quarta-feira, 10 de abril de 2013

Capitulo 17 – Voltar pra cidade.


Matthew estava do outro lado da sala, jogou a faca num errante muito próximo a Brenda, a força e velocidade da faca passou a cabeça do mordedor e atacou o meu junto. Arranquei a faca dele, e o empurrei para o lado. Os olhos de Matt estavam vidrados pelo ódio, não estava pálido, na verdade sua pele estava mais viva do que nunca. Ele me jogou um olhar, e balançou a cabeça como quem diz “de nada” e eu fiz o mesmo “agradecendo”. Era incrível a rapidez que as coisas estavam se desenrolando. Seis homens lutando contra quinze zumbis, e protegendo uma garota deitada no sofá no meio da sala, tranquila, dormindo, completamente alheia do perigo que acontece ao seu redor. Dei um giro com a perna no ar acertando em cheio a cabeça do errante, ele caiu no chão. Girei com força a cabeça de outro. Decapitei com o machado o outro. Eu estava cansado. Muito cansado. Estava ficando difícil continuar, mas mesmo assim seguia em frente. A adrenalina, a raiva, e medo, tudo fervilhando no sangue, era como engrenagens do meu corpo me fazendo continuar.
Andei pra frente, e olhei escada acima, Dj empurrou um errante, e Lola enfiou a faca na cabeça dele. O cabeça oca rolou escada a baixo. Não tinha percebido até agora como a garotinha tinha ficado fria. Até que tudo ficou quieto, e o único som que se ouvia eram os grunhidos do errante que me atacava. Enfiei a faca no estomago dele, ele cambaleou pra trás e depois voltou. Empurrei ele, ele caiu enfiei inúmeras vezes a faca na cabeça do errante – desnecessário eu sei. Mas era bom, muito bom. Descarregar a raiva em alguma coisa que se mexia – e quando percebi que seu rosto multilado e deformado não existia mais, parei.  Respirei fundo e ofegante por um instante, pensando muito melhor agora. Com a cabeça bem mais fria.
- Não podemos sair agora, não podemos ficar viajando no momento. Até Brenda se recuperar, ou até um próximo ataque a gente fica aqui – Ninguém se opôs – Dj, Tyler fechem o buraco de baixo – Eles assentiram e desceram – Taylor, Matt e Merly limpem essa bagunça – Assentiram. Taylor pegou um  saco preto, e jogou sem olhar a cabeça deformada de um errante dentro .
- Vai dormir um pouco Justin – Disse Matt – Vai tomar um banho, relaxa. Leva ela pra cima. A gente cuida de tudo por aqui – Pensei por um instante, e depois assenti. Levei Brenda para o meu quarto. E deitei-a na cama. Minha blusa estava completamente manchada de sangue, limpei minhas mãos na calças fazendo-a também ficar manchada. Sentei no tapete no chão, passei a mão em seus cabelos pretos, cheguei perto de seu ouvido e sussurrei – Não sei se você pode me ouvir. Se não puder estarei falando sozinho, e terminando de ficar louco. Mas se estiver... Eu estou feliz por ainda estar viva, mas chateado por estar neste estado. É estranho não te ver dando ordens, tomando decisões, sorrindo, olhando nos meus olhos. É estranho não ouvir sua voz, sua respiração. Agora eu entendi porque você fica com aquele olhar sempre que mata um zumbi, é muita carga pra uma pessoa só – Fiz uma pausa – Sinto sua falta. Fique melhor logo, por favor – Outra pausa – Eu te amo.
Levantei  e fui em direção ao banheiro. Acho que a melhor parte das mansões de Merly, é que tem água ainda. Banho quente, a quanto tempo não vejo isso? Passei a mão pelo meu cabelo molhado, coloquei uma roupa seca e deitei na cama.
Quando acordei de novo, o sol já estava se pondo. Pelo menos eu me sentia completamente descançado.
- Porque não me acordaram? – Perguntei depois de descer a escada. Lola estava sentada na sofá com seu ursinho de pelúcia. Laura e Sarah fazendo comida na cozinha. Merly bebendo cerveja na poltrona. Dj e Matt jogando uma partida animada de vídeo game, Tyler dormindo no tapete, e Taylor... Fumando próximo a janela.
- Você estava cansado, não valia a pena acordarmos você pra nada – Respondeu Matt, dando uma guinada no controle do game. Abri dois centímetros na persiana, tudo quieto. Nenhum deles por perto.
- Tem razão – Andei até Taylor – Ei cara, o que foi?
- Acabou não é?
- O que?
- Tudo – Ele apertou a ponta do cigarro no para peito da janela, e depois fechou-a.
- Pode se dizer que sim. Mas disso a gente já sabia... Não?
- É eu sabia. Mas agora foi pior. Meus amigos. Seus amigos... Ela – Ele baixou o olhar – Sabe está tudo pior agora. Cada vez menos de nós. Cada vez mais mortos andando. E nós... Nos sentindo cada vez menos vivos.
- Deve ser por isso que continuamos vivos – Respondi – Pra podermos sobreviver a isso.  Não é tudo que acabou Taylor, não desista da vida.
- To começando a repensar isso – Sussurrou. É a mesma coisa que Brenda disse a alguns dias “deus sabe o que faz” “to começando a repensar isso” é... Eu também – Olha agora é a sobrevivência do mais forte, aqui dentro não estamos seguros mas viveremos. Lá fora... Morreremos. Sabe disso não é?
- Aham.
- E você acha que da desse jeito? Brenda está em coma, precisa de uma estrutura médica, e só aqueles aparelhos de infermagem não vão ser o suficiente.
- Ela é forte. Mas conseguir.
- Acredita mesmo nisso?
- Acredito – Ele olhou pra mim, e depois voltou o olhar pra janela.
- O mundo é deles agora. Somos turistas.
- Turistas vem e vão. Vamos sair dessa – Taylor não respondeu. Levantei, e fui até Lola. Sentei ao lado dela – Oi gatinha.
- Oi... Melhor?
- Com toda certeza – Eu sorri. Era divertido o jeito como ela me via como um irmão mais velho, se preocupava comigo. Ela cresceu muito desde que a conheci. Mas de todo modo ela é apenas uma criança, e estava cansada. Cansada de correr, cansada de lutar pra sobreviver, cansada por não poder ficar dormindo. Apenas, cansada. Seus olhos azuis, estavam avermelhados pelo sono – Quer dormir um pouco? – Ela balançou e deitou no meu colo. Foi bom, sentir como se fosse nos tempos bons – Eu sou o próximo.
- Aé? Aeeeeeee!!!! – Gritou Matt, ele levantou e jogou o controle. Ele ganhou a partida.
- Matthew não grita.
- Foi mau – Disse mau contendo o sorriso da vitória, ele sentou. DJ passou o controle pra mim.
- Pronto pra perder?
- Essa pergunta eu que te faço – Então começou. Não sei se ele sabe, mas eu sou o mestre no Guitar Hero. Matt... Sinto muito, mas você está ferrado.
Naquela noite quando Matt se cansou de perder pra mim, estava tudo silencioso. Eu e Merly estávamos no quarto, ele estava examinando Brenda e parecia preocupado.
- O que foi?
- Ela já deveria ter acordado.
- Deveria?
- Está a três dias em coma. Recebendo metanfetamina, e mais algumas outras coisas no sangue. Ela deveria ter voltado. Deveria.
- O que quer dizer com isso? Que ela não vai mais... Não vai – Parecia horrível demais para se dizer. Não conseguia. Não dava.
- Não, quero dizer que ela pode acordar a qualquer momento. Agora, hoje, amanha, semana que vem, daqui cinco anos; Não sei. Agora vai ser imprevisível – Eu apenas assenti. Depois eu e ele descemos.
Ficar longe da cidade era tanto uma bênção quanto uma maldição. Precisamos de comida. A água também está acabando. E o pior, precisamos de armas. Precisamos voltar pra cidade. Brenda perdeu o machado. As facas estão gastas. Não temos balas, não temos armas. Não temos nada. Precisamos voltar pra cidade e rápido.
- Justin? 

3 comentários:

  1. Meu deus,foi a lola que disse "Justin?" ou foi a Brenda que acordou?

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  2. Cara não ai rolar Brenda em coma. Sa porra de grupo não gira sem a mina

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  3. Ui, Justin frio e bad boy é tão.... Sexy. adoro.

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