Matthew estava do outro lado da sala, jogou a faca num
errante muito próximo a Brenda, a força e velocidade da faca passou a cabeça do
mordedor e atacou o meu junto. Arranquei a faca dele, e o empurrei para o lado.
Os olhos de Matt estavam vidrados pelo ódio, não estava pálido, na verdade sua
pele estava mais viva do que nunca. Ele me jogou um olhar, e balançou a cabeça
como quem diz “de nada” e eu fiz o mesmo “agradecendo”. Era incrível a rapidez
que as coisas estavam se desenrolando. Seis homens lutando contra quinze
zumbis, e protegendo uma garota deitada no sofá no meio da sala, tranquila,
dormindo, completamente alheia do perigo que acontece ao seu redor. Dei um giro
com a perna no ar acertando em cheio a cabeça do errante, ele caiu no chão.
Girei com força a cabeça de outro. Decapitei com o machado o outro. Eu estava
cansado. Muito cansado. Estava ficando difícil continuar, mas mesmo assim
seguia em frente. A adrenalina, a raiva, e medo, tudo fervilhando no sangue,
era como engrenagens do meu corpo me fazendo continuar.
Andei pra frente, e olhei escada acima, Dj empurrou um
errante, e Lola enfiou a faca na cabeça dele. O cabeça oca rolou escada a
baixo. Não tinha percebido até agora como a garotinha tinha ficado fria. Até
que tudo ficou quieto, e o único som que se ouvia eram os grunhidos do errante
que me atacava. Enfiei a faca no estomago dele, ele cambaleou pra trás e depois
voltou. Empurrei ele, ele caiu enfiei inúmeras vezes a faca na cabeça do
errante – desnecessário eu sei. Mas era bom, muito bom. Descarregar a raiva em
alguma coisa que se mexia – e quando percebi que seu rosto multilado e
deformado não existia mais, parei.
Respirei fundo e ofegante por um instante, pensando muito melhor agora.
Com a cabeça bem mais fria.
- Não podemos sair agora, não podemos ficar viajando no
momento. Até Brenda se recuperar, ou até um próximo ataque a gente fica aqui –
Ninguém se opôs – Dj, Tyler fechem o buraco de baixo – Eles assentiram e
desceram – Taylor, Matt e Merly limpem essa bagunça – Assentiram. Taylor pegou
um saco preto, e jogou sem olhar a
cabeça deformada de um errante dentro .
- Vai dormir um pouco Justin – Disse Matt – Vai tomar um
banho, relaxa. Leva ela pra cima. A gente cuida de tudo por aqui – Pensei por
um instante, e depois assenti. Levei Brenda para o meu quarto. E deitei-a na
cama. Minha blusa estava completamente manchada de sangue, limpei minhas mãos
na calças fazendo-a também ficar manchada. Sentei no tapete no chão, passei a
mão em seus cabelos pretos, cheguei perto de seu ouvido e sussurrei – Não sei
se você pode me ouvir. Se não puder estarei falando sozinho, e terminando de
ficar louco. Mas se estiver... Eu estou feliz por ainda estar viva, mas
chateado por estar neste estado. É estranho não te ver dando ordens, tomando
decisões, sorrindo, olhando nos meus olhos. É estranho não ouvir sua voz, sua
respiração. Agora eu entendi porque você fica com aquele olhar sempre que mata
um zumbi, é muita carga pra uma pessoa só – Fiz uma pausa – Sinto sua falta.
Fique melhor logo, por favor – Outra pausa – Eu te amo.
Levantei e fui em
direção ao banheiro. Acho que a melhor parte das mansões de Merly, é que tem
água ainda. Banho quente, a quanto tempo não vejo isso? Passei a mão pelo meu
cabelo molhado, coloquei uma roupa seca e deitei na cama.
Quando acordei de novo, o sol já estava se pondo. Pelo menos
eu me sentia completamente descançado.
- Porque não me acordaram? – Perguntei depois de descer a
escada. Lola estava sentada na sofá com seu ursinho de pelúcia. Laura e Sarah
fazendo comida na cozinha. Merly bebendo cerveja na poltrona. Dj e Matt jogando
uma partida animada de vídeo game, Tyler dormindo no tapete, e Taylor...
Fumando próximo a janela.
- Você estava cansado, não valia a pena acordarmos você pra
nada – Respondeu Matt, dando uma guinada no controle do game. Abri dois
centímetros na persiana, tudo quieto. Nenhum deles por perto.
- Tem razão – Andei até Taylor – Ei cara, o que foi?
- Acabou não é?
- O que?
- Tudo – Ele apertou a ponta do cigarro no para peito da
janela, e depois fechou-a.
- Pode se dizer que sim. Mas disso a gente já sabia... Não?
- É eu sabia. Mas agora foi pior. Meus amigos. Seus
amigos... Ela – Ele baixou o olhar – Sabe está tudo pior agora. Cada vez menos
de nós. Cada vez mais mortos andando. E nós... Nos sentindo cada vez menos
vivos.
- Deve ser por isso que continuamos vivos – Respondi – Pra
podermos sobreviver a isso. Não é tudo
que acabou Taylor, não desista da vida.
- To começando a repensar isso – Sussurrou. É a mesma coisa
que Brenda disse a alguns dias “deus sabe o que faz” “to começando a repensar
isso” é... Eu também – Olha agora é a sobrevivência do mais forte, aqui dentro
não estamos seguros mas viveremos. Lá fora... Morreremos. Sabe disso não é?
- Aham.
- E você acha que da desse jeito? Brenda está em coma, precisa
de uma estrutura médica, e só aqueles aparelhos de infermagem não vão ser o
suficiente.
- Ela é forte. Mas conseguir.
- Acredita mesmo nisso?
- Acredito – Ele olhou pra mim, e depois voltou o olhar pra
janela.
- O mundo é deles agora. Somos turistas.
- Turistas vem e vão. Vamos sair dessa – Taylor não
respondeu. Levantei, e fui até Lola. Sentei ao lado dela – Oi gatinha.
- Oi... Melhor?
- Com toda certeza – Eu sorri. Era divertido o jeito como
ela me via como um irmão mais velho, se preocupava comigo. Ela cresceu muito
desde que a conheci. Mas de todo modo ela é apenas uma criança, e estava
cansada. Cansada de correr, cansada de lutar pra sobreviver, cansada por não
poder ficar dormindo. Apenas, cansada. Seus olhos azuis, estavam avermelhados
pelo sono – Quer dormir um pouco? – Ela balançou e deitou no meu colo. Foi bom,
sentir como se fosse nos tempos bons – Eu sou o próximo.
- Aé? Aeeeeeee!!!! – Gritou Matt, ele levantou e jogou o
controle. Ele ganhou a partida.
- Matthew não grita.
- Foi mau – Disse mau contendo o sorriso da vitória, ele
sentou. DJ passou o controle pra mim.
- Pronto pra perder?
- Essa pergunta eu que te faço – Então começou. Não sei se
ele sabe, mas eu sou o mestre no Guitar Hero. Matt... Sinto muito, mas você
está ferrado.
Naquela noite quando Matt se cansou de perder pra mim,
estava tudo silencioso. Eu e Merly estávamos no quarto, ele estava examinando
Brenda e parecia preocupado.
- O que foi?
- Ela já deveria ter acordado.
- Deveria?
- Está a três dias em coma. Recebendo metanfetamina, e mais
algumas outras coisas no sangue. Ela deveria ter voltado. Deveria.
- O que quer dizer com isso? Que ela não vai mais... Não vai
– Parecia horrível demais para se dizer. Não conseguia. Não dava.
- Não, quero dizer que ela pode acordar a qualquer momento.
Agora, hoje, amanha, semana que vem, daqui cinco anos; Não sei. Agora vai ser
imprevisível – Eu apenas assenti. Depois eu e ele descemos.
Ficar longe da cidade era tanto uma bênção quanto uma
maldição. Precisamos de comida. A água também está acabando. E o pior,
precisamos de armas. Precisamos voltar pra cidade. Brenda perdeu o machado. As
facas estão gastas. Não temos balas, não temos armas. Não temos nada.
Precisamos voltar pra cidade e rápido.
- Justin?
Meu deus,foi a lola que disse "Justin?" ou foi a Brenda que acordou?
ResponderExcluirCara não ai rolar Brenda em coma. Sa porra de grupo não gira sem a mina
ResponderExcluirUi, Justin frio e bad boy é tão.... Sexy. adoro.
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