Dizem que quando se está perto da morte, sua vida passa
diante dos seus olhos. Bom... Não é mentira. Eu lembrei um dia que fui fazer um
piquenique com Ted, e ele colocou vinho pra mim numa taça, brincou comigo e a
gente deu risadas. Mas também lembrei quando descobri que ele era um mafioso
disfarçado no FBI e eu fiquei com raiva dele por mentir pra mim. Também lembrei
da noite que eu conheci Justin. Mas então abri meus olhos para aquela cena.
Tudo passou em câmera lenta diante dos meus olhos. Jason atirando em mim. Eu
aceitando a morte certa. Ted se jogando na minha frente pela bala. A bala
passando pelo tórax dele. A bala passando pela minha mão quando tentei me
proteger dela. Tanto meu sangue como de Ted espirrando na minha blusa preta. Ted
rolando escada a baixo, e parando no meio da escada, na parte plana dela. Ted
sangrando muito. Seu olhar vidrado, agora desaparecendo com a cor de seus
olhos. E eu me abaixando para ir até ele.
- Ted, Ted, Olha pra mim, Olha Ted – Ele estava regurgitando,
sangue saia de sua boca. Era horrível – Olha pra mim Ted. Você vai ficar bem.
Você vai. – É claro que não iria. Ele iria morrer a qualquer momento. Mas para
retardar esse momento eu pressionei o ferimento da bala com as mãos. Uma dor quase
insuportável apareceu na minha mão. A bala ainda estava nela. Ele não vai
durar. Droga.
- Megan – Disse ele fracamente.
- Para de falar! Não fala! Vai ser pior.
- Vou morrer de qualquer maneira, então me deixa morrer
falando o que eu quero. Eu preciso confessar uma coisa pra você – Sua fraqueza
na voz estava piorando. Uma rouquidão estava se acentuando em sua voz – Sabe
aquele... Ultimo caso que eu estava trabalhando? Os dos mafiosos – Seu rosto
claro, agora estava tão branco como leite.
- Sim... Foi naquela semana que você foi demitido e que eu
descobri que vice era um mafioso disfarçado.
- Não. Não é; Não fui demitido. Eu me demiti. – Ele se
apoiou no chão e tentou se sentar, mas não conseguiu. Eu o ajudei. E continuei pressionando
o ferimento – Eu estava trabalhando no caso de mafiosos, eu estava disfarçado
para prender eles. Eu não era um mafioso disfarçado de policial. Eu era um
policial disfarçado de mafioso.
- O que?! – Não dava pra acreditar no que eu estava ouvindo.
Não é possível – Não... Não eu vi! Eu vi você sendo demitido. Você mentiu pra
mim?!
- Eu me demiti e disse que eles poderiam fingir que estavam
me demitindo. Pra continuar com meu disfarce... Nunca quis te magoar. Eu menti
para te proteger Megg.
- Eu... Eu te odiei por tanto tempo! – Comecei a chorar – Um
disfarce no FBI não vale tudo isso Ted...
- Talvez. Eu sempre quis, ser um agente
do FBI. Mas depois de um tempo eu não conseguia mais mentir pra você daquele
jeito. Então... – Sua respiração acelerou. Mais sangue saiu da sua boca. A cor
verde de seus olhos começou a desaparecer com mais rapidez.
- Ted,
vamos! Fica comigo! - Mais e mais
lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
- Pelo
menos uma coisa eu fiz certa, eu namorei com você e sempre disse que te amava –
Dei um beijo na bochecha dele – Sentia falta disso.
- Não...
Ted... Isso não é uma despedida! Não... – Seus olhos já não estavam com a cor
normal. Não estavam mais vivos. Ele estava frio. Sua respiração parou. Estava
ainda mais branco que antes. Sua cabeça balançou molemente para o lado e parou
lá. Seus olhos se fecharam. – Não... NÃO! NÃO TED! NÃO! DROGA, EU ODEIO VOCÊ! –
Não sei porque. Não sei o que me deu. Desferi socos no estomago dele – ODEIO O
FATO DE VOCÊ TER ME AMADO! ODEIO O FATO DE EU TE AMADO! ODEIO O FATO DE TER TE
ODIADO! – Lágrimas saiam descontroladamente dos meus olhos – ODEIO O FATO DE
VOCÊ TER MENTIDO PRA MIM! ODEIO O FATO DE TER ME CONTADO A VERDADE SÓ AGORA!
ODEIO O FATO DE VOCÊ TER MORRIDO PRA ME SAUVAR! TED! – Muitas lagrimas saiam
dos meus olhos. Comecei a soluçar. Esqueci de todo o resto naquele momento.
Estava ajoelhada do lado dele. Segurei a mão dele e fiquei soluçando
loucamente. Senti uma mão passando reconfortante nas minhas costas. Me virei
para olhar para olhar – Ele não era mafioso Justin, ele só estava fazendo o
trabalho dele – Ele me olhou e depois olhou pro Ted e depois me abraçou.
- Temos que
ir Megan.
- Não
podemos deixar-lo aqui!
- E o que
vamos fazer? Pegar um corpo baleado e sair andando com ele? – Justin tem razão
– Vamos. – Ele segurou meu braço e me ajudou a levantar. Minhas pernas estavam
bambas, eu estava tremendo. Olhei escada a cima e vi que a fumaça já estava
desaparecendo. Mas eu ainda conseguia ouvir o barulho dos tiros. Olhei para
trás e Ted estava ali. Sentado. Parando de sangrar. Sem respirar. Olhei pra
frente e comecei a andar. Sequei as lagrimas que tinha no meu rosto. E arrumei
o óculos. Coloquei minhas mãos nos bolsos na blusa de frio que usava e como era
preta, o sangue da minha mão não iria aparecer, nem o sangue de Ted que
espirrou em mim.
Passamos pela porta da Casa Branca, e não
tinha nenhum segurança. Devem estar todos lá em cima. Menos os que guardavam o
portão. Eles estavam lá e olhavam atentamente para nós dois. Eu e Justin
paramos na frente do portão e mostramos nosso crachá para ele. Ele olhou para outro
segurança e acenou com a cabeça para ele. O portão começou a se abrir
automaticamente. E nós agradecemos. E saímos. Ainda estava tento aquela
passeata de 4 de julho, foi muito difícil de passar por todas aquelas pessoas.
Quando conseguimos passar e finalmente conseguimos chegar no hotel minha mãos
já estava sangrando tanto que saiu alguns pingos de sangue no chão do elevador.
Justin olhou pro chão e depois pra mim.
- O que é
isso? Você se machucou? O que aconteceu?
- Nada –
Disse eu vagamente. Ele me olhou irritado. E depois olhou para a porta do
elevador que agora se abria. Ele andou até a porta do nosso quarto e abriu-a. E
depois segurou a porta para que eu também pudesse entrar, e depois fechou ela.
Eu fui no banheiro e tirei a blusa e a coloquei na pia. Saiu muito sangue do
bolso dela. Comecei a lavar a blusa e me virei para pegar um sabão e me deparei
com Justin na porta. – O que foi?
- O que foi,
ela pergunta. O que foi pergunto eu Megan! O que aconteceu? Eu não vi você levando
o tiro. Como que aconteceu aquilo com o Ted? E como assim ele não era mafioso.
- Jason
atirou em mim. Você estava atirando para o outro lado. Ted se jogou na minha
frente e recebeu a bala por mim. Mas a bala atravessou o tórax dele e se
prendeu na minha mão. Ted me contou o que realmente aconteceu. Ele era um
policial disfarçado de mafioso não ao contrario. E ele se demitiu e pediu para
ser demitido. Ele mentiu pra mim esse tempo todo – Justin ergueu as
sobrancelhas, olhou pra direita soltou um longo suspiro e depois olhou pra mim.
- Sinto
muito.
- Tudo bem.
- A bala
esta na sua mão?
- Sim. Acho
que está preso em algum músculo porque está muito bem preso.
- Deixa eu
ver – Eu estendo a mão para Justin, e ele olhou a bala. Passou a mão na minha
mão o que me fez fazer uma careta de dor. Ele olhou para mim e sorriu.
- O que foi?
Gosta de me ver com dor?
- Não – Ele
riu – É que eu nem acredito que conseguimos o pen drive. Mesmo que você tenha
levado um tiro.
- É...
Conseguimos não é? E o presidente ajudou a gente... Bizarro.
- Muito. Vem
Cá. Vou tirar essa bala pra você – Justin, pegou no meu pulso e me fez sentar
na cama. Ele pegou uma maleta preta debaixo da cama e abriu-a. Lá tinha
utensílios médicos que no meu Kit Primeiros-Socorros nunca teria. Esterilizados
e tudo o mais. Ele pegou uma pinça prata comprida e colocou na cama, depois
pegou uma agulha também prata e uma linha preta. Ele pegou a pinça e começou a
tentar tirar a bala – É... Isso ai ta feio. Como você disse esta preso num
músculo... Esso pode doer – Ele pegou a pinça e colocou a sua ponta fina na
bala – Um pouquinho – Não foi um pouquinho. Foi a pior dor que alguém poderia
sentir. Mas passou logo. Logo depois minha mão já estava pronta de novo. Justin
enrolou uma facha na minha mão – Melhor você não mexer essa mão hoje. Deixa que
eu lavo sua jaqueta.
Eu não tive
tempo para pensar em argumentar. Minha cabeça estava completamente atordoada...
“Eu menti para te proteger Megg” Palavras de Ted ecoavam em minha cabeça.
Deitei na cama e fitei o teto.
- Eu sei
Megan... Mas tem certesa?
- Certesa de
que?
- Que você
quer vingança... Quer dizer. Quando é pessoal, fica pior.
- Já era
pessoal não é? Você torturado. Meu pai...
- E agora o
Ted – Justin não usava mais aquela voz debochada para falar o nome de Ted. Na
verdade ele falava quase como se o respeitasse – Megan, tem certeza?
- Não, mas
idai? Dane-se. – Não sei porque fiz isso mas comecei a gritar com Justin - Não
sei o que vai acontecer quando tudo terminar... Não sei se vou morrer. Ou se
vai tudo dar certo. Ou se... Eles vão morrer. Não sei, mas idai? Eu não ligo
mais pra mim não importa! Eu só quero acabar com tudo isso! – Comecei a chorar
de novo. Droga! Por que Ted tinha que me contar aquilo?!
- Não sei
culpe. Não foi culpa sua.
- Foi sim! –
Não entendo como o Justin me entende tanto. – Foi sim!
- Megan, foi
escolha dele.
- Escolha dele? Até pode ter sido mais se eu não estivesse ali... ah! –
Minha lagrimas escorrem com mais freqüência – Droga... EU ME ODEIO! Sabia?
Odeio... – Justin me veio até mim e me abraçou, de um jeito caloroso e gentil
como só ele faz. Acho que só ele consegue me fazer sentir tão segura, quando na
verdade não estou.
- Não faça isso. Não foi sua culpa. Não se odeie... Quer dizer nem ele
te odiava não é? – Justin consegue um sorriso meu. – Ei. Olha. Olha pra mim.
Nada de pior vai acontecer, se estivermos juntos. – Eu concordo com a cabeça e
depois abraço ele de novo.
- Eu já te disse isso? Que você é incrível. – Sussurrei no ouvido dele
- Como pessoa. E é um gênio. Como profissional. E que é muito bom pra me fazer
sentir melhor?
- Sou bom em muitas coisas... – Ele sorri, e eu pra ele. Ele me beija e
passa a mão pelo meu cabelo. Depois me faz deitar na cama, ainda me beijando
ele deita em cima de mim. Ele está quente. Acho que isso vai ser bom. E acho
que estava esperando isso já a um tempo.
- Justin...
- O que?
- Eu já te disse também... Que... Eu te amo?
- Não. Mas é bom saber ... Que se e correspondido – Ele sorri e volta a
me beijar, eu passo a mão pelo seu cabelo e o viro deitando ele de costas no
colchão, começo a abrir os botões de sua blusa preta, e ele a tirar minha
camiseta branca, Justin me vira de novo de costas pro colchão e TRIN TRIN
TRIN... TRIN TRIN TRIN... toca o telefone do quarto do hotel. Justin senta na
cama parecendo decepcionado. Talvez tanto quanto eu. Ele levanta esta sem
camisa e eu também e pega o telefone:
- Alo? – Ele fica alguns segundos sem falar nada, e depois fica com as
feições no rosto como se tivesse visto um fantasma – Como você conseguiu esse
numero?
- Quem é? – Sussurro pra ele.
- Jou – Sussurra de volta. Ele fica mais um tempo sem falar nada e
depois – Bom, uma dica pra você: Eu não estou nem ai para o que você quer ou
deixa de querer. Dane-se. Vamos fazer o que tivermos que fazer e eu não to nem
ai pra você. Passe bem. – Ele desliga com ferocidade o telefone.
- O que ele queria?
- Que a gente parasse de tentar entregar eles, que eles iriam nos
deixar em paz.
- Não. Eles não iriam não.
- De fato não.
- O que a gente faz agora?
- A segunda etapa. Hackear os computadores militares.
CARALHO, o que é isso? meu deus, como consegue escrever tão bem? tipo, sem palavras,
ResponderExcluirte amo.
Cara... Ta muito bom! Sério mesmo! Muuuito bom! Continuaa...
ResponderExcluirQUE ODEIO DESSE TAL DE JOU!!!! SOS!!!! Tava mó momento! haha tava mó quente! E de repente esse idiota do Jou ligaaaaa!!!!!! aaaah!!! hahaha CONTINUAAA
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