sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Capitulo 2 – Fujo com ele.


Tomo um susto tão grande que deixo meu copo escapar da minha mão, Justin percebe isso e pega o copo antes que ele caia no chão e quebre.
- Isso aqui é seu – Ele me devolve o copo. Acho incrível seu reflexo, mas não digo isso a ele. Na verdade não digo nada – Não vai agradecer não?
- Am... Obrigada. – Ele acena com a cabeça - Como você entrou aqui?
- Ué, como todo mundo, eu entrei pela porta da frente. – Diz ele tranqüilamente – Como acha que eu entrei? Pela janela como o Homem Aranha? – Ele ri.A risada dele é tão fofa, que eu não consigo sentir raiva dele. E isso me deixa com raiva de mim;  
- Você não tem chave. Como entrou pela porta?
- Com isso – Ele mostra uma chave de fenda.
- Ah... É claro. – Fico impressionada, mas não demonstro. Não quero que ele perceba que o acho incrível - O que você ta fazendo na minha casa?
- Bom... Procurando por você...
- Porque? O que você quer comigo?
- As fitas.
- As... As fitas? Como... Como você... Como você...
- Sei de muita coisa.
- Bom isso é óbvio não é? Porque você me deu aquelas flores?
- Já disse no cartão. Lembrei imediatamente de você quando as vi... – Ele faz uma pausa. Ele me olha. De um jeito diferente. Parecia até estar me avaliando - Sabe, você é uma garota muita bonita Megan... Não deveria desperdiçar seu tempo, com aquele atraso de vida que é o FBI.
Agora sim eu fiquei irritada.
- Não diga que o FBI é um atraso de vida! Eu amo o meu trabalho. E o que exatamente você acha que é um trabalho bom? O seu? Ser assassino é um trabalho bom?
- Ei eu não sou um assassino! Ah meu deus que horror! Não, não... Eu nunca matei ninguém.
- A não?
- Não...
- Então quem foi?
-Eu não vou ficar contando minha vida inteira pra uma agente do FBI.  – Ele faz uma pausa novamente. E depois solta um suspiro - Olha certas coisas, não fazemos por escolha, mas sim por que precisamos fazer.
- O que você quer dizer com... – Ouvi um barulho. Virei com rapidez, passei a mão pelo meu abdômen a procura da minha arma, mas ela não estava lá.
- Acho que você vai precisar disso. – Justin anda até minha frente e me entrega minha arma. Ele vasculha a casa com o olhar, e depois anda calmamente até minha frente, com sua própria arma em punho.
- Como foi que você...
- Xiiiiiii eles vão te ouvir – Sussurra ele pra mim. – Agora fique quieta. E mantenha-se atrás de mim – Ele aponta a arma dele em direção ao meu quarto, e depois para a sala, e depois para a porta – Droga... Tem muitos deles aqui.
- Eles quem? – Sussurro em resposta.
- Os gânsters que estão na minha cola a uns... 2 anos.
- Porque eles tão na minha casa?

- Porque sabem que eu estou aqui. Agora fica quieta.
- Mas porque eles...
- Fica quieta!
-Mas eu só queria perguntar...
- Xiiiiiiu, eles vão ouvir
- Olha não sei se você sabe, mas eu sou a melhor no meu...
- Qual parte do “fica quieta e atrás de mim” você não entendeu? Você pode até ser boa no que faz, mas isso não vai adiantar nada aqui. Eu não sei se VOCÊ sabe... Mas aqui... Não é seu departamento. – Ele sussurra pra mim ameaçadoramente, tem alguma coisa em seu tom de voz que me fez ficar quieta. – Vem comigo.
Não questiono. Nós vamos em direção a porta. Justin faz sinal com a mão para eu parar, ele me empurra para a parede e cola o ouvido na porta da frente, escuta pro um momento e depois:
- CORRE! – Berra ele. Eu corro e fico na cozinha com Justin logo atrás de mim. De repente a minha porta da frente explode.
- MAS QUE DROGA FOI ISSO?!
- Um explosivo. Nós precisamos sair daqui se não morremos.
- O que?!
- Você me ouviu, vai até o seu quarto e pega o Maximo de roupa que conseguir achar.
- Mas e ....
- VAI LOGO!
- Ta bom. - Vou até meu quarto e pego uma mochila em baixo da cama, que eu já deixei pronta com tudo que eu poderia precisar se um dia tivesse que sair correndo, como agora. Quer dizer... Quando você trabalha no FBI precisa ser prevenida. Saio correndo do meu quarto e o Justin esta trocando tiros com alguém que eu não consigo ver, por causa da fumaça do explosivo.
- Vem – sussurra ele pra mim.  Vou abaixada até ele, com a arma na mão. A mochila esta nas minhas costas;
- Como você esta vendo onde eles estão?
- Depois que você vive nisso, você se acostuma. – Dizendo isso, ele prendeu alguma coisa na minha calça jeans. Ele levanta rápido e começa a atirar em direção a porta, me levanto junto a ele, depois ele segura minha cintura e começa a andar para trás.
- O que você esta fazendo?
- Você confia em mim?
- Hmm... – Eu queria dizer não, quer dizer ele é um assassino... Ou será que não? Mas, ele é muito bom e não me deixaria morrer... Ou será que deixaria. Não sei muito bem o porque disse isso. Mas alguma coisa me fez falar – Confio.
Ele sorri.  Depois saímos correndo em direção a grande janela que tinha logo atrás da gente, e então entendi. Corremos cada vez mais rápido. E passamos pela janela, senti ela quebrar com o peso dos nossos corpos. Percebi que o que ele tinha prendido na minha calça era uma corda, uma corda para nos segurar quando passássemos pela janela.  A corda começa a nos puxar para cima. Chegamos no telhado e Justin pega a corda e enrola ela. Coloca ela dentro da caixa d’água, junto com a minha mochila, que ele tirou das minhas costas.
- Entre. – Diz ele pra mim, apontando para a caixa d’água.
- O que? Enlouqueceu?
- Eles vão vir atrás da gente. Temos que nos esconder! Vamos entre!
- Mas se eu ficar ai, eu me afogo...
- Não se você fizer o que digo. Vamos!
- Está bem.
- Ótimo – Ele abre a tampa da enorme caixa d’água, olhando para os lados, para ver se alguém estava vindo, entro nela.- Olha, fique deitada, quando fecharmos a tampa vai sobrar uma um espaço entre a tampa e a água, então coloque seu nariz nesse espaço e poderá respirar. Entendeu?
- Sim. – Me deito na água e depois ele deita do meu lado, ouvimos passos vindos da escada, atrás da porta que dá no telhado, então ele se apressa para fechar a tampa. Respiramos pelo espaço que ele disse que teria. Ficamos em silencio tentando respirar sem fazer barulho. Ouço passos vindos da porta. E depois ouço uma voz dizer:
- Droga! Cadê eles ?! – Era uma voz grave, e ressonante.
- Não sei cara! – Disse outra voz – Talvez tenham fugido!
- Ah você acha?! Droga! Eu tenho que pegar aquele garoto! Nem que seja a última coisa que eu faça! – Diz a voz grave de novo. Ouço a porta fechar e eles descem as escadas. Justin espera um tempo até abrir a tampa.
- Achei que eles nunca iriam embora! – Diz ele ofegante.
- O que eles querem de você?
- O que mais? Dinheiro né... Eles acham que roubei uma grana deles... Mas eu não roubei.
- Bem... Diz a eles.
Justin sorri.
- Ta na cara que você nunca conversou com um mafioso não é? Não se conversa com um mafioso. Com eles é assim “Eu perdi o meu dinheiro, mas não quero admitir isso, então vou culpar alguém e transformar a vida dele num inferno, só pra ser feliz” – Ele me olha, com aqueles olhos castanhos profundos, fico um tempo observando seu rosto, e ele o meu. Depois, como quisesse sair do transe ele balança a cabeça e vira ela pro outro lado em quanto se levanta na caixa d’agua – Precisamos sair daqui.
- E pra onde eu vou?
- Você vem comigo...
- O que?
- É... bizarro não é?
- Muito... Uma agente do FBI fugindo com um procurado...
- Aé... o FBI, nós precisamos pegar aquelas fitas.
- O que? Você ainda esta preocupado com as fitas?
- Lógico, com quem eu me preocuparia?
- Bom, que tem um bando de mafiosos atrás de você...
- Ah mas isso tem a 2 anos...
- Como você consegue fugir deles a 2 anos?
- Não sei se reparou, mas eles são meio tapados. Se esta em busca de alguém, tem que olhar em TODOS os lugares, quer dizer como eu disse não somos o Homem Aranha e sendo assim não podemos subir no telhado e evaporar.- Ele faz uma pausa. Ele tem toda a razão – Além do mas eu não posso deixar o FBI saber como é meu rosto. Alem do que você vai se encrencar e muito, se descobrirem que você sabe qual é meu rosto e não voltar pro trabalho depois.
- Pera, como assim “não voltar pro trabalho depois” ?
- Eles sabem quem é você, qual é o seu nome, onde você trabalha, onde você mora... Quer dizer morava.
- Mas...
- E o pior – Me interromper ele – Você me ajudou a fugir.
- Bom, tecnicamente você me ajudou a fugir.
- É... Mas você também ajudou.
- O que a gente faz agora?
- Vamos até a cede do FBI.
- Mas se eu entrar lá e pegar as fitas e não voltar mais, eles vão ver que tem alguma coisa errada.
- Eu sei, e é por isso que EU vou ir lá.
- Como é?
- Você vai ser a “seqüestrada” e eu vou continuar sendo “O Procurado” .Vou pedir dinheiro pra eles por você, e você volta a sua vida normal depois...
- Mas eu vi seu rosto e sei seu nome.
- Não sei se você vai falar alguma coisa, mas quando te devolver já vou estar longe demais pro FBI me encontrar – Diz ele com um olhar sonhador para as estrelas. A luz do luar refletindo seu rosto. Acho que nunca conheci um cara com ele. Acho que ele é o cara mais bonito que eu já conheci. Ele pega minha mochila coloca nas costas, levanta e estende sua mão para eu poder levantar também – Vamos.
Levanto e começo a descer as escadas junto com o Justin, pego meu carro e vou até o FBI, chegando lá, Justin diz:
- Espere aqui.
5 minutos depois ele desce com todas as fitas e diz:
- Sai daí, agora eu vou dirigir. Você não sabe onde vamos.
- Am... Esta bem. – Justin parecia muito agitado – O que foi? O que aconteceu?
- Mudança de planos.
- O que foi?
- Alguém me viu.
-Como é? Quem?
- Seu amigo. Jou.
- O QUE?! O QUE O JOU ESTAVA FAZENDO AS 3 DA MANHA NO FBI?!
- Roubando suas fitas.

6 comentários: