quarta-feira, 31 de julho de 2013

Capitulo 14 – Who I am.

Emily me ajudou a subir, mas eu já não sabia o que fazer. O que é estranho, porque eu sempre sei. Eu olhava para Austin e tudo que eu sentia por dentro ele demonstrava por fora, estava completamente devastado. Ficamos alguns segundos em silencio até ele dizer:
- Amora conseguia me tirar do sério, e seu idiota. Mas ela era forte e corajosa e eu sempre admirei isso nela.   
-Austin... Eu não quero ser indelicada mas, precisamos ir.
- Eu sei – Ele respirou fundo vamos lá – Eu coloquei a mão em seu peito e olhei no fundo de seus olhos.
- Eu sinto muito.
- Eu sei que sim – Odeio quando ele faz isso. Austin sempre compreende, as vezes eu só quero que ele grite ou brigue comigo mas ele nunca faz isso. Ele sempre entende. Eu me sentia mal, eu deveria ter ido no lugar de Amora. Mas agora vai adiantar falar isso? Eu deveria ter pensado melhor, enquanto ela estava viva. Agora já era.
- Caramba! Que demora foi essa?! – Perguntou Dylan – Cadê Amora? – Eu balancei a cabeça negativamente. Todos se calaram. Descemos do duto direto na ala restrita. E ali estava, um portinha que ligava um “escorregador” de lixo até a lixeira.
- Vamos nessa – Disse Link.
- Só mais uma coisa – Eu disse, puxei minha arma e atirei na cabeça de Ryan.
- NÃO! – Emily segurou ele enquanto ele caia e sangrava em seu colo. Engraçado, não sinto remorso. Não sinto nada – PORQUE VOCÊ FEZ ISSO?!
-Cheque os bolsos dele – Link e Mike me olhavam de boca aberta. Emily me olhou com os olhos inchados de lágrimas, depois olhou nos bolsos dele. E tirou uma faca de lá. Agachei e tirei de seu ouvido uma mini escuta com câmera – Ele estava grampeado.
- O que? Não... Ele, ele ia ajudar a gente. Ele não é como os outros – Disse Emily, balançando a cabeça.
- Eu também achava isso, até eu passar pela sala de Phil e ele estava conversando com alguém, por escuta. Phil não podia nos deixar sair daqui, e já que não podia nos deter estava autorizado a matar. Então...
- Ryan nunca nos mataria – Disse Emily.
- Isso não vamos mais saber – Dylan estava me olhando diferente, parecia até com orgulho.
- Gosto quando você da uma de espeta – Disse ele.
- Traidorzinho de merda – Disse Mike. Ele se virou, pegou sua mochila e pulou no escorregador. Link foi depois, e então Dylan.
- Emily vamos – Ela não respondeu, ficava acariciando os cabelos de Ryan, deixando suas lágrimas pingarem no rosto dele, sua respiração tranqüila fazendo seu corpo subir e descer e foi ai que eu percebi. Virei meu rosto para Austin e dei sinal para ele descer, e ele o fez – Você não vai vir, não é? – Ela balançou a cabeça – Não vou conseguir te convencer não é? – Ela balançou a cabeça de novo – Tudo bem. Boa sorte Emily.
- Pra você também – Eu virei as costas pensando se isso é o certo a ser feito, e desci. Eu consegui ouvir Phil gritando de raiva, e Emily gritando de dor. Pensei em voltar, mas agora já era tarde. Cai no lixo e Austin me ajudou a sair.
- Argh, que nojo – Disse tirando lixo de cima de mim. Austin afastou o cabelo do meu rosto e disse:
- Você continua linda – Eu dei um sorriso tímido e Austin puxou meu rosto e me deu um beijo.
- Hmmm, já tava demorando – Ouvi Link dizer, Austin sorriu. Estavam todos dando risada, essa é a vantagem de viajar com homens, eles sempre fazem você rir. E agora eu sou a única mulher aqui.
- Eu estava começando a pensar quando isso iria acontecer – Disse Mike.
- Austin, pode ficar tranqüilo porque eu aprovo – Disse Dylan rindo.
- Haha muito engraçado – Disse sarcasticamente e meio envergonhada. Ouvi um barulho, os sorrisos de desfizeram, e a realidade nos atingiu como um tapa – zumbis – sussurrei. Tirei minha faca do cinto, percebi que aqui fora está tão ruim quando lá dentro. A neve cobria todo o chão, o que encobria o barulho dos zumbis e diminuía nosso ritmo.
- Qual o plano? – Perguntou Link.
- Dar o fora. Dylan você arruma um carro e a gente te da cobertura – Ele assentiu, e começou a andar. Eu fui atrás dele e Austin na esquerda,Link na direita e Mike corria na frente. Os zumbis estavam todos aglomerados correndo atrás de nós. Austin passou o machado na garganta de um zumbi  fazendo seu sangue espirrar na sua camiseta, enfiei a faca na barriga de outro ele se inclinou e eu enfiei na cabeça dele. Olhei pra trás Dylan tinha entrado dentro de um Sandero, eu escorreguei na neve, bati a cabeça na traseira do carro, minha testa começou a sangrar pingando no chão. Os zumbis pararam.
- Dallas! – Austin agachou e olhou minha testa, os zumbis farejaram o ar e depois atacaram mais sedentos do que nunca.
-Eles querem meu sangue – Sussurrei. Austin segurou firme o machado e levantou decepando a cabeça de um zumbi. Eu olhei para direita e vi lá no fundo um corpo – eu tenho um ideia – peguei minha faca e cortei minha mão no meio.
- O que você ta fazendo?! – Levantei e corri. Ouvi o carro ligar, Dylan conseguiu. Corri rápido, Os zumbis vinham mais rápido ainda. Passei minha mão numa arvore, alguns deles pararam e ficaram lambendo a arvore. Um deles pegou minha perna, eu conseguiu sentir o álito frio do errante na minha nuca, e pelo canto do olho via seus dentes podres e língua quase tocando meu rosto. Puxei a língua dele e cortei com a faca. Depois enfiei a faca em sua cabeça. Outros caíram em cima de mim, eu comecei a me rastejar no chão. Deixando um rastro de sangue sobe a neve branca. O corpo estava ali, uma mulher tão magra que provavelmente morreu de fome. Seu rosto ainda tinha cor, morreu agora, então seu sangue ainda está fresco. Passei minha mão na perna da mulher, consegui me levantar. Cortei o braço dela, e segurei um galho de arvore. Os errante pegaram o braço da mulher, e de repente estava todo aquele aglomerado em cima da pobre coitada.
Subi na arvore e pulei para outra enquanto os zumbis estavam ocupados com a mulher morta. Corri de volta, e eles estavam esperando por mim.
- Você é maluca, sabia? – Perguntou Dylan.
- Completamente insana – Disse Mike.
 -Adoro isso em você – Disse Austin, ele sorriu e passou gazzi na minha mão. Abracei ele, não adianta a onde formos a situação vai ficar cada vez pior. Mas isso não impede que lembremos qual o significado da palavra “amor”.
-Então caras – Disse indo até o carro, e abrindo um red Bull que eu tinha pegado dentro da Island Hope Corporation – onde querem ir agora? – Eles se entre olharam.
- Hollywood? – Perguntou Link. Eu sorri pra ele.
- Los Angeles então – Entrei dentro do carro. Austin no banco do passageiro como de costume, ele começou a olhar dentro do carro e achou uma caixinha de som a pilha. Ele plugou um pen drive na caixinha e começou a tocar Back In Black do Ac\Dc. Eu sorri, nunca pensei que fosse ouvir musicas de novo. E essa é perfeita.
Eu me sentia bem, porque por mais que parece estranho eu vivia cada dia como se fosse o ultimo. Um passo de cada vez. Apesar de saber que nenhum de nós é feliz como costumava ser, agora estamos bem. Cada um tem que lidar com seus próprios demônios, não podemos deixar os fantasmas do passado nos atormentarem, porque no final nossos próprios inimigos somos nós mesmos.
Pela primeira vez eu sabia, quem sou eu. Eu sou Dallas Kingsley, uma sobrevivente.





Fim.

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