quarta-feira, 27 de março de 2013

Capitulo 14 – Encontramos, o perdido.


Sabe o mais estranho? Não foram todos os zumbis que eu vi pela janela, que atacaram Megan. Tinham pelo menos quarenta. Vinte, talvez trinta atacaram... Então, onde estão os outros? Parece que os zumbis não foram os únicos a desaparecer. Faz algum tempo que Emma desapareceu. Desde a hora que eu disse pra ela fugir, ela não voltou. E ninguém a encontrou.
Não procurei muito por ela, porque talvez ela esteja tentando ficar sozinha um pouco se dar um tempo para sentir o luto. Matt disse que a viu sentada no jardim de trás. O tempo está mudando muito. Está começando a ficar frio.
- Ei boneca – Disse Brenda para Lola no dia seguinte, durante o café da manha – Tudo bem?
- Tudo – Lola sorriu. Brenda contraiu ligeiramente os olhos. Não disse mais nada depois disso. A ultima coisa que fez foi sair de casa, e ainda não tinha falado comigo. Fui atrás dela.
- Ei – Disse me aproximando lentamente e me sentando na grama ao seu lado – Ainda está brava comigo?
- Eu nunca fico brava com você. Só estava preocupada, só isso – Ela olhou pra mim, com sua respiração visível no ar frio do dia, ficamos em silencio por um tempo, e depois Brenda finalmente disse – Você viu os olhos dela?
- Vi – Lembrei do brilho no olhar de Lola – Parecia com os seus.
- E é esse o problema – Olhei pra ela – Olha ela não nos odeia, ela odeia a eles...
- Os irmãos?
- É,ela pensa que eles a abandonaram, que poderiam ter evitado, é culpa deles aos olhos dela. Acredite, eu sei como ela se sente.
- Não... Os irmãos dela foi uma acidente uma fatalidade, seus pais...
- Foi a mesma coisa. Um acidente. Não, fatalidade é morrer num acidente de carro, num incêndio. Agora serem mordidos por zumbis? Não...-Uma pausa – Mas que merda da na cabeça de uma pessoa pra fazer um vírus assim?
- O mundo era movido por uma coisa apenas – Respondi – Poder – Ela balançou a cabeça.
- Exatamente. Poder,se desse certo seriam a corporação mais bem sucedida do mundo. Mas tudo o que fizeram foi... Acabar com a vida de todo mundo.
- Deus sabe o que faz.
- A sabe? Sei lá... To começando a duvidar disso – Balançou a cabeça negativamente. Sei que como ela se sente, mas talvez esse apocalipse tenha sido um modo de tirar todas as pessoas ruins do mundo e as pessoas boas que também se foram... Efeito colateral? Não sei, lembro de quando eu ia a igreja junto com meus pais e Brenda e seus pais. Mas agora... – Se ele sabe o que faz... – Ela respirou fundo – Então porque levou as melhores pessoas que existem?
- Minha mãe uma vez disse “Quando você vai num jardim, você pega as melhores flores, não é? Deus pega as melhores flores para florir seus próprio jardim”
- Bom, então o jardim de Deus está lindo. Diferente do nosso. – Ela olhou ao redor, e fixou uma fresta em que se via a rua – Sabe como eu tenho certeza que quando morrerem todos vão pro paraíso?
- Como?
- Porque já estamos no inferno.
- Olha... As coisas podem ser melhores.
- A é? E como? Justin você ta vendo isso? A nossa vida é só correr de um lugar pro outro, tentando sobreviver. Não temos casa, não temos família não temos nada.
- Temos um ao outro.
- Não dura pra sempre, um dia eu não vou estar aqui.
- Tem razão. Você vai morrer na sua cama quentinha quando você tiver 90 anos – Ela riu.
- Que bom que pensa assim Leo diCaprio, só falto a gente cair do Titanic – Espera... Eu acabei de citar Titanic? - Queria poder ter toda essa certeza.
- Então tenha. Nossa vida não é tão boa, tem razão. Temos que ficar indo de um lugar para o outro. Sobreviver é o que nos motiva. Nem sempre temos comida. Muitos de nós morreram. As pessoas estão ficando ruins...
- Não... Elas já eram. O apocalipse apenas trouxe essa parte a tona.
- Talvez, de todo modo, as coisas podem estar bem ruins, mas se você conseguir ver a luz no fim do túnel se sentir a fé, e enxergar o amor que ainda tem entre nós, acho que você vai perceber que as coisas vão melhorar.
- Como ter fé... Não sei, no tempo que tive fé seus pais morreram, Mattew sumiu, você desapareceu. E quando voltou não lembrava de mim. – Tive um pontada no estomago. Isso sempre me incomodou. Como foi que eu me esqueci dos meus amigos? De tudo que Vírus e Vários fizeram, isso foi a pior de todos.
- Olha pensa bem, eu desapareci, poderia ter morrido, mas não morri. Seu irmão escapou da morte duas vezes. Seus pais morreram, mas você viveu. Você conseguiu liderar um grupo de... Não sei... 200 pessoas na Corporação apocalipse? E conseguiu, até essas pessoas irem embora, acho que foi melhor. Nós escapamos pela 2ª vez da Vírus e Vários, saímos da California e Caribe e ainda estamos aqui. Isso não te diz nada?
- Só me diz que Deus tem um senso de humor diferente.
- Ainda dá pra melhorar.
-Como? Como as coisas podem melhorar? Só me diz como.
- Podemos dar um jeito.
-Como? – Não respondi. As engrenagens no meu cérebro trabalhavam freneticamente a busca de alguma resposta, mas eu não consegui encontrar. Brenda virou o rosto pra baixo, parecendo decepcionada, esperando uma resposta, que não obteve.
- Brenda?
- Fala Mattew – Ele andou cuidadosamente até nós.
- O que a gente vai comer hoje? – Eu e ela rimos. Caramba, nós numa conversa intensa e Mattew chega pedindo comida? Ele tem mesmo 17 anos? Ou será que é 5?
- O que você quer? – Brenda se levantou sorriu pra ele, com um olhar maternal.
- Posso pedir o que eu quiser?! – Matt estava com um brilho no olhar de uma criança num playground.
- Pode... Que tal pizza? Quer pizza?
- PIZZA! – Exclamou Matt. Brenda andou até ele e disse:
- Mas você vai me ajudar?
- Claro! – Matt correu até a cozinha.Brenda foi logo depois dele.
- Eu ajudo. Não sei se você sabe, mas eu sou um ótimo cozinheiro!
- Aham, só se for pra sopa – Ela riu. Eu sorri. Terminamos a pizza, e foi o melhor almoço em meses. Não encontramos Emma ainda, ela não estava mais nos fundos, não sei onde está agora está começando a me preocupar.
- Mattew me ajuda a lavar a louça.
- A... Porque só eu faço as coisas por aqui?
- Para de reclamar, e vai pegar o sabão no porão – Matt, abriu a porta que tinha no chão na cozinha e desceu para o portão. Matt gritou, o sorriso de Brenda se desfez, ela jogou o pano na pia e saiu correndo. Matt fechou as pressas a porta do porão, e sentou no chão com o peito arfante.
- Merda, merda,merda, merda – Brenda se agachou derrapante ao lado dele, e colocou a mão em suas costas.
- O que foi? O que foi?
- Tem... Tem... – Os olhos verdes de Matt, estavam vidrados de medo – Tem... Zumbis no porão – Eu e Brenda nos entreolhamos. Então é aqui que os zumbis estavam? Entraram por trás acho. Brenda pegou o machado, e me entregou a faca, a luz estava acesa. O resto dos zumbis, estavam ali andando de um lado pro outro, em estágios diferentes de decomposição. Taylor desceu pra ajudar. Uns vinte errantes eu diria. Assim que sentiram o cheiro humano, se eriçaram, pulavam. Corriam cambaleantes ao nosso encontro, segurei a faca com uma mão, e decepei um zumbi, andei até um que pulava por trás de Brenda, puxei ele e o larguei no chão, Taylor pisou na cabeça do errante até explodir, Brenda decepou um mordedor que quando caiu ainda mexia a mandíbula e olhos, chutei ele, voou com força como uma bola até se chocar contra a parede e quebrar em dois.  Não foi tão difícil. Estávamos em três, somos rápidos e eles lentos. Mas então, eu vi. Quando os errantes estavam no chão, ainda restava um. Um zumbi vindo dos fundos da sala, loira. Tinha acabado de se transformar. Tinha um bolo no meu estomago. Mas pelo menos, agora eu sei onde Emma estava.

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