sexta-feira, 12 de julho de 2013

Capitulo 3 – Invasão.


Você já olhou no espelho e viu uma coisa da qual não gosta? Da qual pedisse a Deus para poder trocar? Isso acontece bastante comigo. Eu estava dentro do banheiro o prédio que tínhamos entrado para fugir dos zumbis. Este prédio é um dos poucos que ainda tem água, e não é muita. A Sra. Smith – Um mulher indiana com a roupa longa e rosa e olhos pretos e puxados – pegou nossas roupas pra lavar, Sr. Smith – um homem também indiano, de blusa e calça largos e brancos, sapatos e um cachecol preto – assava um porco que ele tinha caçado a uns dias atrás. Tomei banho e lavei o cabelo, o ferimento na parte de trás da cabeça ardia quando a água tocava. Olhei no espelho, tinha um tufo faltando na parte de baixo traseira da minha cabeça. Abri uma caixinha transparente no chão e peguei a tesoura, cortei meu cabelo na altura do queixo. Tufos negros de cabelo iam caindo aos poucos no chão.
- Obrigada por nos deixar ficar – Disse Dick mais tarde naquele dia, enquanto estávamos sentados no sofá da sala.
- Não vemos muitas pessoas mais, então quando vemos ajudamos – Disse Sr. Smith.
- Porque você cortou o cabelo? – Perguntou Dylan.
- Um zumbi arrancou um pouco então resolvi cortar o resto – Ele ergueu as sobrancelhas.
- Você salvou nossas vidas e eu nem sei seu nome – Disse a garota ruiva.
- Dallas.
- Prazer, Amora – Bryan riu.  Eu olhei pra ele.
- Amora? E suas irmãs são, Maça, Abacate e Banana? E vocês juntas formão uma salada de frutas? – Amora riu sarcasticamente.
- Porque não enfia essa sala de frutas no seu...
- Ei! – A garota morena interveio – Meu nome é Lola.
- Prazer – Disse.
- Então – Disse Amora – Qual a história de vocês?
- Bem curta na verdade – Respondi – eu sai para ir no mercado, e quando voltei a casa estava em chamas e meu pais viraram zumbis.
- Sinto muito – Respondeu ela.
- Vocês são uma família?
- Sim – Respondeu Lola – Eu, minha irmã – Ela apontou para Amora – meu irmão – Apontou para Austin – e meu pai – Apontou para Dick – na verdade, não conhecemos nosso pai, ele morreu antes de nascermos.
- E qual a história de vocês? – Perguntei.
- Desde que tudo começou começamos a viajar, trocávamos de cidade com freqüência. E num dia entramos numa casa, mas tinham errantes dentro. A gente se safou mas meu irmão não...
- Mas e o...
- Éramos em cinco – Interrompeu Amora – Eu, Lola, Austin, o pai e Damian. Ele foi mordido, e se trancou dentro do quarto. Depois que se transformou ele ficou batendo na porta, e nenhum de nós teve coragem de matar ele – Ela deu uma pausa – Você que matou seus pais?
- Aham – Respondi com voz fraca.
- Admiro sua força – Que admirável... A filha pródiga retorna a casa e mata os pais. Palmas.
- O que ouve com sua mãe?
- Ela morreu de câncer uma semana antes de tudo isso começar – Eu ergui as sobrancelhas – pode falar, “sinto muito” “ela esta num lugar melhor agora” todos dizem.
- Não, não vou falar. Porque não sinto muito.
- Como é?
- Sua mãe tem sorte de ter morrido de uma forma normal e não virado um monstro. Tem sorte de não ver seus filhos zumbis... Não que vá acontecer mas...
- Uma possibilidade. Eu sei.
- Dallas – Chamou Dylan, ele estava péssimo. Pálido, sangrando – Eu não sinto meus dedos.
- Bryan cadê a agulha?
- Quebrou.
- Como é que é? – Mesmo fechando o ferimento na testa dele, ele iria precisar de uma transfusão de sangue. Rápido.Eu me levantei e olhei pela janela, todos os zumbis ainda estavam lá em baixo. Uma hora ou outra vão entrar, mas um problema de cada vez. Hospital a 15 minutos daqui, olhei pra trás. Peguei uma mochila – Posso usar?
- Claro – Disse Sr. Smith, peguei um machado. E fui andando em direção a porta.
- To vendo que a pouca inteligência que você tinha acabou de sumir – Disse Bryan parando na minha frente.
- Sai Bryan.
- Você não pode sair sozinha, ta louca? Eu vou com você.
- Bryan você vai entrar em pânico.
- Ou eu vou, ou você não vai – Ele falou tão convicto que eu pensei por um instante que ele achava que poderia me impedir.
- Sai Bryan.
- Você não vai sozinha.
- Eu vou com ela – Disse Austin andando até nós com um machado.
- Ta bom, e eu vou junto – Bryan é tão teimoso que se eu pudesse enfiava o machado na cabeça dele já. Eu revirei os olhos – Quanto mais difícil a situação, menos você pensa nos riscos – Olhei pra ele, e depois para Dylan.
- Eu cuido dele – Disse Dick. Respirei fundo e abri a porta, dava pra sentir o cheiro rançoso de carne putrefata daqui.
- Qual o plano? – Perguntou Bryan, um barulho ensurdecedor veio de baixo. O portão cedeu. Abri a porta.
- Tranquem a porta, não saiam daqui, não façam barulho – O filho dos Smith veio com as mãozinhas tremulas com a chave e trancou a porta – Não tenho plano.
- E então? – Perguntou Austin – A gente improvisa?
- A gente improvisa – Corri escada a cima, e senti o movimento dos zumbis atrás de mim. Um homem enorme, com distintivo militar de um guerreiro civil parou na minha frente – Senhor entre em casa!
- Segura – Ele jogou uma caixinha pra mim – Junte eles lá em cima – Deus abençoe os guerrilheiros americanos. Ascenti, o homem entrou em casa, voltei a correr.  Abri a porta do terraço – NÃO FECHA BRYAN – Ele me olhou confuso e voltou a correr, olhei pros lados, tinha um elevador antigo no terraço que funciona a energia. Não precisamos dela – Austin me ajuda aqui, Bryan cobertura! – Eu segurei no portão de fecho contei até três e nós dois levantamos ele, Bryan correu pra dentro do elevador. Peguei a caixinha e joguei  explosivo no chão. Austin fechou o elevador, nós nos abaixamos eu apertei o botão e tudo explodiu. O explosivo fez com que as cordas arrebentassem e o elevador caiu em queda livre. Caímos do prédio.

Muitas vezes quando ultrapassamos obstáculos pensamos que a jornada acabou, que o pior já passou. Mas sempre tudo pode piorar.


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