sábado, 9 de março de 2013

Capitulo 1 – Caribe.


Muitas coisas mudaram desde que saímos da Califórnia. Pra começar com a nossa chegada. Era um dia depois do natal, estava nevando, mas nem tanto. Foi uma viajem boa, considerando que a maior parte dela foi feita pelo piloto automático, porque Logan e Caterine começaram a brigar, não me pergunte o porque. Matt passou a viajem toda dormindo. E Brenda olhando as armas, e vendo nossos suprimentos. Eu não fiz nada. Apesar de Brenda ter feito um curativo muito bom, eu ainda sangrava um pouco.  Minhas costelas doíam, igualmente minhas pernas. Eu queria ajudar a arrumar as coisas, mas Brenda não deixava. Daniel agora parecia ter virado seu segurança, porque ela mandava, ele fazia. Ele me impedia de fazer qualquer movimento que fosse mais que a respiração.   Olhei pro chão do avião, e Matt – depois de ter acordado – estava tentando esconder alguma coisa. Inclinei minha cabeça e vi uma bombinha.
- Você é asmático Mattew? – Ele virou bruscamente a cabeça. Ele deu de ombros, querendo dizer “fazer o que, né?” – Porque não disse?
- Não achei necessário.
- Mas agora é – Disse Brenda. Sua voz estava meio rouca, pela falta de uso – Não tem refil, nem mais nenhuma bombinha Matt.
- O que?! Mas... Onde vamos conseguir?
- Numa farmácia? – Perguntou Daniel.
- Ou talvez num hospital. – Ponderou Brenda.
- Hospitais são cheios – Disse - Devem ter um monte daquelas coisas lá.
- Tem razão... Mas talvez não tem opções. Justin, também precisa de um curativo novo, e alguns aparelho que só tem no hospital. – Respondeu ela.
- O.K Mas então nós... – O avião entrou em turbulência. Matt olhou pra Logan – Ah... Logan?
- Eu... Eu... Segurem-se – Gritou, Brenda se sentou ao meu lado prendeu o cinto, e olhou apreenciva para Matt. O avião começou a cair em queda livre, olhei pela janela. Felizmente já tínhamos chegado no Caribe. Infelizmente estávamos acima do mar. Caindo direto pra ele. Quando olhei a vista lá em baixo, eu já sabia que não teria chance de sobrevivência se continuássemos ali. Eu abri meu cinto, e peguei a mochila aos meus pés, Brenda agarrou meu pulso.
- O que você pensa que está fazendo?
- Não podemos ficar aqui. Morreremos! Vem – Eu puxei ela no banco, fui pro corredor, e quase cai. O avião estava com o bico pra baixo, inteiro na horizontal. Sentia a gente caindo com velocidade, iríamos bater na água em questão de segundos. – VAMOS! – Gritei, Vi Matt escalando as poltronas para chegar ao fundo do avião, essa visão me distraiu. Escorreguei, Brenda tentou me segurar e isso fez ela escorregar também.
- BRENDA! – Gritou Matt, batemos na porta, e caímos dentro da salinha do piloto.
- SAÍ DAQUI MATTEW!
- Eu não vou te deixar!
- Você tem! – Brenda tentava se levantar, mas não conseguia. – Logan sai. Vai! – Brenda impurrou a perna dele, e eu fiz o mesmo com Caterine, eu não conseguia me levantar. A gravidade me puxava pra baixo.
- VÃO! – Gritei. Daniel segurou a maçaneta com dificuldade e abriu a porta, ele foi sugado para fora do avião, depois disso, Logan e Caterine pularam também. E Mattew hesitou por um instante e depois foi junto. Brenda segurou no painel de controle do avião, e se levantou com os joelhos flexionados, Meu pé estava preso não dava pra levantar. Mas nem foi preciso, porque segundos depois, eu só vi, Brenda sendo arremessada e dando uma cambalhota pra frente, bateu a sola do tênis no vidro, ele trincou – Brenda! – O avião caiu no mar, ele afundou. Eu não tinha pegado nem um pouco de ar pra tentar viver. Vi um fio vermelho flutuando pela límpida água a cima, Brenda dava impulso no vidro do avião com o pé, sua cabeça sangrava, ela fez sinal com a mão me perguntando o que estava acontecendo. Fiz sinal para meu pé, ela entendeu. E tentou me soltar. Isso me lembrava da vez que fomos procurar armas na cadeia, e tivemos que sair de lá nadando.  Estávamos indo cada vez mais pro fundo, temos que sair agora. Apoiei minhas mãos no painel de controle e comecei a puxar, estava ficando tudo escuro. Não conseguia enxergar direito. Sentia Brenda puxando meu tornozelo, mas estava muito bem preso, passei a mão pela minha cintura, senti uma faca, não enxergava nada, mas se não tirasse meu tornozelo daqui rápido eu e ela morreríamos afogados.  Pela textura era uma corda, coloquei a faca na corda e comecei a cortar, só soube que tinha cortado tudo quando cortei meu próprio tornozelo. Contive um grito pra não deixar o pouco ar que tinha escapar, e coloquei de volta a faca na cintura, peguei o braço de Brenda e a ajudei a se levantar.
Começamos a escalar as poltronas, agarrei a maçaneta da porta, e joguei  Brenda  pra minha frente. Meu coração disparava. Dei impulso na porta do avião, e comecei a nadar freneticamente pra cima. Segurei as costelas de Brenda, e a ajudei a subir. Estava tudo ficando mais claro. As partes do meu corpo que doíam, agora estavam piores. Conseguia ver a superfície da água, e acho que isso foi o que me deu força pra continuar. Num apocalipse zumbi, e eu quase morro num avião... Patético. Um dia claro se encontrava lá fora. A água gelada vinha até meu pescoço. Conseguia ver a areia da praia no horizonte, respirei com muita vontade, aquele ar congelante, que indicava que tinha acabado de nevar. 
- Vamos – Chamei Brenda, e começamos a nadar em direção a praia. Onde estão os outros? Não sei. Talvez já tenham chegado a margem. Talvez. Eu me sentia tão cansado que tinha vontade de parar, mas se parasse eu ia afundar. Não tinham tubarões ali. Não pareciam ter nem peixes. Toda vida, morta. Não pelo apocalipse. Mas pelo lixo. Tinha tanto lixo boiando no mar, que tinha que empurrar algumas coisas para prosseguir.   Agarrei a areia e me puxei pra cima. Depois deitei de costas na areia. Arfante – Você está bem?
- To ótima. – Tossiu. E me apoiei pro lado. A vista seria linda, se não tivesse tanto lixo entulhado, e um carro capotado pegando fogo. Atrás de mim tinham várias arvores lindas, e atrás delas uma rua. O lugar estava deserto. Nenhum sinal de vivos. Nem de mortos. E nem sempre isso é um bom sinal – E você?
- Sobrevivendo.
- EI! EI ESTAMOS AQUI! – Gritou Logan. Daniel deu um tapa no ombro dele, e disse alguma coisa sobre “fale baixo, vai atrair zumbis”. As vezes penso se Logan é realmente mais velho que Daniel.  Daniel, que cresceu tanto desde que nos conhecemos – Não digo de tamanho. Porque ele continua o mesmo nanico de sempre – Mas mentalmente. Ele agora nem parece mais um adolescente de 14 anos. Talvez pelo fato de ter perdido dois irmãos, as vezes, a vida de dá uma lição e te obriga a ficar mais velho, mesmo que você não esteje preparado para isso, mas mesmo assim, ele ainda é um adolescente. Não tem toda mentalidade necessária para entender tudo, no entanto ele tem mais cérebro que Logan. Que fica gritando loucamente no silencio, do mundo que acabou.  Onde pode atrair todos os zumbis da cidade. Brenda se levantou cambaleante, se inclinou e me ajudou a levantar. Olhou pra mim com seus olhos verdes profundos, e passou carinhosamente sua mão no meu rosto, de modo a tirar a areia. Ela sorriu.  
- Corajoso. Como sempre. – Disse ela. Depois me abraçou, fazendo doer todos os ossos do meu corpo, mas não liguei era uma dor boa. Brenda me soltou. Olhou ao redor e perguntou – Cadê o Mattew?
- Ali – Apontei. Ela se virou e Matt, vinha cuspindo água, e com uma alga no cabelo, que só me fez rir.
- Eu nadei pro lado errado – Por um instante eu pensei que Mattew não voltaria. Mas então pensei Matt tem sete vidas, como um gato. Pensei que ele tinha morrido uma vez, e ele salvou minha vida de um Better Day. Ele não morre. Espero que não.  Ele olhou ao redor – UAU! Pensei que a California tava ruim, mas isso... Ta péssimo.
- Pelo menos não tem zumbis – Disse Logan.
- Não acho isso bom – Respondi – Os únicos sinais do apocalipse aqui são as coisas quebradas e o lixo nas ruas, mas cadê as pessoas? Tomem cuidado. – Andamos na direção da rua. Matt tossia, andava ofegante, e arfava, ele nadou no mínimo 2 quilômetros, ele é asmático. Precisamos da bombinha.    Meu tornozelo não estava com um corte profundo, porém ardia sempre que eu andava. Pegamos uma arma cada um. E começamos a andar. Procurando o que exatamente eu não sei. Talvez um lugar para ficar... Mas estou começando a achar que ir no Hospital não é mais uma opção. É uma necessidade.
Senti um solavanco na barriga, olhei pro lado. Meus sentidos estavam muito mais aguçados. Não apenas o de humano, mas o de mutante principalmente.   Uma zumbi loira, e esquelética estava saindo de uma loja de roupas. Parecia nunca ter visto “comida”. Acho que as pessoas daqui são bem espertas. Para deixar os zumbis “mortos” de fome. Ela ainda não tinha nos visto. Matt tossiu, tapei a boca dele.
- Shh – Sussurrei. A zumbi olhou a nossa direção, senti movimento. Outros dois zumbis estavam saindo da loja, o problema é que quando abre a porta, faz um barulho de sino. Outros dois zumbis de um prédio vizinho saíram – Droga – Brenda olhou ao redor e depois:
- Venham – Sussurrou. Começamos a andar rápida e silenciosamente pela rua, que estava começando a ficar cheia de zumbis. – Não atirem.
- Mas – Começou Matt – Como vamos...?
- Da um jeito – Brenda pegou uma faca e cortou a cabeça de um zumbi – Corram – Disse ela. Ela olhava para todos os lados.                 
- Procurando o hospital? – Perguntei, arrancando minha faca do crânio de um dos zumbi.
- Logo no primeiro dia, o Matt não tem refil, precisamos de um. Rápido.  – Olhei pra trás, não conseguia ver nada, além de zumbis. Voltei meu olhar pra frente, vi um prédio caindo aos pedaços, com letras despencando com as palavras “Hospital Do Caribe”. Viramos a direita, e os outros no seguiram inclusive os zumbis. Caterine atirava, Brenda cortava partes dos zumbis com a faca, a porta estava bem aqui, vamos conseguir. Daniel abriu a porta e eu entrei.
Logan fechou a porta no exato momento em que os zumbis colidiram com ela. Dava para ver todos pela porta de vidro. Não tinha ninguém morto ali. Mas eu ouvi um barulho na parte de cima do hospital.
- Vamos – Disse Brenda. Ela apontou a arma pra escada a cima, enquanto andava. Fizemos o mesmo, andamos no corredor onde tinha a origem do barulho. Uma sala, uma única sala aberta. Brenda fez sinal para seguirmos com cautela, depois paramos alguns centímetros longe da porta, contei até três com os dedos, e entramos. Não encontramos zumbis ali. Apenas pessoas. Quatro homens. E todos apontando armas para nós.                      

5 comentários:

  1. OH MY FUCKING GOD! QUE PERFEITO! Será que serão novos aliados? ou novos inimigos? treta! kkkkkkk continua please...

    ResponderExcluir
  2. AFFU CARA NÃO PARA NESSAS PARTE FODA...

    ResponderExcluir
  3. Vishh ! Muito maneiroo !

    ResponderExcluir