O homem é assombrado pela vastidão da eternidade. E este assombro, se tornou mais acentuado
agora. Agora que não se sabe o que irá
se encontrar na esquina. Durante a guerra fria Estados Unidos e Rússia lutavam
para ver quem ganhava em questão de tecnologia. Cada um luta com a mão que tem.
Cinema, música, ciência. Cada um usava a
população para mostrar quem manda, a população fazia tudo em quanto o
presidente sentava e recebia sua glória, agora... Imagine só um rei que trava
as própria batalhas, isso sim seria uma novidade. Acho que um cientista sedento
por atenção criou um vírus, não sei que merda de utilidade teria este vírus,
mas com certeza ele deu errado. E agora quem se ferra? Exato. Todos nós.
- É... Estamos todos bem ferrados pessoal – Disse Simas.
- Ethan... Ela vem com a gente né? – Perguntou Nathan.
- Claro, acho que não podemos deixa-la aqui...
- Me levar pra onde?
-Bom... No momento Tennessee
- Como é?
- Eu e os caras saímos da Califórnia ontem, e viemos para
Los Angeles ante ontem, mas acho que aqui está tão ruim quanto lá.
- O inferno é aqui... – Sussurrou Link.
-A comunicação não existe mais. O pessoal da rede elétrica
não trabalha mais, ninguém trabalha mais. Não temos água quente. Luz, bateria
pro celular, computador, telefone, rádio nada. Não tem mais pra onde
correr. Mas tem um grupo de amigos meus
que moram no Tennessee. Não vai ser seguro em lugar nenhum, mas estar num lugar
é melhor do que estar na rua. E como... Seus pais... E sua casa... Acho que
você poderia se juntar ao grupo. Se quiser.
- Porque não? – Disse. Desde que esses cinco homens me
salvaram de virar zumbi a quinze minutos atrás eu adquiri uma certa... Fidelidade
com eles.
- Tudo bem então... – Sorriu Mason, ele veio com sua arma
ainda na mão até mim – Podemos pegar as coisas... Comida, água? – Estiquei a
mão em direção a cozinha, de modo a dizer “vai lá” Mason assentiu e ele, Link,
Simas e Ethan foram olhar a casa. Eu fui até a varanda da frente da casa, e
sentei um pouco na cadeira de balanço que um dia fora da minha mãe, e observei
a rua detonada. Todas as janelas estavam fechadas, todos trancados em suas
casas. Não tinha sinal nem de vivos, muito menos de mortos.
- Pensando? – Nathan sentou na cadeira ao lado, a do meu
pai.
- Sempre.
- Quer? – Nathan tirou um maço de cigarros do bolso. Ele
sacudiu o maço, fazendo quatro dos cigarros saírem 5 centímetros para fora.
- Obrigada – Peguei um. Ele ascendeu com um fósforo. Hoje de manha eu acordei, saí de casa peguei
meu carro e dei uma volta pelo quarteirão com ele. Fingindo estar procurando
emprego por causa da minha mãe. Vi três “pessoas” em cima de um corpo, sangue
espalhado ao redor dos corpos. Balancei a cabeça, e segui em frente; Vi mais
dois casos depois disso, mas não dei muita bola. Quem dera eu não tivesse feito
isso.
- Loucura não é? - Eu
assenti com a cabeça.
- Eu estava planejando viajar mês que vem para Las Vegas,
trabalhar por um tempo nos cassinos, e depois voltar cheia de dinheiro para cá.
Minha mãe ia ficar orgulhosa, e depois que a grana acabasse ai sim eu iria
planejar um emprego de verdade – Nathan riu. Vários grunhidos surgiram um pouco
mais além.
- Está ouvindo este barulho? – Ele apontou para onde os
grunhidos vinham – É Deus rindo em quanto você planeja. Não planeje muito, já
que agora não a nada para se esperar, nada a planejar.O apocalipse é como um incêndio
descontrolado. Nada vai acontecer, não tem como parar, apenas se acostumar – Eu
assenti.
- Qual sua história Nathan? – Ele demorou alguns segundos
para responder, respirou fundo e disse:
- Bom, quando eu tinha 12 anos sai com meus pais para uma
pizzaria. Foi incrível sabe? Eu nunca comi tanta pizza na minha vida, fiquei
tão cheio que pensei que se respirasse vomitaria. Então na volta para casa, um
idiota cruzou o farol vermelho, ouve um acidente, meus pais morreram. Eu não.
Depois disso passei minha adolescência inteira com minha avó Gertrude. Era legal, mas... Não eram eles. Eu não
lembrava o que era ter uma família até ir pra escola e me conhecer esses
idiotas – Ele apontou com o dedão para dentro da casa, sem tirar os olhos do
horizonte vazio. Ele tomou fôlego, pigarreou e continuou – Mês passado, quando
os ataques dos zumbis chegaram na Califórnia, eu comecei a guardar mantimentos
para sobreviver em casa. Um dia eu fui no mercado, e quando voltei minha casa
estava igual a sua. Minha avó tinha sido atacada. Foram apenas dois zumbis, mas
a velha tinha 82 anos. Ela não aguentaria nem dois minutos. A minha história
não foi tão forte quanto a sua porque... Não sobrou nem uma parte dela para
contar a história. Pelo menos não tive que vê-la como um monstro.
- Uau Sinto muito pelo seus pais. E por sua avó.
- Pelos meus pais eu não sinto. É melhor eles terem morrido,
e não terem visto essa merda acontecendo. A minha avó era velha demais. Não é saudável
viver assim, correndo, se escondendo, lutando para sobreviver.
- Sempre foi assim – Ele olhou para mim – Pessoas matando
pessoas. A diferença é que antes alguém tentava
deter isso. Agora, é cada um por si.
- Tem razão – Fizemos uma longa pausa – Sabe, não sei porque
te disse isso. Acabei de te conhecer. Nunca contei essa história pra ninguém.
- Jura?
- É... Não sei, senti que podia confiar em você.
-Então continue assim – Soprei a fumaça do cigarro, e joguei
no chão; Pisei em cima. Eu continuava com meu short jeans, blusa branca, e
tênis all star vermelho sujo e surrado. Senti meu nariz escorrer, era sangue.
Me levantei e olhei no espelho quebrado que fica na parede da sala. Nariz,
ouvido, braço sangrando. Eu estava suja. Toda ralada. Com um hematoma no
pescoço – Por eu ter batido no volante – eu estava horrível.
- Eu posso cuidar disso. Tem um kit primeiro socorros no
carro.
- Você sabe de enfermagem? – Peguei um pano, e passei no
nariz.
- Não porque eu queira, mas porque minha avó me obrigou –
Ele sorriu. O sol pegou de lado no rosto de Nathan, fez seus olhos brilharam
mais do que antes estavam. Ele tinha a cabeleira preta bagunçada, e isso era um
charme maior. Não tinha notado antes como ele era bonito. E agora pensando bem,
os outros também eram. Os grunhidos se elevaram me tirando do meu mundinho.
- Más noticias – Simas voltou – A casa ta cercada por trás.
Não da pra chegar até o carro.
- A que ótimo – Resmungou Nathan
- O que aconteceu com seu ouvido? –Perguntou Link.
- O meu carro explodiu – Respondi. Ele ergueu as
sobrancelhas, eu dei de ombros – Normal.
- A gente – Começou Ethan – Tem que pensa em como sair...
- Pera ai – Interrompeu Mason – Você disse... Explodiu?
- Ah não – Link revirou os olhos - lá vem ele de novo com...
- Cala boca Lincon – Me controlei da vontade de rir. Lincon?
Nome legal – É sério. Da pra gente sair daqui, vocês confiam em mim? – Eles demoraram
alguns segundos para responder.
- Sim – Disseram simultaneamente.
- Ótimo, Sarah pode me ajudar?
- Claro – Mason tirou um machado de dentro da mochila preta e
me deu. Ele fez sinal com a cabeça para o acompanhar, ele foi para rua. Não
precisava se afastar muito para ver os errantes. Eles estavam por toda parte.
Provavelmente pelo barulho dos tiros, na minha casa.
- EI! AQUI! EI! – Gritava Mason. Não entendi imediatamente, mas depois
entendi. Chame atenção.
- EIII!!! OLHA AQUI! – Os errantes se viraram para nós –
Distração humana? – Perguntei.
- Pegou rápido – Eles vinham do seu jeito lento, a nossa
direção. Parecia uma corrida em câmera lenta, de quarenta mordedores nojentos e
dois humanos. Mason e Eu corremos para dentro da casa. Os fundos estavam livre,
a frente estava cheia – Vão pro carro! Rápido!
- Mas e...
- VÃO! – Simas olhou para ele, e depois correu pelos fundos.
Os outros foram logo atrás – Sarah, vamos...
- Eu acho que eu já sei – Uma adrenalina que droga nenhuma
me traria subiu minha garganta. Era como se eu soubesse do que fosse acontecer,
e soubesse como fazer – Vai com eles. Eu faço isso.
- Não, eu disse...
- Eu estou no grupo agora não é? E isso significa proteger
uns aos outros, eu te protejo, vai. Eu sei o que eu to fazendo – Não a tempo
para ele pensar muito. Os errantes começaram a entrar na casa, Mason colocou a
mão no meu ombro, me olhou nos olhos e disse:
- Cuidado – E correu. Olhei pra trás eles já tinham entrado.
Fui para a cozinha dar continuidade ao plano de Mason, procurei. Tinha uma caixa
de fósforo que eu e Jason escondíamos para quando mamãe saísse fumar. Coloquei
o machado na mesa e subi nela abri a porta do armário do alto. Peguei a
caixinha, fui puxada para baixo. Os zumbis agarravam meu tornozelo com seus
dedos mortos. Eu pisei o pulso dele com a outra perna, o pulso quebrou
esparramando sangue preto e viscoso por toda mesa e chão, a mão que se agarrara
no meu tornozelo continuava ali, sem corpo. Segurei a mão e joguei no chão, no
outro eu chutei sua cabeça para a quina da mesa, e depois pisei duas vezes em
cima. Partes do cérebro do errante se espalhou pelo chão, e ele caiu. Peguei o
machado e desci.
Liguei o gás do fogão. Os errantes estavam bem aqui “como eu saiu daqui?” Olhei em volta “porta dos fundos” um chegou muito
perto, cortei a cabeça com o machado, peguei o pano da pia e joguei álcool,
empurrei um segundo no peito com o pé, ele cambaleou e quando voltou enfiei a
lamina do machado no meio da cabeça. Coloquei o pano na pia e ataquei álcool por
todo chão, e mesa. “Bota fogo nessa
porra, acaba com isso, bota fogo no mundo” a voz de novo, sacudi a cabeça
como se pudesse arrancar a voz de dentro dela. Um errante veio “correndo” para
mim, e escorregou no álcool. Liguei o fósforo, e joguei no chão. Começou a
queimar.
Corri até a porta da cozinha, e entrei. Fechei e corri pelo
corredor. A porta dos fundos estava trancada “ora, não está na hora disso porcaria. ABRA!” chutei a porta um vez e nada, ouvi alguns
passos arrastados e a adrenalina começara a se transformar em pânico. Chutei
mais duas vezes, a porta abriu. Sai de casa, e corri até o carro. A casa
explodiu. Eu voei, e depois cai em cima de outro carro. O impacto fez ele soltar
o alarme. A minha visão ficou turva, e
eu apaguei.
mas gENTE como assim... Isso é jeito de terminar um capitulo?????? POSTA LOGO O PRÓXIMO!
ResponderExcluirAdorei. Continua
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