quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Capitulo 9 – Distração humana.


Depois de acordar todos, ficamos em silencio.
- Como vocês sair daqui? – Perguntou Caterine. Abri de novo a fresta na cortina, e fiquei olhando pra rua apinhada de zumbis.
- O que vocês pegaram na cadeia? – Perguntou Matt.
- Hm... Nada que seja útil pra isso – Disse James olhando todas as mochilas. – Alguma ideia? – Ninguém respondeu. Mas o silencio foi quebrado quando Brenda disse:
- Vamos fazer uma distração.
- Sem chance. Não podemos fazer barulho, com bombas ou coisa assim... – Disse Daniel.
- Não disse nada sobre bombas – Disse Brenda. Olhei pra ela, ela não pode realmente estar pensando no que eu acho que esta – Vamos fazer uma distração humana.
- O QUE?! NÃO! – Me levantei de um salto, era o que eu temia.
- O que é uma distração humana? – Pergunta Paul.
- Algum de nós – Explica Matt – Sai lá fora. Faz barulho. E distrai eles.
- O QUE?! – Disse Tom – Não rola, eu não vou lá...
- Não disse nada sobre você. – Interrompeu - Eu vou – Fixei Brenda nos olhos. E quando ela me devolveu o olhar, percebi que nada a falasse iria mudar sua ideia.
- Eu vou com você – Disse Matt.
- E eu também. – Falei.
- Você não vai Justin.
- Você não manda em mim – Disse a ela.
- Ta bom. Mas não faz nenhuma idiotice
- Isso que a gente vai fazer já é idiotice... – Ela concordou com a cabeça e começou a rir.
- O lance é o seguinte – Disse Brenda, ela olhou pra cozinha onde tinha uma porta e continuou – Quando nós sairmos, vocês vão sair por aquela porta – Ela apontou para a porta da cozinha – Corram. Mas cuidado! – Olhei no relógio. Agora é quase 12:00.
- Como vamos fazer pra sair daqui? E pra onde vamos?
- Tem uma casa amarela a três quadras daqui – Disse Caterine – Ela é grande... Podíamos ir pra lá.
- Legal... Vai ser lá então – Disse Brenda – O plano é o seguinte: Vamos sair atirando por ali – Ela apontou para porta da frente – Pegamos um carro, e despistamos eles. Depois corremos pra casa amarela... Depois a gente vê o que faz...
- O.K – Disse Matt. Foi se agachou e pegou Douggie que pulava alegre, na perna de Caterine. Ele colocou Douggie numa mochilinha preta, pegou uma jaqueta, e colocou, depois colocou a mochilinha preta em que Douggie estava em sua jaqueta e fechou a. Deixando assim o cachorro bem protegido perto dele. – Quando eu contar até três... UM... – Eles correram pra cozinha – DOIS – Eles colocaram a mão na maçaneta – TRÊS – Matt e Brenda correram pra porta, e saíram pra rua, e eu atrás deles:
- HEEEY!! ZUMBIIS!! SEUS IDIOTAS! VENHAM! CORRAM! VENHAM ATRAS DE MIM! – Brenda atirava. Vários zumbis começaram a correr atrás de nós. Atirei em vários deles e comecei a correr atrás deles, Brenda esta com sua costumeira feição de poder, com seu rosto vermelho, sempre que matava um zumbi. Seu rosto cheio de raiva. Mattew também tinha um rosto vermelho, mas não dava aquela sensação de raiva. Alguma coisa aconteceu com ela. Não sei o que.
Tinham três zumbis vindo na minha direção, e Matt se virou pra mim e apontou a arma, mas não foi necessário. Chutei a cara de um deles, e depois quebrei seu pescoço com um movimento de mão, e depois atirei na cabeça dos outros dois.
- Essa foi boa – Disse Matt sorrindo pra mim.
- Valeu... – Disse eu voltando a corrida.
- Como fez isso? – Perguntou Matt correndo ao meu lado.
- A Corporação me deu o A Cura 2. Fez efeito.
- CARACA! – Gritou ele – Desculpe – Disse ao ver a cara feia que Brenda lhe mandou – Como você se sente?
- Sinto todos os zumbis – Atirei na cara de um que vinha atrás de mim, sem olhar pra ele – onde estiverem... Sei onde todos – Atirei em um que estava a centímetros da orelha de Matt – Estão.
- Mineiríssimo.
- Só que não. – Disse eu rindo para ele. Atirei nos zumbis que estavam muito perto de Brenda. Ela correu a nossa frente, e quebrou a janela de um carro, e entrou nele – QUE ESTÁ FAZENDO?!
- Ligação direta... Não tem outra...
- ANDA LOGO COM ISSO – Gritou Matt interrompendo ela. Ele foi até a janela – TEM TIPO UNS... 30
- 50 – Corrigi.
- CINQUENT... ANDA! RÁPIDO!
- FALA ISSO PRA DROGA DO CARRO! – Gritou Brenda de volta.
- TA FOI MAU! – Disse Matt, ele se virou e começou a atirar, virei de costas para o carro e comecei a atirar também. Estavam chegando muitos... Não vai dar, pra nós dois segurarmos, corri até Brenda e disse:
- Se você for mais rápido, vai ser muito bom.
- To tentando, vai... Por Favor... Não me deixe na mão agora...
- O que? – Perguntei.
- To falando com o carro – Ela segurou os dois fios e começou a encostar um no outro – por favor... Vamos... Vamos... VAMOS! – Vruuuum! O carro pegou – ISSO! ENTRE JUSTIN! RÁPIDO! – Dei a volta no carro e abri a porta do passageiro, depois Matt entrou no banco de trás. Ela começou a dirigir, e cada vez mais rápido – MATT! MATT OLHA ISSO! – Ela apontou pra direção em que os zumbis vinham.
- Isso ta parecendo... – Começou ele.
- ZUMBIS ATACK! – Gritei. Começamos a rir. Zumbis Atack é um vídeo game, em que eu, Mattew e Brenda éramos viciados quando mais novos. Era o vídeo game mais legal que já joguei... Mas agora que aquilo era real... – Ei... Olhem, olhem! – Do outro lado da rua, Logan, James, Tom e os irmãos Myes estavam correndo, mas estavam sendo seguidos – Que vamos fazer?
- Se segurem – Brenda acelerou, e atropelou todos os zumbis, mas não adiantou, mais zumbis iam na direção deles – CORRAM! – Gritou ela para os outros, e eles correram – O que nós vamos fazer?
- Ligue o alarme – Disse. Ela ligou – Vamos chamar mais atenção. Vai pro outro lado!
- E como voltaremos pra cá? – Perguntou ela.
- A pé... – Disse Matt. Brenda fez uma curva, atropelou vários zumbis. A sirene ainda ligada, todos os zumbis vinham em nossa direção. Os que estavam atrás dos nossos amigos agora estavam na nossa cola. Brenda olhou pra trás e deu ré. Atropelou os zumbis que estavam atrás de nós, passei a mão pelo meu corpo, eu ainda tinha uma bomba comigo, liguei ela com o isqueiro do carro e atirei pra trás. Péssima decisão. A bomba explodiu, os zumbis as nossas costas explodiram, mas um pouco do fogo pegou no tanque de gasolina do nosso carro. Ele foi arremeçado para longe. Ouvi os gritos de Mattew e Brenda, o carro girou no ar, não conseguia ver nada, o ar que tinha nos meus pulmões sumiram, minha visão estava conturbada, senti minha cabeça bater com força no chão, o carro capotou. Não ouvi nada. Nenhum barulho. A não ser o fogo atrás de nós crepitando. Se não sairmos rápido dali, o carro todo vai explodir com a gente dentro.
- Brenda? – Sussurrei.
- Eu to bem – Respondeu. Estava com uma voz pastosa, como se tivesse alguma coisa em sua boca. – Matt?
- Eu to legal. – Eu tentei abrir a porta, mas ela tava emperrada. O sangue descia na minha cabeça. Tinha uma veia latejante na minha testa. Minha mão tava toda machucada, eu me virei, minhas costas estavam doendo, e chutei a porta, ela quebrou. Rastejei pra fora do carro. Estava tudo muito quieto. Não tinham zumbis aqui. Ajudei Mattew e Brenda a saírem também. Começamos a andar, apesar de estamos doloridos de mais pra isso. A cabeça de Brenda sangrava, e esse sangue descia pra boca, era isso que fazia sua voz pastosa. Matt,estava com o pescoço sangrando, e suas pernas também. BUUM. O carro explodiu. Essa pressão nos fez voar pro outro lado da rua.
- AH... Droga! – Coloquei a mão na testa, que doía mais agora. Ajudei Matt a levantar – Venham... Vamos - Andamos o mais rápido possível. Chegamos numa casa grande, e amarela gritante. Mattew girou a maçaneta, mas a porta não abriu. Eu bati nela e disse:
- Abram... Somos nós – Eles abriram.
- Já estava começando a ficar preocupado... Ouvimos explosões... – Disse James – Meu Deus! Estão todos horrível...
- Obrigada – Disse Brenda.
- O que aconteceu com vocês?! – Continuou James.
- Explodimos – Sentei no sofá marrom claro que tinha no meio da sala, coloquei a mão na testa, e deitei. Matt e Brenda,sentaram no sofá também. Mattew tirou uma mochilinha preta de dentro da jaqueta preta, e abriu.
- Hey garoto – Pegou Douggie, e colocou ele em cima do sofá – Você ta legal?- Ele passou a mão por Douggie, que choramingo quando o dono encostou em sua pata. Matt, olhou mais de perto e disse – Brenda... Acho que a pata dele ta quebrada...Você consegue...
- Claro – Ela foi até ele, olhou e disse – Você deve ter caído em cima dele, não?
- É... Sim.
- Lógico... Ele não esta com a pata quebrada, só machucada, espere – Ela foi até onde Logan colocou as mochilas e trouxe seu kit primeiro socorros, e injetou uma injeção em Douggie, segundos depois o cachorro parou de se mexer, e ela começou a mexer em sua pata – Ele só está dormindo... É pra não mexer a pata enquanto eu arrumo – Disse ela a Matt. Alguns minutos se passaram e Brenda começou a cuidar dos ferimentos do irmão – Acho melhor – Disse ela, sem tirar os olhos do sangue que tirava no ombro de Matt – Vocês irem dormir. Um pouco.
- Esta bem – Disse Daniel – Tem um pouco de comida na geladeira...
- Obrigado Daniel – Respondi. Enquanto Brenda cuidava da perna de Matt ele adormeceu. Fui até a cozinha, tudo isso me deixou completamente sem fome. Mas peguei um pouco de água. Sentei no sofá.
- Quer? – Ofereci.
- Ah... Não obrigada – Me respondeu Brenda - Lindo não é? Quando esta dormindo. – Disse ela sorrindo pra mim. Eu sorri pra ela. Ela se levantou e deitou Matt no sofá. Depois foi na minha direção, e começou a limpar minha testa, enquanto a sua também sangrava.
- Sabe, você devia cuidar de você.
- Depois que eu cuidar de você. – Ela olhou pra mim – Justin, você é... Muito importante pra mim. E eu não quero te perder – Ela olhou nos meus olhos, com aquele olhar intenso – Muito menos pra um deles. Lembra de Marcos? Foi horrível. Quer dizer, tudo aquilo me lembrou a mim. E meus pais – Seus olhos encheram de lagrimas. Mas ela começou a piscar, e as lágrimas começaram a sumir – Não vou deixar ninguém te tirar de mim.
Não tinha ninguém ali. Não ia perder minha oportunidade. Agora que ela disse que gostava de mim. Não sei se é o certo. Mas... Dane-se o certo. Passei a mão pelo seu rosto, olhei seus olhos e depois a beijei. Um beijo suave. Mas, intenso. O calor que imanava de seu corpo, passou para o meu. Cheguei mais perto. Senti seu coração, batendo muito rápido, diferente do meu que parecia ter parado de bater. Todas as preocupações sumirão da minha cabeça, naquele momento era só eu e ela. Ela passou a mão pelo meu cabelo, e chegou mais perto, era como se fossemos um só, ela deixou a pinça do kit primeiro socorros, cair e colocou a outra mão no meu cabelo, coloquei a mão em sua cintura, e puxei-a pra cima de mim, e beijei seu pescoço, sua respiração estava ofegante, deita-a no sofá sem tirar meus lábios dos seus. “ROOM”, um ronco particularmente alto de Matt, fez com que nos separássemos. Sentei. E ela também. Olhei-a:
- Sua testa está sangrando – Passei a mão pela testa dela.
- A sua também – Disse ela ofegante.
- Eu não vou conseguir mais... Ficar longe de você – Ouve um silencio seguido pelas minhas palavras e depois ela disse:
- Nem eu. Mas, não podemos ficar com isso Justin. Não vou suportar te perder. Todos que chegam perto de mim... Morrem.
- Não só de você. Brenda,estamos todos juntos nisso. Todos juntos contra isso – Apontei pra fora – Qual o problema?
- É que... Eu te amo Justin.
- Isso é um problema? Pra mim é uma solução... Eu também te amo – Agora meu coração voltou ao normal, e disparou, minha barriga deu um nó.
- É problema, porque eu não quero te decepcionar. E você ainda me ama? Depois que eu te contei que eu... – Seus olhos encheram de lágrimas novamente – Que eu... Tive... Matei seus pais?
- Você não teve escolha... Eu faria o mesmo – O que era verdade. Era um pensamento horrível ter pedidos meus pais. Entendo porque ela sente tanta raiva dos zumbis... Perdeu todos os parentes e pessoas do quais amava pra eles... Mas ela não teve escolha. Ela piscou de novo, e fez com que suas lágrimas sumissem. Ela me abraçou, e depois se abaixou para o kit, pegou uma pinça e começou a tirar estilhaços e vidros e metais do carro do corte que tinha na minha testa, e depois colocou um curativo na minha cabeça. Depois pegou um espelho, que tinha em cima de uma mesinha central e olhou pra mim.
- Você é um cara incrível.
- Eu sei – Disse fazendo-a rir. Ela voltou seu olhar pro espelho e começou a limpar o sangue que nela tinha. Rapidamente a noite cairá do lado de fora. Já era 5:00 quando chegamos na casa amarela. Agora é 9:30 – O que acontece agora?
- Sobre?
- Amanha... – Não conseguia ver seu rosto. Não deixávamos a luz acesa durante a noite. Para não atrai atenção. Então tudo que eu distinguia, era o pouco que a luz da lua que passava pela janela, iluminava – Como vamos sair daqui?
- Bom... Não sei. Não sei o que vai acontecer amanha. Geralmente eu faço as coisas no improviso.
- E dão sempre certo?
- Bom... Não sempre – Consigo ver seu sorriso – Mas geralmente... Costumam funcionar. – Ficamos em silencio. E depois digo:
- Douggie vai ficar bem?
- Sim... É claro. Era só um machucado ele vai ficar legal. – Ficamos em silencio de novo – Acho melhor... Você dormir um pouco, Justin... Amanha é um longo dia.
- Tem razão... – Me deito no sofá. O sofá mais confortável do mundo.– Boa Noite.
- Boa Noite – Mau fecho os olhos, e já caio no sono.
TRUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM.  Acordo assustado. Como Matt que cai do sofá, e bate a cabeça da mesinha de centro:
- DROGA! AI! QUEM COLOCOU ISSO AQUI?! – Berra ele. Ele se levanta e senta com a mão na testa e piscando, pra visão voltar ao foco. Os outros descem correndo também assustados:
- O QUE FOI?! QUE BARULHO FOI ESSE?! – Pergunta Paul. Não respondo.
- O idiota do Mattew caiu – Disse Brenda não conseguindo conter o riso.
Ouço barulhos. Mas não são zumbis. Me levanto cambaleando. E olho cuidadosamente pra fora da janela. Está chovendo. Não uma chuva qualquer... Uma tempestade.

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