quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Capitulo 14 –O fundador da Vírus e Vários.


Gritos. Gritos tortuosos. Não sei de onde vem. Meus olhos estão fechados, e não ouso abri-los... Estão levemente doloridos. Os gritos que ouço, não quero ver sua origem. Mas uma hora ou outra vou ver. Sinto alguma coisa deslizando pela minha nuca, ergo caminha mão, mas então percebo que estou preso, abro meus olhos abruptamente, com a visão desfocada pela luz ardente que bate de repente no meu olho, olho pras minhas mãos e vejo que estou preso com algemas de ferro numa cadeira. Minha camiseta esta molhada, sangue escorre da minha cabeça, do lugar onde o segurança me bateu. Minha boca esta amordaçada com um pano cinza.
Passo meu olhar pelo lugar onde me encontro. Ao contrario do resto da Corporação esse lugar é inteiro cinza, com o chão e teto pretos. Na minha frente tem um homem alto, musculoso, com olhos pretos, e cabelos de mesma cor, pele morena, e usando terno. Uma porta do lado direito se abre, um homem sai, antes que a porta se feche eu vejo Logan, Caterine e Daniel amordaçados e amarrados no chão da sala. Olho pra frente novamente e percebo de onde vem os gritos. O homem da pele morena esta apertando um botão vermelho, e quando ele o faz Brenda se contorce. Grita. Treme. Seu pulso sangra, ela tenta desesperadamente arrancar a pulseira preta, mas sem nenhum sucesso. Ela esta suada caída no chão. Kendall se levanta, Brenda deita no chão. Ele pega um objeto de cabo preto incrustado de diamantes pratas, e de lamina extremamente afiada e brilhante.
Ele vai até Brenda, se agacha ao lado dela, ela tenta se levantar, mas não consegue, ele a devolve pro chão. Ele segura os braços dela, de modo a não deixar ela se levantar e diz:
- Por que você deixou ele sair? Em? Era pra você prender o garoto na sala!
- Eu – Ela soluça – Eu juro. Eu tentei!
- NÃO MENTE PRA MIM! – Ele pega a faca, e faz um corte de no mínimo 3 centímetros na parte lateral da barriga dela. Ela solta um grito agudo, e bate os pés no chão. Sinto um bolo se formando na minha garganta.
- EU NÃO TO MENTINDO! – Consigo ver uma gota de lágrima brilhante cair da lateral dos seus olhos – EU JURO! EU TENTEI!
- PORQUE VOCÊ MENTE PRA MIM EM?! EU VI! TEM UMA CAMERA NA SALA GAROTA! VOCÊ ACHA QUE EU IDIOTA?! – Ele senta em cima das pernas dela, se debruça e corta com mais força e profundidade em sua canela. Brenda soca no chão, e grita. Eu lembro dela olhando redor desesperada quando eu cheguei dizendo ”você não pode ficar aqui” “vai embora” “você não deveria ter vindo”, e olhando desesperadamente pela sala procurando uma câmera, acho. Ela tentou me salvar. E esta fazendo o mesmo até agora. Sendo torturada, e ainda mentindo por mim. Meu bolo na minha garganta aumenta. Eu causei isso? Eu devia ter matado ele quando tive a chance.
- Não! Não! Deixa eu sair, por favor! – Grita ela. Kendall deita ao seu lado, olha para seu rosto bem de perto, e diz:
- Não vou te deixar sair. Não gosta da minha companhia? Ah... Poderíamos nos dar muito bem juntos, não? – Ele junta ainda mais seu rosto do dela. Minha vontade e sair correndo e dar um soco na cara dele, mas eu to preso – Você – Continua – Foi bem melhor do que imaginava. Um dardo daquele apenas,é o suficiente pra deixar alguém inconsciente por pelo menos dois dias... Mas não. Não você. Precisou de dois dardos para conte-la, e não passou de algumas horas para se recompor. Matou sete dos meus homens quando acordou... Bem mais difícil do que eu imaginei que seria... – Ele se aproximou e Brenda de repente se sentou e se afastou. – Mas então você fez o favor de DEIXAR ELE ESCAPAR DA SALA! – Ele foi até a Brenda ela rolou pro lado fazendo assim ele fincar a faca na parede. Ela desceu do palco em que estava e começou a correr, o que não durou muito porque seus fundos ferimentos de facas a impediram. Brenda caiu, e Kendall foi tranquilamente até ela limpando seu sangue da faca em sua blusa. Ele tampou a boca dela com sua mão e a arrastou de volta ao palco, lá sentou ela de novo e perguntou – Vou perguntar pela ultima vez. Quais foram os efeitos do A Cura Aprimorado, nele? – Brenda não respondeu. Sua expressão de pânico desapareceu, agora só ficou a velha e boa raiva.
- Não vou te responder – Kendall pegou a faca, pegou a lamina e bateu no rosto de Brenda com o cabo incrustado de diamantes. “SEU IDIOTA!” Minha vontade nesse momento é gritas, mas eu to amordaçado. A boca de Brenda começou a sangrar loucamente, ele se agachou na frente dela.
- Responde – Ela virou a cabeça vagarosamente para Kendall, com o puro ódio em seu olhar. Depois de alguns segundos ela simplesmente cuspiu sangue no rosto de Kendall. Ele limpou o rosto na manga do terno. A sensação que aquilo me causou foi apenas mais admiração do que sentia. Ela está totalmente franca, e sendo torturada e mesmo assim... Me protege. Kendall joga a faca pro lado, e agarrou os braços de Brenda e levou ela até o centro do palco. Prendeu Brenda pelos pulsos, e pendurou ela com uma outra corda. Ela ficou suspensa no ar, como se fosse um pendulo.
- Legal, fazer isso não? – Ele aponta para o rosto onde ainda se encontra algumas gotículas de sangue de Brenda - Sabe o que também foi legal? – Brenda nem sequer olhava pra ele. Ela olhava pra mim. Acho que percebeu que eu estava acordado – A morte do seu amigo – Brenda vira imediatamente a cabeça pra ele. Kendall sorri pra ela. – Quer ver? Bom... Vou te mostrar mesmo assim. – O que eu pensei que fosse a parede a minha frente,era na verdade um imenso telão. Alguma máquina virou as cordas que prendiam a Brenda, obrigando ela a assistir. Segundos depois, as imagens de James morrendo aparece bem diante dos olhos da Brenda. Ela começou a se debater, na minha opinião essas cordas não vão segurar ela por muito tempo. E nem vai precisar, Kendall anda até Brenda por trás, com a faca em punho, e eu só tenho segundos pra pensar no que eu vou fazer. Atrás de mim vem quatro seguranças, fecho meus olhos e finjo que estou dormindo. Deixo meus instintos me levarem. Sinto um deles pararem atrás de mim, meus pés estão amarrados. Mas eu simplesmente me levanto abro meus olhos vou com tudo pra trás, o homem cai e fica de baixo da cadeira, com o barulho que isso faz Kendall olha pra mim. Outro segurança corre em minha direção, e eu chuto ele com meus dois pés presos, ele cai. O outro vem até mim com uma faca em punho, eu jogo meu pé em cima dele, e ele sem querer corta as cordas que prendem meus pés, ele avança mais uma voz pra mim com a faca, e ela chuto ela pra longe, coloco meus pés um em cada lado do seu rosto, e com um movimento quebro seu pescoço. Olho pra baixo e vejo a faca caída no chão. Piso no cabo da faca, e chuto ela pro meu lado, coloco o cabo no meio dos meus dois pés,o quarto homem vem pra cima de mim atirando, e pulo pro lado, deixando a cadeira e o outro segurança como escudo. Por engano o quarto segurança atira no primeiro, e esse fica paralisado de pânico, enquanto ele fica parado, eu coloco minha faca na minha mão,e  corto as juntas das algemas que me prendem a cadeira. Depois tiro a mordaça da minha boca, e me levanto.
O quarto segurança vai até mim, eu chuto ele, dou um soco em sua boca, pego o braço dele e entorto, tiro a arma de sua mão e atiro nele.
- Ora, ora, ora olha só quem acordou – Kendall sorri pra mim, eu aponto a arma pra ele – Garoto, tem apenas 5 balas em cada arma, meu homem atirou 3, você 1, só tem uma bala restante.
- É mais do que o suficiente. – Kendall sorri ainda mais abertamente.
- Venha! Se junte a nós na festa! – Eu me aproximo. De olho pra Brenda pendurada, e se contorcendo.
- Solta ela – Kendall olha pra Brenda, depois volta seu olhar, com um sorriso enorme que eu estava odiando pra mim e diz.
- Não vai rolar garoto...
- Se você não soltar ela, eu atiro em você aqui e agora.
- Atira... Atira que eu jogo a faca. E acredite eu tenho tão boa pontaria com facas, como você tem com armas, isso não vai acabar muito bem, não é? – Olho pra ele. Percebo que não tenho escolhas. Ando em direção a ele, com a arma apontada. – Eu posso virar ela pra você – Diz ele solenemente. Subo as escadas do palco, ele aperta um botão preto e a maquina vira Brenda pra frente. – Tenho algumas perguntas pra você. Posso perguntar?
- Perguntar você pode. Se eu vou responder ou não é outra história.
- Não tem problema. – Ele da um sorriso – Se não responder, eu tenho um botãozinho mágico aqui, que eu tenho certeza que vai fazer você me falar tudo. – Olho pro botão vermelho no painel, e reconheço que é o botão da pulseira presa no pulso de Brenda.
- Que você quer?
- Além de ter instintos excelentes. Instintos assassinos quero dizer, tanto para zumbis quanto para humanos – Ele aponta para os homens mortos no fim da sala – Em fim... Além desses instintos o que mais o A Cura Aprimorado fez a você?
- Pra que quer saber?
- Não vai responder?      
- Primeiro diz pra que quer saber. – Ele avalia a situação e depois se senta numa cadeira, a frente do painel.
- Bom... A princípio fizemos o A Cura como você sabe, para ajudar as pessoas. Ele servia pra reanimar as células mortas do corpo de uma pessoa que possui algum problema.  Mas depois de um tempo alguma coisa deu errado na formula do A Cura, e deu no que deu. Tanto faz pra mim. Mesmo que alguém me morda eu tenho o antídoto.
- Porque não vende?
- Porque eu não fiz isso pra ajudar ninguém, garoto. A única coisa que eu fiz de bom na minha vida, deu errado. Pra que tentar de novo, não é? Em fim... Fiz o A Cura Aprimorado...
- Você é o criador de tudo? – Pergunto indignado – A Cura, o antídoto, A Cura Aprimorado tudo?
- É... Você não está me ouvindo não Justin?! – Ele suspira – Como estava dizendo, fiz o A Cura Aprimorado, pra ver se eu conseguia ficar imune a essas mordidas e etc... Pra ver se mesmo se eu convivesse com ele, se me mordesse, me atacassem eu não precisaria de antídoto, isso seria realmente A CURA... Então testei em você...
- Fui sua cobaia... Eu poderia ter morrido.
- É... Poderia. – Diz com indiferença - Mas não morreu e é isso que importa. Notei que você não é imune a eles mas,você tem outros dons... Quais são?
- Eu... Sinto os zumbis, sei a quantidade que tem deles. Sou bom pra matar. Sei quanto tempo você tem apenas por olhar a profundidade do ferimento – Kendall me olha nos olhos, da um largo sorriso.
- Vou precisar de você Justin. Bom... Foi pra isso que te pegamos... Pra conseguir seu sangue ver o que você tem nas células pra fazer mais A Cura.
- É mas eu não vou com você.
- Não? Se não por bem... Por mau então. – Ele apertou o botão vermelho, e Brenda tremeu como um peixe fora d’água. O sangue da sua boca escorreu pelo pano que a amordaçava. Olhei pra ela com pânico no olhar,Kendall andou na minha direção, mas não dei atenção a ele. Brenda colocou as mãos mais pra cima na corda, fazendo sei lá o que. Kendall parou na frente dela. Brenda se alto puxou pra cima na corda, e chutou Kendall que cambaleou um pouco e depois caiu do palco, corri até Brenda e tirei a mordaça de sua boca:
- Eu vou tirar você daí.
- Não se preocupa comigo, eu dou um jeito, você tem que sair da...ATRAS DE VOCÊ! – Me viro depressa a tempo de não ser acertado pelo punho fechado de Kendall, me agacho seguro suas pernas e prendo ele no chão.
- RÁPIDO! SAI DAÍ! – Brenda se balança, parecendo ainda mais um pendulo. Ela balança em direção a tela de controle, onde se encontra a faca de Kendall, ela pega a faca com os pés, igual a mim. Se segura nas cordas que a penduram, e leva o cabo da faca até a boca, e dela até a mão, e começa a cortar a corda. Kendall está colocando toda força que tem pra sair do aperto, mas eu igualmente coloco toda minha força para prende-lo. Porem Kendall me joga pra trás, sei que ele não vai me matar,porque precisa de mim. Mas tem outras pessoas que ele pode matar. Na mesma hora que isso me ocorre, Daniel pula por trás de Kendall, me levanto e ando pro lugar onde caiu a arma e pego ela. Aponto para Kendall, mas Logan esta do lado dele, Caterne, está ajudando Brenda e Daniel esta em suas costas.
- SAIAM! SAIAM TODO DAQUI!
- Mas e você? – Pergunta Daniel. Eu atiro na perna de Kendall. Ai se foi a ultima bala. Kendall cai pra trás, Daniel pula das costas dele, e sai correndo em direção a porta, Brenda que conseguiu se desprender corre também, Kendall segura seu pé, e ela finca a faca onde a bala pegou. Kendall solta um grito. E Brenda retorna a corrida. A porta está trancada. Vou para o meio dela e chuto ela. Segundos depois a porta cede e o trinco quebra, corremos entre os corredores. Muitos seguranças aparecem agora, acho que Kendall mandou um aviso pra todos. – CADÊ NOSSAS BOLÇAS?!
- Na sala dois! – Diz Brenda. Paro abruptamente, e os outros colidem comigo.
- CARA! – Grita Logan – VOCÊ TEM QUE PARAR DE FAZER ISSO!
- O que foi? – Pergunta Caterine.
- James está na sala dois... A gente tem que ir pra lá – Logan parece exasperado.
- VAMOS! – Grita Brenda. Retomo a corrido, dobro uma esquina que da em outro corredor. Logan tem uma faca, e usa em todos os seguranças que passam por nós. Chegamos a usar até duas bombas. Esse lugar está um completo caos. Tem zumbis correndo pra todos os lados. Seguranças correndo deles, ou atrás de nós. Tentamos fazer menos barulho possível...
Chegamos.
- Aqui – Digo apontando para a porta – Só um minuto.
- O que foi? – Pergunta Daniel.
- Logan, essa porta não tava trancada? – Pergunto. Logan assente, meio perturbado. Ele abre a porta. Kendall está lá. Sentado do lado do corpo morto de James.
- Você são muito previsíveis... – A visão dele com meu amigo, me deixou mais irritado do que de costume. Entro na sala, Kendall se levanta, O ferimento em sua perna desapareceu. Mas eu entendi no instante em que vi, o que tinha acontecido. Kendall já foi mordido, não uma mas várias vezes. E ele já usou o Antídoto do A Cura, que como o remédio, não funcionou como deveria. Todo ferimento que fizermos nele, a perna regenera minutos depois. Acho que o único jeito de matar ele é bala na cabeça, quebrar o pescoço ou coisa assim...
Chego nele e Logan ao meu lado, Logan tira James do meio do caminho. Eu pego uma faca que está do lado de fora da minha bolsa, e tento afundar na cabeça dele, mas ele usa seus músculos e segura minha mão, com tanta força que pensei que fosse quebrar, empurro Kendall trás, e ela joga a faca em mim, me desvio:
- AHHHHHHHHHH! – Olho pra trás.
- LOGAN! – Grito. 


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