domingo, 28 de julho de 2013

Capitulo 12 – Don’t trust anyone.

 Quando acordei tinha uma luz que castigava meus olhos, não sentia uma dor nova, ou seja, não fui mordida. Estava sobe uma mesa de cirurgia de metal gélida, com pulsos e tornozelos presos. Levantei meu rosto, estava cercada de pessoas que eu não conheço.
- Ei garota, calma – Disse uma garota loira, de olhos pretos, magra.
- Só vou me acalmar quando souber quem é você – Respondi.
- Emily. Prazer – Não respondi.
- Chris  – Um homem grisalho.
- Ryan – Homem, tinha cabelos castanho – É bom te conhecer Dallas.
- Como sabe meu nome?
- Eu disse – Phil estava do outro lado da sala – Estamos na Island Hope Corporation.
- E porque diabos eu estou presa?
- Não está presa – disse Emily – isso só...
- Impede que eu me mexa. Fizeram uma cirurgia? – Olhei ao redor na sala – Não... Refizeram meus pontos. Ao julgar pela dor que eu não sinto, temos anestesia aqui.
- Você é melhor do que me disseram – Disse Emily.
- É claro – Respondi.  Ela me soltou. Me sentei – cadê meu irmão?
- Em segurança – Respondeu Chris.
- Não foi isso que perguntei – Respondi. Ryan riu.
- Gostei dela. Tomando banho – Respondeu Ryan.
- Banho? – Essa é a coisa mais mágica que ouvi em meses.
- Temos nossa própria fonte de água aqui – Respondeu Ryan.
- Interessante – Phil me ajudou a levantar, e saímos da sala. Não confio nesse lugar, alguma coisa me incomoda.  O lugar era todo branco, estreito e circular. Vários andares, e o único que escuro era o ultimo – o que tem lá embaixo?
- Prisão – Olhei para Phil – somos uma comunidade aqui. Temos regras, quando são quebradas vão para prisão – Não respondi. Tinham muitas pessoas aqui, descemos as escadas, ala alimentar, um falatório incessível vinha de todos os lugares, era horrível. Todos pareciam felizes, e comiam tanto.
- Essas pessoas estão tão calmas, parecem não saber o que tem lá fora – Disse.
- Não sabem, eles foram trazidos no inicio. Agora está bem pior – Essa é a pior parte, essas pessoas nem ao menos sabem o que a lá fora. Uma garotinha loira passou saltitando por mim, me olhando pelo canto do olho. Descemos as escadas novamente, ala dos quartos. Número 4.
- Ei mana! – Dylan parecia feliz, só eu estou com essa sensação ruim?
- Oi.
- Dallas pegue isso – Disse Phil – é um cartão de passe para ala medica. Você tem dotes, e talvez precisaremos deles.
- Pra que? – Peguei o passei e guardei na calça.
- No momento adequado, saberá. Vou deixar vocês sozinhos – Phil saiu. Eu andava e respirava bem melhor agora, pensei que nunca mais fosse viver sem dor. Sentei na cama.
- Você ta bem? – Perguntei.
- Estou – Ele sentou na cama dele.
- Eu não sei, esse lugar está seguro demais pra mim.
- Como assim?
- É tudo bom demais Dylan, não sei. Não confio aqui – Respondi.
- Quer ir embora? – Perguntou ele.
- Não sei.
- Bom, quer saber meu lema?
- Você tem um lema? – Disse sorrindo.
- Tenho – Respondeu – Viva cada dia como se fosse o ultimo, não importa se esse lugar não é de confiança, qual realmente é? Se formos atacados aqui, tudo bem. Sabemos nos defender, e se morrermos, tudo bem também. Pelo menos estaremos com Bryan – Olhei para Dylan – sabe, eu acho que não devemos ter medo de viver, se estamos felizes falamos, se estamos tristes falamos, se amamos alguém falamos. Não deixe de falar, não vai querer morrer e deixar a pessoa sem saber.
- Viva cada dia como se fosse o ultimo, então – Disse. Ele sorriu. Nosso quarto como o resto do lugar era branco, a única coisa preta era um relógio perto do teto. Um relógio digital, de números verdes, 1:30 da manha. Dylan deitou.
- Ah... A quanto tempo eu não durmo numa cama de verdade?
- Desde os Smiths? – Fiquei pensando como eles estariam agora? Mortos? Vivos? Mortos-Vivos?
- É... – Eu deitei também, fiquei olhando para o teto, para a grade de proteção, para nossas bagagens no chão. Passaram-se 2 horas e eu não consegui dormir, levantei. Fui tomar banho, lavar o cabelo. Água quente, pensei que nunca mais veria isso. Não tomo banho desde os Smiths. Me olhei no espelho, droga eu estou horrível. Mais magra do que o comum, olheiras. Escovei os dentes, peguei uma jaqueta, lanterna e sai. Estava tudo apagado, ninguém nos corredores, fiquei curiosa e desci as escadas. Para prisão. Liguei a lanterna.
- Quem está ai?
- A questão é – Comecei – quem está ai? –Me aproximei.
- Aiden – Respondeu outro homem, um mais velho. Barba por fazer,magro mas robusto, careca.
- Dallas.
- Nunca te vi por aqui – Ele agarrou as barras da jaula , olhei dentro dela.Uma jaula tão velha e enferrujada quanto aquela que fiquei presa.
- É porque eu cheguei hoje.
- Então saia – uma voz na esquerda - Nolan – Um homem alto, magro, de cabelo com topete preto. Estava em outra jaula.
- Porque?
- Esse lugar não é seguro – Eu sabia – Fomos presos por xeretar. Vai embora.
- Mas... – Ouvi passos, desliguei a lanterna e subi as escadas.
- Com quem estavam falando? – Ouvi uma voz vindo de baixo.
- Ninguém senhor – um guarda. Voltei a andar, subi as escadas para ala alimentar, e depois subi para ala médica. Me escondi atrás da mesa.
- Não podemos continuar com isso – Disse Emily, colocando um frasco de liquido transparente na mesa. Não era água.
- E temos escolha? – Disse Ryan – temos que fazer.
- Mas essa coisa de camuflagem – Emily se sentou numa cadeira – é perigoso.
- Eu sei mas...
- Sem conversa – Phil chegou – temos que conseguir uma camuflagem nova hoje! E espero resultados melhores!
- Tudo bem Philip – Disse Emily. Phil assentiu e saiu.
- O que ta fazendo aqui? – Austin chegou por trás e me deu um susto. Eu fiz um gesto para ele me seguir, e subimos agachados as escadas para uma ala que eu não tinha ido. Na verdade a única coisa naquele andar,era uma porta isolada e uma janela gigante na parede branca.
- droga, você me assustou – Sussurrei – eu não conseguia dormir então vim dar uma volta.
- E espionar as pessoas?
- Não confio nesse lugar – Respondi.
- Parece... Seguro demais? – Perguntou Austin, eu assenti – concordo. Phil parece... Diferente para você?
- Mais ou menos. Só acho que precisamos sair daqui – Disse.
- É, não sei se é mais perigoso aqui dentro ou lá fora – Comentou Austin. Estávamos observando Emily e Ryan trabalhando lá embaixo.
- Aqui dentro, sem duvidas – Austin me olhou – Pessoas... Nunca sabemos o que elas querem, se o que dizem é verdadeiro. Mas com os zumbis é diferentes, eles querem sempre a mesma coisa.
- É... – Olhei para trás, andei até a janela, e fiquei observando as estrelas. Até o dia começar a clarear, e voltarmos para nossos quartos para que não notassem nossa ausência. No dia seguintes, fomos para a ala alimentar cedo. Comi frutas, pão com queijo, e suco de laranja. Peguei minha bandeja e sentei na mesa em que Emily e Ryan estavam.
- Bom dia Dallas – Disse Emily, Ryan apenas sorriu.
- Bom dia.
- Parece bem melhor, desde ontem.
- Como sabiam fazer pontos? – Perguntei.
- Éramos médicos antes disso tudo começar – Respondeu Emily.
- Você não tem cara de uma médica convencional – Disse. Ela sorriu.
- Eu fiz curso técnico de medicina,mas me formei em ciências junto com Ryan – Terminei meu café.
- Tudo bem, obrigada – Ele assentiram. “Tome este cartão de acesso Dallas, você tem dotes e pretendemos usá-los” ninguém está aqui sem motivos, eu tenho boa audição, e sou boa em matemática. Emily e Ryan se formaram em ciências. Eles precisam de nós. Levantei, e deixei minha bandeja na mesa ao mesmo tempo de Austin.
- Descobriu alguma coisa? – Perguntou.
- Vem comigo – Demos a volta e subimos por uma escada que tinha por trás da ala.
 - Temos que sair daqui – Disse, fomos até o ultimo andar.
-Ta, mas como? – Fechei os olhos. Para que o som penetrasse meus ouvidos, com mais facilidade, como acontece com os cegos.
- Tem uma goteira – Eu disse.
- Onde? – Puxei Austin, fazendo-o colocar a orelha na parede – Dentro na parede? – Assenti.
- E você consegue ouvir a gota, porque o cano de pressão da água esta vazando e a gota caindo sobe de um objeto de metal. Duto de ar.
- ótimo.
- Mais ou menos – Peguei meu cartão de acesso, e entrei na sala dos médicos – Aqui em cima é a única entrada para o duto de ar que podemos ter, sem que nos vejam.
- ótimo.
- A questão é que só pode ser aberto por dentro.
- Como vamos estar dentro, se não podemos entrar? – Perguntou ele. Sai da sala e tranquei com o cartão, subimos as escadas.
- O duto de ar passa por essa parede e sobre – Mostrei com o dedo.
- Sobe pra onde? Não tem pra onde ir. – Disse Austin.
- Lá em cima é área restrita – Eu disse – as moças que trabalham na ala alimentar são as únicas que podem entrar lá em cima, elas jogam o lixo no duto que...
- Da direto na lixeira, do lado de fora! – Disse Austin. Olhei no relógio da parede, ouvi passos. O plano está dando certo. Peguei na mão de Austin, puxei meu cartão de passe, e forcei uma entrada na sala misteriosa. Austin entrou depois de mim, fechei a porta e liguei a luz. Austin se assustou, e disse baixinho:
- Mas que porr...
- Sabia – Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Um lugar nunca é 100% seguro.
Tinham pessoas amarradas a mesas, se debatendo e grunhindo. Algumas zumbis, outras humanas mas muito doentes, e outras que eu nem sei dizer. Não estava morta, não estava viva, não era zumbi, eu não sei. Era bizarro o modo como elas cuspiam liquido verde borbulhante, olhos vermelhos.
- Que é isso?! – Emily.
- Eu sei o que esta acontecendo aqui Emily.E sei que você não concorda com isso – Emily e Ryan eram uma das poucas pessoas que eu achava que ali dentro, eram corretas.

Mais tarde reunimos todo nosso grupo no meu quarto.
- Temos que sair daqui – Disse.
- Sem chance – Disse Mike – eu to me divertindo aqui.
- Mike eu não to ligando para com quem você transa, eu só não quero ver você morto.
- Como é? – Perguntou Phil.
- Phil, acho que você tem que saber de uma coisa. Os médicos estão fazendo uma camuflagem contra os zumbis...
- E isso é bom – Disse Link.
- Quando cientistas fazem uma coisa nova, vocês acham que eles simplesmente lançam? Não, eles fazem testes. E em quem fariam teste?
- Ai meu deus – Disse Phil.
 - E as camuflagens não estão funcionando, eles fazem testes e as pessoas se transformam, ou ficam doentes, ou morrem.
- Seremos os próximos – Disse Link.
- Por isso estão nos juntando aqui – Disse Phil – eu não tinha ideia.
- Eu sei – Respondi – mas temos que sair daqui.
- Como? – Perguntou Phil.
- Ainda não sei – Respondi.
- Tudo bem – Phil se levantou – eu preciso de um minuto pra pensar – ele passou a mão no cabelo – vou no banheiro. Já volto.
- Tudo bem – Respondi. Ele saiu. Olhei para de baixo da porta, sua sombra se afastou – filho da mãe.
- O que foi? – Perguntou Dylan.
- Essa saída foi minha confirmação – disse baixo – Phil é um deles – Silencio.
- Filho da mãe - disse Mike.
- Suponho que você tenha um plano – Disse Link.
- Lógico que eu tenho, mas se estou certa e sei que estou, Phil foi chamar os guardas então serei presa.
- Então porque você contou na frente dele?! – Dylan levantou irritado.
- Porque eu preciso ser presa– Dylan sorriu.
- Sempre sabe o que faz – comentou ele - Essa é minha garota.

- Eu tenho que ser rápida. Tenho um plano.

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