sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Capitulo 10 – Ele se foi.


Dizem que quando se está perto da morte, sua vida passa diante dos seus olhos. Bom... Não é mentira. Eu lembrei um dia que fui fazer um piquenique com Ted, e ele colocou vinho pra mim numa taça, brincou comigo e a gente deu risadas. Mas também lembrei quando descobri que ele era um mafioso disfarçado no FBI e eu fiquei com raiva dele por mentir pra mim. Também lembrei da noite que eu conheci Justin. Mas então abri meus olhos para aquela cena. Tudo passou em câmera lenta diante dos meus olhos. Jason atirando em mim. Eu aceitando a morte certa. Ted se jogando na minha frente pela bala. A bala passando pelo tórax dele. A bala passando pela minha mão quando tentei me proteger dela. Tanto meu sangue como de Ted espirrando na minha blusa preta. Ted rolando escada a baixo, e parando no meio da escada, na parte plana dela. Ted sangrando muito. Seu olhar vidrado, agora desaparecendo com a cor de seus olhos. E eu me abaixando para ir até ele.
- Ted, Ted, Olha pra mim, Olha Ted – Ele estava regurgitando, sangue saia de sua boca. Era horrível – Olha pra mim Ted. Você vai ficar bem. Você vai. – É claro que não iria. Ele iria morrer a qualquer momento. Mas para retardar esse momento eu pressionei o ferimento da bala com as mãos. Uma dor quase insuportável apareceu na minha mão. A bala ainda estava nela. Ele não vai durar. Droga.
- Megan – Disse ele fracamente.
- Para de falar! Não fala! Vai ser pior.
- Vou morrer de qualquer maneira, então me deixa morrer falando o que eu quero. Eu preciso confessar uma coisa pra você – Sua fraqueza na voz estava piorando. Uma rouquidão estava se acentuando em sua voz – Sabe aquele... Ultimo caso que eu estava trabalhando? Os dos mafiosos – Seu rosto claro, agora estava tão branco como leite.
- Sim... Foi naquela semana que você foi demitido e que eu descobri que vice era um mafioso disfarçado.
- Não. Não é; Não fui demitido. Eu me demiti. – Ele se apoiou no chão e tentou se sentar, mas não conseguiu. Eu o ajudei. E continuei pressionando o ferimento – Eu estava trabalhando no caso de mafiosos, eu estava disfarçado para prender eles. Eu não era um mafioso disfarçado de policial. Eu era um policial disfarçado de mafioso.
- O que?! – Não dava pra acreditar no que eu estava ouvindo. Não é possível – Não... Não eu vi! Eu vi você sendo demitido. Você mentiu pra mim?!
- Eu me demiti e disse que eles poderiam fingir que estavam me demitindo. Pra continuar com meu disfarce... Nunca quis te magoar. Eu menti para te proteger Megg.
- Eu... Eu te odiei por tanto tempo! – Comecei a chorar – Um disfarce no FBI não vale tudo isso Ted...
      - Talvez. Eu sempre quis, ser um agente do FBI. Mas depois de um tempo eu não conseguia mais mentir pra você daquele jeito. Então... – Sua respiração acelerou. Mais sangue saiu da sua boca. A cor verde de seus olhos começou a desaparecer com mais rapidez.
- Ted, vamos! Fica comigo!  - Mais e mais lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
- Pelo menos uma coisa eu fiz certa, eu namorei com você e sempre disse que te amava – Dei um beijo na bochecha dele – Sentia falta disso.
- Não... Ted... Isso não é uma despedida! Não... – Seus olhos já não estavam com a cor normal. Não estavam mais vivos. Ele estava frio. Sua respiração parou. Estava ainda mais branco que antes. Sua cabeça balançou molemente para o lado e parou lá. Seus olhos se fecharam. – Não... NÃO! NÃO TED! NÃO! DROGA, EU ODEIO VOCÊ! – Não sei porque. Não sei o que me deu. Desferi socos no estomago dele – ODEIO O FATO DE VOCÊ TER ME AMADO! ODEIO O FATO DE EU TE AMADO! ODEIO O FATO DE TER TE ODIADO! – Lágrimas saiam descontroladamente dos meus olhos – ODEIO O FATO DE VOCÊ TER MENTIDO PRA MIM! ODEIO O FATO DE TER ME CONTADO A VERDADE SÓ AGORA! ODEIO O FATO DE VOCÊ TER MORRIDO PRA ME SAUVAR! TED! – Muitas lagrimas saiam dos meus olhos. Comecei a soluçar. Esqueci de todo o resto naquele momento. Estava ajoelhada do lado dele. Segurei a mão dele e fiquei soluçando loucamente. Senti uma mão passando reconfortante nas minhas costas. Me virei para olhar para olhar – Ele não era mafioso Justin, ele só estava fazendo o trabalho dele – Ele me olhou e depois olhou pro Ted e depois me abraçou.
- Temos que ir Megan.
- Não podemos deixar-lo aqui!
- E o que vamos fazer? Pegar um corpo baleado e sair andando com ele? – Justin tem razão – Vamos. – Ele segurou meu braço e me ajudou a levantar. Minhas pernas estavam bambas, eu estava tremendo. Olhei escada a cima e vi que a fumaça já estava desaparecendo. Mas eu ainda conseguia ouvir o barulho dos tiros. Olhei para trás e Ted estava ali. Sentado. Parando de sangrar. Sem respirar. Olhei pra frente e comecei a andar. Sequei as lagrimas que tinha no meu rosto. E arrumei o óculos. Coloquei minhas mãos nos bolsos na blusa de frio que usava e como era preta, o sangue da minha mão não iria aparecer, nem o sangue de Ted que espirrou em mim.
  Passamos pela porta da Casa Branca, e não tinha nenhum segurança. Devem estar todos lá em cima. Menos os que guardavam o portão. Eles estavam lá e olhavam atentamente para nós dois. Eu e Justin paramos na frente do portão e mostramos nosso crachá para ele. Ele olhou para outro segurança e acenou com a cabeça para ele. O portão começou a se abrir automaticamente. E nós agradecemos. E saímos. Ainda estava tento aquela passeata de 4 de julho, foi muito difícil de passar por todas aquelas pessoas. Quando conseguimos passar e finalmente conseguimos chegar no hotel minha mãos já estava sangrando tanto que saiu alguns pingos de sangue no chão do elevador. Justin olhou pro chão e depois pra mim.
- O que é isso? Você se machucou? O que aconteceu?
- Nada – Disse eu vagamente. Ele me olhou irritado. E depois olhou para a porta do elevador que agora se abria. Ele andou até a porta do nosso quarto e abriu-a. E depois segurou a porta para que eu também pudesse entrar, e depois fechou ela. Eu fui no banheiro e tirei a blusa e a coloquei na pia. Saiu muito sangue do bolso dela. Comecei a lavar a blusa e me virei para pegar um sabão e me deparei com Justin na porta. – O que foi?
- O que foi, ela pergunta. O que foi pergunto eu Megan! O que aconteceu? Eu não vi você levando o tiro. Como que aconteceu aquilo com o Ted? E como assim ele não era mafioso.
- Jason atirou em mim. Você estava atirando para o outro lado. Ted se jogou na minha frente e recebeu a bala por mim. Mas a bala atravessou o tórax dele e se prendeu na minha mão. Ted me contou o que realmente aconteceu. Ele era um policial disfarçado de mafioso não ao contrario. E ele se demitiu e pediu para ser demitido. Ele mentiu pra mim esse tempo todo – Justin ergueu as sobrancelhas, olhou pra direita soltou um longo suspiro e depois olhou pra mim.
- Sinto muito.
- Tudo bem.
- A bala esta na sua mão?
- Sim. Acho que está preso em algum músculo porque está muito bem preso.
- Deixa eu ver – Eu estendo a mão para Justin, e ele olhou a bala. Passou a mão na minha mão o que me fez fazer uma careta de dor. Ele olhou para mim e sorriu.
- O que foi? Gosta de me ver com dor?
- Não – Ele riu – É que eu nem acredito que conseguimos o pen drive. Mesmo que você tenha levado um tiro.
- É... Conseguimos não é? E o presidente ajudou a gente... Bizarro.
- Muito. Vem Cá. Vou tirar essa bala pra você – Justin, pegou no meu pulso e me fez sentar na cama. Ele pegou uma maleta preta debaixo da cama e abriu-a. Lá tinha utensílios médicos que no meu Kit Primeiros-Socorros nunca teria. Esterilizados e tudo o mais. Ele pegou uma pinça prata comprida e colocou na cama, depois pegou uma agulha também prata e uma linha preta. Ele pegou a pinça e começou a tentar tirar a bala – É... Isso ai ta feio. Como você disse esta preso num músculo... Esso pode doer – Ele pegou a pinça e colocou a sua ponta fina na bala – Um pouquinho – Não foi um pouquinho. Foi a pior dor que alguém poderia sentir. Mas passou logo. Logo depois minha mão já estava pronta de novo. Justin enrolou uma facha na minha mão – Melhor você não mexer essa mão hoje. Deixa que eu lavo sua jaqueta.
Eu não tive tempo para pensar em argumentar. Minha cabeça estava completamente atordoada... “Eu menti para te proteger Megg” Palavras de Ted ecoavam em minha cabeça. Deitei na cama e fitei o teto.
- Eu sei Megan... Mas tem certesa?
- Certesa de que?
- Que você quer vingança... Quer dizer. Quando é pessoal, fica pior.
- Já era pessoal não é? Você torturado. Meu pai...
- E agora o Ted – Justin não usava mais aquela voz debochada para falar o nome de Ted. Na verdade ele falava quase como se o respeitasse – Megan, tem certeza?
- Não, mas idai? Dane-se. – Não sei porque fiz isso mas comecei a gritar com Justin - Não sei o que vai acontecer quando tudo terminar... Não sei se vou morrer. Ou se vai tudo dar certo. Ou se... Eles vão morrer. Não sei, mas idai? Eu não ligo mais pra mim não importa! Eu só quero acabar com tudo isso! – Comecei a chorar de novo. Droga! Por que Ted tinha que me contar aquilo?!
- Não sei culpe. Não foi culpa sua.
- Foi sim! – Não entendo como o Justin me entende tanto. – Foi sim!
- Megan, foi escolha dele.
- Escolha dele? Até pode ter sido mais se eu não estivesse ali... ah! – Minha lagrimas escorrem com mais freqüência – Droga... EU ME ODEIO! Sabia? Odeio... – Justin me veio até mim e me abraçou, de um jeito caloroso e gentil como só ele faz. Acho que só ele consegue me fazer sentir tão segura, quando na verdade não estou.
- Não faça isso. Não foi sua culpa. Não se odeie... Quer dizer nem ele te odiava não é? – Justin consegue um sorriso meu. – Ei. Olha. Olha pra mim. Nada de pior vai acontecer, se estivermos juntos. – Eu concordo com a cabeça e depois abraço ele de novo.
- Eu já te disse isso? Que você é incrível. – Sussurrei no ouvido dele - Como pessoa. E é um gênio. Como profissional. E que é muito bom pra me fazer sentir melhor?
- Sou bom em muitas coisas... – Ele sorri, e eu pra ele. Ele me beija e passa a mão pelo meu cabelo. Depois me faz deitar na cama, ainda me beijando ele deita em cima de mim. Ele está quente. Acho que isso vai ser bom. E acho que estava esperando isso já a um tempo.
- Justin...
- O que?
- Eu já te disse também... Que... Eu te amo?
- Não. Mas é bom saber ... Que se e correspondido – Ele sorri e volta a me beijar, eu passo a mão pelo seu cabelo e o viro deitando ele de costas no colchão, começo a abrir os botões de sua blusa preta, e ele a tirar minha camiseta branca, Justin me vira de novo de costas pro colchão e TRIN TRIN TRIN... TRIN TRIN TRIN... toca o telefone do quarto do hotel. Justin senta na cama parecendo decepcionado. Talvez tanto quanto eu. Ele levanta esta sem camisa e eu também e pega o telefone:
- Alo? – Ele fica alguns segundos sem falar nada, e depois fica com as feições no rosto como se tivesse visto um fantasma – Como você conseguiu esse numero?
- Quem é? – Sussurro pra ele.
- Jou – Sussurra de volta. Ele fica mais um tempo sem falar nada e depois – Bom, uma dica pra você: Eu não estou nem ai para o que você quer ou deixa de querer. Dane-se. Vamos fazer o que tivermos que fazer e eu não to nem ai pra você. Passe bem. – Ele desliga com ferocidade o telefone.
- O que ele queria?
- Que a gente parasse de tentar entregar eles, que eles iriam nos deixar em paz.
- Não. Eles não iriam não.
- De fato não.
- O que a gente faz agora?
- A segunda etapa. Hackear os computadores militares.


3 comentários:

  1. CARALHO, o que é isso? meu deus, como consegue escrever tão bem? tipo, sem palavras,


    te amo.

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  2. Cara... Ta muito bom! Sério mesmo! Muuuito bom! Continuaa...

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  3. QUE ODEIO DESSE TAL DE JOU!!!! SOS!!!! Tava mó momento! haha tava mó quente! E de repente esse idiota do Jou ligaaaaa!!!!!! aaaah!!! hahaha CONTINUAAA

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