segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Capitulo 7 – Big Mac


Recupero os sentidos. Minha visão fica embaçada de inicio, mas depois volta ao normal. Olho pro meu lado esquerdo e Clear esta deitada numa poltrona marrom; Sinto uma claridade irritando meus olhos que vem da janela que tem atrás de Clear. Olho do meu lado direito e vejo uma enfermeira, colocando soro num saquinho plástico.
- Você teve muita sorte sabia?                                
- Hm – No começo não entendo o que era diz. Meus ouvidos não voltaram ao normal ainda – Desculpe. O que disse?
- Que você teve muita sorte. Sabia disso?
- Hm... aé?
- Sim... Você perdeu muito sangue. Pensei que não resistiria. Mas conseguimos parar o sangramento, a tempo.
- Que bom.
- É sim. Sabia que seu tipo sanguíneo é “O negativo”?
- Hm... Aé?
- Sim... foi realmente difícil encontrar alguém com esse tipo sanguíneo aqui. Ainda bem que você tem bons amigos.
- Como disse?
- Ela – A enfermeira apontou para a Clear adormecida na poltrona – Ela deve que fazer uma cirurgia de emergência também, sabia?
- Cirurgia de emergência?
- Sim... Acho que ela caiu de um lugar muito alto, ou alguma coisa muito pesada caiu na perna dela... Não sei, mas estava fraturada, e como não foi tratada com antecedência inflamou.
- Ela ta...?
- Sim, ela esta bem – Interrompeu a enfermeira.
- Mas como eu ia dizendo. – Ela olhou nos meus olhos – Ela foi a única que pode realmente te ajudar. Mas do que eu e os médicos pudemos.
- Aé? Por que?
- Porque ela é a única que tem o mesmo tipo sanguíneo que você.
Olho para o saquinho plástico com no mínimo meio litro de sangue da Clear que agora estava indo pro meu corpo. De uma forma engraçada me sinto muito bem por ter o sangue dela em mim... Uma parte a amais dela dentro de mim.
- Não fico surpresa que você tenha desmaiado. Perdeu mais de 2 litros de sangue... Não podemos tirar tudo dela de uma vez só. Se não ela também desmaiaria. Mas a cada dia tenho que retirar meio litro de sangue dela pra por em você.
- Então eu tenho que ficar 4 dias internado aqui?
- Sinta-se grato por isso garoto.
- Pode acreditar... me sinto. Mas acima disso me sinto inútil por não conseguir fazer nada aqui.
- Não se sinta. Imagino que você tenha passado maus bocados perdido não é?
- Sim... pode crê
- Como conseguiu esse ferimento na perna?
- Um leão me mordeu.
- UAU! – A enfermeira arregalou os olhos para mim – Você tem mesmo sorte não é?
-Bertani, por favor vem aqui. Tem paciente muito insistente aqui e... – Um médico entra na sala, parecendo não notar minha presença – Ah... sinto muito por... Bom... quando puder vem aqui esta bem?
- Sim sim...
O médico fechou a porta e a enfermeira. Disse:
- Sabia que ela tinha que estar de repouso na sala dela? Depois da cirurgia... passada 1 hora ela veio pra cá.
- Mas por que? Porque ela esta aqui?
- Porque ela pediu... Quase exigiu que a deixássemos entrar. Ela passou a noite inteira acordada ao seu lado. Caiu no sono a quase 30 minutos. – A enfermeira olha pra porta e depois pra mim – Vou ter que ir. Bom... boa recuperação. Adeus.
- Adeus.
Ao ver a porta fechar, fixo meu olhar nela por um tempo. E depois desvio meu olhar para Clear. Ela, passou a noite inteira aqui. Ao meu lado. Um estranho pensamento me ocorreu. Não tive pesadelos esta noite. É a primeira vez que não tenho um pesadelo desde a morte do meu cachorro. E é a primeira vez que eu não me senti tão sozinho desde a morte dele. Acho que meu subconsciente esta ciente de que alguém estava ao meu lado, e que esta pessoa gosta de mim, e isso fez com que eu não me sentisse tão só. Isso fez com que eu me sentisse muito melhor. E muito mais feliz do que a muito tempo não sentia. Estava tão absorto em meus pensamentos que não percebi que ainda olhava para Clear quando ela acordou:
- Que foi?
- Am... nada.
- Sei – Ela se levantou. Então notei que seu pé estava enfaixado. Parecendo que estava lendo meus pensamentos ela disse – Não queria ter colocado isso no meu pé. Mas os médicos disseram ser preciso, então... Quem sou eu para discordar não é? Mas iai? E você?? Como esta?
- Bom... – Não poderia dizer que estava mau, porque não estava pois não estava mais naquela ilha. Mas também não dava pra dizer que estava bem... Porque ainda sentia dor – Vivendo. – Ela sorri – Pelo menos saímos daquela ilha.
- Graças a Deus.
- É... Clear eu quero te dizer uma coisa – Eu não sabia o que fazer. As palavras estavam saindo da minha boca antes que eu pudesse pará-las.
- Hm – Ela parece ao mesmo tempo confusa e interessada. – Então diga.
- Eu ... – Eu ia dizer... ia dizer que a amo. E que queria ficar com ela pra sempre. Porque eu nunca gostei tanto de alguém como gosto dela, e não queria ninguém a não ser ela. Mas antes mesmo que eu pudesse começar a dizer 3 médicos entraram no quarto e a empurravam para fora dele – Clear... Clear! – Chamei. Ela só olhou pra mim mas nada pode dizer.
   Passaram –se 3 dias antes que eu tivesse alta do hospital. Quando sai, tive que ir embora de muleta. Minha mãe, Sra. Kirk e Clear estavam na porta me esperando.
- Awwn – Disse minha mãe me dando um abraço tão apertado que chegava a doer minha costelas.
- Não... consigo.... res...pi...rar....
- A desculpe querido. É que faz tanto tempo!
- Como assim?
- Vocês ficaram perdidos por 5 dias. – Disse minha mãe. Até então eu não tinha parado para pensar em quanto tempo eu passara na ilha. Fiquei impressionado. – Ai vocês estão tão magrinhos! O que querem comer? Hoje vocês escolhem!
- Hm... – Penso por um instante – Vão na frente pegar o carro que eu queria conversar rapidinho com Clear.
Minha mãe e Sra. Kirk se entreolham entre risadinhas e depois saem.
- Que foi?
- Olha não diga nada, antes que eu posso ser interrompido de novo!
- Ah O.K.
- Clear eu gosto de você. E eu não quero que agente volte as nossas vidas normais com você pra um lado e eu para outro. Eu quero nós dois juntos. Eu quero você Clear. Quero namorar com você. E não só namoro de verão porque... não sou assim... quero uma coisa séria com você. Quer dizer só se você quiser... Você... você quer?
Ela não fala por um tempo. Só olha pra mim. Ela sorri e sinto seus braços em volta do meu pescoço. Clear me beija.
- Você acha que mesmo que eu iria recusar...?
- Am.. eu...
- Meninos! Ei vamos! – Ouço a voz da Sra. Kirk nos chamando. Seguro na mão dela, e saímos juntos do hospital.
- Tem Mc Donald’s aqui? - Pergunto
- Como disse? – Pergunta Sra. Kirk – Hm... sim tem,
- Bom... então queremos 2 Big Macs... Queremos que joguem fora todas as frutas que tiver em casa. E nunca mais queremos peixes... – Digo.
Nossas mães me olham sem entender nada. Clear apenas sorri.
- Bom... Mc Donald’s então! Agora me digam... O que aconteceu lá? Nem acredito que seu avião explodiu! Só passava isso em tudo quanto era jornal do mundo! Como saíram dele a tempo? Como conseguiu essa ferida na perna TAYLOR!
- Mãe... me deixa respirar...
- Estou deixando, mas me conte tudo!
- Esta bem... – Clear começa a contar tudo a nossas mães... Elas ouvem tudo em silencio. Porem ficam com uma reação de horror. Mas duas coisas eram certas... A 1ª era: Nunca comi um Big Mac com tanto gosto na vida! E a 2ª era: Que eu e Clear não íamos nos separar por um longo tempo. E apesar dessa viajem começar horrivelmente me serviu para conhece-la...  E isso... não tem preço.
    

Um comentário:

  1. Você sabe que eu amo suas fics né?? Essa principalmente!! Ta perfeita sério! *-*

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