima de uma arvore vejo vários cocos – ótimo! Agua potável! Esta bem. Espere um minutinho ai que vou subir.
- O QUE?! VOCÊ ESTA FICANDO LOUCA?! ESSA ARVORE TEM NO MINIMO 10 METROS DE ALTURA!! ELA NÃO ME PARECE MUITO ESTAVEL! VOCÊ PODE CAIR! É MUITO PERIGOSO!
- O que é a vida sem perigo? Nada alem de uma coisa para passar o tempo não é? Vamos... pare de reclamar eu só vou subir aqui.
 O que eu disse não serviu para nada. Ela começou a subir.Ela chegou no topo e começou a jogar os cocos ... Tomei cuidado para que nenhum pegasse em mim. Depois segurei todas as frutas nos braços. E disse:
- Vamos desça! Já estão aqui.
- Ta! – Clear estava muito alto. Estava me dando náuseas só de olhar. Uau! Muito alto mesmo!
Ela começou a descer. Estava a quase 5 metros do chão até que... Ela pisou num tronco podre e BUM! Ela caiu no chão com um estrondo.