sexta-feira, 26 de julho de 2013

Capitulo 10 – Life is sucks.

- Dallas, ta ai? – Mike me chamou no Walkie Talkie, Austin ficou meio irritado pelo fato de Mike atrapalhar nosso beijo.
- Fala Mike.
- Dallas, a bebida acabou eu vou pegar lá em cima. Mas tem alguns barulhos estranhos então vou levar Dylan. Tudo bem?
- Não. Não vai lá em cima, fiquem onde estão!
- Mas...
- Não. Não toquem em nada!
- Tudo bem – Mike desligou. Austin estava encostado no carro, e eu deitada com a cabeça em seu colo. Eu fiquei observando as estrelas, ainda estava meio bêbada por causa do wisky. Eu estava com uma sensação boa, despreocupada. Eu realmente achei que Dylan, Mike poderiam dar conta e ficarem sozinhos.
O sol começou a nascer.
- Acho melhor voltarmos – Disse. Austin me ajudou a levantar, minha costela e braço doíam muito ainda. Entramos no carro, no caminho para o cassino eu disse – Austin... Você poderia...
- Guardar segredo? – Completou ele – claro – Eu assenti. Descemos do carro e eu bati na porta do cassino, começaram a bater com força na parte de dentro do cassino.
- SOCORRO! DALLAS! TIRA A GENTE DAQUI! – Dylan estava desesperado. Minha cabeça começou a doer. Maldita ressaca.
- O que ta acontecendo ai? – Perguntou Austin.
- A GENTE TA CERCADO!! – Gritou Amora. Ótimo.
- O que a gente faz agora? – Perguntou Austin.
- Onde eles estão? – Perguntei.
- LINK ESTA MANTENDO-OS OCUPADOS! – Disse Dylan. Eu não consigo nem me mexer, quanto mais salvar meu irmão.
- Abre a porta.
- Não sei onde ta a chave! – Só pode ser piada. Passei a mão pelo cabelo, girei o anel que Austin me deu.
- Entrem dentro da dispensa. Quando eu disser “já” – Disse.
- O que?  - Disse Phil – ESTAMOS SENDO ATACADOS E VOCÊ... – Bati na porta com o punho direito fechado, com muita força, interrompendo Phil.
- FAZ LOGO A PORRA QUE EU TO MANDANDO SE VOCÊ CONTINUAR COM A PORRA DA SUA VIDA! – Não era pra ser tão ignorante, mas eu não ligo para que pensam contando que eu possa salvar meu irmão – Quando eu disser já. Ouviram?
- Sim. – Responderam.
 – Um, dois, três, JÁ! – Ouvi a porta da dispensa fechar. Um. dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove. Dez. – Tem dez zumbis ai dentro. Eu consigo acabar com eles, mas preciso que você abra a porta, e se não for muito preciso você vai ser mordido.
- Até porque otimismo faz parte do dia a dia – Disse Austin sorrindo. Eu não sorri.
- A porta da dispensa é feita com algum material mais espesso que aço, porém menos forte que metal.
- Como sabe disso? – Perguntou Austin.
- Mike esbarrou nela, e fez um barulho oco. Então eu notei – Respondi pra ele, ele fez aquela cara de surpresa levantando a sobrancelhas- Enfim, temos no máximo, e eu to chutando alto, quinze minutos até os zumbis acabarem com a porta. E temos que chamar a atenção deles pra fora.
- Como?
- Ai se encontra o problema – Respondi girando sem parar de anel prata – Amora tem um grampo no cabelo perfeito pra abrir a porta.
- A quanto tempo sabe disso?
- Desde que a vi pela primeira vez, ela ta sempre com o grampo – Respondi enrugando a testa.
- Então porque não pediu o grampo pra ela? – Perguntou Austin.
- Segundo Dylan, Link estava segurando os Zumbis. O que significa que Link colocou a mesa de sinuca da frente dos zumbis pra ganhar tempo, e nós dois sabemos que a mesa é fraca pra dez zumbis. E não daria tempo de Amora passar o grampo.
- Mais uma vez, como sabe disso?
- Ouvi o ruído da mesa de sinuca, quando eles estavam se locomovendo – Respondi já ficando irritada de Austin ficar me fazendo tantas perguntas. Olhei pra trás, peguei um cartão de livraria no chão. Fiquei me perguntando “quem diabos iria a uma biblioteca em Las Vegas?”  de todo modo não é hora pra ficar pensando em pessoas mortas, mas ajudar as vivas. Agachei e usei as duas mãos, mesmo que mexer com a quebrada doesse. Senti o dispositivo de abertura se deslocando na porta – Austin agacha aqui.
- O que foi? – Perguntou.
- Quando eu disser “já”, você vira o cartão. Vai abrir a porta. Tudo bem?
- Tudo. Onde aprendeu a invadir?
- Digamos que o diretor da minha escola encontrou ovos podres no carro – Sorri. Bons tempos. Austin segurou o cartão, eu fui até o carro. E tirei uma arma calibre 8 de dentro do carro. Fechei a porta com força, pra fazer barulho. Ouvi os zumbis vindo até porta. Fiquei atrás do carro, na mira com a arma – Um, dois, três, JÁ! – Austin girou o cartão, os zumbis saíram agressivos de dentro do cassino. Austin caiu. Atirei no zumbi perto dele, o que o fez cair em cima do Austin. Atirei no outro, mais perto dele. E no outro, fazendo ficar um montinho de zumbis em cima do Austin – Merda – Austin levantou, com um monte de sangue em cima dele. Um errante chegou perto dele, mas eu não atirei. O errante só o cheirou, como se estivesse com duvida. Duvida se o Austin era humano, ou não. No fim, eu me surpreendi. O errante se afastou. Ele se afastou! Austin, sem querer, se camuflou contra eles. Ele andou entre eles, e eles nem grunhiram.
Meu erro, distração, um zumbi me agarrou meu trás. Sua cabeça estava bem ao lado da minha, atirei. Um barulho ensurdecedor ecoou, meu ouvido estava zumbindo. Minha dor de cabeça aumentou, fiquei surda. Olhei pra trás. Tinham 4 dos errantes aqui, andei até o capo e subi. Minha mão tremia um pouco, mas consegui acertar a cabeça de 3. O ultimo deu trabalho, ele puxou minha perna e eu cai amassando a lataria do carro. Ele caiu em cima de mim, atirei de baixo do pescoço. A bala atravessou a cabeça fazendo o sangue sair do topo. Austin vinha na minha direção, estendi a mão pra ele, sinalizando para ele não vir. Ele parou. Andei um pouco, e cai no chão. Eu ainda estava surda de um ouvido, tampei-o. Pra fazer com que os músculos do meu cérebro e ouvido se adequassem ao barulho ambiente e voltasse ao normal. Levantei, andei até Austin.
- Fala alguma coisa? – Disse.
- Tudo bem?
- Ok, obrigada – voltou. Todos saíram de dentro da dispensa – da onde esses caras saíram?
- Eu abri a porta do sótão, e eles estavam lá dentro – Respondeu Mike. Eu avisei pra ele não ir lá em cima, fiquei tão furiosa que não disse nada. Entrei dentro do carro e eles me seguiram.
Minha cabeça tava explodindo, meu ouvido doía. E a dor piorava com a medida que eles não paravam de brigar.
- Eu disse pra você não abrir a porta – Disse Amora.
- Eu não faria isso se o Phil, não ficasse insistindo por um bebida a mais – Se defendeu Mike.
- Nem vem Michael – Disse Phil.
- Cara você desafiou ele pra subir lá em cima, sabendo que tinham barulho – Disse Link.
- Parece que não se cansam de beber! – Disse Dylan. E ele se exaltaram, e começaram a gritar.
- NÃO ME ENCHE O SACO, ESTAMOS TODOS DE PORRE! – Gritou Phil.
- MAS NÃO ERA PRA ABRIR A DROGA DA PORTA! – Disse Amora.
- ENTÃO PORQUE ABRIRAM? – Perguntou Phil – EU NÃO OBRIGUEI NINGUÉM!
- A NÃO?! – Gritou Mike.
- NÃO! VOCÊS FIZERAM PORQUE QUIZERAM! – Se defendeu Phil.
- NEM VEM COM ESSA PORQ... – Eu parei o carro com tudo. Todo mundo se assustou, e olhou pra mim.
- Parem de brigar! – Ele me olharam, como se eu fosse uma intrusa numa conversa particular – Mike o que eu disse?
- Não toque em nada.
- E então o que vocês TODOS fizeram?
- Abrimos a porta – Respondeu Amora.
- Então todos concordamos que é culpa de TODOS?! - Eles assentiram.
- Olha – Disse Phil – desculpa Dallas, sério. Mas você não tem nada haver com a briga. Sabe? Então ...
- Como assim, não tenho nada haver com a briga? – Eu estava tentando ser o mais calma possível.
- Bom, é simples. Você saiu pra namorar nos deixando lá dentro, sozinhos. Então se fizemos alguma coisa errada não é apenas nossa culpa, é sua também – Por incrível que pareça, não me irritei. Estava mais calma do que nunca. Ele só disse o que eu já sabia. A única vez que confio neles o suficiente, a única vez que parei de me preocupar uma merda acontece.
 – Sabe, Phil me responde: Pra quem vocês perguntam os planos, quando estão ferrados? – Ele riu – Quem salvou mais de uma vez a sua vida? – Ele sorriu, sarcasticamente – Vocês estavam cinco, nós em dois. Então não os deixei sozinhos. Quem quase ficou surda, ou nunca se preocupa nos riscos de quase morrer pra salvar a vida de vocês? – Ele me olhou – Não me venha falar que eu não tenho nada haver, porque o que eu mais tenho é haver – Silencio – não estou falando isso pra você se sentir mau, mas eu não ligaria se vocês parassem de gritar porque minha cabeça está explodindo.
- Foi mau – Disse Mike.
- O que você quis dizer com “quase fiquei surda”? – Perguntou Dylan. Meu ouvido ainda zunia, mas é desnecessário preocupar ele com pouca coisa.
-Nada – E com isso seguimos para Bakersfield, California.

O nosso maior erro é pensar mais nos outros do que em nós mesmos, não é questão de não contar para não preocupar. É questão de, não vou contar porque não preciso da sua pena. Um ego ferido, ou um ego inflado é o principio da decadência. Pensar que não precisamos da preocupação dos outros, que podemos tomar conta de nós mesmos, que não precisamos de ajuda de ninguém, apesar de saber que todos precisamos de ajuda uma hora ou outra. Isso faz parecer que somos independentes, apesar de cada pensamento assim nos torna cada vez mais dependente. As vezes acho que posso ajudar a todos, e acabo me afundando mais me preocupando com os outros, me afundando mais na minha despreocupação comigo mesma.
Tem dias que meu ego me sufoca.

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