terça-feira, 19 de março de 2013

Capitulo 8 – O walkie talkie.


- Bom Dia.
- Boa tarde, não acha? – Comentou Matt. Realmente o sol estava no alto, devia ser 12:00 quando eu acordei.
A sensação que senti ontem de noite, a que tinham zumbis se aproximando, ainda não passou. Acho que eles estavam por ai, andando procurando humanos. Lola e Caterine estavam se dando bem. As duas se divertindo em quanto lavavam roupa. Coisa que eu não acho nenhum pouco divertida. Jake, Robert e Logan voltavam de sua caçada. Matt pegando água, enquanto Daniel esquentava. E Emma começara sua sopa. Megan e Tyler conversando enquanto tiravam os ossos dos animais. Brenda estava ao lado de Taylor, os dois limpando as facas.
- É claro... Até porque eu sou muito boa com elas...
- E não é?
- Não, prefiro o machado. É mais preciso –Cheguei por trás dela e dei-lhe um beijo na bochecha. – Bom Dia.
- Eae cara – Cumprimentou Taylor.
- Olá...
- Taylor não mexe tanto sua perna.
- Grrr, mas é chato ficar parado.
- Não posso fazer nada. A... Pessoal precisamos conversar – Matt assoviou.
- Estamos todos ferrados. – Disse ele.
- Algum problema? – perguntou Jake.
- Mais ou menos – Respondeu – Bom... A parte ruim: Justin sentiu zumbis se aproximando. Rondando por aqui. – Todos se entreolharam – Temos que sair daqui, rápido. A parte boa: O Walmart da cidade está lotado de coisas. Não quero ser arrogante, mas não consigo mais agüentar comer sopa. – Emma não parecia ofendida, parecia mais aliviada – A rua está lotada de zumbis.
- E isso faz parte da boa noticia? – Perguntou Matt.
- Não, na verdade é a segunda parte da má noticia.
- Porque não podemos sair daqui agora? – Perguntou Logan.
- Por causa do pé do Taylor. Precisamos de mais 4 dias, no mínimo.
-E como vocês pretendem pegar comida no Walmart? Se esta entupido de zumbis?
- Bom...
- Não vá me dizer que vamos usar distração humana de novo!
- Nossa única chance – Respondi. Nenhum deles parecia muito convencido, mas ao longo da conversa pareceram entender os nossos motivos. A cada dia que se passava eu sentia com mais freqüência, e força a presença dos errantes. Dois de se passam não digo que se passaram em paz, mas pelo menos não teve acidentes. Mas então, chegou aquela fatídica quarta feira:
- O QUE FOI ISSO?! – Sai apreçado da barraca, ouvi um grito tão estridente que parecia ter levado uma facada no cérebro.
- A droga... – Brenda voltou para a barraca, tirou seu machado de dentro dela , e saiu correndo, para salvar Megan. Armadilhas... Eu disse que isso não seguraria os mordedores por tanto tempo. Ouvia grunhidos dos zumbis mais distantes, presos nas armadilhas de urso, mas tinham 15 aqui. Tirei minha faca da cintura e corri em direção a Caterine. Segurei com força o cabo da faca e enfiei na garganta do errante, seu sangue escorrendo pela roupa rasgada, ele caiu de joelhos e empunhei a faca a sua cabeça. O errante caiu.
- LOLA! PARAÍSO! – Ouvi o grito de Brenda se sobrepondo a carnificina geral. Vi a pequena garotinha agachada atrás de Andrew, e lutava com um faca. Todos resistiram ao máximo sem atirar. Mas no final, era muitos mais zumbis para pessoas a detê-los.
- CORRAM! PRA CIDADE! – Tyler levantou Taylor e meio levou meio arrastou ele para baixo. Os outros foram com mais rapidez. Olhei para todos os lados, contando cada um. Mas no final, eu não vi uma pessoa – DANIEL! DANIEEEEEEEEEEL! – Vi uma barraca de mexendo loucamente. O que eu não estava entendendo, é que a metade da porta da barraca estava aberta. Só a metade. Corri até ela. – DANIEL! CALMA EU TE TIRO DAÍ! CALMA! – Quando cheguei até a barraca, a única parte que eu vi foi Daniel enfiando uma faca na cabeça de um dos zumbis. – Você ta bem,cara?
- Eu... Sim. – Segurei o braço do garoto e o puxei para fora da barraca, ainda tinham vários zumbis por aqui, mas a maioria ainda tinha corrido atrás dos outros. Empurrei Daniel para frente, e ele começou a correr com mais rapidez e agilidade do que nunca. Passou por entre as árvores, e eu te dando cobertura. Enfiava a faca na cabeça deles, antes que eles pudessem chegar perto de Daniel. Pulamos uma grande pedra e pisamos no asfalto. Os outros corriam a nossa frente, os errante que estavam na ultima vez aqui na cidade corriam ao nosso encontro.
53 mordedores ao todo.
- CORRE DANIEL!
- AQUI! AQUI!!! – Gritou Logan. Eles acharam um trailer do tamanho de um ônibus dois andares. Preto.
- Vai! – Coloquei Daniel a minha frente, e o empurrei. Eu senti tanto zumbi nas minhas costas que tinha medo de olhar. Já tinha passado dos 80. Já estávamos quase chegando no trailer. Daniel escorregou, bateu a cabeça no degrau do trailer. Seu cabelo preto pingando de suor. Seu nariz sangrando. Ele caiu no chão. Estava na minha frente, não tive a mínima chance. Daniel gritou, segurou o tornozelo de Caterine. Ela segurou as mãos dele. Mas o que ela poderia fazer?  O errante segurou o tornozelo de Daniel, abri caminho entre eles, matando todos os zumbis no desespero. Sabe qual a pior parte disso tudo?  Quando Daniel parou de gritar.  Só ouvia o gorgolejar de uma boca espirrando sangue.
-NÃO! NÃO! DANIEL! DANIEL!
- Lola... Lola para cima querida. Paraíso esta bem? – Ouvia a voz embargada de Brenda. Deixei cair minha faca e eu nem tentei pegar. Tirava os zumbis da frente tocando em suas cabeças, e ao meu toque eles se despedaçavam. Depois de um tempo os mordedores paravam de se aproximar. Daniel estava caído no chão, sem um braço, com sangue caindo pelo canto da sua boca, olhos fechados.
-Não... Não... Não... – Me ajoelhei ao lado dele, passei a mão pelo rosto frio do garoto – Desculpa cara... Eu tentei juro. – Como eu sabia que daqui no máximo cinco minutos ele voltaria transformado. Eu me virei, e olhei para o horizonte. Para o céu cinza. Logo mais tarde ouvi – Além do choro de Caterine, entre soluços – foi o grunhidos que Daniel começara a fazer. Depois um único tiro.
- Sinto muito Caterine. – Brenda guardou a arma – Vamos enterrá-lo?
- É claro que vamos. – Pegamos duas pás de dentro do trailer, começamos a cavar num jardim próximo a areia, o que o deixaria enterrado de frente para o mar.
As lágrimas escorriam pelos olhos de Caterine, parecia que tinham arrancado meu coração, pisado e colocado de volta. Eu realmente queria dizer que nunca mais fomos visitados pela morte. Ou que Daniel envelheceu e morreu de morte natural. Mas não. Claro que não, ele tinha que ser levado. Tirado de nós. Como muitos outros que ainda vão, infelizmente eu sei, eu sei, não precisava ser desse jeito, só que mais cedo ou mais tarde eles vão morrer. Mas eu ainda estou torcendo que isso demore a acontecer. Sentei na terra, ao lado de onde Daniel estaria e fiquei por um tempo. Pensando, olhando para o mar. Caterine não agüentou ficar aqui, chorou tanto que pensei que secaria, depois Logan lhe deu alguns calmantes e a levou para dentro do trailer.
- Ei... –Brenda se sentou ao meu lado.
- Não era pra isso ter acontecido –Disse com a voz falhada.
- Nunca é. Mas é assim que as coisas funcionam. Minha mãe dizia que “tudo na vida é um empréstimo. E um dia temos que devolver tudo a Deus. Inclusive a vida”
- Você concorda com isso? – Brenda deu de ombros – Sabe o que mais dói? Que nós somos fracos. Eles são fortes. Eles estão se multiplicando. E a gente diminuindo. Isso não é certo.
- O mundo não é certo Justin. Não é Justo. Apenas... Aceite. – Eu assenti. Passamos mais uma meia hora sentados, até o frio ser demais para os meus ossos. Minha respiração era visível no ar.  – Vem – Brenda segurou meu braço e me ajudou a levantar. Depois me guiou na entrada, onde ainda tinha algumas gotas de sangue do Daniel na escada. Não tive tempo de apreciar o quanto o trailer era incrível. Eu só entrei direto e deitei numa cama sofá, que sem sombra de dúvidas era muito mais confortável que o chão.
A pior parte de estar num apocalipse é que você não tem tempo para passar pelo luto, tem que estar sempre alerta. Caterine dormiu depois dos analgésicos.  Com a noite se aprofundando, meu suor secando. O frio aumentando. Os zumbis começaram a se aglomerar em volta do trailer. Não precisava ficar de vigia porque a porta estava trancada. Mas como eu não conseguia dormir... Tudo ficou no acampamento. Barracas, água, comida, panela, arco e flecha, tudo. Não deu tempo de pegar nada. Matt e Jake conseguiram pegar as armas porque estava numa mochila. A única boa noticia era que tinha gasolina do trailer. Estava tudo bem quieto. A não ser pelo grunhidos dos zumbis.
- Alguém? Alguém ai na escuta? Câmbio. – Me levantei com sobressalto. Brenda se assustou e caiu do sofá
- Que isso?
- Ta vindo da frente. – Eu e ela fomos para a cabine do motorista, onde tinha um walkie talkie de policia. Os transmissores da policia são com uma freqüência só, então uma pessoa tem uma e a outra o outro – Você consegue me ouvir?
- A... Graças a Deus. Tio Jessie está ai?
-Esse trailer era dele imagino. Não, sinto muito. – O anônimo fungou.
-Tio Jessie se foi gente – Ouvi um murmúrio sobre “o que?!” “não pode ser” “que deus nos proteja” – Como é seu nome meu chapa?
- Justin, Justin Bieber e o seu?
-Marly – O homem tinha uma voz forte – Olhem... Eu aconselho vocês a saírem do Caribe, este lugar esta um inferno.
- Espera – Brenda pegou o walkie talkie – Você não está no Caribe, Marly?
- Não, eu to em Miami.
- Miami?
- Sim, passei por muitos lugares, eu e minha filha Sarah. Saímos do Caribe e passamos por Nova York, Chicago, Washington. Tudo um pior que o outro. Atlanta também.
-Atlanta? Atlanta está bem? – Os tios de Brenda moram em Atlanta.
-Não sinto muito. Atlanta caiu. Está horrível lá. Escutem essa transmissão vai cair em instantes então preste atenção: Saíam rápido do Caribe! Saíam!
-E para onde você acha que deveríamos ir? O mundo já era.
- Sim o mundo já era. Mas tem lugares seguros em Miami. Não é dos melhores, mas dá para se cuidar.Ficar em paz por um tempo. Estou dizendo, acho que vocês deveriam sair daí rápido. Caribe é mais perigoso... Não que eu... Sabe acho que... Precisam sair...
-Merly? – Chamei – Merly ta ruim. Eu não te ouço. Merly?
-Então... Vocês... Vão... – Estática.
- Droga. O único meio de comunicação em meses que funciona e para. – Reclamo.
- Você ouviu muito bem o que ele disse... – Disse a Brenda.
- Devemos confiar num estranho? – Questionei – Você sabe que o mundo agora está hostil. Não se pode confiar em ninguém hoje em dia.
- Nunca se pode confiar muito nas pessoas Justin. Mas esse Merly me pareceu sincero. O tal cara o... Jessie, dono do trailler ele estava indo para Miami. Veja – Ela tirou um mapa dos Estados Unidos que estava no chão. Tinha um risca no meio do mapa, um ponto no Caribe partindo com uma linha vermelha até Miami – Não sei se devemos confiar num cara que não conhecemos , mas ele pode estar certo. Justin Caribe é bem pequena. É quase uma ilha, e dela uma linha reta que da em outros lugares. Quanto menor o lugar mais eles ficam aglomerados...
- E assim fica mais difícil fugir deles – Completei –E...
- Sobreviver. Exato. Podemos tentar. Qual seria o problema?
- Poderíamos tentar. – Ela sorriu – Falamos pra eles amanha.
-O.K E amanha vamos no Walmart. Minha barriga está roncando. – Eu assenti.
A noite passou o dia chegou, e nossa sorte só piorou. No clarear do dia, olhei para a janela. A agitação do dia seguinte só trouxe mais zumbis pra cá. E para porta do Walmart.

6 comentários:

  1. e quando eu digo que você está se superando a cada cap. ninguém acredita né?

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  2. MEU DEUSSSSSSSS CHOREI :'( RIP Daniel

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  3. "Pow Daniel morreu? Cara juro que chorei kk"

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  4. Rip Daniel <3 descance em paz pequeno. Era uns dos meus personagens favoritos cara

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  5. Esse cap ficou muito foda

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