- Vai ser
bem difícil sair daqui... – Digo.
- Porque? –
Pergunta Logan – É só chuva.
- Essa “só
chuva” é uma tempestade... – Disse Daniel – Vai ser difícil de eu conseguir
andar com essa perna...
- Ele tem
razão... – Disse Brenda – Até porque vai ser difícil a gente enxergar direito
com água em nossos olhos.
- Isso não é
o pior – Digo. Todos me olham – Eles odeiam chuva, trovões, relâmpagos...
- Idai? Como
qualquer um que tem medo dessas coisas vão se esconder... Certo? – Disse Paul.
Brenda ri.
- Você diz
como se eles fossem pessoas – Diz Brenda.
- Eles são.
Mas... Com problemas – Disse Paul.
- Eles não
pensam racionalmente – Digo – Eles tem medo? Eles ficam com raiva. Quanto mais
raiva, mais vontade de descontar em alguém. E isso quer dizer nós. Se eles
sentirem cheiro humano, do nosso sangue, ou sentirem nosso calor, vão correr
atrás de nós, como se o resto que sobrou de suas vidas dependesse disso. –
Ninguém falou por um tempo. Depois Tom disse:
- Podemos
fazer o mesmo de ontem...
- O que? A
distração humana? – Pergunte incrédulo.
- Não. Sair
pelos fundos.
- Não tem
porta dos fundos aqui – Diz James.
- Bom
então... então... AH NÃO SEI! – Disse Tom vencido.
- E se
sairmos pela janela de trás – Diz Matt.
- Será que
eles não estão lá?
- Talvez –
Olhei pra fora de novo. Não sentia nada. Olhei atentamente e vi que o mais
próximo zumbi estava a no mínimo 1.700 quilômetros daqui – Podemos sair pela
porta mesmo.
- Como é?
- É... Não
tem zumbis por perto. Saímos com cuidado... Agora o que temos que saber é onde
vamos.
- Eu conheço
aqui – Disse Paul – Tem uma casa a dois quarteirões do shopping, uma casa
vermelha com branca. Inconfundível.
- Certo. Saímos
todos juntos e com cuidado pra lá.
- Podemos
comer primeiro? – Perguntou Tom.
- Claro –
Disse Matt. Vamos até a cozinha e pegamos algumas bolachas que tinha no
armário. Tomamos Nescau. Matt colocou Douggie em sua jaqueta como ontem. E
depois saímos. Estávamos mais quietos do que de costume. Na verdade estava tudo
mais quieto do que de costume. Isso não era bom.
- Fiquem
atentos – Sussurrei. Paul estava nos guiando. A água gelada da chuva levada
pelo vento,batia com feroz velocidade em meu rosto. Cada partícula do meu corpo
estava molhada. Até meus ossos doíam com o frio. Andamos com muito cuidado. Os
zumbis não estavam aqui. Continuamos andando por mais 30 minutos e nada
aconteceu. Comecei a ficar inquieto. O que estava acontecendo? Estava tudo
parado. Quieto demais. Andamos por mais 20 minutos. Meu estomago revirou. Me
deu uma anciã de vomito. Desejei não ter comido hoje de manha.
- O que será
que... – Brenda me olhou – Justin, o que aconteceu? Está pálido.
- Não parem
– Disse empurrando Daniel que andava mancando. Sua perna estava melhorando, mas
ainda não estava completamente curado – Eles estão aqui.
Começamos a
andar com mais rapidez. Meu estomago piorou. Comecei a tremer. Mas não parei.
Continuamos andar. Não consegui continuar. Cai de joelhos. Pingando suor.
- Justin, -
Brenda se agachou e passou a mão pelas minhas costas. Pegou meu braço e me
ajudou a levantar.
- Tem muitos
deles aqui. Não consigo dizer quantos... Mas tem muitos...
- Vamos
corram – Brenda segurou meu braço com mais força e começamos a correr. Paul que
estava na frente parou abruptamente o que fez James colidir com ele, e depois
dele Logan. Brenda e eu andamos para ver porque havíamos parado. E lá estava. A
rua estava barrada. Por zumbis – Vamos dar a volta – Sussurrou Brenda. Os
zumbis estavam ocupados com alguma coisa. Pensei ter visto 4 cachorros caídos.
Mortos, no meio deles. Isso me fez lembrar de Douggie. Me deu uma pontada no
estomago. Andamos para a outra rua. Estava cercada. Para a outra. Cercada. A
outra e depois a outra. Todas cercadas. – O que fazemos? – Sussurrou Brenda tão
baixo que quase nem eu consegui ouvir.
- Vamos
explodir eles. – Sussurro para ela.
- Já tivemos
uma experiência com explosões – Sussurrou ela ainda mais baixo – E não deu
muito certo.
- Não temos
escolha – Ela não responde de imediato. Então pego algumas bombas da mochila
dos outros e digo – Quando a bomba explodir, os outros vão ir pra origem do
barulho e nós estaremos aqui. Então cuidado. Coloquem silenciadores nas armas,
porque quando entrarmos na casa, não queremos fazer barulho. – Eles concordaram
com a cabeça, todos muito brancos. Não achei que estivesse diferente deles.
Tinham muitos aqui. Não conseguia contar quantos. Nunca vi tanto zumbis assim.
Mas pensando bem, aqui é o centro da Califórnia. Obviamente teria mais pessoas.
Logan, James e Daniel foram pela direita. Paul, Caterine e Tom foram para
esquerda e Eu, Brenda e Mattew fomos para o centro. Segundos depois ouvi
explosões vindas da direita e depois vindo da esquerda, os zumbis olharam para
nós e Matt atirou a nossa, quase todos os zumbis explodiram juntos com a bomba.
Mas então ouvi um grito:
- CORRAM!
- NÃO VOU
DEIXAR VOCÊ AQUI! – Paul, Caterine e Tom estavam correndo para nossa direção.
Agora conseguia contar. Conseguia sentir. 50 zumbis vinham logo atrás deles. A
chuva começava a obter mais força. Todos nós atirávamos neles. Paul, estava
ficando para trás, acho que estava mais preocupado em atirar e proteger a irmã
do que salvar a própria vida. Caterine e Tom estavam quase no meu lado. As
balas de Paul acabaram. Ele jogou a arma no chão e pegou outra que estava em
sua cintura. Atirava e atirava como nós. Paul estava quase chegando. A chuva
estava mais intensa. Paul olhou pra trás, um grande erro, atirou neles, mas ele
escorregou e caiu no chão.
- PAUL –
Gritei me aproximando. Os outros se aproximavam também. Caterine voltara a
ficar branca, mas atirava com mais ferocidade, Daniel voltara e tremer – PAUL!
AGUENTA FIRME CARA! – Tinham ainda 20 zumbis rodeando Paul. Íamos conseguir. Íamos
conseguir. Paul escorrega. Atirei errado pelo nervosismo. O tiro pegou na perna
de um zumbi, Paul tentou levantar, mas a estrada estava muito escorregadia,
quando ele finalmente conseguiu se levantar o zumbi caído no chão segurou sua
perna o derrubou novamente. Ele prendera Paul no chão – NÃO! – Atirava, nos
zumbi, mas não conseguia livra-lo. – PAUL! AGUENTA! – Todos atiravam com muito
vontade, íamos conseguir! Estava certo disso! Vamos conseguir! Mas – NÃO! –
morderam Paul – PAUL! – e de novo, e mais uma vez depois disso. Caterine que na
morte do irmão Marcos gritava muito, agora perdera a fala, chorava baixinho,
caíra de joelhos, Paul foi mordido mais uma vez e mais uma vez. Ele soltou um
grito brutal, e disse:
- CATERINE! DANIEL! EU... EU AMO VOCÊS!
- PAUL! NÃO
DESISTE! – Disse Daniel no meio do desespero que imanava de seu corpo. Paul
pegou sua arma.
- PAUL NÃO
FAZ ISSO! – Gritei, ele destravou a arma – VAMOS TER OUTRA OPÇÃO! NÃO! NÃO! –
Click. Paul atirou. Ele atirou em sua própria cabeça. Todos os meus músculos enrijeceram.
Não conseguia me mexer. Olhei pra Brenda, que estava com o rosto vermelho.
Mattew, olhava os zumbis atacarem o corpo morto de Paul. Caterine chorava
abraçada com Daniel. Logan e James também não conseguiam falar nada. Tom estava
boquiaberto.
- Vão – Disse
Brenda – A casa ta aqui subam – Olhei pra trás, estávamos na frente de uma casa
grande vermelha e branca. Chegamos. Chegamos tão perto. E Paul morreu. Um
assomo de raiva subiu pela minha garganta e queimou na minha boca – Logan,
James levem Caterine e Daniel pra cima. Vai você também Tom – Eles começaram a
andar – Justin leva o Mattew, daqui eu consigo sozinha – Antes que eu pudesse
responder Mattew disse:
- Não.
- Vai logo
Mattew. Isso – Disse ela virando-se pra ele. Estava com o rosto muito vermelho
– Não foi um pedido Mattew. Eu to mandando. Sobe logo.
- Não! –
Disse ele com a voz mais firme. Os outros pararam de andar, quando estavam
subindo a escada – Não sou mais nenhuma criança pra você ter que ficar mandando
em mim.
- Não é
criança? – Disse ela atirando nos zumbis – Pois parece. Zumbis a nossa frente e
vocês discutindo comigo.
- Brenda, eu
não sei se você sabe, mas EU já sou bem crescidinho pra saber o que eu posso ou
não fazer. VOCÊ não tem ideia do que eu passei pra chegar até aqui.
- Eu? – Pela
primeira vez ela se virou e encarou Mattew – Eu não tenho ideia do que você
passou pra chegar aqui? Você Mattew, Você não tem ideia do que eu passei.
- Aposto que
não foi pior do que eu – Disse ele com voz debochada.
-Bom vamos
testa. – Ela voltou-se furiosa para os zumbis e começou a atirar neles – Você
tem ideia do que é sair pra fazer compras. Comprar comida para sobrevivermos e
quando volto percebo que minha casa foi tomada por zumbis? – Mattew não
respondeu – Ou pior – Seus olhos começaram a encher de lágrimas – Sabe o que é
chegar em casa e ver que sua mãe – Sua voz tremeu. Não consegui fazer nada se
não ficar parado. Nunca ouvi Brenda falando da morte dos pais – Foi
transformada em zumbi? E você não tem corajem de mata-la, mas tem que fazer
isso porque se não você morre? – A cor do rosto de Mattew foi sumindo – E você
- Brenda não conseguia mais conter as lágrimas – tem que olhar nos olhos.
Naqueles olhos castanhos que sempre te deram amor, carinho e afeto e ter que
atirar na testa dela? Ou olhar nos olhos verdes de seu pai – O que sobrou da
cor no rosto de Mattew sumiu – Aquela pessoa que foi seu herói a vida toda e
BAM, ter que atirar nele também?
- Eu... Eu
não – Gaguejou Mattew.
- Ou tentar
proteger a família do seu melhor amigo, que por acaso não estava – Me senti
meio tremulo. Sabia que ela estava falando dos meus pais – E sair com eles para
nos mudar de uma casa pra outra e ver que a mãe dele foi mordida. E a mordida
foi muito profunda e ela se transformou com rapidez. E depois ela morde o pai
dele, e você não tem corajem de atirar neles, porque depois da minha própria,
eles foram os únicos que eu pude realmente chamar de familia! – As grossas
gotas de lágrimas que saiam de seus olhos se misturaram com a água da chuva. Um
trovão fez com que a cidade tremesse. Brenda se virou para os zumbis que
chegavam lentamente e atirou neles com exceção de fúria – Mas você tem que
fazer isso! Você tem! – Brenda fungou. E se virou para Mattew – Ou aquela
sensação de completa solidão, e você tem que correr para um lugar onde você
acha que tem alguém que você conheçe, e você corre para a casa do seu amigo –
Ela se vira para Logan, e olha dele para James - e fica ao mesmo tempo feliz
por ele estar lá, de saber que eles estão vivos. Feliz de saber que você ainda
tem com quem contar. Mas ao mesmo tempo triste porque não sabe se você vai
decepciona-los, ou se a qualquer momento ele vai morrer! – Ela começou a chorar
com mais vontade – Mas você não sabe como é não é? E nada! Nenhuma dessas sensações
se compara com a de abandono – Ela fixou Mattew nos olhos, ele estava tão
branco que pensei que ia desmaiar – Você... Me abandonou Matt! Eu te amava
tanto e você me abandonou – Por um momento pensei que ela fosse atirar em
Mattew, mas não. Ao contrario. Ela se virou para os zumbis que agora eram
poucos. Só tinham cinco até então. Ela atirou em um. Depois chutou o outro na
perna este caiu, depois ela ajoelhou segurou a cabeça dele por trás e bateu
contra o chão, sai sangue da cabeça dele, continuou a bater a cabeça dele no
chão, até o zumbi parar de se mover. Morto. Depois ela atirou na perna de um,
quando ele caiu no chão ela tirou uma faca da cintura e cortou a cabeça dele.
Quando percebeu que os zumis acabaram, ficou ajoelhada no chão, soluçando e
fungando. Nunca a vi desse jeito. – Eu pensei que você tivesse morrido. Pensei
que Douggie tivesse morrido. Vocês me deixaram – Ela pegou a faca, e enfiou
dentro do olho do zumbi sem cabeça. Depois levantou – Eu me senti com raiva. De
ter perdido as únicas pessoas que eu realmente amava no mundo, mortas por
zumbis. Ou por causa da Vírus e Vários. A solidão não é nada comparado a raiva.
Deles. – Ela guardou a faca – Minha vida foi destruída por causa disso. – Ela
apontou pros zumbis caídos no chão – Eae? Sua vida foi pior? Seus dias foram
piores? – Mattew não respondeu. Acho que perdeu a habilidade de falar. Todos
perdemos. Olhei ligeiramente para trás e vi que Tom, Logan, Caterine, Daniel e
James estavam parados na escada da casa olhando. Todos ficamos em silencio. O
único barulho era os da chuva– Vamos para dentro. Vocês vão ficar doentes.
Subimos e
começamos a andar pela casa. Mattew não disse nada. Só sentou no sofá e tirou
Douggie, guardado em sua mochila. Douggie se balançou, lambeu a pata que estava
com um curativo, deu uma segundo balançada dos pelos e começou a correr alegre
pela casa. É incrível não? O mundo acabando lá fora. Mas Douggie... Um
cachorrinho, sempre tem um pouco de amor dentro dele. Acho que Douggie é o
único puro. O único ser vivo, que ama, e não liga para a tristeza dos donos.
Porque assim que se aproximava sempre tirava um sorriso da pessoa. Brenda subiu
para tomar banho no andar de cima, os outros estavam sentados ao redor da mesa.
Eu senti no sofá e fiquei pensando.
“Depois que
fui capturado Brenda teve que matar os pais. Pensou que o irmão e o cachorro
estavam mortos. Foi para minha casa e protegeu meus pais. Esperou por mim. Saiu
com eles para comprar comida e trocar de casa, mas eles foram mordidos e ele
teve que mata-los também. Foi para casa de Logan e ficou com ele e James. Muita
coisa aconteceu. Eu sempre pensei que ela estava bem. Que estava legal. Mas tem
muita coisa passando atrás de seus sorrisos, que são seus sentimentos e
pensamentos. Como ela suporta? Eu não suportaria”.
Na hora que
fomos dormir, a casa era grande o suficiente para todos nós. Agora que nosso
grupo estava reduzindo. Douggie ficou em baixo. Na sala. E nós subimos as
escadas e fomos cada um para um lado. Foi difícil dormir esta noite. Tive a
impressão de ficar muitas horas acordado, mas por fim consegui pegar no sono.
Mas no dia seguinte acordei, com uma volta no estomago. “Os zumbis invadiram a
casa”.
UOUU ! Oq será que vai acontecer ? O.o Poste o outro cap. logo XD
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA O QUE VAI ACONTECER?
ResponderExcluir