quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Capitulo 6 – S.O.S



No dia seguinte a dor na minha perna estava pior do que nunca. Não conseguia mexer minha perna. Clear não estava na caverna quando acordei. Sai me arrastando pra fora dela. Clear estava pegando gravetos, e troncos.
- Hey! Bom Dia Cabeção! Ta melhor?
- Bom Dia, Cabeçuda! Não muito. O que você ta fazendo?
- Não agüento mais ficar nessa ilha ridícula! Então estou pegando vários gravetos e troncos pra fazer um SOS gigante na areia, e de noite vou por fogo nele. Quem sabe um navio, avião ou até satélite não vêem agente?
- É – Disse eu impressionado – Pode ser que de certo.
Clear passou o dia inteiro fazendo isso. Queria muito poder ajudá-la mas ... Não posso. Não nos falamos ao longo do dia. Acho que por causa do dia anterior. As frases dela ainda ecoavam na minha cabeça “Por que eu te amo!” “Porque tenho medo desse sentimento” ... Clear obviamente tinha medo de se apaixonar, para não sofrer como acontecera com seu pai. Mas, acho que ela não deveria se sentir assim em relação a mim. Também gosto dela, então nunca a machucaria. Acho que ela esta pensando o mesmo que eu, por que as vezes me olha e da um sorriso tímido, mas logo depois volta ao trabalho. Ela não para nem para comer ou coisa assim. Eu por outro lado fiquei o dia inteiro sentado. Parado. Foi na verdade muito frustrante. O dia foi passando e logo a noite chegou. Fui me levantar para tentar fazer uma fogueira mas Clear não me permitiu. Então ela mesma fez a fogueira.
- Como você sabe fazer fogueira?
- Bom, você não é o único a ser obrigado pela mãe a fazer alguma coisa. Quando eu era criança fui uma escoteira por 3 anos seguidos. Lá aprendemos a sobreviver na selva.
- Hum... entendo.
Depois de fazer a fogueira, Clear pegou um dos troncos que colocara em seu “SOS” gigante e colocou a ponta dele no fogo. Depois disso, ela pegou o tronco e o levou ao SOS que estava na areia. Colocou o tronco em chamas nele e minutos depois o SOS estava inteiro em chamas. Aquilo era uma boa ideia, mas... será que daria certo? Será que alguém veria agente? Ou morreríamos nessa droga de ilha? Perguntas vão ser respondidas a qualquer momento. Clear ficou por no mínimo 1 hora sentada olhando para seu trabalho do dia inteiro, agora em chamas. Depois sentou na caverna. Me olhou por um instante e depois disse:
- O que você... hum... o que você disse, hoje, mais cedo...hum... estava falando sério?
- Bom, o que eu disse hoje mais cedo?
- Alguma coisa sobre... hum... “Se fosse pra ficar numa ilha pro resto da minha vida... seria com você”... Era... Serio?
- Hum – Eu sorri timidamente. Eu senti meu rosto quente... – Sim.
- Bom, acho se aquilo ali – Ela aponta pro SOS – não der certo. Sim, nós ficaremos pro resto das nossas vidas aqui.
-Bom não pense como um pessimista. Vamos sair!
- É... Quem sabe...
- E se não sairmos... Esta pronta com a perspectiva de passar o resto da sua vida,com um cara problemático tipo eu?
- Problemático?
- É... pesadelos esquisitos durante a noite e etc... Dizem que isso é um problema.
- Estou, sim estou pronta. Até porque se você começar a gritar durante a noite eu jogo água do mar na sua cara...
- Ah... Bom método. – Eu rio e ela também - Clear... – Meu rosto estava muito quente agora – Porque exatamente você iria embora?
- Porque...Olha eu não iria poder ficar aqui. Porque não sabia o que você sentia sobre mim, e não queria nem me magoar com isso e nem te magoar.
- Hum – Acho que nunca senti meu rosto tão quente na vida. – Mas agora você sabe.
- Idai?
- Idai que... o que você vai fazer agora... Quando voltar pra casa?
- Vou, tomar um banho. Comer Big Mac. E mandar minha mãe jogar toda fruta em casa, e nunca mais vou comer um peixe na vida.
- Só isso?
- Bom... Quem sabe...  Alguém  novo entre na minha vida? Ou... alguém que eu já conhecia mas nunca conversei, essa pessoa poderia entrar na minha vida.
- Aé?
- É... Ela poderia até ser mais do que ... hum... um ... um amigo se quisesse.
- Aé? Tipo... – Disse eu animado – Um namorado?
- É... Quem sabe. – Disse ela timidamente – E você?
- Bom... Depois que minha mãe me buscasse da psicóloga que ela provavelmente vai me mandar voltar... Eu posso... Ir até o Mc Donald’s pra encontrar alguém... Alguém que queira ... comer um Big Mac comigo.
Clear apenas sorriu... Não respondeu nada. Ficamos acordados o tempo todo. Acho que deveria ser no mínimo umas 6 horas da manha quando ouvimos uma bozinha muito alta. Olhamos assustados para fora da caverna e vemos a melhor coisa em dias na beira do mar. Vemos um navio.
   A visão daquele navio ancorado na beira do mar foi tão feliz q              ue eu até esqueci que minha perna estava péssima. E tentei levantar de um pulo só. O que não foi uma boa ideia, porque quase cai na areia... se a Clear não tivesse me segurando. Comecei a andar para fora da caverna sorrindo para os marinheiros. Eles retribuíram o sorriso e saíram correndo na minha direção.
- Hey Garotos! Como estão?!
- Agora muito melhor!! -  Disse Clear para eles.
- Vamos! Subam!
- Obrigado muito obrigado!
- Não tem de quê, Garoto!
Subimos no navio, e ficamos sentados nele. Um dos marinheiros chegou em nós e disse:
- Vocês devem estar morrendo de fome.... Querem peixes?
- NÃO! – Disse eu e Clear num uníssono. Nos entreolhamos e rimos juntos.
- Acho que eu nunca mais vou comer nenhum peixe na vida! – Eu falei entre risos para ela. – Ei! Pra onde estamos indo?! – Pergunto para um marinheiro.
- Para ilha de Cauai no Hawaii.
- Ah fala sério! – Diz Clear rindo pra mim.
- Bom, merecemos um pouco de diversão, não é?
- Com certeza.
Quando chegamos na ilha de Cauai eu e Clear agradecemos aos marinheiros. E depois fomos até um bar próximo ao mar:
- Alô? Mãe?
- AH!!!!!!! TAYLOR! FILHO! NÃO ACREDITO!! – Ela gritou no telefone. – O que ? o Taylor? AH MEU DEUS! PERGUNTE ONDE ELE ESTA! PERGUNTE SOBRE CLEAR! – Ouvi a voz da Sra. Kirk no fundo. Falando com a minha mãe – Ah filho onde você esta? Clear esta com você?
- Sim mãe. Ela esta do meu lado. Estamos no porto da ilha de Cauai.
- Ótimo! Estou a 15 minutos daí. Eu te encontro...
- Ah Sra. Lautner? – Clear pega o telefone de mim – Não. Taylor precisa ir imediatamente pro hospital.
- OQUE?! TAYLOR! A MEU DEUS! O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?! AH TAYLOR! CLEAR! CLEAR! QUERIDA VOCÊ SABE ONDE É O HOSPITAL MAIS PRÓXIMO??
- Sim... sim. Nos encontramos lá. Adeus.
- Tchau. Estou indo direto para lá!
Quando desligamos o telefone. Clear começou a me arrastar até o hospital:
- Não quero ir ao hospital.
- Não posso fazer nada Taylor. Você não quer, mas você tem.
- Mas... Mas...
- Mas nada. Nós vamos e pronto.
Tentei argumentar... Mas não dá. Com ela não. É impressionante como ela sempre tem o que falar... Adoro isso.
Antes mesmo de chegar ao hospital meu ferimento começa a sangrar muito. E quando digo muito quero dizer uma poça de sangue em cada lugar que eu piso. Clear apertou o passo. Andamos mais rápido. A dor aumentou. Quando chegamos no hospital, uma enfermeira olha pra mim, e sai correndo pra pegar uma maca. Me coloca em cima dela e de repente um monte de médicos e enfermeiros estão ali. Ao meu redor. Correndo comigo até uma sala. Olho pra trás de vejo Clear na mesma situação.
A ultima coisa que vejo é uma enfermeira tentando parar meu sangramento e dizendo “ Ele sangrou demais.Perdeu sangue demais. Se não parar de sair sangue logo ele não vai agüentar.” Depois disso minha visão escureceu e eu desmaiei.

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