- Não podemos entrar ai dentro – Comentou DJ – Vamos morrer
afogados...
- É a única saída – Respondi.
- E se jogássemos uma bomba dessas neles? – Lisa pegou uma
bomba da prateleira e mostrou.
- Colocaríamos toda a estrutura pra baixo – Respondi, Ethan
estava pensando com o dedão no lábio e concordou com a cabeça. Peguei um tanque
de ar – A gente reveza isso aqui.
- Um tanque? – Perguntou DJ incrédulo.
- É melhor do que nada – Respondi.
- Não... – Disse Nathan, os grunhidos dos errantes aumentaram
junto com a força das batidas na porta. As dobradiças da porta rangiam, quase
se quebrando. Não temos tempo – Temos que... Temos que planejar isso aqui. Não
podemos simplesmente pular e pensar que...
- Está ouvindo isso? É Deus rindo em quanto você planeja! –
Gritei irritada – Lembra disso? Você mesmo disse!
- Isso é diferente.
- Diferentes situações, o mesmo contesto.
- Caramba isso é muito azar sabia? – Sussurrou Simas. Azar.
Carma. Destino, diferentes palavras que significam a mesma mentira. Não existe
azar, isso é uma questão psicológica. Acredite nessa coisa de azar e ela o
perseguirá. Siga sua vida que nada te acontece. Na verdade tudo isso... É
simplesmente a vida fazendo das nossas escolhas consequências.
- Não temos tempo pra essas babaquice temos que ir logo! –
Disse.
- Não podemos...
- Vamos – Disse Ethan – em duplas, DJ e Simas por ultimo.
Nathan e Lisa. Sarah você vem comigo, ao meu lado e não saia de perto de mim.
Link você nada melhor, vai na frente com a lanterna, ok? – Link assentiu. Pegou
a lanterna, ascendeu, pois na boca e pulou. Coloquei o tanque de oxigênio nas
costas – Pronta? – Ethan olhou pra mim, eu assenti, peguei uma faca de uma prateleira
e coloquei no tênis, ele pulou e eu logo
atrás dele. Tudo que eu ainda conseguia ver, eram os objetos iluminados por
Link. Parecia que isso era um corredor sem fim.
Peguei um pouco de ar, e passei a Ethan. Meu olhar se fixou
na frente, tentei não pensar que não podia respirar. Mas isso era impossível. A
lanterna foi caindo no chão. Link sumiu. Tudo que eu via era o negro, escuro
sem fim. Senti um movimento um movimento
brusco atrás de mim. E do lado. Tateei da esquerda a procura do corpo largo de
Ethan, mas não achei. Nadei até a lanterna, peguei-a. Sangue. Desde quando
sangue é um bom sinal? Me agarrei a parede da direita, mas eu toque alguma
coisa mole como tecido de ceda. Não era como,
era na verdade tecido de ceda. Uma pessoa, eu me assustei, dei impulso para
trás. Soltei todo ar da minha boca, e engoli água. Um homem com um gancho
agarrado ao coração, sem os braços e se debatendo loucamente para chegar até
mim. Subi, peguei um pouco de ar e passei para Simas. Peguei a lanterna,
olhando para todo lado. Link sumiu, Ethan também. Boa, talvez má noticia.
Descobri que o sangue era meu. A gazzy soltou meus machucados expeliram o
sangue da minha mão. É... Má noticia. O boiando na água atrai atenção dos
errantes como de tubarões. Vi dois nadando até mim. Tirei a faca do tênis e
afundei-a no crânio do errante. Dei impulso numa grade de cela fui em frente,
Simas passou o tanque pra mim. Peguei um pouco, acabou. Sacudi o objeto de metal com raiva e depois
soltei. Eu conseguia sentir o sangue latejar na minha cabeça. Procurei por
Ethan e Link, não achei. A portinha de saída estava trancada. Peguei o cabo da
lanterna e bati com força na porta. Meu oxigênio estava acabando, o pouco que
eu ainda conseguia ver estava desaparecendo. Um errante agarrou Nathan. DJ veio
até mim, me ajudou a socar a porta. Chutamos, as coisas estava desaparecendo. A
porta abriu. Puxei ar pro pulmão, como nunca tivera puxado antes. Você não da
valor a sua vida até estar prestes a perde-la. Tossi, e cuspi água. Meu coração
batia acelerado. Ethan, Link e Nathan não tinha voltado. Peguei a faca e a
lanterna e voltei. Eu conseguia ver Nathan se debatendo e lutando contra o
errante, nadei rápido até ele, enfiei a faca por trás da cabeça do zumbi, ele
afundou. Não olhei para Nathan, simplesmente o empurrei para cima. Fui mais
para o fundo, e vi Link. Ethan estava ao seu lado. Link estava com sua pulseira
de pano presa a um prego da grade, Link segurava Ethan que estava desacordado pelo
braço com uma mão. Matei três errantes a caminho de lá. E tinham cinco dentro
da cela na qual Link tinha prendido a pulseira, tentando morder seu braço.
Cortei a pulseira com a faca. Link estava pálido. E quase desmaiando. Segurei
seu braço e ele com Ethan no outro. Ajudei-os a submergir. Ethan não acordava
de jeito nenhum. DJ fechou a porta.
- Ethan, cara fala comigo – Coloquei meu ouvido em seu
peito, ouvi seu fraco coração batendo lentamente. Nathan corre para o lado do
irmão, colocou as duas mãos sobre o peito dele e pressionou.
- Um, dois, três quatro, vamos lá cara... Vamos – Ele colocou
o ouvido no peito de Ethan, e recomeçou a pressionar. – Sarah, eu preciso que
você...
- Você ta brincando né?
- Não... Por favor – Formou um bolo na minha garganta. Eu
sabia muito bem o que eu tinha que fazer. E sabia que era necessário. Só não
sabia se eu queria... Acho que sim. É errado querer?
Tampei o nariz dele, e me aproximei de seu rosto. Seus
lábios estavam úmidos, mas estavam quentes e macios. Respiração boca a boca não
é tão ruim...
Senti a respiração dele vindo mais ofegante pelo nariz, me
afastei e ele se levantou abruptamente, tossindo e cuspindo água. Ofegou um
pouco.
- Quem me tirou de lá? – Perguntou ele.
- Eu.
- Muito obrigado – Ele sorriu. Eu assenti.
- Obrigado também, eu não conseguia tirar a arma – Comentou Nathan.
- Eu nunca mais vou por pulseira... – Disse Link. Eu
levantei minha visão ficou escurecida por um instante, mas depois voltou ao
normal. Meu estomago rugiu de fome, mas o som que eu ouvia era do meu coração.
Ainda conseguia sentir o gosto de chiclete de menta da boca de Ethan. Fiquei em
silencio por alguns minutos. Mas como meu pai dizia “quanto mais quieta a
pessoa fica, mais barulhenta sua mente está”
agora essa frase faz sentido pra mim.
- Precisamos sair daqui – Disse.
- Eu to com fome – Reclamou Simas.
- Você está sempre com fome – Respondeu Link.
- Mas eu não como a três dias...
- Nenhum de nós – Disse Nathan.
- Vamos – Ethan se levantou, cambaleou pra trás e sacudiu a
cabeça. Abrimos a porta, deixando a luz fria do dia iluminar todo o ambiente
escuro. E apenas esperando por mais uma aventura, que provavelmente vai acabar
comigo.
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